quarta-feira, 30 de abril de 2014

Cap. XXVIII – Itens 69 a 72

Por um criminoso

69. PREFÁCIO. Se a eficácia das preces fosse proporcional à extensão delas, as mais longas deveriam ficar reservadas para os mais culpados, porque mais lhes são elas necessárias do que àqueles que santamente viveram. Recusá-las aos criminosos é faltar com a caridade e desconhecer a misericórdia de Deus; julgá-las inúteis, quando um homem haja praticado tal ou tal erro, fora prejulgar a justiça do Altíssimo. (Cap. XI, n° 14.)

70. Prece. - Senhor, Deus de misericórdia, não repilas esse criminoso que acaba de deixar a Terra. A justiça dos homens o castigou, mas não o isentou da tua, se o remorso não lhe penetrou o coração.
Tira-lhe dos olhos a venda que lhe oculta a gravidade de suas faltas. Possa o seu arrependimento merecer de ti acolhimento benévolo e abrandar os sofrimentos de sua alma! Possam também as nossas preces e a intercessão dos bons Espíritos levar-lhe esperança e consolação; inspirar-lhe o desejo de reparar suas ações más numa nova existência e dar-lhe forças para não sucumbir nas novas lutas em que se empenhar!
Senhor, tem piedade dele!

Por um suicida
71. PREFÁCIO. Jamais tem o homem o direito de dispor da sua vida, porquanto só a Deus cabe retirá-lo do cativeiro da Terra, quando o julgue oportuno. Todavia, a justiça divina pode abrandar-lhe os rigores, de acordo com as circunstâncias, reservando, porém, toda a severidade para com aquele que se quis subtrair às provas da vida. O suicida é qual prisioneiro que se evade da prisão, antes de cumprida a pena; quando preso de novo, é mais severamente tratado. O mesmo se dá com o suicida que julga escapar às misérias do presente e mergulha em desgraças maiores. (Cap. V, n° 14 e seguintes.)

72. Prece. - Sabemos, ó meu Deus, qual a sorte que espera os que violam a tua lei, abreviando voluntariamente seus dias; mas, também sabemos que infinita é a tua misericórdia. Digna-te, pois, de estendê-la sobre a alma de N... Possam as nossas preces e a tua comiseração abrandar a acerbidade dos sofrimentos que ele está experimentando, por não haver tido a coragem de aguardar o fim de suas provas.
Bons Espíritos, que tendes por missão assistir os desgraçados, tomai-o sob a vossa proteção; inspirai-lhe o pesar da falta que cometeu. Que a vossa assistência lhe dê forças para suportar com mais resignação as novas provas por que haja de passar, a fim de repará-la. Afastai dele os maus Espíritos, capazes de o impelirem novamente para o mal e prolongar-lhe os sofrimentos, fazendo-o perder o fruto de suas futuras provas.
A ti, cuja desgraça motiva as nossas preces, nos dirigimos também, para te exprimir o desejo de que a nossa comiseração te diminua o amargor e te faça nascer no íntimo a esperança de melhor porvir! Nas tuas mãos está ele; confia na bondade de Deus, cujo seio se abre a todos os arrependimentos e só se conserva fechado aos corações endurecidos.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Por que devemos fazer preces pelos criminosos?

2 - Por que não temos o direito de dispor de nossas vidas?


3 - Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.
Dos efeitos da prece sobre os Espíritos sofredores



Revista Espírita, dezembro de 1859

Um dos nossos assinantes nos escreveu de Lausanne:
"Há mais de quinze anos professo uma grande parte daquilo que a vossa ciência Espírita ensina hoje. A leitura de vossas obras não fez senão me afirmar nesta crença; trouxe-me, por outro lado, uma grande consolação, e lança uma viva claridade sobre uma parte que não era senão trevas para mim. Embora bem convencido que minha existência deveria ser múltipla, não podia me explicar em que se tornava o meu Espírito durante o intervalo. Mil vezes obrigado, senhor, de haver-me iniciado nesses grandes mistérios, indicando-me um único caminho a seguir para ganhar um lugar melhor no outro mundo. Abristes meu coração à esperança e duplicastes minha coragem para suportar as provas deste mundo. Consenti, pois, senhor, vir em minha ajuda para reconhecer uma verdade que me interessa no mais alto grau. Eu sou protestante, e na nossa Igreja não se ora jamais pelos mortos, o evangelho não no-lo ensina. Os Espíritos que evocais, frequentemente, dissestes, pedem os socorros de vossas preces. É, pois, porque estão ainda sob a influência das ideias adquiridas na Terra, ou é verdade que Deus leva em conta as preces dos vivos para abreviar o sofrimento dos mortos? Esta questão, senhor, é muito importante para mim e para outros de meus correligionários, que contrataram alianças católicas. Para terem respostas satisfatórias, seria necessário, eu o creio, que o Espírito de um protestante esclarecido, tal qual um dos nossos ministros, quisesse se manifestar a vós em companhia de um de vossos eclesiáticos."
A questão é dupla: 1º A prece é agradável àqueles por quem se ora? 2°- É-lhes útil?
Escutemos, de início, sobre a primeira questão o Reverendo Pai Félix em uma introdução notável de um pequeno livro intitulado: os Mortos sofredores e abandonados.
"A devoção aos mortos não é somente a expressão de um dogma e a manifestação de uma crença, é um encanto da vida, uma consolo do coração. Que há, com efeito de mais suave ao coração que esse culto piedoso que nos prende à memória e aos sofrimentos dos mortos? Crer na eficácia da prece e nas boas obras para o alívio daqueles que perdemos, quando os choramos, que essas lágrimas derramadas sobre eles podem ainda ser-lhes de socorro; crer, enfim, que mesmo nesse mundo invisível que habitam nosso amor pode ainda visitá-los por seus benefícios: que doce, que amável crença! E, nessa crença, que consolação para aqueles que viram a morte entrar sob seu teto, e ferir junto de seu coração! Se essa crença e esse culto não existissem, o coração humano, pela voz dos seus mais nobres instintos, diz a todos aqueles que o compreendem que seria necessário inventá-los, não fora senão para colocar a doçura na morte e o encanto até nos seus funerais. Nada, com efeito, não transforma e não transfigura o amor que roga sobre uma tumba ou chora nos funerais, como essa devoção, à lembrança e aos sofrimentos dos mortos. Essa mistura da religião e da dor, da prece e do amor, tem não sei o que de delicado e de enternecedor tudo junto. A tristeza que chora aí se torna um auxiliar da piedade que roga; a piedade, por sua vez, aí se torna para a tristeza o mais delicioso aroma; e a fé, a esperança e a caridade não se encontram nunca melhor para honrar a Deus consolando os homens, e colocar no alívio dos mortos a consolação dos vivos!
"Esse encanto tão doce que encontramos no nosso comércio fraternal com os mortos, quanto se torna mais doce ainda quando chegamos a nos persuadir de que Deus, sem dúvida, não deixa esses defuntos queridos ignorantes completamente do bem que lhes fazemos. Quem não desejou, quando ora por um pai ou um irmão trespassado, que ele estivesse ali para escutar, e quando se consagra por ele, que estivesse ali para ver? Quem não se disse, enxugando suas lágrimas junto ao caixão de um parente ou de um amigo perdido: "Se, pelo menos, ele pudesse me ouvir! Quando meu amor lhe oferece, com lágrimas, a prece e a consagração, se eu estivesse seguro que ele o sabe e que seu amor compreende sempre o meu! Sim, se eu pudesse crer, não somente que o alívio que lhe envio chegue a ele, mas se eu pudesse me persuadir também que Deus se digna delegar um de seus anjos para lhe ensinar, levando-lhe meu benefício, que esse alívio vem de mim: oh! Deus bom para aqueles que choram, que bálsamo em minha ferida! Que consolação na minha dor!"
"A Igreja, é verdade, não nos obriga a crer que os nossos irmãos mortos sabem, com efeito, no Purgatório, o que fazemos por eles na Terra, mas também não o proíbe; ela o insinua, e parece persuadir-nos pelo conjunto de seu culto e de suas cerimônias', e homens sérios e honrados na Igreja, não temem afirmá-lo. Qualquer que seja, de resto, se os mortos não têm o conhecimento presente e distinto das preces e das boas obras que fazemos por eles, é certo que lhes sentem os efeitos salutares; e essa firme crença não basta a um amor que quer se consolar da dor pelo benefício, e fecundar suas lágrimas pelos sacrifícios?"
O que o P. Félix admite como uma hipótese, a ciência Espírita admite como uma verdade incontestável, porque disso lhe dá a prova patente. Sabemos, com efeito, que o mundo invisível está composto daqueles que deixaram seu envoltório corporal, dito de outro modo, das almas daqueles que viveram na Terra; essas almas, ou esses Espíritos, o que é a mesma coisa, povoam o espaço; e estão por toda parte, aos nossos lados tão bem como nas regiões mais distantes; desembaraçados do pesado e incômodo fardo que os retinha na superfície do solo, não tendo mais que um envoltório etéreo, semi-material, eles se transportam com a rapidez do pensamento. A experiência prova que podem vir ao nosso chamado; mas vêm mais ou menos de bom grado, com mais ou menos prazer; segundo a intenção, isso se concebe; a prece é um pensamento, um laço que nos liga a eles: é um apelo, uma verdadeira evocação; ora, como a prece, que ela seja eficaz ou não, é sempre um pensamento benevolente, não pode, pois, ser senão agradável àqueles que lhes são o objeto. É-lhes útil? É uma outra questão. Aqueles que contestam a eficácia da prece dizem: Os decretos de Deus são imutáveis, e não pode derrogá-los a pedido do homem. - Isso depende do objeto da prece, porque é bem certo que Deus não pode infringir suas leis para satisfazer a todos os pedidos inconsiderados que lhes são endereçados; consideremo-la somente do ponto de vista do alívio das almas sofredoras. Diremos primeiro que, admitindo que a duração efetiva dos sofrimentos não pode ser abreviada, a comiseração, a simpatia, são um adoçamento para aquele que sofre. Que um prisioneiro seja condenado a vinte anos de prisão, não sofrerá mil vezes mais se estiver só, isolado, abandonado? Mas que uma alma caridosa e compassiva venha visitá-lo, consolá-lo, encorajá-lo, não tivesse o poder de quebrar suas cadeias antes do tempo certo, ela lhe faria parecer menos pesadas, e os anos lhe pareceriam mais curtos. Qual é aquele que, na Terra, não encontrou na compaixão um alívio às suas misérias, uma consolação na expansão da amizade?
Podem as preces abreviarem os sofrimentos? O Espiritismo diz: Sim; e o prova pelo raciocínio e pela experiência: pela experiência, naquilo que são as próprias almas sofredoras que vêm confirmá-lo, e nos pintam a mudança de sua situação; pelo raciocínio, considerando-se seu modo de ação.
As comunicações incessantes que temos com os seres de além-túmulo fazem passar sob os nossos olhos todos os graus do sofrimento e da felicidade. Vemos, pois, seres infelizes, horrivelmente infelizes, e se o Espiritismo, de acordo nisso com um grande número de teólogos, não admite o fogo senão como uma figura, um emblema das maiores dores, em uma palavra, como um fogo moral, é preciso convir que a situação de alguns não vale muito mais que se estivessem no fogo material. O estado feliz, ou infeliz, depois da morte não é, pois, uma quimera, um verdadeiro fantasma. Mas o Espiritismo nos ensina ainda, que a duração do sofrimento depende, até certo ponto, da vontade do Espírito, e que ele pode abreviá-lo pelos esforços que faça para melhorar-se. A prece, eu entendo a prece real, a do coração, a que é ditada por uma verdadeira caridade, leva o Espírito ao arrependimento, desenvolve nele bons sentimentos; ela o esclarece, fá-lo compreender a felicidade daqueles que estão acima dele; leva-o a fazer o bem, a se tomar útil, porque os Espíritos podem fazer o bem e o mal; ela tira-o, de alguma forma, do desencorajamento no qual se entorpece; fá-lo entrever a luz. Pelos seus esforços, portanto, pode sair do lamaçal onde está mergulhado; assim é que a mão de socorro que se lhe estende pode abreviar-lhe os sofrimentos.
Nosso assinante nos pergunta se os Espíritos que solicitam prece não estariam ainda sob a influência das ideias terrestres: A isso respondemos que, entre os Espíritos que se comunicam conosco, há os que, quando vivos, professaram todos os cultos, e que todos, católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, budistas, a esta pergunta; Que podemos fazer para que vos seja útil? Respondem: Orai por mim. - Uma prece, segundo o rito que professastes, vos seria mais útil ou mais agradável? - O rito é a forma; a prece do coração não tem rito. - Nossos leitores se lembram, sem dúvida, da evocação de uma viúva de Malabar, inserta no número da Revista de dezembro de 1858. Quando se lhe disse: Vós nos pedis para orar por vós, mas somos cristãos; nossas preces poderiam vos ser agradáveis? Ela respondeu: Não há senão um Deus para todos os homens.
Os Espíritos sofredores se prendem àqueles que oram por eles, como o ser reconhecido àquele que lhe faz o bem. Essa mesma viúva de Malabar veio várias vezes às nossas reuniões sem ser chamada; aí vinha, dizia, para se instruir; seguia-nos mesmo na rua, como constatamos com a ajuda de um médium vidente. O assassino Lemaire, cuja evocação narramos no número de março de 1858, evocação que, entre parêntese, havia excitado a verve zombeteira de alguns céticos, esse mesmo assassino, infeliz, abandonado, encontrou, num dos nossos leitores, um coração compassivo que dele teve piedade; vem, frequentemente, visitá-lo, e tratou de se manifestar por todas as espécies de meios, até que essa mesma pessoa, tendo a ocasião de se esclarecer sobre essas manifestações, soube que era Lemaire que queria testemunhar-lhe seu reconhecimento. Quando teve a oportunidade de exprimir seu pensamento, disse-lhe: Agradeço-vos, alma caridosa! Eu estava só com o remorso da minha vida passada, e tivestes piedade de mim; eu estava abandonado, e pensastes em mim; eu estava no abismo, e me estendestes a mão! Vossas preces foram para mim como um bálsamo consolador; compreendi a enormidade dos meus crimes, e pedi a Deus conceder-me a graça de repará-los por uma nova existência, quando poderia fazer tanto bem quanto mal eu fiz. Obrigado ainda, ó obrigado!
Eis, de resto, sobre os efeitos da prece, a opinião atual de um ilustre ministro protestante, o senhor Adolphe Monod, falecido no mês de abril de 1856.
"O Cristo disse aos homens: Amai-vos uns aos outros. Esta recomendação encerra a de empregar todos os meios possíveis para testemunhar afeição aos seus semelhantes, sem entrar, para isso, em nenhum detalhe sobre a maneira de atingir esse objetivo. Se é verdade que nada pode desviar o Criador de aplicar a justiça da qual ele é o tipo, a todas as ações do Espírito, não é menos verdadeiro que a prece que lhe endereçais por aquele por quem vos interessais, é para este último um testemunho de lembrança que não pode senão contribuir para lhe aliviar os sofrimentos e consolá-lo; desde que testemunhe o menor arrependimento, e então somente, ele é socorrido, mas não ignora jamais que uma alma simpática se ocupou dele; esse pensamento leva-o ao arrependimento, e deixa-o na doce persuasão de que sua intercessão lhe foi útil. Disso resulta, necessariamente, de sua parte, um sentimento de reconhecimento e de afeição por aquele que lhe deu essa prova de amizade ou de piedade; consequentemente, o amor que o Cristo recomenda aos homens não faz senão aumentar entre eles; eles têm, pois, ambos que obedecer à lei de amor e união de todos os seres, lei de Deus, que deve levar à unidade, que é o fim do Espírito."
- Não tendes nada a acrescentar a essas explicações? - R. Não, elas encerram tudo.
- Eu vos agradeço por consentir em no-las dar. - R. É uma felicidade, para mim, contribuir para a união das almas, união que os bons Espíritos procuram fazer prevalecer sobre todas as questões de dogma que os dividem.
EM SILÊNCIO


"Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos do Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus." - Paulo. (EFÉSIOS, 6:6.)

Se sabes, atende ao que ignora, sem ofuscá-lo com a tua luz.
Se tens, ajuda ao necessitado, sem molestá-lo com tua posse.
Se amas, não firas o objeto amado com exigências.
Se pretendes curar, não humilhes o doente.
Se queres melhorar os outros, não maldigues ninguém.
Se ensinas a caridade, não te trajes de espinhos, para que teu contato não dilacere os que sofrem.
Tem cuidado na tarefa que o Senhor te confiou.
É muito fácil servir à vista. Todos querem fazê-lo, procurando o apreço dos homens.
Difícil, porém, é servir às ocultas, sem o ilusório manto da vaidade.
É por isto que, em todos os tempos, quase todo o trabalho das criaturas é dispersivo e enganoso. Em geral, cuida-se de obter a qualquer preço as gratificações e as honras humanas.
Tu, porém, meu amigo, aprende que o servidor sincero do Cristo fala pouco e constrói, cada vez mais, com o Senhor, no divino silêncio do espírito...
Vai e serve.
Não te deem cuidado as fantasias que confundem os olhos da carne e nem te consagres aos ruídos da boca.
Faze o bem, em silêncio.
Foge às referências pessoais e aprendamos a cumprir, de coração, a vontade de Deus.

Do livro Vinha de Luz pelo espírito Emmanuel.


Chico Xavier - Emmanuel - Em silêncio


terça-feira, 29 de abril de 2014

O NECESSÁRIO


"Mas uma só coisa é necessária." - Jesus. (LUCAS, 10:42.)

Terás muitos negócios próximos ou remotos, mas não poderás subtrair-lhes o caráter de lição, porque a morte te descerrará realidades com as quais nem sonhas de leve...
Administrarás interesses vários, entretanto, não poderás controlar todos os ângulos do serviço, de vez que a maldade e a indiferença se insinuam em todas as tarefas, prejudicando o raio de ação de todos os missionários da elevação.
Amealharás enorme fortuna, todavia, ignorarás, por muitos anos, a que região da vida te conduzirá o dinheiro.
Improvisarás pomposos discursos, contudo, desconheces as consequências de tuas palavras.
Organizarás grande movimento em derredor de teus passos, no entanto, se não construíres algo dentro deles para o bem legítimo, cansar-te-ás em vão.
Experimentarás muitas dores, mas, se não permaneceres vigilante no aproveitamento da luta, teus dissabores correrão inúteis.
Exaltarás o direito com o verbo indignado e ardoroso, todavia, é provável não estejas senão estimulando a indisciplina e a ociosidade de muitos.
"Uma só coisa é necessária", asseverou o Mestre, em sua lição a Marta, cooperadora dedicada e ativa.
Jesus desejava dizer que, acima de tudo, compete-nos guardar, dentro de nós mesmos, uma atitude adequada, ante os desígnios do Todo-Poderoso, avançando, segundo o roteiro que nos traçou a Divina Lei. Realizado esse "necessário", cada acontecimento, cada pessoa e cada coisa se ajustarão, a nossos olhos, no lugar que lhes é próprio. Sem essa posição espiritual de sintonia com o Celeste Instrutor, é muito difícil agir alguém com proveito.

Do livro Vinha de Luz pelo espírito Emmanuel.



segunda-feira, 28 de abril de 2014

VÊ COMO VIVES


"E chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes: negociai até que eu venha." - Jesus. (LUCAS, 19:13.)

Com a precisa madureza do raciocínio, compreenderá o homem que toda a sua existência é um grande conjunto de negócios espirituais e que a vida, em si, não passa de ato religioso permanente, com vistas aos deveres divinos que nos prendem a Deus.
Por enquanto, o mundo apenas exige testemunhos de fé das pessoas indicadas por detentoras de mandato essencialmente religioso.
Os católicos romanos rodeiam de exigências os sacerdotes, desvirtuando-lhes o apostolado. Os protestantes, na maioria, atribuem aos ministros evangélicos as obrigações mais completas do culto. Os espiritistas reclamam de doutrinadores e médiuns as supremas demonstrações de caridade e pureza, como se a luz e a verdade da Nova
Revelação pudessem constituir exclusivo patrimônio de alguns cérebros falíveis.
Urge considerar, porém, que o testemunho cristão, no campo transitório da luta humana, é dever de todos os homens, indistintamente.
Cada criatura foi chamada pela Providência a determinado setor de trabalhos espirituais na Terra.
O comerciante está em negócios de suprimento e de fraternidade.
O administrador permanece em negócios de orientação, distribuição e responsabilidade.
O servidor foi trazido a negócios de obediência e edificação.
As mães e os pais terrestres foram convocados a negócios de renúncia, exemplificação e devotamento.
O carpinteiro está fabricando colunas para o templo vivo do lar.
O cientista vive fornecendo equações de progresso que melhorem o bem-estar do mundo.
O cozinheiro trabalha para alimentar o operário e o sábio.
Todos os homens vivem na Obra de Deus, valendo-se dela para alcançarem, um dia, a grandeza divina. Usufrutuários de patrimônios que pertencem ao Pai, encontram-se no campo das oportunidades presentes, negociando com os valores do Senhor.
Em razão desta verdade, meu amigo, vê o que fazes e não te esqueças de subordinar teus desejos a Deus, nos negócios que por algum tempo te forem confiados no mundo.

Do livro Vinha de Luz pelo espírito Emmanuel.

Seminário vê como vives por André Luiz Ruiz


sábado, 26 de abril de 2014

QUEM LÊ, ATENDA

"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.
Frequentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.
Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.
O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.
Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.
A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.
É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.
O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.


Do livro Vinha de Luz pelo espírito Emmanuel.