Conclusão do estudo do Capítulo I – Não vim destruir a lei
Itens 1 a 7
As Três Revelações
Revelar, do latim
"revelare", significa, literalmente, sair sob o véu, e, figuradamente,
descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida.
A característica
essencial de qualquer revelação tem de ser a verdade. Revelar o segredo e
tornar conhecido um fato; se e falso, já não e um fato e, por consequência, não
existe revelação.
No sentido especial
da fé religiosa, a revelação se refere, mais particularmente, das coisas
espirituais que o homem não pode descobrir por meio da inteligência, nem com o
auxilio dos sentidos, e cujo conhecimento lhe da Deus através de Seus
mensageiros, quer por meio da palavra direta, quer pela inspiração. Neste caso,
a revelação e sempre feita a homens predispostos, designados sob o nome de
profetas ou messias.
Todas as religiões
tiveram seus reveladores, e estes, embora longe estivessem de conhecer toda a
verdade, tinham uma razão de ser providencial, porque eram apropriados ao tempo
e ao meio em que viviam, ao caráter particular dos povos a quem falavam, e aos
quais, eram relativamente superiores.
Allan Kardec
[GEN-cap I] assevera que três foram as grandes revelações da Lei de Deus: a
primeira representada por Moises, a segunda por Jesus e a terceira e ultima revelação
pelo Espiritismo.
Em [O Consolador], o
benfeitor Emmanuel tange ao tema da seguinte forma: "Até agora a
Humanidade da era crista recebeu a grande Revelação em três aspectos
essenciais: Moises trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável
do Amor e o Espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua
vez, a sublime tarefa da Verdade."
Questão para estudo
1 - Faça um paralelo
entre as Três Revelações.
Primeira Revelação: Moises
Moises, como profeta, revelou aos homens a existência de um Deus único
e soberano Senhor e orientador de todas as coisas; promulgou a lei do Sinai e lançou
as bases da verdadeira fé. Como homem, foi o legislador do povo pelo qual essa
primitiva fé, purificando-se, havia de espalhar-se por sobre a Terra.
Examinando o missionário, Emmanuel assim se refere: “Moises trazia
consigo as mais elevadas faculdades mediúnicas, apesar de suas características
de legislador humano”.
E inconcebível que o grande missionário dos judeus e da Humanidade
pudesse ouvir o espirito de Deus. Estais, porem habilitados a compreender que a
Lei, ou a base da Lei (os Dez Mandamentos), foi-lhe ditada pelos emissários de Jesus.
Examinando-se os seus atos enérgicos de homem, ha a considerar as características
da época em que se verificou sua grande tarefa. “Com expressões diversas, o
grande enviado não poderia dar conta exata de suas preciosas obrigações, em
face da Humanidade ignorante e materialista.”
Segunda Revelação: Jesus
A segunda grande revelação da Lei de Deus, na concepção de Kardec,
foi apresentada por Jesus.
Segundo o benfeitor André Luiz [Evolução em Dois Mundos]: "Com
Jesus, a religião, como sistema educativo, alcança eminencia inimaginável. Nem
templos de pedras, nem rituais. Nem hierarquias efêmeras, nem avanço ao poder
humano. O Mestre desaferrolha as arcas do conhecimento enobrecido e
distribui-lhe os tesouros."
Allan Kardec, examinando a Revelação Crista, lembra que "O
Cristo, tomando da antiga lei o que e eterno e divino e rejeitando o que era transitório,
puramente disciplinar e de concepção humana, acrescentou a revelação da vida
futura, de que Moises não falara, assim como a das penas e recompensas que
aguardam o homem depois da morte."
Acrescenta Kardec que a filosofia crista estava sedimentada em uma concepção
inteiramente nova da Divindade. Esta já não era mais a concepção de um Deus terrível,
ciumento, vingativo, como O apresentava Moises, mas um Deus clemente,
soberanamente bom e justo, cheio de mansidão e misericórdia, que perdoa ao
vicioso e dá a cada um segundo as suas obras. Enfim, já não e o Deus que quer
ser temido, mas o Deus que quer ser amado.
Terceira Revelação: Espiritismo
Allan Kardec apresenta o Espiritismo como sendo a Terceira Revelação
da Lei de Deus, o Consolador prometido aos homens por Jesus, conforme anunciado
por [Joao-XIV:15-17,26]: "Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu
rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente
convosco, o Espirito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê,
nem o conhece. Mas vos o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em
vos. - Mas o Consolador, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinara todas
as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." Kardec,
examinando o tema, afirma:
"O Espiritismo vem, no tempo assinalado, cumprir a promessa do
Cristo. Ele chama os homens a observância da lei; ensina todas as coisas,
fazendo compreender o que o Cristo só disse em parábolas. O Espiritismo vem
abrir os olhos e os ouvidos porque ele fala sem figuras e alegorias."
Da mesma maneira que Jesus não veio destruir a lei mosaica,
apresentada 15 séculos antes Dele por Moises, assim também o Espiritismo não
vem derrogar a lei crista mas completa-la, desenvolve-la, enriquece-la. Nesse
sentido, o Espiritismo se propõe a revelar tudo aquilo que Jesus não pode dizer
aquela época em função da pouca maturidade espiritual de sua gente. Ele e,
portanto, obra do Cristo, que o preside e o acompanha, objetivando a recuperação
moral da humanidade.
Disponível em http://www.cvdee.org.br/est_eesetexto.asp?id=005&showc=S#conclusao