HUMILDADE DE
ESPÍRITO
Emmanuel
A humildade é o
ingrediente indefinível e oculto sem o qual o pão da vida amarga
invariavelmente na boca.
Amealharás recursos
amoedados a mancheias, entretanto, se te não dispões a usá-los, edificando o
conforto e a alegria dos outros, na convicção de que todos os bens
pertencem a Deus, em breve converter-te-ás em prisioneiro do ouro que
amontoaste, erguido, assim, à feição de teu próprio cárcere.
Receberás precioso
mandato de autoridade entre as criaturas terrestres, no entanto, se não
procuras a inspiração do Senhor para distribuir os talentos da justa
fraternidade, como quem está convencido de que todo o poder é de Deus,
transformar-te-ás, pouco a pouco, no empreiteiro inconsciente do crime, por
favoreceres a própria ilusão, buscando o incenso a ti mesmo na prática da
injustiça.
Erguerás teu nome no
pedestal da cultura, contudo, se te não inclinas à Sabedoria da Eternidade,
acendendo a luz em benefício de todos, como quem não ignora que toda
inteligência é de Deus, depressa te rojas ao chavascal da mentira, angariando
em teu prejuízo a embriaguez da vaidade e a introdução à loucura.
Lembra-te de que a
Bondade Celeste colocou a humildade por base de todo o equilíbrio da Natureza.
O sábio que honra a
ciência ou o direito não prescinde da semente que lhe garanta a bênção da mesa.
O campo mais belo
não dispensa o fio d´água que lhe fecunda o seio em dádivas de verdura.
E o próprio Sol, com
toda a pompa de seu magnificente esplendor, embora fulcro de criação,
converteria o mundo em pavoroso deserto, não fosse a chuva singela que lhe
ambienta no solo a força divina.
Não desdenhes, pois,
servir, aprendendo com o Mestre Sublime, que realizou o seu apostolado de amor
entre a manjedoura desconhecida e a cruz da flagelação, e serás contado entre
aqueles para os quais ele mesmo pronunciou as inesquecíveis palavras:
“Bem-aventurados os
humildes de espírito, porque a eles mais facilmente se descerrarão as portas do
Céu”.
Do livro –
Intervalos
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