sexta-feira, 6 de março de 2020


Estudo do livro Nosso Lar


NO GABINETE DO MINISTRO

Este estudo é baseado em reflexões informadas pelo capítulo em questão.

O estudo do capítulo 13 tem como informações gerais:
1)  Personagem: André Luiz, Lísias, Clarêncio, Senhora idosa
2)  Tema: Organização colonial, humildade, trabalho, bônus hora, cooperação, lei eterna

13
NO GABINETE DO MINISTRO
Com as melhoras crescentes, surgia a necessidade de movimentação e trabalho. Decorrido tanto tempo, esgotados anos difíceis de luta, volvia-me o interesse pelos afazeres que enchem o dia útil de todo homem normal, no mundo. Incontestável que havia perdido excelentes oportunidades na Terra; que muitas falhas me assinalavam o caminho. Agora, porém, recordava os quinze anos de clínica, sentindo um certo "vazio" no coração. Identificava-me a mim mesmo, como vigoroso agricultor em pleno campo, de mãos atadas e impossibilitado de atacar o trabalho. Cercado de enfermos, não podia aproximar-me, como noutros tempos, reunindo em mim o amigo, o médico e o pesquisador. Ouvindo gemidos incessantes nos apartamentos contíguos, não me era lícita nem mesmo a função de enfermeiro e colaborador nos casos de socorro urgente. Claro que não me faltava desejo. Minha posição ali, contudo, era assaz humilde para me atrever. Os médicos espirituais eram detentores de técnica diferente. No planeta, sabia que meu direito de intervir começava nos livros conhecidos e nos títulos conquistados; mas, naquele ambiente novo, a medicina começava no coração, exteriorizando-se em amor e cuidado fraternal. Qualquer enfermeiro, dos mais simples, em "Nosso Lar", tinha conhecimentos e possibilidades muito superiores à minha ciência. Inexequível, portanto, qualquer tentativa de trabalho espontâneo, por constituir, a meu ver, invasão de seara alheia.

No trecho acima, André reflete a respeito da sua situação como desencarnado impossibilitado de realizar as mesmas atividades quando encarnado, visto ser um local e situações diversas.
Ele reflete como os seus conhecimentos como profissional de medicina não podem ser utilizados naquele setor junto as pacientes tão necessitados de auxílio.
A questão é que as necessidades dos irmãos não poderiam ser solucionadas com os conhecimentos técnicos da medicina terrestre; e, sim, da competência de irmãos com devidas instruções para tais auxílios específicos do âmbito do desencarnado.
Cabe pontuar, aqui, na meditação a respeito da atitude de humildade com que André passa a tomar mediante a sua nova situação como desencarnado: a da consciência do trabalho oportuno.

No apuro de tais dificuldades, Lísias era o amigo indicado às minhas confidências de irmão.
Interpelado, esclareceu:
- Por que não pedir o socorro de Clarêncio? Atendê-lo-á por certo. Peça-lhe conselhos. Ele pergunta sempre por sua pessoa e tudo fará a seu favor.
Animou-me grande esperança. Consultaria o Ministro do Auxílio.
Iniciando, contudo, as providências, fui informado de que o generoso benfeitor somente poderia atender na manhã seguinte, no gabinete particular.
Esperei ansioso o momento oportuno.

Neste trecho, orientado por Lísias, André procura orientações com Clarêncio.

No dia imediato, muito cedo, procurei o local indicado. Qual não foi, porém, minha surpresa vendo que três pessoas lá estavam aguardando Clarêncio, em identidade de circunstâncias!
O delicado Ministro do Auxílio chegara muito antes de nós e atendia a assuntos mais importantes que a recepção de visitas e solicitações.
Terminado o serviço urgente, começou a chamar-nos, dois a dois. Impressionou-me tal processo de audiência. Soube, porém, mais tarde, que ele aproveitava esse método para que os pareceres fornecidos a qualquer interessado servissem igualmente a outros, assim atendendo a necessidades de ordem geral, ganhando tempo e proveito.

É essencial verificar a organização e a disciplina como é feito o atendimento.

Decorridos muitos minutos, chegou-me a vez.
Penetrei no gabinete em companhia de uma senhora idosa, que seria ouvida em primeiro lugar, por ordem de precedência. O Ministro recebeu-nos, cordial, deixando-nos à vontade para discorrer.
- Nobre Clarêncio - começou a companheira desconhecida -, venho pedir seus bons ofícios a favor de meus dois filhos. Ah! já não tolero tantas saudades e estou informada de que ambos vivem exaustos e sobrecarregados de infortúnios, no ambiente terrestre. Reconheço que os desígnios do Pai são justos e amorosos; no entanto, sou mãe! Não consigo subtrair-me ao peso da angústia!...
E a pobre criatura se desfez, ali mesmo, em copioso pranto. O Ministro, dirigindo-lhe um olhar de fraternidade, embora conservando intacta a energia pessoal, respondeu, bondoso:
- Mas, se a irmã reconhece que os desígnios do Pai são justos e santos, que me cabe fazer?
- Desejava - replicou, aflita - que me concedesse recursos para protegê-los eu mesma, nas esferas do globo!...
- Ah! minha amiga - disse o benfeitor amorável - só no espírito de humildade e de trabalho é possível a nós outros proteger alguém. Que me diz de um pai terrestre que desejasse ajudar os filhinhos, mantendo-se em absoluta quietação no conforto do lar? O Pai criou o serviço e a cooperação como leis que ninguém pode trair sem prejuízo próprio. Nada lhe diz a consciência, neste sentido? Quantos bônus-hora[1] poderá apresentar em benefício de sua pretensão?
A interpelada respondeu, hesitante:
- Trezentos e quatro.
- É de lamentar - elucidou Clarêncio, sorrindo -, pois aqui se hospeda, há mais de seis anos, e apenas deu à colônia, até hoje, trezentos e quatro horas de trabalho. Entretanto, logo que se restabeleceu das lutas sofridas em região inferior, ofereci-lhe atividade louvável na Turma de vigilância, do Ministério da Comunicação...
- Mas aquilo por lá era serviço intolerável - atalhou a interlocutora -, uma luta incessante contra entidades malfazejas. Era natural que não me adaptasse.
Clarêncio continuou, imperturbável:
- Coloquei-a, depois, entre os Irmãos da Suportação, nas tarefas regeneradoras.
- Pior! - exclamou a senhora - aqueles apartamentos andam repletos de pessoas imundas. Palavrões, indecências, miséria.
- Reconhecendo suas dificuldades - esclareceu o Ministro -, enviei-a a cooperar na Enfermagem dos Perturbados.
- Mas quem os tolerará, senão os santos? - inquiriu a pedinte rebelde - fiz o possível; entretanto, aquela multidão de almas desviadas assombra a qualquer!
- Não ficaram aí meus esforços - replicou o benfeitor sem se perturbar -, localizei-a nos Gabinetes de Investigações e Pesquisas do Ministério do Esclarecimento e, contudo, talvez enfadada com as minhas providências, a irmã se recolheu, deliberadamente, aos Campos de Repouso.
- Era, também, impossível continuar ali - disse a impertinente -, só encontrei experiências exaustivas, fluidos estranhos, chefes ásperos.
- Pois note, minha amiga - esclareceu o devotado e seguro orientador - , o trabalho e a humildade são as duas margens do caminho do auxílio. Para ajudarmos alguém, precisamos de irmãos que se façam cooperadores, amigos, protetores e servos nossos. Antes de amparar os que amamos, é indispensável estabelecer correntes de simpatia. Sem a cooperação é impossível atender com eficiência. O camponês que cultiva a terra alcança a gratidão dos que saboreiam os frutos. O operário que entende os chefes exigentes, executando-lhes as determinações, representa o sustentáculo do lar, em que o Senhor o colocou. O servidor que obedece, construindo, conquista os superiores, companheiros e interessados no serviço. E nenhum administrador intermediário poderá ser útil aos que ama, se não souber servir e obedecer nobremente. Fira-se o coração, experimente-se a dificuldade, mas, que saiba cada qual que o serviço útil pertence, acima de tudo, ao Doador Universal.
Depois de pequena pausa, continuou:
- Que fará, pois, na Terra se não aprendeu ainda a suportar coisa alguma? Não duvido da sua dedicação aos filhos queridos, mas importa notar que haveria de comparecer por lá, como mãe paralítica, incapaz de prestar socorro justo. Para que qualquer de nós alcance a alegria de auxiliar os amados, faz-se necessária a interferência de muitos a quem tenhamos ajudado, por nossa vez. Os que não cooperam não recebem cooperação. Isso é da lei eterna. E se minha irmã nada acumulou de seu para dar, é justo que procure a contribuição amorosa dos outros. Mas, como receber a colaboração imprescindível, se ainda não semeou, nem mesmo a simples simpatia? Volte aos Campos de Repouso, onde se abrigou ultimamente, e reflita. Examinaremos depois o assunto com a devida atenção.
Sentou-se a mãe inquieta, enxugando lágrimas copiosas.

Nestes parágrafos, há o atendimento a uma senhora desencarnada desejosa de estar com seus filhos encarnados, porém Clarêncio apresenta a necessidade dela melhorar-se, auxiliar, aprender, colaborar participando de trabalhos edificadores na Colônia Nossa Lar a fim de ajudar melhor os seus e a si mesma.
Ele pontua a importância do trabalho edificador em que há milhares de oportunidades de aprendizagem no auxílio ao próximo.

Em seguida, o Ministro fitou-me compassivamente e falou:
- Aproxime-se, meu amigo!
Levantei-me, hesitante, para conversar.



Leitura Complementar

Relações de Além-túmulo
274. As diferentes ordens de Espíritos estabelecem entre estes uma hierarquia de poderes; há entre eles subordinação e autoridade?
“Sim, muito grande; os Espíritos têm uns sobre os outros uma autoridade relativa à sua superioridade, que eles exercem por um ascendente moral irresistível.”

Necessidade do Trabalho
675. Só se devem entender por trabalho as ocupações materiais?
“Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é um trabalho.”

683. Qual é o limite do trabalho?
“O limite das forças; além disso, Deus deixa o homem livre.”

685. O homem tem direito ao repouso, na sua velhice?
 “Sim, sua obrigação vai apenas até o limite de suas forças.”

a) Mas de que recurso disporá o velho que precisa trabalhar para viver e não
pode?
“O forte deve trabalhar para o fraco; não tendo ele família, a sociedade deve
fazer as vezes desta: é a lei de caridade.”


(Livro dos Espíritos)

Trabalho
Se nos propomos retratar mentalmente a luz dos Planos Superiores, é indispensável que a nossa vontade abrace espontaneamente o trabalho por alimento de cada dia.
No pretérito, apreciámo-lo por atitude servil de quantos caíssem sob o ferrete da injúria.
A escola, as artes, as virtudes domésticas, a indústria e o amanho do solo eram relegados a mãos escravas, reservando-se os braços supostos livres para a inércia dourada.
Hoje, porém, sabemos que a lei do trabalho é roteiro da justa emancipação. Sem ela, o mundo mental dorme estanque. Fugir-lhe aos impositivos é situar-se à margem do caminho, onde o carro da evolução marcha, inflexível, deixando à retaguarda quantos se amolgam à ilusão da preguiça.
O usurário não padece apenas a infelicidade de seqüestrar os bens devidos ao Bem de Todos, mas igualmente o infortúnio de erguer para si mesmo a cova adornada em que se lhe estiolarão as mais nobres faculdades do espírito.
Não vale, contudo, agir por agir.
As regiões infernais vibram repletas de movimento.
Além do trabalho-obrigação que nos remunera de pronto, é necessário nos atenhamos ao prazer de servir.
Nas contingências naturais do desenvolvimento terrestre, o espírito encarnado é compelido a esforço incessante, para o sustento do corpo físico.
Recolhe, de graça, a água pura, os princípios solares e os recursos nutrientes da atmosfera; entretanto, é preciso suar e sofrer em busca da proteína e do carboidrato que lhe assegurem a euforia orgânica Cativo, embora, às injunções do plano de obscura matéria em que transitoriamente respira, pode, porém, desde a Terra, fruir a ventura do serviço voluntário aos semelhantes todo aquele que descerre O espelho da própria alma aos reflexos da Esfera Divina.
O trabalho-ação transforma o ambiente.
O trabalho-serviço, transforma o homem.
As tarefas remuneradas conquistam o agradecimento de quem lhes recebe o concurso, mas permanecem adstritas ao mundo, nas linhas da troca vulgar.
A prestação de concurso espontâneo, sem qualquer base de recompensa, desdobra a influência da Bondade Celestial que a todos nos ampara sem pagamento.
A maneira que se nos alonga a ascensão, entendemos com mais clareza a necessidade de trabalhar por amor de servir.
Quando começamos a ajudar o próximo, sem aguilhões, matriculamo-nos no acrisolamento da própria alma, entrando em sintonia com a Vida Abundante.
Nos círculos mais elevados do espírito, o trabalho não é imposto.
A criatura consciente da verdade compreende que a ação no bem é ajustamento às Leis de Deus e a ela se rende por livre vontade.
Por isso, nos domínios superiores, quem serve avança para os cimos da imortalidade radiosa, reproduzindo dentro de si mesmo as maravilhas do Céu que nos rodeia a espelhar-se por toda parte.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita. Trad. de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.

Trabalho. Disponível em <http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=6836>. Acesso em 06 mar 2020



[1] Ponto relativo a cada hora de serviço. (Nota do Autor espiritual.)

sábado, 29 de fevereiro de 2020


Estudo do livro Nosso Lar


O UMBRAL

Este estudo é baseado em reflexões informadas pelo capítulo em questão.

O estudo do capítulo 12 tem como informações gerais:
1)  Personagem: André Luiz, Lísias
2)  Temas: Umbral, religião

12
O UMBRAL
Após receber tão valiosas elucidações, aguçava-se-me o desejo de intensificar a aquisição de conhecimentos relativos a diversos problemas que a palavra de Lísias sugeria. As referências a espíritos do Umbral mordiam-me a curiosidade. A ausência de preparação religiosa, no mundo, dá motivo a dolorosas perturbações. Que seria o Umbral? Conhecia, apenas, a ideia do inferno e do purgatório, através dos sermões ouvidos nas cerimônias católico-romanas a que assistira, obedecendo a preceitos protocolares. Desse Umbral, porém, nunca tivera notícias.

No parágrafo acima, André reflete sobre a importância da religião.
No dicionário, o significado relacionado a religião, informa que é um “é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus próprios valores morais.”
E ao meditar a respeito da pontuação realizada por ele, é essencial que se depare para a importância das crenças, posições e decisões utilizadas pelo encarnado, visto que isto pode ser algo primordial para a sua vida como desencarnado.
Ter conhecimento de que o indivíduo quando encarnado precisa se preparar para o porvir, principalmente, no que tange as questões internas, tal como a transformação íntima: acreditar que há algo além do que os olhos da matéria conseguem compreender.
Além disso, cabe salientar que ele não se preparou religiosamente, logo se encontrava na situação em que se achava (Umbral), ocasionando “dolorosas perturbações”, uma vez que “a ideia do inferno e do purgatório” ainda o detinha a cultura adquirida quando estava na carne como encarnado.

Ao primeiro encontro com o generoso visitador, minhas perguntas não se fizeram esperar. Lísias ouviu-me, atencioso, e replicou:
- Ora, ora, pois você andou detido por lá tanto tempo e não conhece a região?
Recordei os sofrimentos passados, experimentando arrepios de horror.
- O Umbral - continuou ele, solícito - começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos. Quando o espírito reencarna, promete cumprir o programa de serviços do Pai; entretanto, ao recapitular experiências no planeta, é muito difícil fazê-lo, para só procurar o que lhe satisfaça ao egoísmo. Assim é que mantidos são o mesmo ódio aos adversários e a mesma paixão pelos amigos. Mas, nem o ódio é justiça, nem a paixão é amor. Tudo o que excede, sem aproveitamento, prejudica a economia da vida. Pois bem: todas as multidões de desequilibrados permanecem nas regiões nevoentas, que se seguem aos fluidos carnais. O dever cumprido é uma porta que atravessamos no Infinito, rumo ao continente sagrado da união com o Senhor. É natural, portanto, que o homem esquivo à obrigação justa, tenha essa bênção indefinidamente adiada.

Conforme a explicação de Lísias, o Umbral é um local onde os espíritos desencarnados que não cumpriram os programas elevados de transformação íntima se localizam.
Em virtude disso, é primordial a reflexão sobre as atitudes feitas pelo próprio encarnado a fim de que ele não permaneça no vale do sofrimento de acordo com as escolhas concretizadas por ele.
Concernente a isso, é imprescindível que o mesmo procure o trabalho do bem e do amor edificando uma estrada em que a porta seja benéfica de paz e de felicidade.

Notando-me a dificuldade para apreender todo o conteúdo do ensinamento, com vistas à minha quase total ignorância dos princípios espirituais, Lísias procurou tornar a lição mais clara:
- Imagine que cada um de nós, renascendo no planeta, somos portadores de um fato sujo, para lavar no tanque da vida humana. Essa roupa imunda é o corpo causal, tecido por nossas mãos, nas experiências anteriores. Compartilhando, de novo, as bênçãos da oportunidade terrestre, esquecemos, porém, o objetivo essencial, e, ao invés de nos purificarmos pelo esforço da lavagem, manchamo-nos ainda mais, contraindo novos laços e encarcerando-nos a nós mesmos em verdadeira escravidão. Ora, se ao voltarmos ao mundo procurávamos um meio de fugir à sujidade, pelo desacordo de nossa situação com o meio elevado, como regressar a esse mesmo ambiente luminoso, em piores condições? O Umbral funciona, portanto, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena.
A imagem não podia ser mais clara, mais convincente.

De acordo com o esclarecimento de Lísias, o encarnado ao voltar à carne precisa não só praticar o bem, como também, pensar nele, extraindo da sua atmosfera psíquica todo o pensamento destrutivo do caminho evolutivo do ser espiritual.
Quando um ser humano nasce, ele está adquirindo uma nova oportunidade de se melhorar espiritualmente para que não sofra nem faça todos a sua volta sofrer também; e, isso, ele faz mudando através da alteração de comportamento e da maneira de pensar.
No entanto, infelizmente, a maioria não consegue concretizar a metamorfose interior e acaba por perder a oportunidade ofertada voltando para a pátria espiritual perdido em inquietações sofredoras.

Não havia como disfarçar minha justa admiração. Compreendendo o efeito benéfico que me traziam aqueles esclarecimentos, Lísias continuou:
- O Umbral é região de profundo interesse para quem esteja na Terra. Concentra-se, aí, tudo o que não tem finalidade para a vida superior. E note você que a Providência Divina agiu sabiamente, permitindo se criasse tal departamento em torno do planeta. Há legiões compactas de almas irresolutas e ignorantes, que não são suficientemente perversas para serem enviadas a colônias de reparação mais dolorosa, nem bastante nobres para serem conduzidas a planos de elevação. Representam fileiras de habitantes do Umbral, companheiros imediatos dos homens encarnados, separados deles apenas por leis vibratórias. Não é de estranhar, portanto, que semelhantes lugares se caracterizem por grandes perturbações. Lá vivem, agrupam-se, os revoltados de toda espécie. Formam, igualmente, núcleos invisíveis de notável poder, pela concentração das tendências e desejos gerais. Muita gente da Terra não recorda que se desespera quando o carteiro não vem, quando o comboio não aparece? Pois o Umbral está repleto de desesperados. Por não encontrarem o Senhor à disposição dos seus caprichos, após a morte do corpo físico, e, sentindo que a coroa da vida eterna é a glória intransferível dos que trabalham com o Pai, essas criaturas se revelam e demoram em mesquinhas edificações. "Nosso Lar" tem uma sociedade espiritual, mas esses núcleos possuem infelizes, malfeitores e vagabundos de várias categorias. É zona de verdugos e vítimas, de exploradores e explorados.

Acrescentando informações, Lísias elucida que o Umbral é um local criado pela espiritualidade maior a fim de contribuir para que espíritos menos esclarecidos permaneçam por determinado tempo recebendo orientação e acolhimento necessário para o seu fortalecimento para que consiga seguir na jornada da sua evolução benéfica na construção do seu próprio bem e o de todos.
Vale, ainda, pontuar e meditar a respeito das palavras do Mestre Jesus Cristo: “Há muitas moradas na casa de meu Pai.”  Por conseguinte, há de direcionar o pensamento e a crença na existência de divergentes localidades em benefício do ser espiritual conforme o seu grau evolutivo ou natureza psíquica, onde espíritos afins se encontram sejam para auxiliar ou serem acolhidos.

Valendo-me da pausa, que se fizera espontânea, exclamei, impressionado:
- Como explicar? Então não há por lá defesa, organização?
Sorriu o interlocutor, esclarecendo:
- Organização é atributo dos espíritos organizados. Que quer você? A zona inferior a que nos referimos é qual a casa onde não há pão: todos gritam e ninguém tem razão. O viajante distraído perde o comboio, o agricultor que não semeou não pode colher. Uma certeza, porém, posso dar-lhe: - não obstante as sombras e angústias do Umbral, nunca faltou lá a proteção divina. Cada espírito lá permanece o tempo que se faça necessário. Para isso, meu amigo, permitiu o Senhor se erigissem muitas colônias como esta, consagradas ao trabalho e ao socorro espiritual.

Nesta passagem, esta evidente a existência de diferentes vertentes de trabalho e edificação no bem; e, apesar da presença de diversas localizações, nenhuma delas é feita sem orientação e direção de organizadores experientes e elevados a fim de que todos possam ser beneficiados seja com o trabalho seja com o amparo.
- Creio, então - observei -, que essa esfera se mistura quase com a esfera dos homens.
- Sim - confirmou o dedicado amigo -, e é nessa zona que se estendem os fios invisíveis que ligam as mentes humanas entre si. O plano está repleto de desencarnados e de formas-pensamento dos encarnados, porque, em verdade, todo espírito, esteja onde estiver, é um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem, exteriorizadas em vibrações que a ciência terrestre presentemente não pode compreender. Quem pensa, está fazendo alguma coisa alhures. E é pelo pensamento que os homens encontram no Umbral os companheiros que afinam com as tendências de cada um. Toda alma é um ímã poderoso. Há uma extensa humanidade invisível, que se segue à humanidade visível. As missões mais laboriosas do Ministério do Auxílio são constituídas por abnegados servidores, no Umbral, porque se a tarefa dos bombeiros nas grandes cidades terrenas é difícil, pelas labaredas e ondas de fumo que os defrontam, os missionários do Umbral encontram fluidos pesadíssimos emitidos, sem cessar, por milhares de mentes desequilibradas, na prática do mal, ou terrivelmente flageladas nos sofrimentos retificadores. É necessário muita coragem e muita renúncia para ajudar a quem nada compreende do auxílio que se lhe oferece.

Mediante a presença destes tipos de localidades, é essencial que todo espírito atende a maneira pela qual direciona o seu pensamento para que este não se transforme em tormentos voluntários de destruição do amor, da fé e da esperança em seu ser espiritual.
Segundo as pontuações de Lísias, no caso do Umbral, este local foi criado conforme a vibração mental de todos os espíritos com pensamentos destrutivos e afins. De qualquer maneira, nenhum ser espiritual encontra-se sem amparo dos que já conseguiram trabalhar as suas mentes em favor de si mesmos.

Interrompera-se Lísias. Sumamente impressionado, exclamei:
- Ah! como desejo trabalhar junto dessas legiões de infelizes, levando-lhes o pão espiritual do esclarecimento!
O enfermeiro amigo fixou-me bondosamente, e, depois de meditar em silêncio, por largos instantes, acentuou, ao despedir-se:
- Será que você se sente com o preparo indispensável a semelhante serviço?

Finalizando, o interlocutor traz uma reflexão a respeito deste local: o espírito pode até se localizar neste ponto; porém, de que modo ele deseja estar: trabalhando ou dando trabalho?
Se escolher o trabalhando, atente para o uso adequado da luz e da sombra já que são atitudes mentais necessárias da vigília e da oração.


Leitura Complementar

Melhorar Sempre
Emmanuel
"Por isso também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem suas almas ao fiel Criador, na prática do bem." - Pedro (I Pedro, 4:19.)
Justo lembrar que a Providência Divina nos endereça todos à paz e à felicidade, ao aperfeiçoamento e à vitória.
Entretanto, quantas vezes e quantos de nós, a meio caminho para o triunfo, nos motivamos para a frustração e marginalizamo-nos por tempo indeterminado em desânimo e pessimismo?
Prendemo-nos ao lado negativo de contratempos salvadores e costumamos dizer:
- Nada posso.
- Tudo é contra mim.
- Só vejo trevas.
- Sou um caso perdido.
- Moro no azar.
- Sou sempre infeliz.
- A vida é uma carga insuportável.
Na fieira de semelhantes condenações, esquecemo-nos de que cada qual de nós tem o seu mundo próprio, e, se induzimos o nosso próprio mundo ao fracasso, quem nos livrará do fracasso, se somos todos criaturas de Deus com a faculdade de criar os nossos próprios destinos?
Consideremos isso, selecionando expressões e afirmações compatíveis com a nossa condição de espíritos imortais, ante as Leis do Universo.
Uma frase estabelece determinada disposição.
Determinada disposição produz certa atividade específica.
Certa atividade específica gera circunstâncias.
E circunstâncias constroem a vida.
Em todos os lances da existência, procuremos palavras de esperança e fé, alegria e bênção para usá-las a benefício próprio, de vez que, ainda mesmo nos últimos degraus do sofrimento, dispomos nós todos, com o amparo de Deus, do privilégio de renovar e da felicidade de servir.


SOFRIMENTO E AMOR
Joanna de Ângelis
Antes de tomares a indumentária carnal, objetivando o processo reencarnacionista, solicitaste a bênção do sofrimento como refúgio de segurança em relação aos perigos que defrontarias.
Recebeste, em razão do ministério que deverias exercer, uma organização física muito bem equipada, portadora de lucidez mental e equilíbrio emocional, a fim de que pudesses aplicar todo o fluido vital mantenedor da argamassa celular no ministério de iluminação.
Suplicaste pelo amparo dos mentores amigos, e diversos deles prontificaram-se a acompanhar-te o passo, na condição de orientadores e mantenedores da tua fé nos momentos mais difíceis da jornada.
Conseguiste dose dupla de saúde, a fim de que as mortificações dos trabalhos não diminuíssem o vigor e pudesses avançar intimorato, com largo sorriso na face, cantando as glórias do Altíssimo.
Diante de muitas concessões, também solicitaste o ferretear de alguns fenômenos conflitivos que vinham de existências pregressas.
Experimentaste solidão e dificuldade, dores e angústias complexas de solução, mas nunca te faltaram os socorros dos Céus através de variados recursos que diminuíram o desencanto e a aflição.
À semelhança de um córrego que enfrenta escolhos no seu curso e impedimentos inesperados, avançaste vagarosamente e com segurança, vencendo largo trecho do caminho.
Tuas mãos suadas no trabalho e teus sentimentos estiolados não te impediram de avançar, e mesmo quando os joelhos se desconjuntaram, reunias forças e prosseguias.
Houve instantes penosos e sombrios sob cúmulos de tempestades que te vergastaram. Mesmo aí conseguiste perseverar e em nenhum momento pensaste em desistir.
O teu devotamento atraiu almas abnegadas de ambos os lados da Vida, a fim de auxiliarem no desiderato sublime a que dedicaste a existência.
A palavra do Senhor dava-te segurança e Sua Luz apontava-te o rumo em plena escuridão.
Lentamente a obra de amor planejada pelos guias espirituais da Humanidade ergueu-se e começou a albergar os filhos do Calvário com doçura e encantamento.
Choveram perseguições de ambos os planos, o material e o espiritual, e continuaste sorrindo, e chorando fiel Àquele que te convidou.
Sucederam-se vidas, por outras substituídas, que continuaram velando por ti e sustentando-se nos testemunhos redentores. Em momentos cruciais, quando tudo parecia ruir sob o tropel de forças desgovernadas, Jesus te amparou e ao grupo, de modo que os alicerces mantiveram os edifícios do bem em segurança.
Alcanças o momento das grandes transformações. E as dores se te apresentam excruciantes, assustando-te.
Não temas! O amor a tudo vence a tudo transforma.
Continua amando, sem te importares com as respostas que te chegam.
Este é um período muito grave para o processo histórico da Humanidade. E é natural que sejas igualmente afetado.
Esperaste por esta ocasião entre encantamentos, desolação, e ao surgir a oportunidade anelada, não titubeies, insiste e ama. Ama indiscriminadamente.
*
Quando o amor se apresenta reticente, é preconceituoso e egoico, pois que, na sua intimidade, tudo deve entender e ajudar.
Ao sedento não importa o vaso que se lhe ofereça a linfa refrescante e salvadora. Ao doador, vale matar a sede de quem lhe pede com os recursos possíveis.
O amor é a alma do Universo, e por isso João, o discípulo amado, informou ser o próprio Deus.
A Terra necessita de compaixão, e todos os seres sencientes aguardam o alimento do amor para nutrir-se e desenvolver-se.
Enquanto o amor avança lentamente, o ódio e a indiferença estimulam a insensatez e o desinteresse em favor do triunfo de um instante.
A caravana dos autossatisfeitos é muito grande e cresce ao influxo das mentes em desalinho que enxameiam no Mais-além inferior, nutrindo-se das excessivas distrações e prazeres cada vez mais exorbitantes das suas vítimas.
Reveste-te de ternura para romper a carapaça que envolve os indiferentes e egoístas.
Sorriem por momento, mas não se furtarão às lágrimas que os buscarão oportunamente.
Quanto a ti, trabalha-te e exaure-te pelo Reino de Deus, permanecendo confiante.
Não fraquejes agora por estares em carência.
Somente houve a gloriosa ressurreição do Mestre, porque antes aconteceram os aziagos fenômenos de traição, de dor e de abandono, que culminaram na Sua morte.
São muitos os seareiros da luz que te pedem coragem e perseverança na batalha que estás travando entre lágrimas e desconsolo.
Ora mais e penetra-te de paz e confiança, amando sem cessar, mesmo que não venhas a receber a resposta afetiva desejada.
*
Cristão sem condecoração do sofrimento ainda não passou pelo campo de batalha.
Assim, transforma as tuas dores e expectativas num hino de amor e de alegria, certo da vitória final ao lado daqueles que também te amam.
Sofrimento e amor são termos luminosos da equação existencial.

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na noite de 28.3.2016, na sessão mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

O Umbral. Disponível em: <https://espiritismodaalma.wordpress.com/2017/11/12/o-umbral/> Acesso em 29 fev 2020.

Religião. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o>. acesso em 29 fev 2020.

Sofrimento e amor. Disponível em: <http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=416>. Acesso em 29 fev 2020.

XAVIER, Francisco Cândido. Fonte de Paz. Espíritos Diversos. IDE. Capítulo 7.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020


Estudo do livro Nosso Lar


NOTÍCIAS DO PLANO


O estudo do capítulo 11 tem como informações gerais:
1)  Personagem: André Luiz, Lísias
2)  Temas: Organização colonial

“11
NOTÍCIAS DO PLANO
Desejaria meu generoso companheiro facultar-me observações diferentes, nos diversos bairros da colônia, mas obrigações imperiosas chamavam-no ao posto.
- Terá você ocasião de conhecer as diversas regiões dos nossos serviços - exclamou bondosamente -' pois, conforme vê, os Ministérios do "Nosso Lar" são enormes células de trabalho ativo. Nem mesmo alguns dias de estudo oferecem ensejo à visão detalhada de um só deles. Não lhe faltará oportunidade, porém. Ainda que me não seja possível acompanhá-lo, Clarêncio tem poderes para obter-lhe ingresso fácil em qualquer dependência.”

os Ministérios do "Nosso Lar" são enormes células de trabalho ativo.”  Enormes células? Trabalho ativo?
Em todo lugar do universo há trabalho e há lugares imensos onde permite que todos exerçam atividades produtivas em prol do próprio progresso espiritual e dos que estão ao redor.

 “Voltamos ao ponto de passagem do aeróbus, que não se fez esperar. Agora, sentia-me quase à vontade. A presença de muitos passageiros não me constrangia. A experiência anterior fizera-me benefícios enormes. Esfervilhava-me o cérebro de úteis indagações. Interessado em resolvê-las, aproveitei o minuto para valer-me do companheiro, quando possível.
- Lísias, amigo - perguntei -, poderá informar-me se todas as colônias espirituais são idênticas a esta? Os mesmos processos, as mesmas características?
- De modo algum. Se nas esferas materiais, cada região e cada estabelecimento revelam traços peculiares, imagine a multiplicidade de condições em nossos planos. Aqui, tal como na Terra, as criaturas se identificam pelas fontes comuns de origem e pela grandeza dos fins que devem atingir; mas importa considerar que cada colônia, como cada entidade, permanece em degraus diferentes na grande ascensão. Todas as experiências de grupo diversificam-se entre si e "Nosso Lar" constitui uma experiência coletiva dessa natureza. Segundo nossos arquivos, muitas vezes os que nos antecederam buscaram inspiração nos trabalhos de abnegados trabalhadores de outras esferas; em compensação, outros agrupamentos buscam o nosso concurso para outras colônias em formação. Cada organização, todavia, apresenta particularidades essenciais.”

Toda organização tem trabalhos diversos a serem realizados por espíritos que se identificam por afinidades seja de evolução, de pensamentos e/ou atitudes.

“Observando que o intervalo se fazia mais longo, interroguei:
- Partiu daqui a interessante formação de Ministérios?
- Sim, os missionários da criação de "Nosso Lar" visitaram os serviços de "Alvorada Nova", uma das colônias espirituais mais importantes que nos circunvizinham e ali encontraram a divisão por departamentos. Adotaram o processo, mas substituíram a palavra departamento por Ministério, com exceção dos serviços regeneradores, que, somente com o Governador atual, conseguiram elevação. Assim procederam, considerando que a organização em Ministérios é mais expressiva, como definição de espiritualidade.”

Na maioria das vezes, diante dos obstáculos, o ser espiritual, - encarnado ou desencarnado -, se desespera e, como sempre, o tempo se encarrega de colocar a situação em ordem e se ajustando e se adequando as novas situações.

 “- Muito bem! - acrescentei.
- E não é tudo - prosseguiu o enfermeiro, atencioso -, a instituição é eminentemente rigorosa, no que concerne à ordem e à hierarquia. Nenhuma condição de destaque é concedida aqui a título de favor. Somente quatro entidades conseguiram ingressar, com responsabilidade definida, no curso de dez anos, no Ministério da União Divina. Em geral, todos nós, decorrido longo estágio de serviço e aprendizado, voltamos a reencarnar, para atividades de aperfeiçoamento.”

Todo ser espiritual precisa praticar atividades e tentar aprender a fim de se aperfeiçoar e evoluir.

 “Enquanto eu ouvia essas informações, justamente curioso, Lísias continuava:
- Quando os recém-chegados das zonas inferiores do Umbral se revelam aptos a receber cooperação fraterna, demoram no Ministério do Auxílio; quando, porém, se mostram refratários, são encaminhados ao Ministério da Regeneração. Se revelam proveito, com o correr do tempo são admitidos aos trabalhos de Auxílio, Comunicação e Esclarecimento, a fim de se prepararem, com eficiência, para futuras tarefas planetárias. Somente alguns conseguem atividade prolongada no Ministério da Elevação, e raríssimos, em cada dez anos, os que alcançam intimidade nos trabalhos da União Divina. E não suponha que os testemunhos sejam vagas expressões de atividade idealista. Já não estamos na esfera do globo, onde o desencarnado é promovido compulsoriamente a fantasma. Vivemos em circulo de demonstrações ativas. As tarefas de Auxílio são laboriosas e complicadas, os deveres no Ministério da Regeneração constituem testemunhos pesadíssimos, os trabalhos na Comunicação exigem alta noção da responsabilidade individual, os campos do Esclarecimento requisitam grande capacidade de trabalho e valores intelectuais profundos, o Ministério da Elevação pede renúncia e iluminação, as atividades da União Divina requerem conhecimento justo e sincera aplicação do amor universal. A Governadoria, por sua vez, é sede movimentada de todos os assuntos administrativos, numerosos serviços de controle direto, como, por exemplo, o de alimentação, distribuição de energias elétricas, trânsito, transporte e outros. Aqui, em verdade, a lei do descanso é rigorosamente observada, para que determinados servidores não fiquem mais sobrecarregados que outros; mas a lei do trabalho é também rigorosamente cumprida. No que concerne ao repouso, a única exceção é o próprio Governador, que nunca aproveita o que lhe toca, nesse terreno.”

Há sempre trabalho para todo e qualquer criatura que deseja sair da zona do sofrimento; assim como, toda uma organização preparada para recebê-la auxiliando no seu progresso e o do Universo.


“- Mas, nunca se ausenta ele do palácio? - interroguei.
- Somente nas ocasiões que o bem público o exige. A não ser em obediência a esse imperativo, o Governador vai semanalmente ao Ministério da Regeneração, que representa a zona de "Nosso Lar" onde há maior número de perturbações, dada a sintonia de muitos dos seus abrigados com os irmãos do Umbral. Numerosas multidões de espíritos desviados ali se encontram recolhidas. Aproveita ele, pois, as tardes de domingo, depois de orar com a cidade no Grande Templo da Governadoria, para cooperar com os Ministros da Regeneração, atendendo-lhes os difíceis problemas de trabalho. Nesse mister, priva-se, às vezes, de alegrias sagradas, amparando a desorientados e sofredores.”

Todos na Colônia Espiritual precisam trabalhar; assim como, ter o descanso necessário para o refazimento de suas energias; e, todos, podem utilizar o tempo disponível para realizar as tarefas que desejarem.


“Deixara-nos o aeróbus nas vizinhanças do hospital, onde me aguardava o aposento confortador.
Em plena via pública, ouviam-se, tal qual observara à saída, belas melodias atravessando o ar. Notando-me a expressão indagadora, Lísias explicou fraternalmente:
- Essas músicas procedem das oficinas onde trabalham os habitantes de "Nosso Lar". Após consecutivas observações, reconheceu a Governadoria que a música intensifica o rendimento do serviço, em todos os setores de esforço construtivo. Desde então, ninguém trabalha em "Nosso Lar", sem esse estimulo de alegria.
Nesse ínterim, porém, chegáramos à Portaria. Atencioso enfermeiro adiantou-se e notificou:
- Irmão Lísias, chamam-no ao pavilhão da direita para serviço urgente.
O companheiro afastou-se, calmo, enquanto eu me recolhia ao aposento particular, repleto de indagações íntimas.”

Tudo é harmonia nas diversas casas do Pai desde a “simples” paisagem como o som transmitido com amor e por amor.

Textos relacionados com o capítulo que servem de reflexão e compreensão

Relações de Além-túmulo
274. As diferentes ordens de Espíritos estabelecem entre estes uma hierarquia de poderes; há entre eles subordinação e autoridade?
“Sim, muito grande; os Espíritos têm uns sobre os outros uma autoridade relativa à sua superioridade, que eles exercem por um ascendente moral irresistível.”

Necessidade do Trabalho
675. Só se devem entender por trabalho as ocupações materiais?
“Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é um trabalho.”

683. Qual é o limite do trabalho?
“O limite das forças; além disso, Deus deixa o homem livre.”

685. O homem tem direito ao repouso, na sua velhice?
 “Sim, sua obrigação vai apenas até o limite de suas forças.”

a) Mas de que recurso disporá o velho que precisa trabalhar para viver e não
pode?
“O forte deve trabalhar para o fraco; não tendo ele família, a sociedade deve
fazer as vezes desta: é a lei de caridade.”
(Livro dos Espíritos)

É pela bênção do trabalho que podemos esquecer os pensamentos que nos perturbam, olvidar os assuntos amargos, servindo ao próximo, no enriquecimento de nós mesmos.
Com o trabalho, melhoramos nossa casa e engrandecemos o trecho de terra onde a Providência Divina nos situou.
Ocupando a mente, o coração e os braços nas tarefas do bem, exemplificamos a verdadeira fraternidade, e adquirimos o tesouro da simpatia, com o qual angariaremos o respeito e a cooperação dos outros.
Quem não sabe ser útil não corresponde à Bondade do Céu, não atende aos seus justos deveres para com a Humanidade nem retribui a dignidade da pátria amorosa que lhe serve de Mãe.
O trabalho é uma instituição de Deus.
*
"Quem move as mãos no serviço,
Foge à treva e à tentação.
Trabalho de cada dia
É senda da perfeição."
XAVIER, Francisco Cândido. Pai Nosso. Pelo Espírito Meimei. FEB.
Disponível em http://www.reflexoesespiritas.org/mensagens-espiritas/1472-bencao-do-trabalho

“Dever e Trabalho
O compromisso de trabalho inclui o dever de associar-se a criatura ao esforço de equipe na obra a realizar.
Obediência digna tem o nome de obrigação cumprida no dicionário da realidade.
Quem executa com alegria as tarefas consideradas menores, espontaneamente se promove as tarefas consideradas maiores.
A câmara fotográfica nos retrata por fora, mas o trabalho nos retrata por dentro.
Quem escarnece da obra que lhe honorifica a existência, desprestigia a si mesmo.
Servir além do próprio dever não é bajular e sim entesourar apoio e experiência, simpatia e cooperação.
Na formação e complementação de qualquer trabalho, é preciso compreender para sermos compreendidos.
Quando o trabalhador converte o trabalho em alegria, o trabalho se transforma na alegria do trabalhador.”
Francisco Cândido Xavier. Da obra: Sinal Verde.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
42a edição. Uberaba, MG: CEC, 1996. 
Disponível em http://www.fraseespirita.com.br/2014/12/dever-e-trabalho-andre-luiz.html

O Valor do Trabalho
Ninguém contestava os nobres sentimentos de Cecília Montalvão; entretanto, era de todos sabida sua aversão ao trabalho. No fundo, excelente criatura cheia de conceitos filosóficos, por indicar ao próximo os melhores caminhos. Palestra fácil e encantadora, gestos espontâneos e afetuosos, seduzia quem lhe escutasse o verbo carinhoso. Se a família adotasse outros princípios que não fossem os do Espiritismo cristão, Cecília propenderia talvez à vida conventual. Assim, não ocultava sua admiração pelas moças que, até hoje, de quando em quando se recolhem voluntariamente à sombra do claustro. Mais por ociosidade que por espírito de adoração a Deus, entrevia nos véus freiráticos o refúgio ideal. No entanto, porque o Espiritismo não lhe possibilitava ensejo de ausentar-se do ambiente doméstico, a pretexto de  religiosa, cobrava-se em longas conversações sobre os mundos felizes. Dedicava-se, fervorosa, a toda expressão literária referente às esferas de paz reservadas aos que muito sofreram nos serviços humanos. As mensagens do Além, que descrevessem tais lugares de repouso, eram conservadas com especial dedicação. As descrições dos planetas superiores causavam-lhe arroubos indefiníveis. Cecília não cuidava de outra coisa que não fosse a antevisão das glórias celestiais. Embalde a velha mãezinha a convocava à lavanderia ou à copa. Nem mesmo nas ocasiões em que o genitor se recolhia ao leito, tomado de tenaz enxaqueca, a jovem abandonava semelhantes atitudes de alheamento às tarefas necessárias. Não raro discutia sobre as festividades magnificentes a que teria direito, após a morte do corpo. Ao seu pensar, o círculo evolutivo que a esperava devia ser imenso jardim de Espíritos redimidos, povoado de perfumes e zéfiros harmoniosos.
No grupo íntimo de preces da família, costumava cooperar certa entidade generosa e evolvida, que se dava a conhecer pelo nome de Eliezer. Cecília interpretava-lhe as advertências de modo puramente individual. Se o amigo exortava ao trabalho, não admitia que a indicação se referisse a serviços na Terra.
– Este planeta – dizia enfaticamente – é lugar indigno, escura paragem de almas criminosas e enfermas. Seria irrespirável o ar terrestre se não fora o antegozo dos mundos felizes. Oh! como deve ser sublimes vida em Júpiter, a beleza dos dias em Saturno, seguidos de noites iluminadas de anéis resplandecentes! O pântano terrestre envenena as almabem formadas e não poderemos fugir à repugnância e ao tédio doloroso!...
– Mais, minha filha – objetava a genitora complacente –, não devemos adotar opiniões tão extremistas. Não é o planeta inútil e mau assim. Não será justo interpretar nossa existência terrena como fase de preparação educativa? Sempre notei que qualquer trabalho, desde que honesto, é título de glória para a criatura...
Todavia, antes que a velha completasse os conceitos, voltava a filha intempestivamente, olvidando carinhosas observações de Eliezer:
– Nada disso! A senhora, mamãe, cristalizada como se encontra, entre pratos e caçarolas, não me poderá compreender. Suas observações resultam da rotina cruel, que se esforça por não quebrar. Este mundo é cárcere sombrio, onde tudo é miséria angustiosa e creio mesmo que o maior esforço, por extinguir sofrimentos, seria igual ao de alguém que desejasse apagar um vulcão com algumas gotas d’água. Tudo inútil. Estou convencida de que a Terra foi criada para triste destinação. Só a morte física pode restituir-nos a liberdade. Transportar-nos-emos a esferas ditosas, conheceremos paraísos iluminados e sem-fim.
A senhora Montalvão contemplava a filha, lamentando-lhe a atitude mental, e, esganando os móveis, por não perder tempo, respondia tranquila, encerrando a conversa:
– Prefiro crer, minha filha, que tanto a vela de sebo, como a estrela luminosa, representam dádivas de Deus às criaturas. E, se não sabemos valorizar ainda a vela pequenina que está neste mundo, como nos atreveremos a invadir a grandeza dos astros?
E antes que a moça voltasse a considerações novas, a bondosa genitora corria à cozinha, a cuidar do jantar.
Qualquer tentativa, tendente a esclarecer a jovem, redundava infrutífera. Solicitações enérgicas dos pais, pareceres criteriosos dos amigos, advertências do plano espiritual, eram relegados a completo esquecimento.
Fervorosa admiradora da vida e obras de Teresa de Jesus, a notável religiosa da Espanha do século XVI, Cecília endereçava-lhe ardentes rogativas, idealizando a missionária do Carmelo num jardim de delicias, diariamente visitada por Jesus e seus anjos. Não queria saber se a grande mística trabalhava, ignorava-lhe as privações e sofrimentos, para só recordá-la em genuflexão ao pé dos altares.
Acentuando-se-lhe a preguiça mental, vivia segregada, longe de tudo e de todos.
Essa atitude influía vigorosamente no seu físico, e muito antes de trinta anos Cecília regressava ao plano espiritual, absolutamente envolvida na atmosfera de ilusões. Por isso mesmo, dolorosas lhe foram as surpresas da vida real.
Despertou além-túmulo, sem lobrigar vivalma. Depois de longos dias solitários e tristes, a caminhar sem destino, encontrou uma Colônia espiritual, onde, no entanto, não havia criaturas em ociosidade. Todos trabalhavam afanosamente. Pediu, receosa, admissão à presença do respectivo diretor. Recebeu-a generoso ancião, em espaçoso recinto. Observando-lhe, porém, as lânguidas atitudes, o velhinho amorável sentenciou:
– Minha filha, não posso hoje dispor de muito tempo ao seu lado, pelo que espero manifeste seus propósitos sem delongas.
Estupefata ante o que ouvia, ela expôs suas mágoas e desilusões, com lágrimas amargurosas. Supunha que após a morte do corpo não houvesse trabalho. Estava confundida em angustioso abatimento. Sorriu o ancião benévolo e acrescentou:
– Essas fantasias são neblinas no céu dos pensamentos. Esqueça-as, bondosa menina. Não se gaste em referências pessoais.
E entremostrando preocupação de serviço, concluía:
– Por não termos descanso para hoje, gostaria dissesse em que lhe posso ser útil.
Desapontada, lembrou a jovem a bondade de Eliezer e explicou o desejo de encontrá-lo.
O velhinho pensou alguns momentos e esclareceu:
– Não disponho de auxiliares que possam ajudá-la, mas posso orientá-la quanto à direção que precisa tomar.
Colocada a caminho, Cecília Montalvão viu-se perseguida de elementoinferiores; figuras repugnantes apresentavam-se-lhe na estrada, perguntando pelas regiões de repouso. Depois de emoções amargas, chegou à antiga residência, onde os familiares não lhe perceberam a nova forma. Ia retirar-se em pranto, quando viu alguém sair da cozinha num halo de luz. Era o generoso Eliezer que a ela se dirigia com sorriso afetuoso. Cecília caiu-lhe nos braços fraternais e queixou-se, lacrimosa:
– Ah! meu venerando amigo, estou abandonada de todos. Compadecei-vos de mim!... Guiai-me, por caridade, aos caminhos da paz!...
– Acalma-te – murmurou o benfeitor plácido e gentil –, hoje estou bastante ocupado; entretanto, aconselho-te a orar fervorosamente, renovando resoluções.
– Ocupado? – bradou a jovem, desesperada – não sois instrutor na revelação espiritual?
– Sim, sim, de dias a dias coopero no serviço das verdades divinas, mas tenho outras responsabilidades a atender.
– E que tereis no dia de hoje, em caráter tão imperativo, abandonando-me também à maneira dos outros? – interrogou a recém-desencarnada revelando funda revolta.
– Devo auxiliar tua mãezinha nos encargos domésticos – ajuntou Eliezer brandamente –, logo mais tenho serviço junto a irmãos nossos. Não te recordas do tintureiro da esquina próxima? Preciso contribuir no tratamento da filha, que se feriu no trabalho, ontem à noite, por excesso de fadiga no ganha-pão. Lembras-te do nosso Natércio, o pedreiro? O pobrezinho caiu hoje de grande altura, machucou-se bastante e aguarda-me no hospital.
A interlocutora estava envergonhada. Somente agora se reconhecia vítima de si mesma.
– Não poderíeis localizar-me aqui, auxiliando a mamãe? – perguntou suplicante.
– É impossível, por enquanto – esclareceu o amigo solícito –, só podemos cooperar com êxito no trabalho para cuja execução nos preparamos devidamente. A preocupação de fugir aos espanadores e caçarolas tornou-te inapta ao concurso eficiente. Estiveste mais de vinte e cinco anos terrestres, nesta casa, e teimaste em não compreender a laboriosa tarefa da genitora. Não é possível que te habilites a ombrear com ela no trabalho, de um instante para outro.
A jovem compreendeu o alcance da observação e chorou amargamente. Abraçou-a Eliezer, com ternura fraternal, e falou:
– Procura o conforto da prece. Não eras tão amiga de Teresa? Esqueceste-a? Essa grande servidora de Jesus tem a seu cargo numerosas tarefas. Se puder, não te deixará sem a luz do serviço.
Cecília ouviu o conselho e orou como nunca havia feito. Lágrimas quentes lavavam-lhe o rosto entristecido. Incoercível força de atração requisitou-a a imenso núcleo de atividade espiritual, região essa, porém, que conseguiu atingir somente após dificuldades e obstáculos oriundos da influenciação de seres inferiores, identificados com as sombras que lhe envolviam o coração.
Em lugar de maravilhosos encantos naturais, a ex-religiosa de Espanha recebeu-a generosamente. Ante as angustiosas comoções que paralisavam a voz da recém-chegada, a servidora do Cristo esclareceu amorável:
– Nossas oficinas de trabalho estão hoje grandemente sobrecarregadas de compromissos; mas as tuas preces me tocaram o coração. Conforme vês, Cecília, depois de abandonares a oportunidade de realização divina, que o mundo te oferecia, só encontraste, sem deveres, as criaturas infernais. Onde haja noção do Bem e da Verdade, há imensas tarefas a realizar.
Vendo que a jovem soluçava, continuou:
– Estás cansada e abatida, enquanto os que trabalham no bem se envolvem no manto generoso da paz, mesmo nas esferas mais rudes do globo terrestre. Pedes medicamento para teus males e recurso contra tentações; no entanto, para ambos os casos eu somente poderia aconselhar o remédio do trabalho. Não aquele que apenas saiba receitar obrigações para outrem, ou que objetive remunerações e vantagens isoladas; mas o trabalho sentido e vivido dentro de ti mesma. Este é o guia na descoberta de nossas possibilidades divinas, no processo evolutivo do aperfeiçoamento universal. Nele, Cecília, a alma edifica a própria casa, cria valores para a ascensão sublime. Andaste enganada no mundo quando julgavas que o serviço fosse obrigação exclusiva dos homens. Ele é apanágio de todas as criaturas, terrestres e celestes. A verdadeira  não te poderia ensinar tal fantasia. Sempre te ouvi as orações; no entanto, nunca abriste o espírito às minhas respostas fraternais. Ninguém vive aqui em beatitude descuidosa, quando tantas almas heroicas sofrem e lutam nobremente na Terra.
Enquanto a voz da bondosa serva do Evangelho fazia uma pausa, Cecília ajuntou de mãos postas:
– Benfeitora amada, concedei-me lugar entre aqueles que cooperam convosco!...
Teresa, sinceramente comovida, esclareceu com bondade:
– Os quadros de meus serviços estão completos, mas tenho uma oportunidade a oferecer-te. Requisitam minha atenção num velho asilo de loucos, na Espanha.
Desejas ajudar-me ali?
Cecília não cabia em si de gratidão e júbilo.
E, naquele mesmo dia, voltava à Terra com obrigações espirituais, convicta de que, auxiliando os desequilibrados, havia de encontrar o próprio equilíbrio.
Disponível em https://dirceurabelo.wordpress.com/2011/12/09/chico-xavier-obra-completa-em-ordem-cronologica/


O Trabalho como Benção da Vida
Você já reparou quantas vezes reclamamos do trabalho? Se vamos falar de trabalho, sempre o associamos à dificuldade, ao desprazer, a algo difícil e penoso de se fazer.
Será mesmo o trabalho algo tão ruim, como se fosse um castigo a se cumprir?
origem da palavra trabalho remonta à Roma antiga, quando essa palavra era associada a um instrumento de tortura, o tripalium.
Vem daí a conotação do trabalho com sofrimento. Mas será essa mesma a função do trabalho?
Se observarmos a natureza, será fácil verificar que não há quem não trabalhe. Seja o joão-de-barro construindo o ninho para acolher sua companheira e a futura prole; ou a lagarta, tecendo o casulo que guarda a beleza da borboleta em gérmen; ou ainda a abelha colhendo o pólen para fabricar seu doce alimento.
Tudo em a natureza trabalha. Não poderia ser diferente com o homem.
Para os animais, o trabalho é sinônimo de sobrevivência. Trabalha a ave, o inseto, o grande e o pequeno, todos trabalham, como lei de sobrevivência, lei do instinto que os faz buscar o alimento, construir o abrigo, proteger a prole.
E para que serve o trabalho para nós?
Longe da conotação latina de tortura, devemos entender o trabalho como ferramenta que a Divindade nos oferece como processo de aprendizado.
Sendo o trabalho toda ocupação útil a que nos vinculamos, serve como exercício do desenvolvimento de nossas capacidades intelectuais, morais ou emocionais.
Dessa forma, trabalha a dona de casa, ao buscar o asseio do lar, ao confeccionar a comida saborosa para nutrir a família.
Trabalham o pedreiro e o engenheiro na construção do edifício, trabalha o voluntário, doando seu tempo em nome do amor ao próximo.
De uma ou de outra forma, é o trabalho a ferramenta bendita que a Divindade nos oferece para o progresso pessoal.
O ócio, o tempo descomprometido, servem como oportunidades para que os desajustes de nossa intimidade ganhem corpo, ao longo das horas vazias.
Ao contrário, a hora preenchida pela ocupação útil é oportunidade de aprendizado, de interiorizar novas capacidades, nos mais variados campos de nossa intimidade.
Jesus nos lembrava que Ele trabalhava sem cessar, assim como o Pai Celeste igualmente trabalha.
Assim, nunca reclamemos do trabalho que a vida nos ofereça. Ao contrário, a cada dia, agradeçamos a Deus o trabalho bendito e honesto, que nos será passaporte para dias mais felizes, nessa e na outra vida.
O descanso é necessidade natural do organismo, e direito de todos nós, após a jornada de trabalho, a fim de refazer ânimos e recuperar as energias.

Mas jamais nos permitamos o descanso em excesso, fazendo como aqueles que se iludem com os objetivos da vida, imaginando-se em um parque de diversões.
Tenhamos em mente que nascemos todos em bendita oficina de trabalho, que é a Terra, a fim de forjar nossos caracteres e valores.
E, ao início e fim de cada jornada de trabalho, agradeçamos a ocupação útil, remunerada ou voluntária, dentro ou fora do lar, lembrando de todos aqueles que adorariam poder estar em nosso lugar.”
Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=4222


Indispensabilidade do Trabalho
O progresso, nas suas mais variadas expressões, tem as suas diretrizes fixadas na lei do trabalho, sem o que não se conseguiria sustentar.
Desse modo, em todo o Universo, o trabalho é a expressão de grandeza que reflete a glória do Pai Criador.
O silêncio sideral é somente pobreza da humana acústica, quanto o repouso é colocação improcedente, de referência às realidades da vida.
Em tudo e em toda a parte, onde pulsa a vida, a lei do trabalho produz e comanda as soberanas realizações.
Ninguém que dele se encontre isento a pretexto algum ou possa prescindir do seu relevante cometimento.
Portanto, não te escuses do seu sagrado compromisso.
Vives o teu maior momento e é imprescindível que o aproveites com sabedoria, galgando os degraus da evolução, a penates que sejam de dor e pranto, de ansiedade e sofrimento, porém, com as mãos na charrua da ação edificante, amando e servindo sem cansaço.
Aqueles que encontramos Jesus, aprendemos que serviço é a honra que nos cumpre disputar em qualquer situação em que nos encontremos.
Há sofrimento que nos espia e ação que nos aguarda.
Os santos, os cientistas e heróis não nasceram concluídos, fizeram-se através de infatigável trabalho com que se lapidaram as arestas, superando-se, até poderem esculpir no imo d’alma a destinação gloriosa de todos nós.
Ninguém que se encontre em regime especial ou condição de privilegiado, eximindo-se ao trabalho.
A luta é lugar comum para todos nós, Espíritos imperfeitos que reconhecemos ser.
Mediante o trabalho, fomenta-se a grandeza do mundo e estabelecem-se as condições de harmonia e paz entre as criaturas humanas.
Regiões insalubres, vales tristes e ermos, pântanos letais, desertos sáfaros aguardam a ação do trabalho com que se converterão em celeiros de bênçãos e oásis de paz.
Trabalha e trabalha sempre, renovando-te sem cessar.
Jesus, o Excelso trabalhador, continua até hoje laborando a nosso benefício e aguardando que, a nosso turno, façamos o mesmo a benefício próprio e do mundo.”
Por Joanna de Angelis
Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=2086


“Felicidade e Trabalho
Felicidade e trabalho - dois temas da vida que se complementam - à maneira do teto e do alicerce de uma construção.
Indubitavelmente, a Terra ainda é uma estância de provas regenerativas, sem possibilidade de oferecer-nos a felicidade integral; entretanto, nela encontramos todo o material de que necessitamos para alteá-la na categoria dos mundos.
Dificuldade, tribulação, sofrimentos e atritos são alguns dos agentes, com os quais se nos fará possível organizar o aperfeiçoamento de nós mesmos.
Se podemos sugerir o começo do imenso trabalho alusivo á realização que demandamos, é preciso erradicar a insatisfação que tantas vezes nos caracteriza, instalando em nós outros, o amor e a humildade, a paciência e a coragem, por instrumentos de serviço que nos será possível manejar com acerto, em nosso próprio benefício.
Não existe pântano que não possa ser drenado e nem penúria que a benemerência não consiga extinguir.
Em suma, estamos todos - os espíritos vinculados à Terra - num plano de grandes conflitos, carregando o fardo de nossas imperfeições, adquiridas ao longo dos milênios, mas o Supremo Pai jamais nos sonegou a bênção da esperança e, em razão disso, ser-nos-á possível aceitar os agentes de que dispomos, a fim de melhorar-nos, melhorando a vida, em torno de nós.
A vida no Planeta é assinalada por embates e antagonismos diversos, no entanto, a paz e a alegria se nos farão companheiros em todos os dias da Terra e do Mais Além, se nos dispusermos a aceitar a existência que nos foi concedida, a amar aos nossos semelhantes e a servir incessantemente, realizações que demandam unicamente uma só atitude
- Trabalhar.”
Por Emmanuel
Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=4491

“Beneficência e Trabalho
Abeiramo-nos de uma época em que a bênção da caridade precisará nascer no imo da prestação de serviço e, por esta mesma razão, as próprias casas de beneficência, no porvir, se manterão por si próprias à custa do esforço e da colaboração dos que se beneficiam delas e daqueles que as dirigem com alma e coração.
homem compreenderá um dia que, colocado à frente do trabalho, encontrará nesse apoio o caminho das próprias realizações.
Tudo se move pelo trabalho, tudo se faz pelo trabalho e com o trabalho sempre mais digno a Humanidade descobrirá os seus mais altos roteiros de redenção.”
Por Batuíra
Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=5471


Leitura Complementar



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FRANCO, Divaldo. Oferenda. Pelo espírito Joanna de Angelis. Salvador: Livraria Leal, 2004.
KARDEC, Allan. A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro da 5. ed. francesa. 48. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.
______. O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo. Trad. de Manuel Justiniano Quintão. 57. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.
______. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro da 3. ed. francesa rev., corrig. e modif. pelo autor em 1866. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.
______. O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita. Trad. de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.
XAVIER, Francisco Cândido. Mais luz. Pelo espírito Batuíra. Editora GEEM, 1970.
_______. Monte Acima. Pelo espírito Emmanuel. Editora GEEM, 1985.
_______. Pai Nosso. Pelo espírito Meimei. Editora FEB, 1952.

_______. Reportagens de Além-túmulo. Pelo espírito Humberto de Campos. Brasília: Lake, 1943.
_______. Sinal Verde. Pelo espírito André Luiz. Brasília: Edição CEC, 1972.