Introdução
- Item III - Noticias Históricas
Para bem se compreenderem algumas passagens dos
Evangelhos, necessário se faz conhecer o valor de muitas palavras nelas
frequentemente empregadas e que caracterizam o estado dos costumes e da
sociedade judia naquela época. Já não tendo para nós o mesmo sentido, essas
palavras foram com frequência mal interpretadas, causando isso uma espécie de
incerteza. A inteligência da significação delas explica, ademais, o verdadeiro
sentido de certas máximas que, à primeira vista, parecem singulares.
Samaritanos. – Após o cisma das dez tribos, Samaria se constituiu a
capital do reino dissidente de Israel. Destruída e reconstruída várias vezes,
tornou-se, sob os romanos, a cabeça da Samaria, uma das quatro divisões da
Palestina. Herodes, chamado o Grande, a embelezou de suntuosos monumentos e,
para lisonjear Augusto, lhe deu o nome de Augusta, em grego Sebaste.
Os samaritanos estiveram quase constantemente
em guerra com os reis de Judá. Aversão profunda, datando da época da separação,
perpetuou-se entre os dois povos, que evitavam todas as relações recíprocas.
Aqueles, para tornarem maior a cisão e não terem de vir a Jerusalém pela
celebração das festas religiosas, construíram para si um templo particular e
adotaram algumas reformas. Somente admitiam o Pentateuco, que continha a lei de
Moisés, e rejeitavam todos os outros livros que a esse foram posteriormente
anexados. Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais
alta antiguidade. Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos[1]
e, portanto, desprezados, anatematizados e perseguidos. O antagonismo das duas
nações tinha, pois, por fundamento único a divergência das opiniões religiosas;
se bem fosse a mesma a origem das crenças de uma e outra. Eram os
protestantes desse tempo.
Ainda hoje se encontram samaritanos em algumas
regiões do Levante, particularmente em Nablus e em Jaffa. Observam a lei de
Moisés com mais rigor que os outros judeus e só entre si contraem alianças.
Nazarenos. – Nome dado, na antiga lei, aos judeus que
faziam voto, perpétuo ou temporário, de guardar perfeita pureza. Eles se comprometiam a observar a castidade, a
abster-se de bebidas alcoólicas e a conservar a cabeleira. Sansão, Samuel e
João Batista eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram esse nome aos
primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.
Também foi essa a denominação de uma seita
herética dos primeiros séculos da Era Cristã, a qual, do mesmo modo que os
ebionitas, de quem adotava certos princípios, misturava as práticas do mosaísmo
com os dogmas cristãos, seita essa que desapareceu no século quarto.
Publicanos. – Eram assim chamados, na antiga Roma, os cavalheiros
arrendatários das taxas públicas, incumbidos da cobrança dos impostos e das
rendas de toda espécie, quer em Roma mesma, quer nas outras partes do Império. Eram como os arrendatários gerais e
arrematadores de taxas do antigo regímen na França e que ainda existem nalgumas
regiões. Os riscos a que estavam sujeitos faziam que os olhos se fechassem para
as riquezas que muitas vezes adquiriam e que, da parte de alguns, eram frutos
de exações e de lucros escandalosos. O nome de publicano se estendeu mais tarde
a todos os que superintendiam os dinheiros públicos e aos agentes subalternos.
Hoje esse termo se emprega em sentido pejorativo, para designar os financistas
e os agentes pouco escrupulosos de negócios. Diz-se por vezes: “Ávido como um
publicano, rico como um publicano”, com referência a riquezas de mau quilate.
De toda a
dominação romana, o imposto foi o que os judeus mais dificilmente aceitaram e o
que mais irritação causou entre eles. Daí nasceram várias revoltas, fazendo-se
do caso uma questão religiosa, por ser considerada contrária à Lei. Constituiu-se, mesmo, um partido poderoso, a
cuja frente se pôs um certo Judá, apelidado o Gaulonita, tendo por princípio o
não pagamento do imposto. Os judeus, pois, abominavam o imposto e, como
consequência, todos os que eram encarregados de arrecadá-lo, donde a aversão
que votavam aos publicanos de todas as categorias, entre os quais podiam
encontrar-se pessoas muito estimáveis, mas que, em virtude das suas funções,
eram desprezadas, assim como os que com elas mantinham relações, os quais se
viam atingidos pela mesma reprovação. Os judeus de destaque consideravam um
comprometimento ter com eles intimidade.
Portageiros. – Eram os arrecadadores de baixa categoria, incumbidos principalmente
da cobrança dos direitos de entrada nas cidades. Suas funções correspondiam mais ou menos à dos empregados
de alfândega e recebedores dos direitos de barreira. Compartilhavam da repulsa
que pesava sobre os publicanos em geral. Essa a razão por que, no Evangelho, se
depara frequentemente com a palavra publicano ao lado da expressão gente de má
vida. Tal qualificação
não implicava a de debochados ou vagabundos. Era um termo de desprezo, sinônimo
de gente de má companhia, gente indigna de conviver com pessoas distintas.
Fariseus (do hebreu parush, divisão, separação). – A tradição
constituía parte importante da teologia dos judeus. Consistia numa
compilação das interpretações sucessivamente dadas ao sentido das Escrituras e
tornadas artigos de dogma. Constituía,
entre os doutores, assunto de discussões intermináveis, as mais das vezes sobre
simples questões de palavras ou de formas, no gênero das disputas teológicas e
das sutilezas da escolástica da Idade Média. Daí nasceram diferentes seitas, cada
uma das quais pretendia ter o monopólio da verdade, detestando-se umas às
outras, como sói acontecer.
Entre essas seitas, a mais influente era a dos fariseus,
que teve por chefe Hillel[2], doutor judeu nascido na Babilônia, fundador
de uma escola célebre, onde se ensinava que só se devia depositar fé nas Escrituras. Sua origem remonta a 180 ou 200 anos antes de
Jesus Cristo. Os fariseus, em diversas épocas, foram perseguidos, especialmente
sob Hircano — soberano pontífice e rei dos judeus —, Aristóbulo e Alexandre,
rei da Síria. Este último, porém, lhes deferiu honras e restituiu os bens, de
sorte que eles readquiriram o antigo poderio e o conservaram até a ruína de
Jerusalém, no ano 70 da Era Cristã, época em que se lhes apagou o nome, em
consequência da dispersão dos judeus.
Tomavam parte ativa nas controvérsias
religiosas. Servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das
cerimônias; cheios de um zelo ardente de proselitismo[3], inimigos dos inovadores,
afetavam grande severidade de princípios; mas, sob as aparências de meticulosa
devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo,
excessiva ânsia de dominação. Tinham
a religião mais como meio de chegarem a seus fins, do que como objeto de fé
sincera. Da virtude nada possuíam, além das exterioridades e da ostentação;
entretanto, por umas e outras, exerciam grande influência sobre o povo, a cujos
olhos passavam por santas criaturas. Daí o serem muito poderosos em Jerusalém.
Acreditavam,
ou, pelo menos, fingiam acreditar na Providência, na imortalidade da alma, na
eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. (Cap. IV, item 4.) Jesus,
que prezava, sobretudo, a simplicidade e as qualidades da alma, que, na lei,
preferia o espírito, que vivifica, à letra, que mata, se aplicou, durante toda
a sua missão, a lhes desmascarar a hipocrisia, pelo que tinha neles
encarniçados inimigos. Essa a razão por que se ligaram aos príncipes dos
sacerdotes para amotinar contra Ele o povo e eliminá-lo.
]Escribas.
– Nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a certos
intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, foi aplicado especialmente aos
doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo. Faziam causa comum com os fariseus,
de cujos princípios partilhavam, bem como da antipatia que aqueles votavam aos
inovadores. Daí o envolvê-los Jesus na reprovação que lançava aos fariseus.
Sinagoga (do grego synagogê, assembleia, congregação). – Um único
templo havia na Judeia, o de Salomão, em Jerusalém, onde se celebravam as
grandes cerimônias do culto. Os judeus, todos os anos, lá iam em peregrinação
para as festas principais, como as da Páscoa, da Dedicação e dos Tabernáculos.
Por ocasião dessas festas é que Jesus também costumava ir lá. As outras cidades
não possuíam templos, mas apenas sinagogas: edifícios onde os judeus se reuniam
aos sábados, para fazer preces públicas, sob a chefia dos anciães, dos
escribas, ou doutores da Lei. Nelas também se realizavam leituras dos livros
sagrados, seguidas de explicações e comentários, atividades das quais qualquer
pessoa podia participar. Por isso é que Jesus, sem ser sacerdote, ensinava aos
sábados nas sinagogas.
Desde a ruína de Jerusalém e a dispersão dos
judeus, as sinagogas, nas cidades por eles habitadas, servem-lhes de templos
para a celebração do culto.
Saduceus. – Seita judia, que se formou por volta do ano 248 antes de
Jesus Cristo e cujo nome lhe veio do de Sadoque, seu fundador. Não criam na
imortalidade, nem na ressurreição, nem nos anjos bons e maus. Entretanto, criam
em Deus; nada, porém, esperando após a morte, só o serviam tendo em vista
recompensas temporais, ao que, segundo eles, se limitava a Providência divina. Assim pensando, tinham a satisfação dos
sentidos físicos por objetivo essencial da vida. Quanto às Escrituras,
atinham-se ao texto da lei antiga. Não admitiam a tradição, nem interpretações
quaisquer. Colocavam as boas obras e a observância pura e simples da Lei acima
das práticas exteriores do culto. Eram, como se vê, os materialistas, os
deístas e os sensualistas da época. Seita pouco numerosa, mas que contava em seu seio
importantes personagens e se tornou um partido político oposto constantemente
aos fariseus.
Essênios ou esseus. – Também seita
judia fundada cerca do
ano 150 antes de Jesus Cristo, ao tempo dos macabeus, e cujos membros,
habitando uma espécie de mosteiros, formavam entre si uma como associação
moral e religiosa. Distinguiam-se pelos costumes brandos e por austeras
virtudes, ensinavam o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e
acreditavam na ressurreição.
Viviam em celibato, condenavam a escravidão e a guerra, punham em comunhão os
seus bens e se entregavam à agricultura. Contrários aos saduceus sensuais, que
negavam a imortalidade; aos fariseus de rígidas práticas exteriores e de
virtudes apenas aparentes, nunca os essênios tomaram parte nas querelas que
tornaram antagonistas aquelas duas outras seitas. Pelo gênero de vida que
levavam, assemelhavam-se muito aos primeiros cristãos, e os princípios da moral
que professavam induziram muitas pessoas a supor que Jesus, antes de dar começo
à sua missão pública, lhes pertencera à comunidade. É certo que ele há de tê-la
conhecido, mas nada prova que se lhe houvesse filiado, sendo, pois, hipotético
tudo quanto a esse respeito se escreveu.
Terapeutas (do grego therapeutai, formado de therapeuein, servir,
cuidar, isto é: servidores de Deus ou curadores). – Eram sectários[4] judeus contemporâneos do
Cristo, estabelecidos
principalmente em Alexandria, no Egito. Tinham muita relação com os essênios,
cujos princípios adotavam, aplicando-se, como esses últimos, à prática de todas
as virtudes. Eram de extrema frugalidade[5]
na alimentação. Também celibatários, votados à contemplação e vivendo vida
solitária, constituíam uma verdadeira ordem religiosa. Fílon, filósofo judeu
platônico, de Alexandria, foi o primeiro a falar dos terapeutas,
considerando-os uma seita do Judaísmo.
Eusébio, São Jerônimo e outros Pais da Igreja pensam que eles eram cristãos.
Fossem tais, ou fossem judeus, o que é evidente é que, do mesmo modo que os
essênios, eles representam o traço de união entre o Judaísmo e o
Cristianismo.
Questão
para estudo:
1 - Por que Jesus contou a parábola do Bom
Samaritano (cap. XV - ESE)?
Informações adicionais:
Notícias Históricas: dos Samaritanos aos Terapeutas
1) O que é uma seita?
A seita é formada a partir de um grupo de indivíduos que professa
uma doutrina diferente daquela considerada ortodoxa. Daí a heresia no campo da
religião. Quando, porém, ela se institucionaliza, acaba constituindo uma nova
Igreja. Um exemplo: as Igrejas protestantes.
2) Quais as seitas ou divisões que havia na época de Jesus?
De acordo com as Notícias Históricas, de O Evangelho Segundo o
Espiritismo, temos: Samaritanos, Nazarenos, Publicanos, Peageiros, Fariseus,
Escribas, Saduceus, Essênios e Terapeutas.
3) Quem eram os Samaritanos? O que defendiam?
Samaritanos. Proveniente de Shomron, região da antiga Judéia, que
hoje é chamada Samaria. Seus habitantes na Antiguidade eram
chamados shomronim, ou samaritanos. Depois do cisma das dez tribos,
Samaria tornou-se a capital do reino dissidente de Israel. Para não ter que ir
a Jerusalém celebrar as festas religiosas, os samaritanos construíram um templo
particular, em que só admitiam o Pentateuco de Moisés, tornando-se heréticos
aos olhos dos judeus ortodoxos. Por isso, eram desprezados, anatematizados e
perseguidos.
4) Quem eram os Nazarenos? A que se obrigavam?
Nazarenos. Nome de uma seita herética nos primeiros séculos da era
cristã. Os Nazarenos se obrigavam à castidade, à abstinência de álcool e à
conservação de sua cabeleira.
5) Quem eram os Publicanos? Por que eram desprezados?
Os Publicanos eram os coletores de impostos. Em se tratando da
dominação romana, o imposto era o menos tragável pelos judeus. Por isso, sua
aversão e desprezo pelos publicanos.
6) Quem eram os Peageiros? Que tipo de reprovação recebiam?
Peageiros. Cobradores de baixa categoria, encarregados
principalmente da arrecadação dos direitos à entrada nas cidades. Recebiam a
mesma reprovação aplicada aos Publicanos.
7) Quem eram os fariseus? O que ostentavam?
Fariseus. Esta palavra deriva do grego pharisaios, “separados” ou
“isolados”. Refere-se à seita judaica existente na Judéia nos dois últimos
séculos antes de Cristo. Para eles, acostumados à controvérsia, a religião era
muito mais de fachada, pois queriam apenas ostentar que a possuía em grau
elevado de virtude.
8) Quem eram os Escribas? A quem se assemelhavam?
Escribas. Designação aplicada aos doutores que ensinavam a lei de
Moisés. Sua causa era a mesma dos fariseus, totalmente contrários à inovação.
9) Quem eram os Saduceus? No que acreditavam?
Os Saduceus pertenciam a uma seita judia, fundada por Sadoc.
Não acreditavam na imortalidade da alma, nem na ressurreição e nem nos bons e
maus anjos. Eles eram os materialistas, os deístas e os sensualistas da época.
10) Quem eram os Essênios? Jesus professou esta seita?
Essênios. Seita do judaísmo fundada no século II a.C. Distinguiam-se
pelos costumes brandos e virtudes austeras. Seu modo de vida aproxima-se dos
primeiros cristãos, levando algumas pessoas a crer que Jesus fazia parte desta
seita.
11) Quem eram os Terapeutas? Qual a afinidade com os
Essênios?
Terapeutas. Ordem monástica judaica anterior à era cristã, estabelecida
ao sul de Alexandria, no Egito. Tinham grande afinidade com os essênios,
professando os seus costumes e virtudes.
12) Qual a importância deste estudo?
No Novo Testamento, são frequentes o uso dessas palavras. Desconhecer a
sua procedência histórica dificulta o real entendimento dos textos evangélicos.
Fonte de Consulta: O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan
Kardec, item III, de sua Introdução.
(Reunião de 12/11/2011)
Disponível em https://sites.google.com/site/aprofundamentodoutrinario/noticias-historicas-dos-samaritanos-aos-terapeutas
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
INTRODUÇÃO III – NOTÍCIAS HISTÓRICAS
INTRODUÇÃO III – NOTÍCIAS HISTÓRICAS
É na Bíblia que está escrita a História religiosa do homem. No antigo testamento está a saga do povo Hebreu até a vinda de Jesus. No novo testamento está a sequência desta história, porém com a introdução do ensinamento do Mestre, a vida futura, regida pela Lei Maior, o Amor.
São muitos os
obstáculos que o homem tem para entender a Bíblia.
Primeiramente ela é considerada um “livro sagrado”; a palavra de Deus, que não pode ser modificada em um “y” ou um “til”. Por muitos séculos a análise desse livro ficou restrita às autoridades religiosas, o povo não tinha acesso a ele e com isso os seus mistérios ficaram reforçados. Assim sendo, o homem, sem orientação, criava as mais diversas alegorias e fantasias sobre si mesmo.
Primeiramente ela é considerada um “livro sagrado”; a palavra de Deus, que não pode ser modificada em um “y” ou um “til”. Por muitos séculos a análise desse livro ficou restrita às autoridades religiosas, o povo não tinha acesso a ele e com isso os seus mistérios ficaram reforçados. Assim sendo, o homem, sem orientação, criava as mais diversas alegorias e fantasias sobre si mesmo.
A ignorância do
homem quanto a sua natureza, o desconhecimento das Leis Naturais, fomentaram o
sobrenatural, os milagres.
Ainda hoje há os que
deixam o “livro sagrado” aberto em suas salas, ou em altares improvisados, como
talismãs. Outros não usam sequer marcador de páginas para não maculá-lo com
elementos materiais uma vez que o consideram Divino, intocável.
Sobre esse livro é
que se estruturaram todas as religiões cristãs e o Judaísmo. Este no antigo
testamento, principalmente no Pentateuco, ou Torá, e o Cristianismo no novo
testamento.
O Espiritismo é
Cristão, porém seus estudos bíblicos não se restringem ao novo testamento. O
Espiritismo considera que historicamente a Bíblia toda contém ensinamentos que
se complementam.
Para entender melhor
a Bíblia é imprescindível nos reportar à sociedade da época de Jesus.
Quando Jesus nasceu
entre nós encontrou uma sociedade que estava no limiar de uma nova fase
evolutiva. A humanidade adentrava ao estado de maioridade com a consolidação do
monoteísmo, com o amadurecimento da filosofia grega e a influência da família
romana.
Entretanto era ainda
uma sociedade politeísta. A mitologia imperava com toda a sua força e havia um
deus para cada aspecto da vida.
O único povo que
concebia a unicidade Divina era o Judeu. Mesmo assim sua concepção era a de um
Deus exclusivo, antropomórfico, que lutava pela hegemonia daquele povo sobre os
demais. Esse Deus os livraria dos opressores, dos dominadores e lhes daria o
cetro de escolhido, de privilegiado pelo seu poder.
É natural que numa
sociedade assim estruturada a presunção, os preconceitos, as frustrações
influenciassem os ânimos.
Muitas seitas,
muitos grupos religiosos se formaram, cada um com características próprias e
muito evidentes.
Samaritanos,
Nazarenos, Publicanos, Fariseus, Saduceus, Essênios, Doutores da Lei, todos
compunham segmentos dessa sociedade; e faziam de tudo para prevalecerem-se uns
sobre os outros.
Foi numa sociedade
assim que Jesus nasceu. Num ambiente em que a justiça era a última Lei e era
exercida por autoridades despóticas.
O “olho por olho e dente por dente” (1) vigia com toda força.
O “olho por olho e dente por dente” (1) vigia com toda força.
Entretanto esse
povo, o grande povo Hebreu, submisso pela imposição da força, porém
intuitivamente melhor preparado pela têmpera da fidelidade a Deus, foi o berço
da Boa Nova, o traço de união entre a Justiça de Moisés e o Amor de Jesus para
toda a humanidade.
(1) Deuteronômio: cap. 19 vers. 21: Não terás compaixão: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.
Levítivo: cap. 24 vers. 20: Fratura por fratura, olho por olho e
dente por dente; ser-lhe-á feito o mesmo que ele fez ao seu próximo.
SAMARITANOS
1 O Senhor soube que os fariseus tinham ouvido dizer que ele recrutava e batizava mais discípulos que João
2 (se bem que não
era Jesus quem batizava, mas os seus discípulos).
3 Deixou a Judéia e
voltou para a Galileia.
4 Ora, devia passar
por Samaria.
5 Chegou, pois, a
uma localidade da Samaria, chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu
filho José.
6 Ali havia o poço
de Jacó. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta
do meio-dia.
7 Veio uma mulher da
Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: Dá-me de beber.
8 (Pois os
discípulos tinham ido à cidade comprar mantimentos.)
9 Aquela samaritana
lhe disse: Sendo tu judeu, como pedes de beber a mim, que sou samaritana!...
(Pois os judeus não se comunicavam com os samaritanos.)[/i]” (1)
“Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto. – Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. - Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante.
Mas, um samaritano
que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi
tocado de compaixão. - Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e
as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou
dele.
No dia seguinte
tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste
homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.
Qual desses três te
parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? - O doutor
respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. - Então, vai, diz
Jesus, e faze o mesmo". (2)
Hoje em dia existem em muitos locais, não só nos centros espíritas mas também em diversas denominações religiosas, grupos de trabalho denominados Samaritanos.
São pessoas bem
intencionadas que trabalham voluntariamente em favor do próximo.
A Parábola do Bom
Samaritano (2) induz o homem atual a adotar o conceito de pessoa caridosa à
palavra Samaritano.
Essa denominação
reflete bem o sentido que essa palavra tem entre nós atualmente e influi
diretamente nas interpretações que damos quando lemos nos Evangelhos os temas
em que surgem esses personagens.
Entretanto, no tempo
em que Jesus viveu entre nós essa designação tinha outra conotação.
Havia grande aversão
entre os Samaritanos e os Judeus. Embora esse grupo tivesse a mesma origem
religiosa, por conflitos internos, eles se separaram e passaram a adotar
práticas ritualísticas próprias, a observação rígida do Pentateuco Mosaico e
chegaram até a construir um templo somente para si mesmos, pois não frequentavam
o templo de Jerusalém.
A passagem Bíblica
acima (1) reflete bem os ânimos entre aqueles povos.
Os Judeus ortodoxos
consideravam-nos heréticos e os perseguiam.
Eram, portanto, na
época em que a Bíblia foi escrita, os Protestantes, pois divergiam da ortodoxia
Judaica.
Jesus, ao elaborar a
Parábola do Bom Samaritano (2) evidenciou que perante as Leis Divinas que Ele
estava revelando todos os homens são iguais e não que os Samaritanos tivessem
algum privilégio.
(1) João IV – 1 a 9
(2) Lucas, cap. X, vv. 25 a 37.
NAZARENOS e PUBLICANOS
As seitas religiosas se alteram em seus fundamentos com o decorrer dos tempos. No início do cristianismo muitas dessas seitas adotaram um comportamento que era um sincretismo Judaico/Cristão, até como meio de sobrevivência. Os Nazarenos foram uma dessas seitas. Além de adaptarem alguns dogmas e rituais Judaicos à nova revelação Cristã, adotavam comportamento de aparência exterior rígida. Não cortavam os cabelos entre outras medidas que julgavam fortalecer a sua ligação com a Divindade.
Ainda hoje
encontramos muitas pessoas que se comportam e adotam apresentação semelhante
para identificar sua forma de crer.
Em Juizes, capítulo
dezesseis versículo dezessete, lemos:
“E Sansão acabou por confiar-lhe o seu segredo: Sobre minha cabeça, disse ele, nunca passou a navalha, porque sou nazareno de Deus desde o seio de minha mãe. Se me for rapada a cabeça, a minha força me abandonará e serei então fraco como qualquer homem”.
“E Sansão acabou por confiar-lhe o seu segredo: Sobre minha cabeça, disse ele, nunca passou a navalha, porque sou nazareno de Deus desde o seio de minha mãe. Se me for rapada a cabeça, a minha força me abandonará e serei então fraco como qualquer homem”.
Os primeiros
cristãos também receberam essa denominação, como alusão a cidade onde Jesus
passou a sua infância de juventude.
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Os Publicanos eram
os encarregados de receber os impostos para os Romanos. Por exercerem essa
atividade eram muito mal vistos pelo povo. Os publicanos procuravam se manter
pobres para não levantarem suspeitas sobre o destino dos valores arrecadados e
levantarem animosidades contra eles.
Eles sofriam ainda
muito preconceitos pois manter relacionamentos com um publicano não era de bom
alvitre para a sociedade da época.
Essa designação adquiriu sentido pejorativo, posteriormente.
Essa designação adquiriu sentido pejorativo, posteriormente.
Jesus, no entanto,
não fazia distinção de classe social e convidou Levi, o futuro evangelista
Mateus para ser um de seus discípulos como vemos na passagem a seguir:
Em Lucas, capítulo
cinco versículos vinte e sete e vinte e oito, lemos:
“Depois disso, ele saiu e viu sentado ao balcão um coletor de impostos, por nome Levi, e disse-lhe: Segue-me. Deixando ele tudo, levantou-se e o seguiu”.
“Depois disso, ele saiu e viu sentado ao balcão um coletor de impostos, por nome Levi, e disse-lhe: Segue-me. Deixando ele tudo, levantou-se e o seguiu”.
Há ainda uma outra
passagem importante quando o Mestre hospeda-se na casa de Zaqueu, outro publicano
e rico, conforme narrativa abaixo:
Lucas capítulo
dezenove, versículos de um a sete, lemos:
“Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade.Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos recebedores de impostos. Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era de baixa estatura. Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por ali. Chegando Jesus àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa. Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente. Vendo isto, todos murmuravam e diziam: Ele vai hospedar-se em casa de um pecador..."
PEAGEIROS e FARISEUS
“Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade.Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos recebedores de impostos. Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era de baixa estatura. Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por ali. Chegando Jesus àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa. Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente. Vendo isto, todos murmuravam e diziam: Ele vai hospedar-se em casa de um pecador..."
PEAGEIROS e FARISEUS
Os Peageiros eram funcionários das entradas das cidades. Exerciam função semelhante as das repartições alfandegárias de hoje. Essa atividade os colocava no mesmo nível dos Publicanos e, portanto, eram também muito mal vistos na sociedade da época.
Os fariseus era
outro segmento. Referia-se mais às atividades religiosas.
Eram rigorosos cumpridores das práticas, dos cultos e das cerimônias religiosas.
Esta postura aparentemente correta perante as Leis Mosaicas davam a eles autoridade e privilégios que os mais prendiam a essas exterioridades.
Eram rigorosos cumpridores das práticas, dos cultos e das cerimônias religiosas.
Esta postura aparentemente correta perante as Leis Mosaicas davam a eles autoridade e privilégios que os mais prendiam a essas exterioridades.
Consequentemente o
orgulho, o despotismo e o desejo de dominação mais assomavam-se-lhes os ânimos.
Envolviam-se em discussões intermináveis acerca de questiúnculas relativas as
suas formas de entender as Leis Sagradas e perseguiam violentamente àqueles que
lhes não comungavam os pensamentos.
Devido as suas
pomposas aparências, o povo simples os considerava portadores de virtudes que,
na realidade, eles, com raras exceções, as não possuíam.
Pregavam com fervor
a imortalidade da alma, a eternidade das penas e a ressurreição, ou seja, a
volta da alma ao próprio corpo físico para o julgamento final. Hipócritas
utilizavam-se dessa crença mais como um mote para manterem-se no poder do que
por convicção doutrinária, ou fé.
O ensinamento de
Jesus, que pauta pela simplicidade e sinceridade, não podia aprovar nem ser
aprovada por essa Seita que acabou transformando-se na maior perseguidora do
Mestre.
Acabaram envolvendo
a um dos discípulos de Jesus, Judas Iscariotes, que, ingênuo, aceitou as
propostas de promoção ao Mestre Amado falsamente feitas a ele induzindo-o a
facilitar o desencadeamento dos acontecimentos que levaram Jesus à
crucificação.
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Atos 5:34
Levantou-se, porém,
um membro do Grande Conselho. Era Gamaliel, um fariseu, doutor da lei,
respeitado por todo o povo.
ATOS 26:5
Sabem eles, desde
longa data, e se quiserem poderão testemunhá-lo, que vivi segundo a seita mais
rigorosa da nossa religião, isto é, como fariseu.
ESCRIBAS, SINAGOGA E SADUCEUS
O Escribas eram os doutores da Lei. Interpretavam e explicavam o Torá. Faziam cópias dos antigos manuscritos, e, muitos deles mediante ditados. Havia Escribas em várias Seitas mas eles se identificam mais com os Fariseus.
O Templo de Salomão
era onde se realizavam as grandes cerimônias religiosas.
Nas cidades, os
rituais eram cumpridos nas Sinagogas.
Jesus se utilizava das Sinagogas para expor sua Doutrina.
O Templo foi destruído pelos Babilônios e reconstruído porém os romanos também destruíram esse segundo Templo restando hoje somente o Muro das Lamentações.
Jesus se utilizava das Sinagogas para expor sua Doutrina.
O Templo foi destruído pelos Babilônios e reconstruído porém os romanos também destruíram esse segundo Templo restando hoje somente o Muro das Lamentações.
Atualmente os
rituais Judaicos são cumpridos nas Sinagogas.
Os Saduceus eram uma
Seita que se confundia com partido político. Estavam em constante desavença com
os Fariseus, uma vez que não aceitavam a imortalidade da alma, a ressurreição e
a existência de anjos e demônios. Obedeciam as Escrituras ao pé da letra. Eram,
em suma, materialistas apesar de acreditarem em Deus. Consideravam que
Deus os recompensaria com favores materiais e por isso adoravam-No através de
exterioridades.
ESSÊNIOS E TERAPEUTAS
Os Essênios foram a
seita Judaica cujos comportamentos e pensamentos mais se aproximaram do
Cristianismo. Fora fundada, no entanto cerca de cento e cinquenta anos antes de
Cristo.
Eram celibatários,
habitavam áreas isoladas semelhantes a Mosteiros e ensinavam o amor ao próximo,
a Deus, a imortalidade da alma. Aceitavam a ressurreição, ou seja, a volta da
alma ao mesmo corpo no dia do Juízo Final.
Não participavam de
contendas políticas, dedicavam-se a agricultura e seus bens eram comuns a todos
os integrantes da Seita.
Pelos seus
comportamentos, muitos divulgam que Jesus comungava com ele os mesmos ideais, e
que houvera convivido com eles. Essa hipótese não encontra respaldo se
considerarmos a grande diferença evolutiva entre o Mestre Jesus e todos os
demais homens. Concebe-se que Ele havia os conhecido porém não se relacionava
com eles a nível religioso a não ser como Mestre.
Os Terapeutas eram
outra seita cujo nome sugere que se dedicavam ao trabalho assistencial aos
necessitados. Comungavam os mesmos ideais dos Essênios e procuravam viver
isolados e se dedicavam a vida contemplativa.
Constituíam-se mais
num sincretismo Judaico-Cristão e foram como que um traço de união entre o
Judaísmo e o Cristianismo.
Disponível em http://www.forumespirita.net/fe/o-evangelho-segundo-o-espiritismo/introducao-iii-noticias-historicas/#.V8QvKlsrJdh
Notícias Históricas - parte I
Finalizamos
a parte II da Introdução ao Evangelho Segundo o Espiritismo, que nos fala da
Autoridade da Doutrina Espírita, amealhando ao nosso ser alguns ensinamentos
não apenas referentes e adequados à Doutrina Espírita, mas também ao nosso
dia-a-dia, que nada mais é do que a interação entre espíritos encarnados e
desencarnados.
(...)
Para bem compreender certas passagens dos Evangelhos, é necessário conhecer o
valor de muitas palavras que são frequentemente empregadas nos textos, e que
caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judia naquela época. Essas
palavras, não tendo para nós o mesmo sentido, foram quase sempre mal
interpretadas, gerando algumas incertezas. A compreensão da sua significação
explica também o verdadeiro sentido de certas máximas, que à primeira vista
parecem estranhas. (...)
Nem
precisamos ir muito além desta explicação para nos conscientizarmos de que
muito se perde em um diálogo ou em uma leitura por falta de conhecimento de
determinadas palavras. É como o linguajar jurídico, todo cheio de entremeios e
que em umas 5 ou 6 palavras poderíamos concluir uma extensa frase. É também
como o dialeto característico de determinadas regiões. Enfim, nenhuma
dificuldade temos em compreender que confusões são feitas, desde a
interpretação do significado da palavra até a compreensão da ideia real de quem
está transmitindo a fala ou a escrita. Vamos à viagem!
(...)
SAMARITANOS — Após o cisma das dez tribos, Samaria tornou-se a capital do reino
dissidente de Israel. Destruída e reconstruída numerosas vezes, ela foi, sob o
domínio romano, sede administrativa da Samaria, uma das quatro divisões da
Palestina. Herodes, chamado o Grande, a embelezou com suntuosos monumentos, e
para agradar Augusto, deu-lhe o nome de Augusta, em grego Sebaste. (...)
Os
samaritanos estiveram quase sempre em guerra com os reis de Judá. Uma aversão
profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre dois povos, que se
esquivavam a todas as formas de relações recíprocas. Os samaritanos, para
tornarem a cisão mais profunda e não terem de ir a Jerusalém, para a celebração
das festas religiosas, construíram um templo próprio e adotaram certas
reformas: admitiam somente o Pentateuco, que contém a lei de Moisés, e
rejeitavam todos os livros que lhe haviam sido posteriormente anexados. Seus
livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antiguidade.
Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos, e por isso mesmo eram
desprezados, anatematizados e perseguidos. O antagonismo das duas nações tinha,
portanto, como único princípio, a divergência de opiniões religiosas, embora as
suas crenças tivessem a mesma origem. Eles eram os protestantes da época. Ainda
hoje se encontram samaritanos em algumas regiões do Oriente, particularmente em
Naplusa e Jafa. Observam a lei de Moisés com mais rigor do que os outros
judeus, e só se casam entres eles.(...)
Por
esta pequena apresentação, algo parece que já se esclarece em nossa mente.
Ouvir a palavra samaritano nos remete à conhecida parábola do bom samaritano.
Perceberam que existe uma profundidade maior quando sabemos que o samaritano
não era apenas equivalente a um paraibano, um paulista ou um gaúcho?
Esse
povo, em decorrência das guerras e diferenças, era totalmente marginalizado,
quando, no entanto, o que eles buscavam era muito mais o purismo das leis
recebidas do que as interpretações e agregações feitas a elas. As informações
acerca dos reais motivos são diversas e sempre por ângulos de vista
tendenciosos. O que nos cabe compreender é que era um povo discriminado e tido
como perdido, mas que acreditava e confiava na chegada do prometido.
Se
buscarmos informações acerca destes momentos, veremos nomes, tribos, desejos,
vingança, maledicência e muitas outras versões relatadas sobre os samaritanos.
Mas, se nos focarmos na Verdade, que é o ensinamento do Mestre Jesus, teremos
muito mais do que apenas as parábolas do bom Samaritano ou da Água do poço na
Samaria para nos referenciarmos.
Em uma
das várias alusões que li acerca do povo samaritano, uma em especial me chamou
a atenção. Em que eram chamados de povo estúpido e que sequer eram reconhecidos
como nação. Está lá em Deuterônimo e a separação é datada de séculos antes de
Cristo.
O
Mestre, que sempre nos disse que não são os sãos que necessitam de médico, mas
os doentes, encontrou no povo samaritano o terreno fértil para aceitação da
verdade e verdadeira fé no Messias ao considerá-los como iguais, usufruindo a
cidade como caminho, até como referencial de condutas positivas e consideradas agradáveis
a Deus. Jesus encontrou em alguns integrantes do povo samaritano a humildade
necessária para plantar ali as sementes de amor e renovação. O que muitos
daquele povo queriam era a agradar a Deus e faltava-lhe o referencial de amor e
verdade, trazido pelo Mestre Jesus. Foi unanimidade? Não. Foi o Mestre aceito
sem reservas? Não. Somente por aqueles que estavam realmente em busca.
A
passagem da mulher samaritana bem nos mostra isso. Vejam esta belíssima
narrativa de Humberto de Campos e psicografia de Francisco Xavier. Após as
primeiras impressões junto ao poço samaritano, a mulher diz a Jesus:
(...)
Continuou a mulher:- Meu espírito está cheio de boa vontade e, desde muito,
penso na melhor maneira de purificar minha vida e santificar os meus atos. Entretanto,
é tal a confusão que observo em torno de mim, que não sei como adorar a Deus.
Os meus familiares e vizinhos afirmam que é indispensável celebrar o culto ao
todo Poderoso neste monte (Garizim). Os judeus nos combatem e asseveram que
nenhuma cerimônia terá valor fora dos muros de Jerusalém. As discórdias nesta
Região têm chegado ao cúmulo. Já que tenho a felicidade de ouvir as tuas
palavras, ensina-me o melhor caminho.
O
Mestre observou-a compadecido e exclamou:- Tens razão. As divergências têm
implantado a maior desunião entre os membros da grande família humana.
Entretanto, o pastor vem ao redil para reunir as ovelhas que os lobos
dispersaram. Em verdade, afirmo-te que virá um tempo em que não se adorará a
Deus nem neste monte, nem no templo suntuoso de Jerusalém. Porque o Pai é
Espírito e só em espírito deve ser adorado. Por isso venho abrir o templo dos
corações sinceros para que todo culto a Deus se converta em íntima comunhão
entre o homem e seu criador.
- Meu desejo sincero é adorar a Deus, mas como e onde? Tantas religiões, tantas divergências e discórdias... Jesus explica que o santuário não é nos templos de pedra ou nas montanhas. A verdadeira adoração se processa no santuário do espírito e no coração. Deus é espírito e não habita um templo de pedra. É AMOR, é BONDADE, é JUSTIÇA. O verdadeiro culto a Deus é a comunhão íntima do Homem com o seu criador. (...)
- Meu desejo sincero é adorar a Deus, mas como e onde? Tantas religiões, tantas divergências e discórdias... Jesus explica que o santuário não é nos templos de pedra ou nas montanhas. A verdadeira adoração se processa no santuário do espírito e no coração. Deus é espírito e não habita um templo de pedra. É AMOR, é BONDADE, é JUSTIÇA. O verdadeiro culto a Deus é a comunhão íntima do Homem com o seu criador. (...)
Quando
tiverem oportunidade, leiam toda a passagem trazida por Humberto de Campos
clicando aqui:Jesus na
Samaria.
O que
podemos apreender acerca da história dos samaritanos e acerca de pequenas
pinceladas sobre importantes passagens envolvendo o povo samaritano é que não
existem diferenças, não existem distinções entre os lugares que oramos a Deus,
mas sim na maneira como O buscamos, que deve ser em Espírito e não em locais;
reunir multidões em torno de nossas palavras ou ensinamentos não significa real
aceitação ou aproveitamento das mesmas.
Ontem,
conversando com um amigo sobre determinada situação, ele me disse aquilo que
temos aprendido em muitos momentos: Ela leu a filosofia, mas não
compreendeu... não absorveu....não assimilou, irmã... então não tem a visão
correta de tudo o que lhe ocorre.
Este
comentário de meu amigo Lando vem ao encontro do final da psicografia de
Humberto de Campos que alude à quantidade de pessoas que ouviam ao Mestre e
teceram comentários desdenhosos e maliciosos; vem ao encontro da própria
palavra do bom samaritano, onde todos aqueles que tinham todos os motivos para
socorrer o caído não o fizeram em vista de sua falta de desprendimento de si
próprios; vem ao encontro de tantas e tantas situações em que nos vemos
obrigados a exclamar: ‘nossa! Ele fez isso? Mas é espírita!’.
Não é
espírita, apenas conhece a doutrina espírita. Não aceitou o Nazareno, apenas
ouvi-lhe as palavras. Não é caridoso, apenas sabe dos deveres a cumprir e a
quem os compete. Agora, ponto de crucial beleza neste encontro de hoje, foi ter
lido em várias religiões uma unanimidade de singular beleza: em todas as
oportunidades que o mestre teve, plantou sementes. Não condenou ou escorraçou e
sequer julgou. Apenas plantou sementes.
Aos que
se sentem semeadores da vontade do pai, só não esqueçamos de um detalhe: as
verdades que o Mestre sabia a respeito de cada um com quem se deparava, não
eram de seu conhecimento por soberba, inteligência ou qualquer outra
manifestação exaltativa. Era-lhe sabido acerca de cada um daqueles que lhe
compartilharam a jornada única e tão somente pela sua sapiência de todas as
coisas que envolvem o céu e a terra. Tolo é aquele que julga conhecer o íntimo
ou as verdades do próximo e, através delas, quer impor as suas verdades
cristãs. Sejamos mais samaritanos em muitos sentidos. Dar sem olhar a quem, sem
contestar seu passado, sem perceber-lhe as fraquezas ou qualidades, enfim, dar
única e tão somente por tratar-se de uma criatura de Deus.
Exposto
em 20-01-2010 por Fiorell@!
Ao
buscarmos o termo nazareno, pudemos encontrar muito mais do que apenas a quem
se referia. Carlos Pastorino em sua obra Sabedoria do Evangelho, faz uma
análise minuciosa de todas as passagens, verificando comparativos, buscando
verdades e esclarecendo más interpretações. Para quem quiser verificar, eis o
nome da obra – Saberia do Evangelho que é composta por 8 volumes, se não me
engano, e que trata de todos os assuntos que pudermos imaginar, uma
consequência da abrangência que encontramos nos ensinamentos do Cristo. Por
hora, verifiquemos o que Allan Kardec esboçou como necessário sabermos para
compreender algumas passagens:
(...)
NAZARENOS — Nome dado, na antiga lei, aos judeus que faziam votos, por toda
vida ou por algum tempo, de conservar-se em pureza perfeita: adotavam a
castidade, a abstinência de bebidas alcoólicas e não cortavam os cabelos.
Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram esse
nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.
Esse foi, também, o nome de uma seita herética dos primeiros séculos da era cristã, que, à semelhança dos ebionitas, dos quais adotara certos princípios, misturava práticas mosaicas aos dogmas cristãos. Essa seita desapareceu no quarto século.(...)
Esse foi, também, o nome de uma seita herética dos primeiros séculos da era cristã, que, à semelhança dos ebionitas, dos quais adotara certos princípios, misturava práticas mosaicas aos dogmas cristãos. Essa seita desapareceu no quarto século.(...)
Se
buscarmos o simples, ficaremos com o foco diante do fato de que existe uma
cidade chamada Nazaré e que quem lá vive ou nasce é chamado de Nazareno. Porém,
o próprio fato de querermos nos manter no simples já nos mostra que existem
outros horizontes a se descortinarem, haja vista o fato de que controvérsias
aludem a profecias dizendo que o Messias, Jesus, seria chamado de Nazareno.
É um
detalhe muito interessante, embora seja extremamente longo e envolva muito mais
do que apenas conhecimento. É prato cheio para contestadores do cristianismo,
para debatedores de plantão que possuem versículos e ensinamentos na ponta da
língua, mesmo os espíritas. Existem controvérsias acerca do fato de Maria e
José pertencerem ou não à cidade de Nazaré e por aí se seguem os detalhes e
meandros históricos.
Chegamos
em um ponto que compreendemos como sendo de suma importância o conhecimento do
passado e de nossas bases, mas também esbarramos nas discussões estéreis que se
dão sobre determinados pontos, sendo muito mais filosóficas do que propriamente
maneiras de serem postas em prática. Como entendemos que a Doutrina Espírita é
composta por ciência, religião e filosofia, seria muito fácil adentrarmos ao
ramo intelectual e histórico e passarmos meses debatendo acerca destas
informações.
Porém,
buscamos algo mais quando falamos do estudo de O Evangelho Segundo o
Espiritismo e, esse algo mais, é justamente conhecer detalhes da passagem de
Jesus junto a nós, tentando trazer, na medida do possível e de nosso
conhecimento estreito, situações similares em nosso dia-a-dia, para que vejamos
que os ensinamentos do Mestre não são nem distantes e nem impossíveis de serem
praticados.
Quem
desejar conhecer mais acerca do conteúdo histórico/filosófico desta passagem
dos Nazarenos, a referência que podemos ofertar é a feita anteriormente: Carlos
Torres Pastorino em a Sabedoria do Evangelho.
Vale
lembrar que em algumas passagens, aqueles que eram considerados como nazarenos,
passaram a sê-lo não por conta da cidade de Nazaré, mas sim por seguirem ao
Mestre Jesus, assim como os cristãos, e isso era motivo de represálias,
perseguições e toda sorte de maldades praticadas contra estes irmãos.
Apenas
como referência histórica, temos a alusão aos nomes de Sansão, Samuel e João
Batista como exemplos de quem eram considerados nazarenos antes da chegada do
Mestre Jesus. O termo utilizado á época era nazireno e como já aludiu Kardec,
referia-se às pessoas que adotavam a castidade, a abstinência a bebidas
alcoólicas e também não cortavam os cabelos. Em alguns esclarecimentos não
encontramos o quesito abstinência e sim o de não tocar cadáveres, que dá
sentido mais profundo à abstinência da ingestão de carnes em geral ou coisas
que provenham de seres vivos.
Sansão
é conhecido por nós devido aos seus feitos sobrenaturais e que só poderiam ter
um fundo ‘da mão de Deus’. Sansão é filho de uma mulher estéril, que desejava
ser mãe. Ela foi agraciada pela vontade divina – recebeu o comunicado de um
anjo e, neste comunicado, algumas diretrizes lhe foram traçadas. Mulher fiel e
reconhecida ao Deus que lhe envia seu maior sonho, esta mãe acalenta a gravidez
e o fruto do nascimento como um verdadeiro nazireno, como eram denominados
àquela época, porque assim lhe fora solicitado. Sansão cresce com este
pensamento, com este propósito; Sansão é assim visto por todos e assim se
devota até certo momento de seu viver.
Em
determinado momento de seu caminhar, Sansão afasta-se do seu comprometimento
com Deus e começa a cometer erros impraticáveis a alguém que recebera todo o
alicerce e respaldo divino. Ele fora escolhido, mas não se conscientizara desta
escolha. Diz-se que ele possuía 7 tranças e que Dalila as cortou, cortando
assim toda sua força. Analogia e simbolismo que nos importa buscar. Um punhado
de mechas não pode deter todo o poder que aquele homem possuía. Sabemos que não
são amuletos, patuás ou qualquer sorte de objetos ou imagens que possuem força
e divindade, mas sim a fé que lhes depositamos fé esta que, em muitos momentos,
está distante de nosso conhecer como sendo fé em nós mesmos ou em Deus, tão
somente atribuída aos objetos citados.
Sansão,
segundo reza a história, acreditava que sua força estava em seus cabelos e,
como prova de amor a Dalila, uma criatura posta em seu caminho única e tão
somente para derrotá-lo, eis que Sansão abdica dos verdadeiros laços com o Pai
e conta-lhe aquilo que supunha ser seu segredo ou sua ligação com o Altíssimo.
O que as analogias não nos mostram é que em alguns momentos (exatos 7 momentos
como as suas 7 tranças), Sansão afastou-se de Deus.
É uma
bella passagem a vida de Sansão e se pararmos de culpar Dalila por tudo,
veremos que o próprio Sansão buscou sua derrocada espiritual. Um pastor
quadrangular, Alexandre Augusto, cuja oportunidade tive de ler, descreve as 7
tranças de maneira assaz interessante. Sete laços de comprometimento e aliança
com Deus que Sansão foi quebrando um a um. Ao quebrar o sétimo, aquele em que
depositou em Dalila mais do que depositava a Deus, Sansão viu-se esvaído do
Espírito de Deus. No fundo, Dalila seria o equivalente à sétima trança ou ao
sétimo laço que Sansão quebrava com Deus.
Depois
vem sua prisão e morte de formas impiedosas. Começa sua expiação. Sansão tem
muito mais a ofertar ao povo do que apenas a sua força ou os seus votos selados
pela sua grata mãe. Ao observarmos propósitos e intentos da época, veremos que
Sansão era um dos escolhidos para reaproximar o povo de Deus. Tinha uma grande
missão e falhou. Todos nós falhamos.
Tentarei,
na medida do possível, buscar mais sobre este espírito e mensageiro de Deus.
Tentarei conhecer melhor sobre ele para deixar-lhes em nosso site. Não é apenas
um ícone bíblico, mas alguém que merece nosso estudo aprofundado, assim como
Samuel e João Batista, de quem falarei nos encontros posteriores. A única coisa
que fica latente em minha mente é que quando alegamos já ter lido determinada obra
ou já ter estudado determinada coisa, talvez não estejamos nos dando conta da
profundidade de ensinamentos que podemos haurir nestas mesmas coisas.
Nazarenos.
Um trecho tão simplório em nosso evangelho. Três nomes citados ao acaso. Terão
sido citados ao acaso? Talvez não nos sejam mais do que apenas figuras
conhecidas que foram citadas, mas sim criaturas cujos comprometimentos e
destinos podem por nós serem observados e compreendidos. No momento recordo-me
que falaremos de João Batista nos primeiros capítulos de O Evangelho Segundo o
Espiritismo e, já nesse ponto, saberemos algo sobre este irmão e muito nos será
facilitado compreender.
Exposto
em 27-01-2010 por Fiorell@!
Encontro
passado falamos sobre os nazarenos, nazirenos e começamos a conhecer um pouco
sobre a vida dos três exemplos deixados por Kardec: Sansão, Samuel e João
Batista. São relatos que podem nos interessas a partir do momento que
observamos, em pureza, como eram as crenças e vivências destes irmãos, assim
como daqueles que os cercavam.
Fato em
comum entre estes irmãos é que foram como que profetas ou anunciantes das
vontades de Deus. Outra coisa interessante, acerca das mães de Sansão e Samuel,
é que elas não podiam ter filhos, mas tinham uma fé imensa em Deus. A mãe de
Samuel, por exemplo, era casada com um homem que possuía outra mulher, Penina,
e filhos daquele casamento, algo comum à época e que alguns trogloditas ainda
não aprenderam nos dias de hoje: a ter apenas uma mulher. Por conta dessa sua
esterilidade, Ana era infeliz e atormentada pela outra esposa, que lhe jogava
em face sua incapacidade em gerar um filho.
Conta a
história que certo dia, aos prantos por tantas admoestações, essa mulher
procurou um templo onde se pôs a orar com tanto fervor, que sequer pronunciava
palavras, mas seus lábios se mexiam. Clamava a Deus a oportunidade de conceber
e, diante deste desejo atendido, propunha-se a consagrar o filho ao templo, ou
aos costumes nazirenos, como era à sua época. Sua conversa com Deus não era uma
troca e nem uma proposta.
Era o
pedido sincero de uma mulher que acreditava em seu Deus e que sabia que
devia-lhe reconhecimento, fato que desejava externar através da entrega do
filho para ser um iniciado. O levita Eli, observando sua atitude, julgou-a como
alcoolizada e começou a chamar-lhe a atenção com rispidez. Esta, sinceramente
ligada no pedido que realizava, esclareceu que não havia consumido bebida com
álcool e que ali estava em prostração humilde, requisitando a Deus de sua
misericórdia.
Tocado
por tamanha sinceridade e devotamento, o sacerdote pede a ela que serene seu
coração e que se vá, porque Deus haveria de atendê-la. E assim se processa, a
mulher estéril concebe o filho chamado Samuel (Samuel significa literalmente:
"Seu nome é Deus", ou, "Nome de Deus". Seu significado
contextual significa: "Pedido de Deus" ou "do Senhor o
pedi") e o entrega ao sacerdócio. Ainda na juventude, Samuel começou a
manifestar dons proféticos, sonhando com palavras e visões divinas. Sua
primeira profecia constava da confirmação de que Eli e seus filhos seriam
retirados do sacerdócio.
E eis
mais um ponto que nos cabe prestar atenção também. Àquela época o sacerdócio
era uma continuidade em família, quase como a monarquia que conhecemos. Eli,
aquele mesmo que repreendera a mulher Ana no templo, era o sumo sacerdote da
época e possuía filhos que deveriam sucedê-lo. Acolheu Samuel no templo e
dedicou-se a ele com desvelo paterno. Neste ponto temos uma referência que
muito nos interessa.
Eli, o
sumo sacerdote, tinha filhos que deveriam sucedê-lo no sacerdócio ou naquilo
que era considerado como um juiz do povo. Mas, seu protecionismo e a
liberalidade com que criou seus filhos, fez com que se tornassem os chamados
fornicadores da época e isso defronte ao templo, instituição que deveria ser
respeitada. Fornicar, nesse caso, poderia tanto ser a prática do sexo
desregrado, como também a adoração a outros deuses. Imaginem tudo isso vindo
dos filhos de um sumo sacerdote que devia ser ouvido como o portador da palavra
de Deus.
Este
mesmo Eli fora o responsável pela preparação da criança Samuel ao serviço do
Templo e o fez com grande êxito. Já na adolescência, Samuel passou a
profetizar, até por isso ficou conhecido como um dos primeiros profetas de
nossa história, fato que ocorreu por volta de 1090 aC. Uma de suas profecias
que se concretizou, foi justamente a de que o profeta Eli e seus filhos seriam
retirados do sacerdócio. Este aviso o próprio Eli já recebera antes de um
profeta desconhecido a informação de que Deus estava mandando um novo sacerdote
para tomar o seu lugar e dos seus filhos que foram amaldiçoados diante dos
sacrilégios que cometiam.
Temos
aqui mais uma soma ao pedido de Ana que demonstra que o milagre, entre aspas,
não ocorreu por ocorrer, mas que possuía um propósito. Eli reconheceu no jovem
Samuel o seu sucessor e o treinou/educou como rezam as leis e tradições da
época, diferentemente do que fez com os próprios filhos.
Nas
palavras de um pastor C.H. Spurgeon
(...) “
Eli não educou seus filhos para serem os servos dispostos e os ouvintes atentos
à palavra do Senhor. Nisso lhe faltava à desculpa de ser incapaz, porque
treinou a criança Samuel com bom êxito em ser reverentemente atento à vontade
divina. Ah, que aqueles que são diligentes com as almas de outros olhassem bem
as suas próprias famílias. Mas ai do pobre Eli, como muitos em nossos dias,
fez-te guarda dos vinhedos, mas tua própria vinha tu não guardaste."(...)
Bom,
eis o ensinamento que nos interessa. Casa de ferreiro tem espeto de pau.
Quantos de nós, grandes oradores e concretizadores das regras impostas pelos
nossos credos e religiões não descuidamos das verdadeiras responsabilidades que
nos cabem e a concretizamos apenas junto a terceiros? É tão engraçado que agora
me cai a ficha de uma conversa que tive com um amigo, que me dizia acerca da
diferença dos resultados de qualquer trabalho voltado ao ensinamento e à
espiritualidade.
Podemos
ter resultados abrangentes, ou seja, que atingem centenas e até milhares de
pessoas, mas dentro de nosso próprio reduto familiar não somos capazes de assim
proceder. No caso de nós espíritas, nos arvoramos em ser evangelizadores e
instrutores dos preceitos cristãos aos rebentos alheios, mas esquecemo-nos de
exemplificá-lo dentro de nosso próprio lar, trazendo a nossos filhos o
descrédito diante daquilo que falamos, afinal, temos dentro de nosso lar o tal
do “Faça o que eu falo, mas não o que eu faço”. É justamente neste ponto que a
história de Samuel me chama a atenção.
Se
tomarmos como lição não apenas todo o desenrolar do seu nascimento, mas também
aquilo que ocorreu à sua volta, veremos que este irmão pode nos servir como
grande referencial de conduta e também de como devem agir as pessoas umas com
as outras, no caso, pais na educação/criação de seus filhos. Sei que falar em
educação é mexer em vespeiro, mas não vamos nos reportar aos demais;
reportemo-nos a nós mesmos, pais.
Se
casados, desrespeitamos o lar através de nosso personalismo e de nossas
fraquezas morais. Se separados, tratamos nossos ex-companheiros como inimigos e
esquecemo-nos que nossas atitudes podem não ser vistas, mas serão sentidas e
ecoarão em nossos filhos. Quantos e quantos filhos na fase adulta não
demonstram o desequilíbrio que adquiriram dentro de um lar recheado de
falsidade, de grosseria e até mesmo de desrespeito? Quantos não trazem em si
marcas profundas e traumas que sequer conseguem imaginar, justamente por conta
de todas as cenas e situações que presenciam de seus pais?
Cansamos
de ouvir que os espíritas não conseguem que seus filhos sigam na evangelização
ou na própria doutrina. Por que será? Que credibilidade eles passaram acerca da
doutrina para estes filhos? Talvez a mesma que o sacerdote Eli tenha passado ao
povo de Israel, que em vista daquilo que presenciavam de seus filhos passaram a
descrer e a desacreditar nas ligações com Deus. Eli foi para o povo o que
muitos pais são para seus filhos. Tanto é que Samuel, que não pertencia à sua
família, fora criado com todo o discernimento e retidão necessários a assumir a
tarefa de Sacerdote.
Samuel
ainda, teve grandes feitos, dentre eles podem se destacar o fato de ter
‘julgado’ corretamente Israel durante toda sua vida, de ter preparado o caminho
para a monarquia e a introduzir, ungindo Saul e, após ser ele rejeitado, Davi.
Samuel, portanto, pertence ao período de transição dos juízes para a monarquia.
Ele é o último e o maior de todos os juízes e o primeiro da grandiosa linhagem
de profetas hebreus posteriores a Moisés. Fez também a chamada reforma
religiosa, venceu os Filisteus de maneira a não ser mais desafiado durante seu
mandato de juiz.
Será
que diante de todos estes feitos, podemos crer que Deus apenas se apiedou de
uma mulher que se sentia humilhada e lhe proporcionou um milagre? Ou podemos
pensar na força da fé, naquilo que sempre dizemos, que Deus nos sonda e na
verdade que habita em nosso coração e em nossos propósitos?
Somos
levados a constatar que a frase tão batida de Einstein que (...)“Deus não
escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.Fazer ou não fazer algo só
depende da nossa vontade e perseverança." (...)adéqua-se perfeitamente a
este contexto, porque seria muito mais fácil Deus ter escolhido Penina, a
esposa fértil e a que era 'capacitada' para ter Samuel, no entanto, viu que a
incapaz ou a 'não capacitada' Ana deveria ser a escolhida, porque levaria
avante seus propósitos com perseverança e disciplina.
E nós?
Desculpem-me, mas tenho de perguntar isso. Que fazemos nós? Sonhamos em ser
dirigentes de casas espíritas, queremos lugar de destaque na sociedade,
queremos determinadas coisas no contexto familiar e até mesmo profissional e
que fazemos para isso? Choramos, esperneamos, maldizemos Deus, nos cremos
incapazes ou incapacitados e nos deixamos à margem do caminho, porque já
cansamos de lutar, já cansamos de perseverar e até mesmo nos reconhecemos sem
fé.
Puxa,
me desculpem, mas é muito fácil dizermos: não tenho fé. Sou fraca. Sou
deficiente. Difícil é reconhecermos que somos aquilo que fazemos de nós mesmos
e que Deus é por nós, mas necessário se faz que também sejamos. Aquele filho de
um casamento que poderia ser considerado duvidoso, vindo de uma mãe que era
considerada, assim como a mãe de Sansão, como uma criatura mal vista diante de
Deus por não poder procriar e que foi criado num meio que não lhe pertencia, o templo,
foi a grande diferença à sua época, unindo homens, uma nação e, sobretudo,
trazendo o povo de volta à adoração ou reconhecimento a Deus.
Qual é
a diferença que fazemos em nosso próprio viver? Quando deixaremos de auto
piedade e auto compaixão e veremos que temos de arregaçar as mangas e aceitar
aquilo que está em nossas mãos e disto fazer o nosso melhor? Quando você for
dormir hoje, dê uma perguntadinha à sua consciência que é também seu grande
juiz: fiz o melhor que eu podia nas situações que me rondaram no dia de hoje?
Aquela pendência ou aquela desavença que nutro há anos, pude dar-lhe o melhor
de mim hoje? Aquele apelo fraterno para que eu esqueça o passado, dei o melhor
de mim para ele hoje?
Semana
que vem falaremos acerca de João Batista, para em seguida adentrarmos aos
Publicanos.
Exposto
em 05-02-2010 por Fiorell@!
Notícias Históricas - parte IV
Hoje
terminaremos de conhecer o trio de nazarenos citado por Kardec quando citou
acerca dos mesmos e das diferenças sobre a sua identificação. Tem sido
interessante observar como em 3 simples nomes mencionados, foi-nos possível
retirar aprendizados diversos e interligados entre si, ou seja, sou levada a
crer que não é ‘por acaso’ que Kardec os citou.
João
Batista, o último dos citados, possui também contribuição marcante em nossa
história, principalmente por ter sido ele quem anunciou Jesus como aquele que
era esperado por todos. Mas com que autoridade ele fez isso? Vejamos.
João
Batista, conhecido pela maioria como São João, é a voz que clama no deserto:
“Endireitai os caminhos do Senhor... fazei penitência, porque no meio de vós
está quem vós não conheceis e do qual eu não sou digno de desatar os cordões
das sandálias”, anunciou com estas palavras: “Eis o Cordeiro de Deus, eis
aquele que tira o pecado do mundo”. João Batista ou São João é conhecido como
pregador da penitência, precursor do Messias, alegria do povo.
Mas ele
é muito mais do que isso, gente! Como ele foi virar São João em festa junina e
com direito a música e tudo? Bem, existe neste meio um fato que está
relacionado aos outros dois citados por Kardec. Isabel, sua mãe, era já mulher
de idade e estéril, mas cujo esposo Zacarias recebera a visita do Anjo Gabriel
anunciando que a esposa lhe daria um filho e que este deveria se chamar João,
por graça especial de Deus.
Situação
semelhante se dá entre as mães de Sansão, Samuel e João Batista. Nenhuma delas
podia conceber, mas todas foram agraciadas com a bondade divina. Não por
predileção ou por protecionismo, mas sim porque eram mulheres aptas a
valorizarem o fruto que carregavam no ventre e a destinar este fruto ao
crescimento espiritual na matéria, necessários para que cumprissem suas
tarefas.
Após
este fato, Maria mãe de Jesus, já grávida, fora visitar essa parenta distante e
ao se verem, sentiu Isabel o bebê em frêmito em seu ventre e diz estas bellas e
significativas palavras narradas em Lucas 1: 41-43 : "Ora, quando Isabel
ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou
repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: 'Bendita és tu entre
as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu
Senhor me visite?'"
Diante
da sensibilidade que a gestação do filho lhe proporciona, sensibilidade essa em
decorrência da grande tarefa reservada a seu filho, eis que Isabel reconhece em
Maria a mãe do Messias. Ambas se surpreendem com a gravidez uma da outra e, em
vista da distância que as separavam, combinaram de avisarem-se através de uma
fogueira. Aquela que tivesse primeiro o filho faria uma fogueira para a
outra.
Vejam
como as situações já ficam meio perdidas e por isso a exatidão do nascimento de
Jesus ainda nos é desconhecida. Lembram-se que comentei, à época do Natal, que
a festa surgiu por conta de alguns cristãos que queriam resgatar o espírito
crístico diante do povo perdido em orgias e leviandades e que decidiram fazer
com que 25 de dezembro fosse a data para comemorarmos o nascimento de Jesus?
Pois é. Também comentei que alguns estudiosos estimavam a data de nascimento de
Jesus no princípio de Abril, o que já seria impossível, haja vista este ‘trato’
feito entre Maria e Isabel.
Existe
algo de concreto? Sim. Imprescindível? Não. Jesus não deixará de ser quem foi
se o seu nascimento não estiver sendo comemorado na data certa, assim como João
Batista não terá diminuído a sua importância histórica se nós continuarmos a
tomar quentão e vinho quente e a pularmos fogueira no em comemoração ao dia de
seu nascimento. Somos nós que deturpamos os fatos. E fato é que João Batista é muito
mais do que aquele refrão: São João, São João, acende a fogueira do meu
coração.
A
fogueira aqui utilizada para os folguedos foi à sua época a maneira como a
chegada de João Batista foi anunciada. Esse trem de balões e foguetório para
acordar um santo dorminhoco, mas festeiro, é totalmente destoante da verdadeira
vida de João e se fosse nos dias de hoje, onde temos direitos autorais, de
imagem e etc., careceria até de contestação por parte de seus herdeiros, afinal
João Batista não era festeiro e nem tão pouco dorminhoco como rezam algumas
lendas e justificativas populares.
João
Batista trouxe a proposta batismal de purificação. Bella passagem e que terá
nossa atenção especial quando da chegada do respectivo capítulo de O Evangelho
Segundo o Espiritismo. A narrativa que temos de Mons. Raimundo Possidonio
Administrador Diocesano da arquidiocese de Belém nos diz o seguinte:
(...) A
salvação que vem de Deus, já anunciada por Isaías (Is 40), é inserida numa
dinâmica universal, não mais étnica-cultural-religiosa ligada ao mundo judaico,
ou seja, todos os povos são chamados e serão alcançados pela ação salvífica de
Deus através do Messias que vai chegar. Deus vem visitar seu povo, trazendo
essa Boa Nova de uma transformação total que pede a todos uma mudança de vida
radical, despojamento, mentalidade nova, endireitar a vida torta, vencer os
obstáculos. (...)
Quando
dizemos que João é mais do que nos lembramos, por conta das festas juninas, eis
aí a resposta que se anuncia. João foi a voz atuante conclamando os homens a se
renovarem e a modificarem suas vidas, pois o Messias estava chegando e, com
ele, a Boa Nova. A Boa Nova, assim como Jesus, é a exemplificação do amor, da
caridade, da renovação e da fraternidade. É a vida sendo vista com olhos
diferentes de até então, onde tudo se resolvia no ‘olho por olho – dente por
dente’.
(...) E
isso é anunciado no deserto – em geral essa expressão é muito mal entendida
porque se pensa sempre no deserto sem vida, sem nada, inacessível – que Deus
vai falar através de seu profeta. Segundo Eusébio de Cesaréia, este deserto
representa todas as nações pagãs privadas do conhecimento de Deus e os profetas
até então nunca tinham pregado para elas.(...)
Este
exemplo de como a palavra deserto é interpretada, nos faz lembrar da parábola
da figueira seca, em que Jesus aproximou-se de uma árvore para de seus frutos
colher e lá somente encontrou folhas. Disse-lhe que secaria e que ninguém mais
comeria de seus frutos. Para nós, algo irascível, afinal, por que Jesus
amaldiçoaria uma árvore que talvez não estivesse na época de dar frutos? Não
foi intolerância do Mestre, pelo contrário, se observarmos o Evangelho Segundo
o Espiritismo, veremos mais esta explicação, mas posso adiantar-lhes
que (...) a figueira seca deve ser vista como aquelas pessoas que apenas
aparentam o bem, mas na realidade nada produzem de bom: os oradores que possuem
mais brilho do que solidez, dotados do verniz das palavras de maneira que estas
agradam aos ouvidos; mas quando as analisamos, nada revelam de substancial para
o coração; e, quando as acabamos de ouvir, perguntamos que proveito
tivemos.(ESSE XIX:9).
Assim é
a passagem em que se diz que João vinha ou pregava no deserto. Deserto de
almas; deserto de Deus nas pessoas; deserto de seres que nunca foram alvo de
atenção acerca das verdades divinas. João chamava a todos quantos, mas de certa
forma, ele principiava por já praticar a atitude que já conhecemos através das
palavras de Jesus “Não são os sãos que necessitam de médico”.
(...)
As palavras de João são emblemáticas, raivosas aparentemente, mas cortantes,
penetrantes, estimulantes, poderíamos até dizer, destruidoras de um mundo que
aparentava estar com Deus, mas não estava: por isso, um machado aparece para
cortar a árvore improdutiva (Jesus várias vezes retomará essa imagem da poda,
do corte radical, lembram da figueira?). Quem quiser percorrer esse caminho
para encontrar o Salvador deve andar pelo deserto, deve converter-se, deve
mergulhar (batismo) numa nova espiritualidade, mesmo porque a proposta que
Jesus vai apresentar aos seus seguidores não será de muita facilidade,
comodidade, sem obstáculos. A estrada é estreita… Não haverá outro jeito de
encontrar-se com o próprio Deus.(...)
Esta
passagem que encontramos elucidada também em nosso Evangelho Segundo o Espiritismo,
nos mostra quão bella e rica ela é. Não apenas um gesto simbólico ou
ritualístico, mas um marco de profundidade na vida de uma criatura onde somente
quem já é senhor de suas vontades, de seu pensar e de seu viver pode vivenciar
com real proveito. Como impor o batismo a alguém que sequer ainda sabe dizer o
próprio nome e quem dirá identificar-se diante da vida?
Bom,
afora a morte que pode ser considerada brutalmente trágica, temos muitas outras
alusões acerca da vida de João Batista e pouco seria mantermos apenas este
encontro como grande referencial. Hoje, nesta noite, temos apenas a intenção de
refrescarmos a memória de todos os presentes acerca de mais este ser narrado
por Kardec como exemplo de nazareno ou nazireno. E, no alinhavo das três personalidades,
temos que a fé foi a ferramenta que moveu estes três irmãos. O primeiro,
fraquejou diante dela e dos compromissos assumidos. O segundo conseguiu levá-la
com fidelidade e honra até o fim de seus dias terrenos e o terceiro não hesitou
em morrer em nome dessa fé.
Fé na
justiça, na verdade, na renovação, no novo reino, no Messias e em Deus. Fé que
o deixava livre para apontar os erros de Herodes, por exemplo, ao tomar
Herodíades como sua a esposa, sendo que assim o era de seu próprio irmão.
Ambos, confrontados diante de suas imposturas morais, acalentaram a vingança e
a oportunidade de lavarem com sangue a ofensa que lhes fora feita, ofensa essa
que não passava da verdade sendo colocada sem medo e sem pudor, por conta de
ser aquilo que com fé e ardor se buscava.
Essa fé
lhe custou a vida e quantos de nós não nos censuramos por ter feito algo bom
que se transformou em dor ou dificuldade? Devemos ter fé que a nossa parte está
cumprida, assim como João cumpriu com sua parte ao ser inquirido acerca da
legitimidade do relacionamento de ambos. Confiemos em nossas obras quando elas
são calcadas na fé em Deus e no seu amor.
Finalizando,
vale lembrar que Jesus se referiu a João Batista de forma ímpar ao dizer que
‘dentre os nascidos de mulheres, não havia nenhum maior que ele’. E isso nos
faz perceber a diferença entre João e Jesus. Oras, ambos nasceram de mulheres,
mas apenas um o fora por uma única vida ou existência, no caso, o Mestre Jesus.
Então, entre os homens, aquele que merecia o reconhecimento de Jesus era
justamente João Batista.
Exposto
em 05-02-2010 por Fiorell@!
Conhecer
sobre os nazirenos ou nazarenos, fez com que pudéssemos visualizar a diferença
que a fé, o comprometimento e a disciplina fazem em nosso viver. Hoje, teremos
os publicanos e isso nos proporcionará um ângulo novo de observação.
(...)
PUBLICANOS – Eram assim chamados, na Roma antiga, os cavaleiros arrendatários
das taxas, encarregados da cobrança dos impostos e das rendas de toda espécie,
fossem na própria Roma ou em outras partes do Império. Assemelhavam-se aos
fermier généraux (arrendatários gerais) e aos traitans (contratantes) do antigo
regime na França, e aos que ainda existem em algumas regiões. Os riscos a que
estavam sujeitos faziam que se fechassem os olhos para o seu enriquecimento,
que, para muitos, eram produtos de cobranças e de lucros escandalosos. O nome
de publicanos foi estendido mais tarde a todos os que lidavam com o dinheiro
público e aos seus agentes subalternos. Hoje, a palavra é tomada em sentido
pejorativo, para designar os negocistas e seus agentes pouco escrupulosos; às
vezes dizemos: ‘’ávido como um publicano; rico como um publicano’’,
referindo-nos a fortunas da má procedência.(...)
Não
temos muito a acrescentar nesta passagem e me faço valer das palavras de
Almícar Del Chiaro Filho:
(...)
Publicanos eram agentes do tesouro público. Eram pessoas que compravam do
governo o direito de cobrar impostos, pagando antecipadamente, do seu bolso, a
quantia estimada pelas autoridades do Tesouro, ficando com o comprador, o risco
de recuperar o seu dinheiro. Segundo Torres Pastorino, o Coletor distribuía os
seus agentes para cobrar taxas de pedágios, de trânsito de mercadorias, de
caravanas do comércio, de alfândegas e etc. dentro do distrito que lhe cabia
por direito. O que arrecadasse era seu, inclusive o superávit (sempre era
cobrado a mais). Alguns, mais afortunados compravam o direito sobre toda uma
província e eram considerados chefes dos publicanos, como Zaqueu. (Lucas 19:
3). Eles eram mal vistos pelo povo, pois cobravam muito mais do que deviam. Os
judeus os consideram traidores e apóstatas. O *Talmude proibia que fossem
testemunhas ou juizes nos processos e eram considerados legalmente impuros, por
estarem sempre em contato com os não judeus. As autoridades faziam vistas
grossas às suas roubalheiras, porque a profissão era execrada e arriscada.
Imaginem o impacto causado por Jesus, ao escolher um publicano, como discípulo.
* Talmude – Uma das obras mais importantes do judaísmo pós-bíblico e
considerada a interpretação autentica da *Toráh, ou lei escrita. TORAH – (lei)
Os cinco primeiros livros da Bíblia hebraica que contém o essencial da lei
mosaica. Mateus, ou Levi, ofereceu um banquete a Jesus e aos seus colegas, como
despedida das suas funções. Citamos este fato apenas por um ensinamento
notável. Criticado pelos Fariseus e Doutores por estar se banqueteando com
publicanos, ladrões e prostitutas, o Mestre cita um aforismo (sentença): Os
sãos não necessitam de médico, mas sim os enfermos. Depois conclui - Não vim
chamar os justos, mas os pecadores.(...).
Gostaria
de lembrá-los destes publicanos famosos, Zaqueu e Levy. Para tanto,
disponibilizarei passagens e textos acerca de ambos, que nos mostram claramente
como os publicanos eram vistos e como Jesus deu ênfase à necessidade de com
eles estar, justamente porque encontrava nestes irmãos muito mais sinceridade
de coração do que nos fariseus. Prosseguindo com o Evangelho Segundo o
Espiritismo, temos
(...)
Durante a dominação romana, foi o imposto o que os judeus mais dificilmente
aceitaram, e o que mais causava irritações entre eles. Provocou numerosas
revoltas e foi transformado numa questão religiosa, porque era considerado como
contrário à lei. Chegou-se mesmo a formar uns partidos poderosos, que tinha por
chefe um certo Judá, chamado o Gaulonita, que estabelecera como princípio o não
pagamento do imposto. Os judeus tinham, portanto, horror ao imposto e, por
conseqüência, a todos os que se encarregavam de arrecadá-lo. Esse o motivo de sua
aversão pelos publicanos de todas as categorias, entre os quais podiam
encontrar-se pessoas estimáveis, mas que, em virtude de suas funções, eram
desprezadas, juntamente com as pessoas de suas relações, todas confundidas na
mesma repulsa. Os judeus bem considerados julgavam comprometer-se, tendo
relações íntimas com eles.(...)
Afora
esta importante elucidação, teremos muito mais acerca do assunto nas próximas
páginas do Evangelho Segundo o Espiritismo, mas vale enfatizar que no capítulo
XI encontraremos a famosa passagem “Daí a César o que é de César”, que nos leva
a refletir não apenas acerca das diferenças material/espiritual, mas também
acerca daquilo que fazemos ou buscamos em relação ao próximo e a nós mesmos,
enquanto num mundo de provas e expiações, um mundo predominantemente da
matéria. Finalizando por hoje, temos também acerca dos Peageiros:
(...)
PEAGEIROS – Eram os cobradores inferiores, encarregados de receber a peagem
(pagamento) para entrada nas cidades. Suas funções correspondiam mais ou menos
a dos funcionários aduaneiros e dos cobradores de taxas sobre mercadorias.
Sofriam também a reprovação aplicada aos publicanos em geral. È por essa razão
que encontramos freqüentemente nos Evangelhos o nome de publicano ligado à
designação de gente de má vida. Essa qualificação não se referia aos dissolutos
e aos vagabundos; era uma expressão de menosprezo, sinônima de gente de má
companhia, indignas de relações com gente de bem. (...)
Para
quem se surpreende com as atitudes que podemos ver em alfândegas e serviços
destinados a entrega de mercadorias a terceiros, eis que não existe nenhuma
novidade. A novidade que deveria existir é a de que, independentemente de nos
sentirmos lesados ou enganados, utilizássemos destes serviços com a consciência
tranquila. A passagem de Zaqueu pode nos mostrar isso.
Jesus
afirmou que faria o jantar em sua casa e este homem, clamou de si para si
mesmo: ‘não sou digno, não sou digno’. E enquanto sua família preparava a casa
com perfumes, tecidos finos, iguarias e convidados seletos, Zaqueu buscou ao
Mestre, porque em sua mente e em seu coração rondava o peso da consciência que
havia cobrado a mais e recebido o que não lhe cabia em verdade. Zaqueu era
responsável pela cobrança de impostos de uma província toda e seus ganhos eram
gigantescos, mas a sua solidão também. Nem seus familiares ou filhos podiam
desfrutar da companhia ou amizade dos demais, pois que eram mau vistos.
Este
homem, em exame de consciência, percebe seus erros e ganhos ilícitos e se
dispõe a refazer seus erros doando seus bens e seguindo ao Mestre. E nós que já
alteramos imposto de renda, que já anotamos zona azul a lápis para
reaproveitarmos o cartão, que recebemos troco a mais e não devolvemos e tantas
outras coisas que pode rondar na mente de cada um aqui presente ou nos ouvindo,
como será que podemos nos postar se o Mestre se convidar a cear em nossa casa?
Este
pensamento, de que o Mestre Jesus poderá a qualquer momento adentrar ao nosso
lar e à nossa vida, serve-nos de estímulo para muitas coisas. Diferenciar o que
pertence a Deus e ao homem é imprescindível para que não nos percamos em
atividades infrutíferas e atitudes desnecessárias, que mais encobrem um falso
puritanismo ou um ideal deturpado, do que a realidade em que vivemos.
Estamos
na Terra, na matéria. Temos necessidades e funções adequadas a estes estados e
cabe a cada um de nós observá-las e levá-las avante com a consciência
tranquila. Se Jesus adentrar ao meu lar, de repente, vai quase cair de costa,
tamanha bagunça que encontrará. Se eu pesar o real valor que devo dar a esta
bagunça, verei que existem crianças que brincam o dia todo fechadas em um
apartamento; verei que sou uma pessoa sozinha para administrar um lar e isso
inclui desde o ganha pão até a compra e confecção de tudo que é consumido neste
lar.
Embora
o Mestre encontre essa bagunça, ele perceberá que em minha mente não haverá o
peso de ter roubado, de ter me feito de esperta ou Gerson em qual situação for,
de estar ao lado de meus filhos dando-lhes o melhor que está ao meu alcance,
mesmo quando estou aqui com vocês, ou seja, não abro mão de minhas
responsabilidades maternais para divulgar a doutrina espírita ou converter quem
quer que seja, pelo contrário, aprendo cada dia mais a importância dos momentos
que passamos juntos, como ontem que fui caçar casulos de borboletas com
Fiorellinha ou outro dia em que joguei com meu filho.
Será
que não estamos próximos de agir como os chamados publicanos? Será que também
não estamos censurando nosso próximo como se fariseus fôssemos? Estudar o Evangelho
é mais do que conhecer fatos que ocorreram séculos atrás. É trazê-lo para o
nosso viver em cada vírgula, em cada migalha de nossa existência, pois somente
assim teremos alcançado o proveito necessário do aprendizado a que nos
propomos.
Exposto
em 17-02-2010 por Fiorell@!
A noite
de hoje nos promete a observação acerca dos Fariseus. Se prestarmos atenção,
veremos que no dia de hoje muitos irmãos podem ser chamados de fariseus, por
conta do pejorativo com que o nome tornou-se conhecido. Alguns nomes nos são
conhecidos nos dias de hoje como pertencentes a religiosos e até a companheiros
de doutrina. Dentre os mais famosos, temos: hipócritas e sofistas.
Diretamente
da Wikipédia, temos que (...) hipocrisia é o ato de fingir ter crenças,
virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra
deriva do latim e do grego ambos significando a representação de um ator,
atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou, mais tarde, a
designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos. Um
exemplo clássico de ato hipócrita é denunciar alguém por realizar alguma ação
enquanto realiza a mesma ação. (...).
Vira e
mexe dizemos aos outras: ‘Deixa de ser hipócrita!’ e é bem isso, deixe de falar
uma coisa e fazer outra ou até mesmo de criticar aquilo que você mesmo faz e
não admite. Outro conhecido nosso é o sofista:
(...)
Sofisma é argumento capcioso com que se pretende enganar ou fazer calar o
adversário. Popularmente se diz que sofisma é um engano, logro. Sofismar é
torcer o argumento ou a questão. Dar aparências de verdade a (asserção que se
sabe ser falsa). Popularmente se diz que é lograr, iludir. (...)Algumas
criaturas são versáteis em usar de sofismas, ou seja, raciocinam por sofismas,
criando confusão e até mesmo falsas impressões sobre as pessoas.
Geralmente,
estes dois tipos de criaturas, hipócritas e sofistas, são intolerantes,
intransigentes, donos da verdade e de difícil trato quando são contrariados ou
suas verdades são postas em cheque. Excelentes explanadores possuem grande
dificuldade em reconhecer os próprios erros e desenganos. Fazem parte de todas
as religiões e situações, inclusive matrimoniais, pois são assim, até
compreenderem que é necessário fazer-se humilde na acepção do significado, para
começar a compreender o próximo e a si mesmo sem véus ou meias verdades.
Bom,
esta pequena introdução sobre hipócritas e sofistas, foi por conta da frase
conhecidíssima de Jesus: “Aí de vós escribas e fariseus, hipócritas!” Os
escribas veremos logo adiante, os fariseus, verificaremos agora:
(...)
FARISEUS – (Do hebraico: divisão, separação). – A tradição constituía parte
importante da teologia judaica. Consistia na reunião das interpretações
sucessivas dadas aos trechos das escrituras, que se haviam transformado em
artigos de dogma. Isso era, entre os doutores, motivo de discussões
intermináveis, na maioria das vezes sobre simples questões de palavras ou de
formas, à semelhança das disputas teológicas e das sutilezas da escolástica
medieval. Daí surgiram diferentes seitas, que pretendiam cada qual o monopólio
da verdade, e como acontece quase sempre, detestando-se cordialmente entre si.
(...)
Que
forte isso, não gente? Detestarem-se cordialmente! Algo que deveria aproximar
as criaturas, trazer-lhes a luz da razão e da igualdade é, antes de tudo, o
motivo pelo qual se desentendem e até nutrem reservado ódio. Nós, seres humanos
em evolução, possuímos este grande problema: se é igual a nós ou como nós
pensa, serão amados e até festejados, do contrário, nutriremos aversão e
trataremos com indelicadeza, reserva e até distanciamento.
Ou
seja, por conta do radicalismo e da tradição, que nada mais é do que a via pela
qual os fatos ou os dogmas são transmitidos de geração em geração sem mais
prova autêntica da sua veracidade que não essa transmissão, o que nos faz
perceber os excessos cometidos em nome de uma crença. Aliás, temos isso em
todos os setores de nosso viver e dentro da própria Doutrina Espírita.
Outro
fator interessante é no que diz respeito ao dogma que nada mais é do que o
ponto fundamental e indiscutível de uma crença religiosa, por isso se diz que a
Doutrina Espírita não é dogmática ou possui dogmas. Dogmas são encontrados em
muitas religiões como o cristianismo, islamismo e o judaísmo, onde são
considerados princípios fundamentais que devem ser respeitados por todos os
seguidores dessa religião. Como um elemento fundamental da religião, o termo
"dogma" é atribuído a princípios teológicos que são considerados básicos,
de modo que sua disputa ou proposta de revisão por uma pessoa não é aceita
nessa religião. Dogma se distingue da opinião teológica pessoal. Dogmas podem
ser clarificados e elaborados, desde que não contradizem outros dogmas. A
rejeição do dogma é considerada heresia ou blasfêmia em determinadas religiões,
e pode levar à expulsão do grupo religioso. Vale lembrar que o termo dogma é
usado muitas vezes de maneira pejorativa para se referir a qualquer crença que
é mantida insistentemente, como nos debates entre os marxistas, ás vezes, é
aplicada a convicções políticas[3], ou ao fanatismo religioso. Seguindo:
(...)
Entre essas seitas, a mais influente era a dos Fariseus, que tinha Hilel como
chefe, doutor judeu nascido na Babilônia, fundador de uma célebre escola, onde se
ensinava que a fé só era dada pelas Escrituras. Sua origem remonta aos anos 180
ou 200 antes de cristo. Os fariseus foram perseguidos em diversas épocas,
notadamente sob o domínio de Hircânio, sumo pontífice e rei dos judeus, e sob o
domínio de Aristóbulo e Alexandre, reis da Síria. Não obstante, como este
último lhes restituiu as honras e os bens, eles recuperaram o poder,
conservando-o até à ruína de Jerusalém, no ano 70 da era cristã, quando então o
seu nome desapareceu, em conseqüência da dispersão dos Judeus. (...)
Aqui os
fatos giram em torno do que eles chamam da segunda dispersão ou diáspora do
povo judeus, que ocorreu principalmente por conta da idolatria e rebeldia com
que o povo judeu se portava perante a Deus, que segundo rezam as tradições, lhes
tirou as terras prometidas até que retomassem a obediência a Deus, que então
seriam restaurados como nação soberana e senhora do mundo.
Já dá
para entendermos um pouco mais do porquê de tantos conflitos, guerras e
determinismo referente a este povo, não? Donos da verdade, prepotentes em
relação até o próprio criador, é um povo que muito precisou sofrer para se
depurar e, haja vista as condições em que vivem ainda hoje, pode-se dizer que
ainda não se modificaram muito. Na sequência da história, com a destruição do
Segundo Templo pelos romanos e a conseqüente dispersão do povo de Israel, os
judeus passaram a ser perseguidos, confinados e discriminados, criando as bases
do anti-semitismo. Como conseqüência das dificuldades econômicas da Europa, no
início do século passado, e das perseguições religiosas e sociais sofridas em
seus países de origem, muitos judeus vieram para o Brasil em busca de uma vida
melhor, fixando-se em sua grande maioria no Rio Grande do Sul.
Fontes
ainda nos dizem que os romanos destruíram Jerusalém, e isso acarretou uma nova
diáspora, fazendo os judeus irem para outros países da Ásia Menor ou sul da
Europa. As comunidades judaicas estabelecidas nos países do Leste Europeu ficam
conhecidas como Asquenazi (netos de Noé). Os judeus do norte da África
(sefardins) migram para a península Ibérica. Expulsos de lá pelo crescente
cristianismo do século XV, migram para os Países Baixos, Bálcãs, Turquia,
Palestina e, estimulados pela colonização européia, chegam ao continente
americano.
(...)
Os fariseus desempenhavam papel ativo nas controvérsias religiosas.
Observadores servis das práticas exteriores do culto e das cerimônias, tomados
de ardoroso proselitismo, inimigos das inovações, afetavam grande severidade de
princípios. Mas, sob as aparências de uma devoção meticulosa, escondiam
costumes dissolutos, muito orgulho, e sobretudo excessivo desejo de dominação.
A religião, para eles, era mais um meio de subir do que objeto de uma fé
sincera. Tinham apenas exterioridades e ostentação de virtudes, mas com isso
exerciam grande influência sobre o povo, passando para este como santos
personagens. Eis porque eram muito poderosos em Jerusalém. (...)
Vamos
lá compreendendo algumas coisas, que também ouvimos muito em relação á Doutrina
Espírita. Não praticamos o proselitismo. Mas que trem é esse? Prosélito é o
novo convertido a uma religião, a uma seita ou a um partido. Ardoroso
proselitismo é aquilo que vemos comumente: criaturas querendo nos converter á
sua crença ou religião e a todo custo! Não seremos salvos, não somos
verdadeiros tementes a Deus, somos pagãos e por aí vai. Para os espíritas em
específico, tem o trem de sermos necromantes, ou seja, fazermos adivinhações
através de espíritos e também de termos parte com o diabo a quem chamamos de
irmão. Uffa.. tem muito mais, mas estes exemplos já nos servem para vermos como
o radicalismo não é frutífero e nem respeitoso.
A parte
mais feia de tudo isso, não bastasse aquilo que acabamos de citar, é a de que
tudo isso é realizado de maneira aparente e ostensiva, como bem é salientado
por Kardec. Infelizmente, temos isso até hoje: prega-se uma coisa ao próximo e
realiza-se outra em casa. Não preciso citar exemplos, pois todos nós conhecemos
pessoas que possuem uma fachada e um interior completamente diferente.
O texto
foi retirado deste site, onde é possível ler um pouco mais acerca das
profecias Profecias
Cumpridas.
Aliás,
outra parte preocupante é justamente a de que (...) tinham apenas
exterioridades e ostentação de virtudes, mas com isso exerciam grande
influência sobre o povo, passando para este como santos personagens(...), mas
Jesus conhece o íntimo de todos nós, mesmo aqueles que batem no peito e dizem:’
isso é entre minha consciência e Deus’. Outro grande problema de criaturas que
agem desta maneira é justamente o poder que exercem sobre as pessoas. As mais
atentas percebem o que se passa, mas muitas estão tão perdidas em si mesmas e nas
redes da própria imperfeição, que não conseguem distinguir o certo do errado, o
que fala manso e diz verdades, do que as vivencia.
Nós
espíritas, sabemos que isso gera um processo de continuidade dos compromissos
individuais e dos laços entre as criaturas, vida após vida até que consigam
acertar os ponteiros. Se alguém seguir sozinho, com certeza pedirá para voltar
e acompanhar o que retarda, por conta daquela tal afirmativa: ‘Isso é entre
minha consciência e Deus’.
Tomo a
liberdade de deixar este último parágrafo para o próximo encontro, pois contém
muito mais do que sequer podemos divisar. É um ponto importante que nos mostra
o que fizeram os que foram desmascarados e aquele que desmascarou.
Servir-nos-á, com certeza, para que entendamos as consequências do reto
proceder, aquele mesmo reto proceder que é escarnecido, perseguido e
atormentado pelos fariseus atuais.
Exposto
em 03-03-2010 por Fiorell@!
Notícias Históricas - parte VII
O que
pudemos acompanhar no estudo passado foi justamente uma postura que se
distancia daquilo que o Mestre Jesus demonstrou: simplicidade, verdade e amor.
Vimos adoradores de Deus que sequer conseguiam manter-se fiéis aos princípios
alardeados, quanto mais às verdades não compreendidas diante da eternidade da
criação.
Pudemos
perceber e entender que estes homens, em muitos momentos, não o faziam apenas
por ingenuidade ou desconhecimento real das leis divinas, mas sim um desejo
egoísta de poder e de levar vantagem no que quer que seja. Inúmeras vezes me
surpreendi com as disputas existentes dentro de entidades filantrópicas ou
casas de ajuda. Inúmeras e incontáveis vezes me questionei: “Como alguém que
faz parte de um trabalho voluntário, sem fins lucrativos e sem nada de
‘palpável’ pode desejar tanto o poder ou a liderança a qualquer custo?”
As
respostas nunca me foram satisfatórias. Hoje entendo que o poder ou a projeção
social em qualquer setor que seja, é alimento para muitas pessoas, assim como
desfilar com uma calça de marca ou um carro importado. O que não me cabia compreensão
era perceber que estas coisas são materiais e palpáveis e as outras não. E
pior: as outras estão inseridas em contextos que envolvem a fraternidade, a
caridade e o amor ao próximo. Impensável haver esse tipo de disputa ou anseio!
Porém,
gente, retornando aos tempos de Jesus, entendemos que isso não é nenhuma
novidade diante do interior da criatura humana e nem começou à época do Mestre.
É algo que sempre fez parte de inúmeras criaturas nas situações mais
abrangentes: concubinas em haréns, chefes em exércitos, serviçais em castelos,
adoradores em templos e assim por diante. E, de fato, assim ocorreu com o que
dizia respeito ao Mestre. Vejamos o que nos diz Kardec:
(...)
(Os fariseus) Criam, ou pelo menos professavam crer na Providência, na imortalidade
da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. (Cap. IV, N°4).
Jesus, que acima de tudo prezava a simplicidade e as qualidades de coração, que
preferia da lei o espírito que vivifica à letra que mata, entregou-se, durante
toda a sua missão, a desmascarar essa hipocrisia, e em conseqüência os
transformou em seus inimigos encarniçados. Foi por isso que eles se ligaram com
os príncipes dos sacerdotes para revoltar o povo contra ele e fazê-lo
sacrificar. (...)
Essa
atitude dos fariseus era escancarada e totalmente contrária ao que professavam
como sendo verdades que seguiam. Possuíam, como vimos, atitudes exteriores e
atitudes reais. As reais eram distintas das atitudes exteriores, que todos viam
e podiam testificar. O Mestre Jesus, ao contrário, em todos os seus momentos
apregoou verdades que praticava e cria, tanto é que colocou-se à mercê destas
criaturas ao desmascará-los e ao mostrar a diferença de postura entre eles e a
verdade.
Como
bem vemos em nossos dias, aquelas criaturas que se propõe a fazer ‘limpezas’, a
trazer a verdade à tona, a prestar ao próximo auxílio concreto e real, são
perseguidos, preteridos, tem seus caminhos dificultados e, em muitos momentos
são considerados como perversos e colocados na postura de réus, por algozes inescrupulosos
e detentores de um poder que lhes faculta esse agir.
Criaturas
como estas são as mesmas que perseguem aqueles que buscam o reto proceder, que
desejam depurar-se, que querem melhorar sua vibração e sua conduta. E isso
ocorre em todas as escalas e dimensões: quando nos propomos a buscar a
edificação ofertada dentro de um trabalho religioso ou espiritual, tudo nos
dificulta o dia e a chegada; somos vencidos por obstáculos e até mesmo pelo
sono para que não estejamos atentos e presentes em determinadas situações e
locais.
Se em
nosso trabalho queremos realizar tarefas que podem proporcionar o bem ou o
crescimento aos demais e isso contrariar interesses escusos, seremos barrados e
portas fechar-se-ão até para uma simples conquista. Que fazer? Sentar,
desanimar, desistir ou deixar para lá? Nos acreditarmos desamparados e testados
por Deus? Ou verificarmos os exemplos de Jesus que mesmo vendo-se castigado
injustamente, mesmo tendo em suas mãos todo o ‘poder’ e a capacidade para fazer
calar a cada uma das criaturas que lhe impingiam uma blasfêmia inexistente,
tornou-se dócil e não resistiu ao mal que lhe queriam fazer, ao contrário,
compreendeu e intercedeu junto ao pai por seus algozes.
Seus
compromissos assumidos junto ao Pai eram maiores que suas necessidades pessoais
de se fazer entendido ou absolvido; seus compromissos assumidos junto ao Pai
por nós era maior do que o amor-próprio egoísta que vemos nas criaturas. E, se
assim podemos dizer, o Mestre fez escola e centenas de discípulos se deixaram levar
às feras, pois criam na vida eterna e no Pai que o Mestre Jesus lhes
apresentou.
Um Pai
misericordioso, justo e sábio; um Pai que nada deixa passar desapercebido ou de
maneira indevida. Um Pai cujas qualidades, dons e atributos nos são de difícil
enumeração, pois sequer os conhecemos em profundidade ou em verdade. Mas
aqueles que crêem e confiam em toda a sua magnitude, estes serão salvos até
mesmo das feras carniceiras, porque o que perece é apenas a matéria, mas jamais
o espírito eterno.
Isso
somos nós. Assim devemos agir. Somos convidados a rever atos, atitudes e
caminhos. Somos chamados a construir e edificar não apenas por nós mesmos, mas
também pelo nosso próximo. E, embora tenhamos dificuldades, obstáculos se
apresentem e portas benéficas pareçam se cerrar ante nossa avidez ao
transpô-las, eis que ainda nestes momentos temos a providência divina a nos
amparar e a nos fortalecer, auxiliando-nos e convocando-nos a fazer nossa
parte.
A
questão é: vale a pena continuarmos a ser fariseus? Vale-nos algo ser
hipócritas? Enganamos a quem diante de nossas atitudes dúbias?
(...)
ESCRIBAS – Nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a certos
intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, essa designação foi aplicada
especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para
o povo. Faziam causa comum com os Fariseus, participando dos seus princípios e
de sua aversão aos inovadores. Por isso, Jesus os envolve na mesma
reprovação.(...)
Funções
que eram tidas como necessárias e de confiança, mas que foram utilizadas
segundo as necessidades egoísticas daqueles que as realizavam. Novamente temos
o egoísmo imperando ante a coletividade. Escribas eram como que cara metades de
fariseus e a discriminação que Jesus lhes presta ao dizer: “ai de vós escribas
e fariseus. Hipócritas!”. Como tudo o que temos em nossa vida e já bem dissemos
aqui, o ruim e a perversão não está nas coisas, mas no emprego que dela
fazemos.
Exposto
em 10-03-2010 por Fiorell@!
Quando
abordamos sobre os fariseus, vimos um trecho em que algo de relevante ocorreu
na história do povo judeu. Foi a destruição do Templo em Jerusalém e a
conseqüente dispersão que isso ocasionou no povo judeu, em vista de
perseguições políticas e religiosas. Vejam que este fato pode ser necessário
para compreendermos o termo Sinagoga:
(...)
SINAGOGA – (Do grego: Sunagoguê, assembléia, congregação)- – Só um templo
existia na Judéia: o de Salomão, sito em Jerusalém, onde se celebravam as
grandes cerimônias do culto. Todos os anos os Judeus se dirigiam a ele em
peregrinação, para as festas principais, como a de Páscoa, a da Dedicação e a
dos Tabernáculos. Foi nessas ocasiões que Jesus fez numerosas viagens a
Jerusalém . As demais cidades não tinham templos, mais sinagogas, edifícios em
que os judeus se reuniam aos sábados, para fazerem suas preces públicas sob a
direção dos anciãos, dos escribas e dos doutores da lei. Ali se faziam também
leituras dos livros sagrados, seguidas de comentários e explicações. Cada um
podia participar, e foi por isso que Jesus, sem ser sacerdote, ensinava nas
sinagogas aos sábados. Depois da ruína de Jerusalém e da dispersão dos Judeus,
as sinagogas, nas cidades em que passaram a residir, servem-lhes de templo para
a celebração do culto.(...)
Tínhamos
aqui um único local para grandes cerimônias e este local podia comportar todo o
povo judeu para a realização das principais festividades, como a Páscoa, a da
Dedicação e a do Tabernáculo. Falar da Páscoa, que aliás se avizinha, traz
certa confusão em nossa mente. Se destacada neste trecho de kardec, poderá soar
como fora de marco cronológico, haja vista o fato de a dispersão do povo judeu
ter ocorrido cerca de 70 anos antes de Cristo e, ao mesmo tempo, sabermos que o
Mestre já pregava em sinagogas, considerados como pequenos templos para
celebração de cultos e que comportavam apenas parte ou fragmentos do povo
judeu.
Porém,
verificando um pouco além do que conhecemos ou cultuamos, eis que a Páscoa
sugere algo mais do que apenas o renascimento do Mestre Jesus, como muitas
religiões alardeiam. Uma definição contida na Wikipédia nos mostra a deturpação
que o termo sofreu e o seu real significado/comemoração diante do povo judaico
e do povo cristão. Sigamos com a compreensão do que é a Páscoa no Judaísmo:
(...)
Segundo a Bíblia (Livro do Êxodo), Deus lançou 10 pragas sobre o Egito. Na
última delas (Êxodo cap 12), disse Deus que todos os primogênitos egípcios
seriam exterminados (com a passagem do anjo da morte por sobre suas casas), mas
os de Israel seriam poupados. Para isso, o povo de Israel deveria imolar um
cordeiro, passar o sangue do cordeiro imolado sobre as portas de suas casas, e
Deus passaria por elas sem ferir seus primogênitos. Todos os demais
primogênitos do Egito foram mortos, do filho do Faraó aos filhos dos
prisioneiros. Isso causou intenso clamor dentre o povo egípcio, que culminou
com a decisão do Faraó de libertar o povo de Israel, dando início ao Êxodo de
Israel para a Terra Prometida. (...)
Conhecemos
esta passagem. Primogênitos sendo sacrificados e primogênitos sendo poupados
por conta do sangue posto por sobre as portas. A morte passava sem deter-se
naquele ambiente. Eu adorava assistir a história da bíblia e ver esta parte das
pragas, mas sequer podia imaginar o seu real significado, além do de ser uma
grande produção dos idos anos de 70. Vejamos o comentário:
((Sobre
as 10 Pragas do Egito e Suas Importâncias)) - Um trecho que, sem dúvida, chama
demasiadamente a atenção dos cristãos ou mesmo não crentes, é a passagem sobre
as 10 Pragas que o Senhor impusera sobre o Egito. Porém, poucos se preocupam
com toda a finalidade desse plano de Deus para aquele povo e para os nossos
dias.
Além da
principal finalidade que é relatada na Bíblia, que é libertação do povo de
Israel que estava sendo cativo do Faraó, as 10 pragas tiveram grande
importância sobre os habitantes do Egito. Deus estava demonstrando, de certa
forma, sua superioridade aos deuses que eram adorados pelos egípcios e pelo
Faraó. E como se deu isso? A resposta é simples. Imaginem: Por que Rãs,
Gafanhotos, Águas em Sangue, Chuva de Pedras...? O certo é que Deus queria
falar algo mais, algo além do que podemos ver algo que hoje precisa ser
estudado, mas que na época era uma grande revelação de Deus ao povo de Israel e
ao Império Egípcio.
Cada
praga era direcionada a um ou mais deuses, conforme a credibilidade do povo em
confiar nesses "falsos senhores". Anexarei este quadro na página de
estudos, mas vejam que interessante:
*AS PRAGAS*
*REFERÊNCIA*
*DIVINDADE
EGÍPCIA ANTIGA*
Ø
Águas se formaram em sangue Êxodo 7.14-25
Knum:
guardião do Nilo; Haspi: espírito do Nilo; Osiris: O Nilo era seu sangue.
Ø
Rãs Êxodo 8.1-15
Hect:
com aspecto de rã; deus da ressurreição
Ø
Piolho Êxodo 8.1-19
Ø
Moscas Êxodo
9.20-32
Ø
Peste nos Animais Êxodo
9.1-7
Hator:
deusa-mãe com forma de vaca; Apis: o touro do deus; Ptá: Símbolo da
fertilidade; Mnevis: touro sagrado de Heliópolis
Ø
Úlceras Êxodo
9.8-12
*Imotep:
deus da medicina
Ø
Chuva de Pedras Êxodo
9.13-25
Nut:
deusa do céu; Ísis: deusa da vida; Set: protetor das colheitas
Ø
Gafanhotos Êxodo 10.1-20
Isis:
deusa da vida; Set: protetor das colheitas
Ø
Trevas Êxodo
10.21-29
Rá,
Aten, Atum, Horus: todos deuses do sol
Ø
Morte dos Primogênitos Êxodo
11.1-12,36
Osiris:
A divindade de Faraó; o doador da vida
*Imotep,
pode não estar envolvida, pois só encontra-se registros dela bem mais tarde,
hipoteticamente pode ter surgido bem depois do episódio. (retirado de
http://di.romanhol.vilabol.uol.com.br/inicio.htm )
Se nos
mantivermos neste aspecto, veremos coerência com o descrito por kardec, afinal,
o povo já comemorava o evento da Páscoa no Templo de Salomão, portanto, antes
de Cristo. Depois temos a páscoa pela ótica cristã:
(...) A
Páscoa (do hebraico Pessach, significando passagem) é um evento religioso cristão,
normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a
maior e a mais importante festa da Cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram
a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação (ver
Sexta-Feira Santa) que teria ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 da Era
Comum. O termo pode referir-se também ao período do ano canônico que dura cerca
de dois meses, desde o domingo de Páscoa até ao Pentecostes.
Os
eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os judeus
comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito.
A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário.(...)
A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário.(...)
Essa é
a versão que mais comumente conhecemos: associar a Páscoa à morte e
ressurreição do Cristo. Agora, sabem aquele inocente coelhinho da páscoa? Sabem
de onde ele provém?
(...)
Na Páscoa, é comum a prática de pintar-se ovos cozidos, decorando-os com
desenhos e formas abstratas. Em grande parte dos países ainda é um costume
comum, embora que em outros, os ovos tenham sido substituídos por ovos de
chocolate. No entanto, o costume não e citado na Bíblia. Antes, este costume é
uma alusão a antigos rituais pagãos. Eostre ou Ostera é a deusa da fertilidade
e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia
germânica. A primavera, lebres e ovos pintados com runas eram os símbolos da
fertilidade e renovação a ela associados. A lebre (e NÃO um coelho) era seu
símbolo. Suas sacerdotisas eram ditas capazes de prever o futuro observando as
entranhas de uma lebre sacrificada (claro que a versão “coelhinho da páscoa,
que trazes pra mim?” é bem mais comercialmente interessante do que “Lebre de
Eostre, o que suas entranhas trazem de sorte para mim?”, que é a versão
original desta rima. A lebre de Eostre pode ser vista na Lua cheia e, portanto,
era naturalmente associada à Lua e às deusas lunares da fertilidade. De seus
cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern em alemão), que
foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. Os antigos povos
nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de Março. Eostre ou Ostera
(no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora” (ou novamente, o planeta
Vênus). É uma Deusa anglo-saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do
Renascimento. Ela deu nome ao Sabbat Pagão, que celebra o renascimento chamado
de Ostara.(...)
Crenças
e rituais, misturados a interesses comerciais e distantes de Deus, firmaram-se
ao longo do tempo em nossa mente, confundindo-nos e dando-nos versões
diferentes acerca da mesma coisa. Neste ponto é importante que conheçamos a
história, para não nos deixarmos levar por rituais ou procedimentos distantes
da simplicidade que é seguir o caminho que leva ao Pai. prosseguiremos na
próxima semana, comentando acerca das outras duas festas praticadas no Templo:
da Dedicação e do Tabernáculo.
Exposto
em 17-03-2010 por Fiorell@!
Aqueles
que nos acompanham nos estudos podem estar se perguntando: ‘Mas Fiorella, para
que necessitamos conhecer sobre determinadas passagens históricas e até mesmo
costumes ocorridos antes da chegada do Mestre Jesus? Não estamos aqui para
estudar o Evangelho Segundo o Espiritismo, que trata fundamentalmente das lições
morais exemplificadas pelo Mestre?’. Seria básico eu dizer: é história e temos
de conhecer de tudo um pouco, mas existem outros fatos e razões que pesam sobre
essa necessidade.
Um
destes fatos está já em nosso capítulo I do ESE, intitulado NÃO VIM DESTRUIR A
LEI, onde entendemos que Jesus não veio contradizer Moisés, assim como a
Doutrina Espírita não veio apagar a mensagem do Nazareno, muito pelo contrário,
um é sequência do outro em conformidade com a evolução e compreensão do povo.
Determinadas
coisas podem nos parecer até bizarras se não compreendermos de onde provém ou
pelo menos conhecermos. O mesmo se sucede diante das loucuras e barbáries que
vemos nos dias atuais. Terão começado somente agora ou já temos estes atos em
nosso passado longínquo? Seremos mais ou menos fraternos nos dias de hoje?
Estaremos mais evoluídos ou ainda somos bárbaros descontrolados?
Conhecer
algumas passagens sem o glamour do cinema e por prismas variados, nos mostra
uma realidade que não nos seria compreensível sem estas explicações. Como
tantas famílias ainda passam por desagregações, dificuldades e até mesmo
aberrações como as que temos acompanhado pelos noticiários? Se observarmos
nosso passado e nossas atitudes, podemos compreender um pouco. Se observarmos
que somos seres de diversas moradas que se reúnem em conformidade com seu grau
evolutivo, também teremos algumas respostas.
Nossas
inquietações talvez sejam menores se compreendermos que nada começou ontem e
nem acabará amanhã. Que amores não são apenas de uma vida, assim como os
desafetos. Tudo levou muito tempo e, diante deste muito tempo, séculos foram
despendidos de maneira rudimentar, depois de maneira idólatra onde tudo era
motivo de veneração, depois envoltos em sombra e ostracismo, até que adentramos
a era moderna e aos tempos acelerados em que vivemos. Se o Planeta consumiu
tanto e tanto tempo para sua adequação e pleno proveito, quem dirá seus
habitantes, a moralidade e espiritualidade de cada um.
Bom, no
que diz respeito às 3 festividades citadas por Kardec, semana passada abordamos
acerca da Páscoa e suas disposições tanto de maneira religiosa, pagã e cristã.
Por esta tripla abordagem, pudemos compreender que a Páscoa já era comemorada
pelos judeus, mas que ganhou nova conotação após a crucificação do Mestre,
inclusive com partes sentindo-se lesadas no que tange à verdadeira comemoração.
Hoje temos um pouco acerca da Festa da Dedicação:
(...)É
entre os dias 22 e 29 de dezembro, que o povo de Israel celebra a Festa da
Dedicação, comumente conhecida como Hanukah. A festa de Hanukah não tem nada a
ver com o Natal comemorado pelos cristãos, veremos isso a seguir. Por volta de
200 antes de Cristo o governo Grego-Assírio inicia a tentativa de apagar a
memória judaica do povo judeu desejando misturá-los e torná-los parte da
cultura do helenismo grego. Para isso, Antioco proibiu o cumprimento de leis
judaicas e culto proibidos, incluindo nisso o próprio ensino da Torah, o que
obteve um sucesso muito grande, pois um grande número de judeus, homens e
mulheres se casaram com gregos e gregas, adotaram nomes e costumes gregos
deixando a cultura e religião judaica de lado.(...)
Neste
ponto já vemos, uma vez mais, o povo judeu ou de Israel sendo sufocado e até
mesmo perseguido por outros povos. Não foi só Hitler quem cismou com este povo
e a história nos mostra que é um povo reincidente em termos de perseguições
religiosas e políticas. Até por conta da própria rigidez dos ensinamentos do
Torah e daquilo que já abordamos no encontro retrasado, acerca dos que
professavam uma crença e agiam em conformidade com seus interesses próprios,
eis que o povo judeu também começou a se bandear para o lado ‘mais fácil’ e
menos perigoso, ou seja, a repressão imposta por Antioco acabou agradando a um
grande percentual de judeus, mas como não se tem nunca 100% em tudo na vida,
eis que:
(...)Em
resposta a isso, Deus levantou um pequeno grupo de judeus das montanhas da
Judah, da região de Modiin, que declararam publicamente uma revolução contra
Antioco e seu mandato. Seus líderes eram Mattitiahu, e seu filho Judah (Judas
Macabeus). Que faziam pequenas incursões contra o exército Grego-Sírio. Mais
tarde, Antioco enviou uma legião inteira de seu exército para sufocar a
rebelião, mas o pequeno comando dos Maccabeus consegiu milagrosamente vencer a
luta contra milhares de soldados até expulsá-los completamente das terras de
Israel. (...)
A
história contada por este site, pode ser conferida na íntegra através do
link: Miva.org e nos mostra
que não foi o povo, mas sim Deus quem se rebelou ante as atitudes
Greco-Assírias. Esta própria forma de colocação da situação pode gerar
controvérsias, principalmente quando se misturam interesses humanos ao nome de
Deus, mas eis que Macabeus ficou conhecido como aquele que foi guiado por Deus
e fez exercer Sua vontade de libertação do povo judeu, conseguindo um
verdadeiro milagre com o contingente que possuía e afrontou exércitos
habilmente treinados e postados em Israel. Bem, de uma maneira resumida, eis que
aí se encontra o motivo da Festa da Dedicação. Outros fatos ocorreram no
momento de proceder à esta festa, dando-lhe o cunho geral da quantidade de dias
e do parecer milagroso. Depois temos a Festa dos Tabernáculos, onde faz-se
constar que:
(...)Lv.23:33-43
..."aos quinze dias deste mês sétimo, será a festa dos tabernáculos ao
Senhor..." . A festa acontecia cinco dias depois da festa do Yom Kippur,
sendo a última do ciclo anual de sete festas ordenadas pelo Senhor. Como a
primeira festa, era celebrada no 15º dia do sétimo mês, na lua cheia. Assim, o
tempo entre a Páscoa, a Festa dos Pães Asmos e a Festa dos Tabernáculos é
exatamente seis meses e ambas são comemoradas durante sete dias. Representava:
a) uma festa de ação de graças pelas colheita, pois coincidia com a colheita
dos últimos frutos no outono; b) uma lembrança de que Deus tirara Israel do
Egito e que os israelitas habitaram em tendas por 40 anos e, c) uma festa de
alegria, sendo a única festa em que o Senhor ordenara a Seu povo que se
alegrasse diante dEle (vv.40). A Festa dos Tabernáculos, juntamente com a
Páscoa e Pentecostes, fazia parte das festas de subida a Jerusalém, quando o
povo peregrinava ao santuário para sacrificar e alegrar-se diante de Deus.
(...)
Enfim,
conhecidas as festividades citadas por Kardec, cujo teor era de grande
significação ao povo judeu, às bênçãos conseguidas e às conquistas alcançadas,
eis que a destruição do Templo de Jerusalém mostra a grande afronta feita a
este povo. É como se houvesse um grande formigueiro que foi destruído e os seus
ocupantes passaram a formar novos pequenos formigueiros, mas sem a união e
força que possuíam no grande formigueiro. Estas novas ‘panelas’, no caso dos
judeus denominadas como Sinagogas, foram de suma importância para a reagregação
do povo judeu. Sabemos como isso funciona. Se solitários, temos maiores
dificuldades para perseverar e seguir no que quer que seja. Quando unidos, nos
fortalecemos e conseguimos realizar mais.
É assim
que fazemos diante dos estudos, diante do trabalho e até mesmo das reuniões
sociais e religiosas. É assim que podemos perseverar diante das dificuldades e
dos obstáculos e até mesmo da concretização de sonhos ou de metas. Semana que
vem encerraremos o estudo de notícias históricas, falando acerca dos saduceus e
dos essênios.
Exposto
em 26-03-2010 por Fiorell@!
O
Evangelho Segundo o Espiritismo nos diz:
(...)SADUCEUS
- Seita judia que se formou por volta do ano 248 antes de Cristo, assim chamada
em virtude do nome de seu fundador, Sadoc. Os saduceus não acreditavam na
imortalidade da alma, nem na ressurreição, ou na existência dos anjos bons e
maus. Apesar disso, acreditavam em Deus, e embora nada esperassem após a morte,
serviam-no com interesse de recompensas temporais, ao que, segundo acreditavam,
se limitava a sua providência. A satisfação dos sentidos era para eles o fim
principal da vida. Quanto às Escrituras, apegavam-se ao texto da antiga lei,
não admitindo nem a tradição, nem qualquer outra interpretação. Colocavam as boas
obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores do
culto. Eram, como se vê, os materialistas, os deitas e os sensualistas da
época. Essa seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes,
e tornou-se um partido político sempre oposto aos Fariseus.(...)
Homens
de poder e influência política, os saduceus mantinham boas relações com o
Império. Apesar de abominarem o domínio romano procuravam tirar o máximo
partido disso, acumulando favores e posses junto deles. Acreditavam num
“deus-pagador” que recompensava os “bons”, multiplicando-lhes a descendência e
os bens; e que amaldiçoava os “ímpios” com a doença, o abandono e a
marginalidade. Por isso a riqueza material dos Saduceus era o seu estandarte,
sinal da bênção divina e do favor de Yahvé.(1)
Odiavam
Jesus Nazareno que se revelara amigo de publicanos, prostitutas e abandonados
de Israel; aqueles que, segundo eles, eram os “malditos” de Deus. Jesus
tinha-lhes virado as regras do jogo quando afirmara que os últimos eram os
primeiros, e os primeiros últimos. Além disso, estes prósperos aristocratas
tampouco acreditavam na ressurreição dos mortos; rejeitavam-na em absoluto como
heresia proclamada por profetas e mísera justificação para os fracos da
História.(1)
Eram
pessoas da alta sociedade, membros de famílias sacerdotais, cultos, ricos e
aristocratas. Dentre eles haviam saído desde o início da ocupação romana os
sumos sacerdotes que, nesse momento, eram os representantes judeus diante do
poder imperial. Faziam uma interpretação muito sóbria da Torah, sem cair nas
numerosas questões casuísticas dos fariseus, e portanto não aceitavam o que
esses consideravam como sendo a Torah oral. (1)
Em
oposição aos fariseus, não acreditavam na vida após a morte, nem compartilhavam
suas esperanças escatológicas. Não gozavam de popularidade nem do afeto
popular, dos quais desfrutavam os fariseus, mas tinham poder religioso e
político, pelo que eram muito influentes..(1)
Quase
no outro extremo dos fariseus estão os saduceus, que podemos chamar de
colaboracionistas para com a invasão cultural, política e econômica de gregos e
romanos. Embora fossem das classes mais elevadas e mais ricas, não tinham muita
influência sobre o povo e, mesmo sendo ferrenhos adversários dos fariseus, para
conseguir seus objetivos e manter sua posição até com eles estão prontos a se
unir.
(...)ESSÊNIOS
– Seita judia fundada cerca do ano 150 antes de Cristo, no tempo dos macabeus.
Seus membros moravam em edifícios semelhantes a mosteiros, e formavam uma
espécie de associação moral e religiosa. Distinguiam–se pelos costumes suaves e
as virtudes austeras, ensinando o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da
alma, e crendo na ressurreição. Eram celibatários, condenavam a escravidão e a
guerra, tinham seus bens em comum e se entregavam à agricultura. Opostos aos
saduceus sensuais, que negavam a imortalidade, e aos fariseus enrijecidos por
suas práticas exteriores, para os quais a virtude nada mais era do que
aparência, não tomavam nenhuma participação nas disputas dessas duas seitas.
Aproximavam-se, por seu gênero de vida, dos primeiros cristãos, e os princípios
de moral que professavam fizeram algumas pessoas suporem que Jesus fazia parte
dessa seita, antes do início de sua missão pública. O que é certo, é que ele
devia conhecê-la, mas nada prova que lhe fosse filiado, e tudo quanto se tem
escrito a respeito é hipotético.(2)(...)
Um dos
grupos mais estudados nos últimos anos foi o dos essênios. Temos ampla
informação sobre como viviam e quais eram suas crenças através de Flavio Josefo
e, principalmente, pelos documentos em papiro e pergaminho encontrados em
Qumrán, onde parece que se instalaram alguns deles. Uma característica
específica dos essênios consistia no rechaço do culto que se fazia no templo de
Jerusalém, já que era realizado por um sacerdócio que se tinha envilecido desde
a época asmonéia. Em consequência, os essênios optaram por se separar dessas
práticas comuns com a idéia de conservarem e restaurarem a santidade do povo
num âmbito mais reduzido, o de sua própria comunidade.(1)
A ida
de muitos deles a zonas desérticas tinha como objetivo excluir a contaminação
que poderia se derivar do contato com outras pessoas. A renúncia em estabelecer
relações econômicas ou em aceitar presentes não deriva de um ideal de pobreza,
mas era simplesmente um modo de evitar essa contaminação com o mundo exterior,
para salvaguardar a pureza ritual. Consumada sua ruptura com o templo e o culto
oficial, a comunidade essênia vê a si mesma como um templo imaterial que
substitui transitoriamente o templo de Jerusalém, enquanto nele se siga
realizando um culto que considera indigno.(1)
Colocamos
uma reportagem muito interessante e atual acerca dos Essênios. Clique aqui
(...)TERAPEUTAS
– (Do grego: thérapeutai, derivado do verbo therapeuein, servir, curar; quer
dizer: servidores de Deus ou curadores.) Sectários judeus contemporâneos do
Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egito. Tinham intensas
relações com os essênios, cujos princípios professavam, e como eles se davam à
prática de todas as virtudes. Eram extremamente frugais na alimentação, votados
ao celibato, à contemplação e à vida solitária, constituindo uma verdadeira
ordem religiosa. Filon, filósofo judeu de Alexandria, platônico, foi o primeiro
a se referir aos terapeutas, apresentando-os como uma seita judaica. Eusébio,
São Jerônimo, e outros Pais da Igreja, pensam que eles eram cristãos. Quer
tenham sido judeus ou cristãos, é evidente que, como os Essênios, representavam
um traço de união entre o Judaismo e o Cristianismo.(2)(...)
Conhecidos
em sua época como os curadores do deserto, perde-se no tempo o início e origem
daquela que viria tornar-se a mais santa de todas as comunidades religiosas,
não apenas judaica mas mundial. Berço perfeito para receber o messias e para o
surgimento do cristianismo, sendo que o último já era cultuado internamente
antes do advento de seu mestre maior Jesus Cristo (Yahshúa Mashiach).
Alegoricamente
poderíamos apresentar dois personagens essênios membros de duas ramificações do
essenismo; de um lado João o batista, que era da região do Mar Morto, homem
austero e disciplinado com grande força espiritual e indelével convicção em
seus princípios religiosos, chegava a desafiar as autoridades de sua época em
nome da ética espiritual, usando de seu profético desígnio de precursor do
Messias.
A
comunidade essênia à qual pertencia era celibatária e monástica, sendo a mais
citada em documentos históricos de seus contemporâneos (Plínio Josefo Filon).
Todos são unânimes em atestar a pureza e santidade de seus membros, respeitando
a ordem inversa de todas as religiões organizadas, quanto maior o posto
religioso atingido na ordem, mais caridade e menos bens materiais deveria ter,
é o caso de João ou do próprio Cristo, ao afirmar que o Filho do Homem não
haveria onde encostar a cabeça.
Do
outro lado, próximo ao Mosteiro Essênio do Monte Carmel, as figuras de José e
Maria essênios nazarenos ebonitas, seguiam os ensinamentos que vinham desde
Enóque e que posteriormente foram refeitos por Moisés, bebiam da tradição dos
profetas criada por Samuel, sucedida por outros conhecidos profetas bíblicos
como Enéas e Elias entre outros, e como não poderiam deixar de ser, eram
vegetarianos e condenavam as práticas de sacrifício animal no altar, garantido
ser esse o verdadeiro preceito do antigo testamento, antes de supostas
interpretações sofridas ao longo dos anos dentro da organização judaica, algo
próximo aos concílios católicos.
Suspeita-se
que historicamente não existisse Nazaré e sim a Aldeia dos Nazarenos, que desde
Samuel levava o nome de ebionitas, que quer dizer “pobres” ou mais
provavelmente “humildes”; vale lembrar das citações nas bem aventuranças
“pobres” (ebion) pelo espírito e daí dizer-se que os ricos não entrariam no
Reino.
Com
rigor crescente na imposição da observância da lei mosaica (Christian D.
Ginsburg), orientavam-se pelas normas passadas pelo seu maior legislador,
Moisés (“não cuideis que vim destruir a lei e os profetas: não vim revogar, mas
cumprir” Mat.5.17); Viram-se obrigados a isolar-se da sociedade judaica, indo
viver em locais afastados, dividindo todos os bens, utilizando de avançadas
técnicas de fruticultura, captação de água da chuva e conceitos de sustentabilidade
que só 2.000 anos depois a sociedade moderna começa a discutir.
Voltando
ao tema anterior, a respeito da escola profética, os essênios nazarenos
ebionitas (terapeutas ungidos humildes) tinham na disciplina física, de jejuns
contínuos e dieta frutívora, a possibilidade de tornarem-se o vaso vivo para a
manifestação do Espírito Santo, com precisão absoluta para suas profecias e
realização de curas.
Ao pé
do Monte Carmel criou-se uma criança de grande Alma. Antes de sua vida pública,
cresceu ali o maior de todos os mestres que a humanidade conheceu, que por onde
passava caiam deuses por terra, doutrinas supersticiosas e religiões idólatras
não suportavam sua presença majestosa, anunciador das Boas Novas e do DEUS
ÚNICO, Yahushua Maschiach, o maior dos Mestres Essênios.
Embora
gere controvérsias e muitos fatos precisem ser considerados antes de aceitos,
temos um livro que retrata muito da vida destes chamados terapeutas e é o livro
Maria de Nazaré, de Miramez, que conta a história da mãe de Jesus nos primórdios
do aceite de sua incumbência como genitora do Mestre dos mestres. Não encontrei
ainda o livro para download, mas creio ser um investimento fantástico para
conhecermos uma ótica diferente de tudo aquilo que já temos visto ou ouvido
acerca de Maria de Nazaré. Poderá ser vir como base, inclusive, para que
entendamos ou reflitamos acerca dos comentários que se farão na próxima parte
da introdução histórica quando falaremos de Sócrates e Platão, precursores da
doutrina cristã e do espiritismo.
1- Étienne NODET, Essai sur les origines du Judaïsme: de Josué aux Pharisiens. Editions du Cerf, Paris 1992; Anthony J. SALDARINI, Pharisees, scribes and Sadducees in Palestinian society: a sociological approach. William B. Eerdmans, Cambridge 2001; Francisco VARO, Rabí Jesús de Nazaret (B.A.C., Madrid, 2005) 91-97.
(2) A Morte de Jesus, que se diz escrita por um irmão essênio, é um livro completamente apócrifo, escrito a serviço de determinada opinião, e que traz em si mesmo a prova da sua origem moderna.
1- Étienne NODET, Essai sur les origines du Judaïsme: de Josué aux Pharisiens. Editions du Cerf, Paris 1992; Anthony J. SALDARINI, Pharisees, scribes and Sadducees in Palestinian society: a sociological approach. William B. Eerdmans, Cambridge 2001; Francisco VARO, Rabí Jesús de Nazaret (B.A.C., Madrid, 2005) 91-97.
(2) A Morte de Jesus, que se diz escrita por um irmão essênio, é um livro completamente apócrifo, escrito a serviço de determinada opinião, e que traz em si mesmo a prova da sua origem moderna.
Exposto
em 31-03-2010 por Fiorell@!
DISPONÍVEL
EM http://sobaoticaespirita.com/evangelho1.htm
Vídeos
complementares:
Cápsula
Haroldo Dutra - Notícias Históricas 01 - https://www.youtube.com/watch?v=xTiJtS7N5G4&list=PLxja1Na39evvezZ8eTZ_ZiPVQ2BjiNNPo&index=1
Cápsula
Haroldo Dutra - Notícias Históricas 02 - https://www.youtube.com/watch?v=UK7DnKqSKZg&list=PLxja1Na39evvezZ8eTZ_ZiPVQ2BjiNNPo&index=2
Cápsula
Haroldo Dutra - Notícias Históricas 03 - https://www.youtube.com/watch?v=_aEPM2jiDww&list=PLxja1Na39evvezZ8eTZ_ZiPVQ2BjiNNPo&index=3
Cápsula
Haroldo Dutra - Notícias Históricas 04 - https://www.youtube.com/watch?v=4MfFhwxrHzo&index=4&list=PLxja1Na39evvezZ8eTZ_ZiPVQ2BjiNNPo
Cápsula
Haroldo Dutra - Notícias Históricas 05 - https://www.youtube.com/watch?v=3Ueh1prJ3fg&index=5&list=PLxja1Na39evvezZ8eTZ_ZiPVQ2BjiNNPo
Haroldo Dutra
Dias - Informações Históricas na Obra de Emmanuel - Congresso Espirita ES 2011
-
[2][2] N.E. de 1947: Não confundir esse Hillel que
fundou a seita dos fariseus com o seu homônimo que viveu duzentos anos mais
tarde e estabeleceu os princípios religiosos e sociais de um sistema todo de
tolerância e amor, sistema hoje conhecido por Hilelismo.
[3]
Partidarismo, catequese, doutrinação
[4] Companheiro, aliado, adepto, admirador
[5] Característica da
pessoa que se alimenta de maneira moderada
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