Estudo do livro Nosso Lar
RECEBENDO ASSISTÊNCIA
O estudo do capítulo
4 tem como informações gerais:
1)
Personagem: André Luiz, Lísias
2)
Resumo geral: Lísias, o visitador dos
serviços de saúde, assiste a André, aproveitando para esclarecê-lo a respeito
da humildade e do auxílio que recebemos do Alto.
3)
Tema: existência dos espíritos
5
“RECEBENDO
ASSISTÊNCIA
- É você o tutelado
de Clarêncio?
A pergunta vinha de
um jovem de singular e doce expressão.
Grande bolsa
pendente da mão, como quem conduzia apetrechos de assistência, endereçava-me
ele sorriso acolhedor. Ao meu sinal afirmativo, mostrou-se à vontade e,
maneiras fraternas, acentuou:
- Sou Lísias, seu
irmão. Meu diretor, o assistente Henrique de Luna, designou-me para servi-lo,
enquanto precisar tratamento.
- É enfermeiro? -
indaguei.
- Sou visitador dos
serviços de saúde. Nessa qualidade, não só coopero na enfermagem, como também
assinalo necessidades de socorro, ou providências que se refiram a enfermos
recém-chegados.”
Da mesma maneira que
há diversas moradas na casa do nosso Pai, existem diversos espíritos por toda
orbe universal.
Para esclarecer
melhor a respeito do assunto: espírito, as perguntas de 21 a 29 do livro dos
Espíritos traz a seguinte explicação:
Espírito e Matéria
21. A matéria existe de toda a eternidade como Deus, ou foi criada
por ele, num certo tempo?
“Só Deus o sabe. Todavia, há uma coisa que vossa razão vos deve
indicar: é que Deus, modelo de amor e de caridade, nunca esteve inativo. Por
mais distante que possais imaginar o início de sua ação, podeis concebê-lo um
segundo na ociosidade?”
22. Geralmente, define-se como matéria, o que tem extensão, o que
pode impressionar nossos sentidos, o que é impenetrável; estas definições são
exatas?
“Do vosso ponto de vista isto é exato, porque não falais senão do
que conheceis; mas a matéria existe em estados que vos são desconhecidos; ela
pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que nenhuma impressão cause nos
vossos sentidos; entretanto, é sempre matéria; mas para vós, não o seria.”
a) Que definição podeis dar da matéria?
“A matéria é o elo que acorrenta o espírito; é o instrumento que
lhe serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, ele exerce sua ação.”
Desse ponto de vista, pode-se dizer que a matéria é o agente, o
intermediário com o auxílio do qual e sobre o qual o espírito age.
23) Que é o espírito?
“O princípio inteligente do Universo.”
a) Qual a natureza íntima do espírito?
“Não é fácil analisar o espírito com a vossa linguagem. Para vós,
nada é, porque o espírito não é uma coisa palpável; mas, para nós, é alguma
coisa. Sabei-o bem, o nada é coisa alguma; o nada não existe.”
24) Espírito é sinônimo de inteligência?
“A inteligência é um atributo essencial do espírito; porém, uma e outro
se confundem num princípio comum, de sorte que, para vós, são a mesma coisa.”
25) O espírito é independente da matéria, ou é apenas uma
propriedade dela, como as cores são propriedades da luz, e o som uma
propriedade do ar?
“São distintos uma e outro; porém, é necessária a união do espírito
e da matéria para intelectualizar a matéria.”
a) Esta união é igualmente necessária para a manifestação do
espírito? (Entendemos, aqui, por espírito o princípio da inteligência,
abstração feita das individualidades designadas por esse nome.)
“Ela é necessária a vós, porque não estais organizados para
perceber o espírito sem a matéria; vossos sentidos não foram feitos para isso.”
26) Pode-se conceber o espírito sem a matéria e a matéria sem o
espírito?
“Pode-se, sem dúvida, pelo pensamento.”
27) Haveria, assim, dois elementos gerais do Universo: a matéria e
o espírito?
“Sim, e acima de tudo isso Deus, o criador, o pai de todas as
coisas; estas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade
universal. Porém, ao elemento material é preciso acrescentar o fluido universal
que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria,
propriamente dita, muito grosseira para que o espírito possa exercer uma ação
sobre ela. Embora, sob um certo ponto de vista, se possa identificá-lo com o
elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais; se ele
fosse positivamente matéria, não haveria razão para que o espírito também não o
fosse. Ele está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria
é matéria, suscetível, por suas inúmeras combinações com esta e sob a ação do
espírito, de produzir a infinita variedade das coisas das quais conheceis
apenas uma parte insuficiente. Este fluido universal, ou primitivo, ou
elementar, sendo o agente de que o espírito se serve, é o princípio sem o qual
a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as
propriedades que a gravidade lhe dá.”
a) Este fluido seria aquele que designamos sob o nome de
eletricidade?
“Dissemos que ele é suscetível de inumeráveis combinações; o que
chamais fluido elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido
universal, que não é, propriamente falando, senão uma matéria mais perfeita,
mais sutil e que se pode considerar como independente.”
28. Visto que o espírito, ele próprio, é alguma coisa, não seria
mais exato e menos sujeito a confusão designar estes dois elementos gerais
pelas palavras: matéria inerte e
matéria inteligente?
“As palavras pouco nos importam; cabe a vós formular vossa
linguagem de maneira a vos entenderdes. Vossas discussões provêm, quase sempre,
de não vos entenderdes sobre as palavras, porque vossa linguagem é incompleta
para as coisas que não impressionam os vossos sentidos.”
Um fato patente domina todas as hipóteses: vemos matéria que não é
inteligente; vemos um princípio inteligente independente da matéria. A origem e
a conexão destas duas coisas nos são desconhecidas. Se possuem ou não uma fonte
comum, se há pontos de contato necessários; se a inteligência tem sua
existência própria, ou se é uma propriedade, um efeito; se é mesmo, conforme a
opinião de alguns, uma emanação da Divindade, é o que ignoramos; elas se nos
apresentam distintas, é por isso que as admitimos formando dois princípios
constitutivos do Universo. Vemos, acima de tudo isso, uma inteligência que
domina todas as outras, que as governa todas, que delas se distingue por
atributos essenciais: é essa inteligência suprema que chamamos Deus.”
“Notando-me a
surpresa, explicou:
- Nas minhas condições
há numerosos servidores em "Nosso Lar". O amigo ingressou agora na
colônia e, naturalmente, ignora a amplitude dos nossos trabalhos. Para fazer
uma ideia, basta lembrar que apenas aqui, na seção em que se encontra, existem
mais de mil doentes espirituais, e note que este é um dos menores edifícios do
nosso parque hospitalar.
- Tudo isso é
maravilhoso! - exclamei.”
Além da existência
dos espíritos, os mesmos não ficam sem realizar quaisquer trabalhos e
atividades; todavia, todas direcionadas para o bem do próximo.
À vista disso, é
preciso desenvolver mais informações a respeito do que envolve o espírito e o
Livro dos Espíritos, através das perguntas 76 a 83 oferece as seguintes
aclarações:
“Origem e Natureza dos
Espíritos
76. Que definição se pode dar dos Espíritos?
“Pode-se dizer que os Espíritos são os seres inteligentes da
criação. Povoam o Universo fora do mundo material.”
Nota: A palavra Espírito é
empregada, aqui, para designar as individualidades dos seres extracorpóreos e
não mais o elemento inteligente universal.
77. Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou seriam,
apenas emanações ou porções da Divindade e chamados, por essa razão, de filhos
de Deus?
“Meu Deus! São obra sua, exatamente como um homem que fabrica uma máquina;
essa máquina é obra do homem e não ele próprio. Sabes que, quando o homem faz
uma coisa bela, útil, ele a chama de sua filha, sua criação. Pois bem! O mesmo
se dá com relação a Deus: somos seus filhos, visto que somos sua obra.”
78. Os Espíritos tiveram um início, ou existem, como Deus, de toda
eternidade?
“Se os Espíritos não tivessem tido início, seriam iguais a Deus, ao
passo que são sua criação e estão submetidos à sua vontade. Deus existe de toda
eternidade, isto é incontestável; nada sabemos, porém, sobre quando e como nos
criou.
Podes dizer que não tivemos início, se entendes com isso que Deus,
sendo eterno, deve ter criado ininterruptamente; mas, quando e como cada um de
nós foi feito, repito-te, ninguém o sabe: aí é que está o mistério.”
79. Visto que há dois elementos gerais no Universo: o elemento
inteligente e o elemento material, poder-se-ia dizer que os Espíritos são
formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento
material?
“É evidente; os Espíritos
são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a
individualização do princípio material; a época e o modo dessa
formação é que são desconhecidos.”
80. A criação dos Espíritos é permanente, ou só ocorreu na origem
dos tempos?
“Ela é permanente; quer dizer: Deus nunca deixou de criar.”
81. Os Espíritos se formam espontaneamente, ou procedem uns dos
outros?
“Deus os cria, como todas as outras criaturas, pela sua vontade;
mas, ainda uma vez, sua origem é um mistério.”
82. É correto dizer que os Espíritos são imateriais?
“Como se pode definir uma coisa, quando faltam termos de comparação
e com uma linguagem ineficiente? Um cego de nascença pode definir a luz?
Imaterial não é bem a palavra; incorpóreo seria mais exato, pois deves
compreender bem que o Espírito, sendo uma criação, deve ser alguma coisa; é
matéria quintenssenciada, porém, sem analogia para vós, e tão etérea que não
pode ser percebida pelos vossos sentidos.”
Dizemos que os Espíritos são imateriais, porque sua essência difere
de tudo o que conhecemos sob o nome de matéria. Um povo de cegos não teria,
absolutamente, termos para exprimir a luz e seus efeitos. O cego de nascença
acredita ter todas as percepções através da audição, do olfato, do paladar e do
tato; não compreende as ideias que o sentido que lhe falta lhe proporcionaria.
Do mesmo modo, somos verdadeiros cegos, com relação à essência dos seres
sobre-humanos. Podemos defini-los apenas através de comparações, sempre
imperfeitas, ou por um esforço de nossa imaginação.
83. Os Espíritos têm um fim? Compreende-se que o princípio de onde
emanam seja eterno, mas o que perguntamos é se suas individualidades têm um
termo e se num dado tempo, mais ou menos longo, o elemento do qual são formados
não se dissemina e não retorna à massa como acontece com os corpos materiais? É
difícil compreender que uma coisa que teve começo possa não ter fim.
“Há muitas coisas que não compreendeis, porque vossa inteligência é
limitada; e isto não é motivo para rejeitá-las. O filho não compreende tudo o
que seu pai compreende, nem o ignorante tudo o que o sábio compreende. Dizemos
que a existência dos Espíritos não tem fim; é tudo o que podemos dizer, agora.”
“Adivinhando que minhas observações iam
descambar para o elogio espontâneo, Lísias levantou-se da poltrona a que se
recolhera e começou a auscultar-me, atento, impedindo-me o agradecimento
verbal.
- A zona dos seus
intestinos apresenta lesões sérias com vestígios muito exatos do câncer; a
região do fígado revela dilacerações; a dos rins demonstra característicos de
esgotamento prematuro.”
O enfermeiro ao dar
assistência ao paciente identificou diversos ferimentos no corpo. Desta
maneira, pode-se verificar que o corpo espiritual é um presente divino que deve
ser cuidado, pois é uma máquina que serve para evolução espiritual do ser
criado pelo Pai Celestial.
Para este trecho, o
próprio André Luiz tem uma mensagem:
Cultivar a higiene pessoal, sustentando o instrumento físico qual
se ele fosse viver eternamente, preservando-se, assim, contra o suicídio
indireto.
O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à
carne.
Precatar-se contra tóxicos, narcóticos, alcoólicos, e contra o uso
demasiado de drogas que viciem a composição fisiológica natural do organismo.
Existem venenos que agem gota a gota.
Conduzir-se de modo a não exceder-se em atitudes superiores à
própria resistência, nem confiar-se a intempestivas manifestações emocionais,
que criam calamitosas depressões.
O abuso das energias corpóreas também provoca suicídio lento.
Distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador
concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de
resguardá-la contra os desvios suscetíveis de corrompê-la.
O sexo é uma fonte de bênçãos renovadoras do corpo e da alma.
Fugir de alimentar-se em excesso e evitar a ingestão sistemática de
condimentos e excitantes, buscando tomar as refeições com calma e serenidade.
Grande número de criaturas humanas deixa prematuramente o Plano
Terrestre pelos erros do estômago.
Sempre que lhe seja possível, respirar o ar livre, tomar banhos de
água pura e receber o sol farto, vestindo-se com decência e limpeza, sem,
contudo, prender-se à adoração do próprio corpo.
Critério e moderação garantem o equilíbrio e o bem-estar.
Por motivo algum, desprezar o vaso corpóreo de que dispõe, por mais
torturado que ele seja.
Na Terra, cada Espírito recebe o corpo de que precisa.
"Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito,
os quais pertencem a Deus." - Paulo. (I Coríntios, 6:20.)”
VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita. Pelo Espírito André
Luiz. FEB. Download do livro em http://www.febnet.org.br.
“Sorrindo, bondoso, acrescentou:
- Sabe o irmão o que
significa isso?
- Sim - repliquei ,
o médico esclareceu ontem, explicando que devo esses distúrbios a mim mesmo...”
Quando se planta se
colhe; e, foi isso o que aconteceu com André Luiz. Ele não usou, não cuidou de
si mesmo; então, o corpo sentiu o descuido.
E o mesmo apresenta
o seguinte esclarecimento:
“Corpo Físico
"E senhor das
experiências adquiridas que lhe despontam do ser, em forma de tendências e
impulsos, recebe o Espírito um corpo inteiramente novo, em olvido temporário,
mas não absoluto, das experiências pregressas, corpo com o
qual será defrontado pelas circunstâncias favoráveis ou não do caminho que deve
percorrer..." Paternidade e maternidade, raça e pátria, lar e sistema
consanguíneo são conjugados com previdente sabedoria para que não faltem ao reencarnante todas
as possibilidades necessárias ao êxito no empreendimento que se inicia.
E senhor das
experiências adquiridas que lhe despontam do ser, em forma de tendências e
impulsos, recebe o Espírito um corpo inteiramente novo, em olvido temporário,
mas não absoluto, das experiências pregressas, corpo com o
qual será defrontado pelas circunstâncias favoráveis ou não do caminho que deve
percorrer, para prosseguir na obra digna em que se haja empenhado ou para
retificar as lições em que haja falido.
Nessas diretrizes,
nem sempre estará integrado normalmente na posição em que a vida mental e o
campo somático se mostrem em sinergia ideal.
Às vezes, deve
sofrer mutilações e enfermidades benéficas, inibições e dificuldades
orgânicas de caráter inevitável, porque, de aprendizado a
aprendizado e de tarefa a tarefa, quanto o aluno de estágio a estágio para as grandes metas educativas, é que se levantará,
vitorioso, para a ascensão à Imortalidade Celeste.”
Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=3687
“Reconhecendo o acanhamento da confissão
reticenciosa, apressou-se a consolar:
- Na turma de
oitenta enfermos a que devo assistência diária, cinquenta e sete se encontram
nas suas condições. E talvez ignore que existem, por aqui, os mutilados. Já
pensou nisso? Sabe que o homem imprevidente, que gastou os olhos no mal, aqui
comparece de órbitas vazias? Que o malfeitor, interessado em utilizar o dom da
locomoção fácil nos atos criminosos, experimenta a desolação da paralisia,
quando não é recolhido absolutamente sem pernas? Que os pobres obsidiados nas
aberrações sexuais costumam chegar em extrema loucura?”
Há quem pense que
está imune a todo e qualquer problema, a toda e qualquer tristeza; que o
próximo é quem precisa sofrer; e, que nada vai acontecer consigo. Lamentável
pensamento, pois o homem, de acordo com as suas escolhas durante o percurso
carnal, realiza escolhas que danificam a sua máquina corporal.
Emmanuel clarifica:
“Corpo
Abstendo-nos de qualquer digressão científica, porquanto os livros
técnicos de educação usual são suficientemente esclarecedores no que reporta aos aspectos exteriores do
corpo humano, lembremo-nos de que o Espírito, inquilino da casa física, lhe
preside à formação e à sustentação, consciente ou inconscientemente, desde a hora primeira da organização
fetal, não obstante quase sempre sob os cuidados protetores de Mensageiros da Providência Divina.
Trazendo consigo mesmo a soma dos reflexos bons e menos bons de que é
portador, segundo a colheita de méritos e prejuízos que semeou para si mesmo no solo do tempo,
o Espírito incorpora aos moldes reduzidos do próprio ser as células do
equipamento humano, associando-as à própria vida, desde a vesícula germinal.
Amparado no colo materno, estrutura-se-lhe o corpo mediante as
células referidas, que, em se multiplicando ao redor da matriz espiritual, como a limalha de ferro sobre o ímã, formam, a
principio, os folhetos blastodérmicos de que se derivam o tubo intestinal, o
tubo nervoso, o tecido cutâneo, os ossos, os músculos, os vasos.
Em breve, atendendo ao desenvolvimento espontâneo, acha-se o
Espírito materializado na arena física, manifestando-se pelo
veículo carnal que o exprime. Esse veículo, constituído por bilhões de células
ou individuações microscópicas, que se ajustam aos tecidos sutis da alma, partilhando-lhes a natureza eletromagnética, lembra uma oficina complexa, formada de
bilhões de motores infinitesimais, movidos por oscilações eletromagnéticas, em comprimento de onda específica,
emitindo irradiações próprias e assimilando-as irradiações do plano em que se
encontram, tudo sob o comando de um único diretor: a mente.
Desde a fase embrionária do instrumento em que se manifestará no
mundo, o Espírito nele plasma os reflexos que lhe são próprios.
Criaturas existem tão conturbadas além-túmulo com os problemas decorrentes do suicídio e do homicídio, da delinquência e da
viciação, que, trazidas ao renascimento, demonstram, de imediato, os mais
dolorosos desequilíbrios, pela disfunção vibratória que os cataloga nos quadros
da patologia celular.
As enfermidades congênitas nada mais são que reflexos da posição infeliz a
que nos conduzimos no pretérito próximo, reclamando-nos a internação na esfera
física, às vezes por prazo curto, para tratamento da desarmonia interior em que
fomos comprometidos.
Surgem, porém, outras cambiantes dos reflexos do passado na existência do corpo, da culpa disfarçada e dos remorsos
ocultos. São plantações de tempo certo que a lei de ação e reação governa, vigilante, com
segurança e precisão.
É por isso que, muitas vezes, consoante os programas traçados antes
do berço, na pauta da dívida e do resgate, a criatura é visitada por estranhas provações, em plena prosperidade material, ou por desastres fisiológicos de comovente
expressão, quando mais irradiante se lhe mostra a saúde.
Contudo, é imperioso lembrar que reflexos geram reflexos e que não
há pagamento sem justos atenuantes, quando o devedor se revela amigo da solução dos próprios
débitos.
A prática do bem, simples e infatigável pode modificar a
rota do destino, de vez que o pensamento claro e correto, com ação edificante,
interfere nas funções celulares, tanto quanto nos eventos humanos, atraindo em
nosso favor, por nosso reflexo melhorado e mais nobre, amparo, luz e apoio,
segundo a lei do auxílio.”
Disponível em
http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=6464
“Identificando-me a perplexidade natural,
prosseguiu:
- "Nosso
Lar" não é estância de espíritos propriamente vitoriosos, se conferirmos
ao termo sua razoável acepção. Somos felizes, porque temos trabalho; e a
alegria habita cada recanto da colônia, porque o Senhor não nos retirou o pão
abençoado do serviço.”
A cultura religiosa fez com
que o espírito encarnado quando desencarnasse iria ou para o inferno ou para o
céu, ou seja, que só existissem somente dois tipos de localização para se
morar.
Tanto o livro Nosso Lar quanto o Livro dos Espíritos apresentam
moradas diversas da que se ouve ou se tem conhecimento.
Ademais, convém salientar que aquele que vai para o inferno, vive
sofrendo por toda a maldade e erros cometidos durante a vida na carne e é
cobrado por um ser monstruoso que o maltrata com um tridente e o coloca num
caldeirão fervente; e, aquele que é direcionado para o céu, vive num paraíso,
usufruindo de todo o deleite por ter sido e feito o bem a todos.
Nos primeiros capítulos do livro Nosso Lar, há a apresentação de um
lugar de sofrimento, denominado como Umbral; que, de certa forma acaba, quase,
igualando-se ao inferno criado pelos encarnados.
Além de mostrar um local lindo e maravilhoso, comparado ao céu,
revela a existência de amparo fraternal e, no caso destes dois parágrafos, a
felicidade por trabalharem, por serem uteis; que a conquista do “pão abençoado”
deve ser realizada através do fruto do trabalho individual, que, na realidade,
é o estudo e o trabalho de crescimento espiritual.
Pode-se confirmar esta explanação através da seguinte leitura
extraída do livro o Céu e o Inferno:
“11. Todas as
religiões admitiram igualmente o princípio da felicidade ou infelicidade da
alma após a morte, ou, por outra, as penas e gozos futuros, que se resumem na
doutrina do Céu e do inferno encontrada em toda parte.
No que elas diferem
essencialmente, é quanto à natureza dessas penas e gozos, principalmente sobre
as condições determinantes de umas e de outras.
Daí os pontos de fé contraditórios dando origem a cultos
diferentes, e os deveres impostos por estes, consecutivamente, para honrar a
Deus e alcançar por esse meio o Céu, evitando o inferno.”
“Aproveitando a pausa mais longa, exclamei
sensibilizado:
- Continue, meu
amigo, esclareça-me. Sinto-me aliviado e tranquilo. Não será esta região um
departamento celestial dos eleitos?”
Para elucidar a respeito destes parágrafos, o livro O Céu e O
Inferno apresenta a seguinte explicação
“15. Todas as
inteligências concorrem, pois, para a obra geral, qualquer que seja o grau
atingido, e cada uma na medida das suas forças, seja no estado de encarnação ou
no de espírito. Por toda parte a atividade, desde a base ao ápice da escala,
instruindo-se, coadjuvando-se em mútuo apoio, dando-se as mãos para alcançarem
o zênite.
Assim se estabelece
a solidariedade entre o mundo espiritual e o corporal, ou, em outros termos,
entre os homens e os Espíritos, entre os Espíritos libertos e os cativos. Assim
se perpetuam e consolidam, pela purificação e continuidade de relações, as
verdadeiras simpatias e nobres afeições.
Por toda parte, a
vida e o movimento: nenhum canto do infinito despovoado, nenhuma região que não
seja incessantemente percorrida por legiões inumeráveis de Espíritos radiantes,
invisíveis aos sentidos grosseiros dos encarnados, mas cuja vista deslumbra de
alegria e admiração as almas libertas da matéria. Por toda parte, enfim, há uma
felicidade relativa a todos os progressos, a todos os deveres cumpridos,
trazendo cada um consigo os elementos de sua felicidade, decorrente da
categoria em que se coloca pelo seu adiantamento.
Das qualidades do
indivíduo depende-lhe a felicidade, e não do estado material do meio em que se
encontra, podendo a felicidade, portanto, existir em qualquer parte onde haja
Espíritos capazes de a gozar. Nenhum lugar lhe é circunscrito e assinalado no
universo. Onde quer que se encontrem, os Espíritos podem contemplar a majestade
divina, porque Deus está em toda parte.”
“Lísias sorriu e explicou:
- Recordemos o
antigo ensinamento que se refere a muitos chamados e poucos escolhidos na
Terra.”
O livro O evangelho
segundo o espiritismo tem uma aclaração a respeito do “antigo ensinamento”:
“Parábola do banquete de
núpcias
1. Jesus, falando ainda em parábolas, lhes disse: .O reino dos céus
é semelhante a um rei que, desejando fazer as núpcias de seu filho, enviou seus
servidores para chamar aqueles que tinham sido convidados para as núpcias; mas
eles se recusaram a ir. O rei ainda enviou outros servidores com ordem de dizer
de sua parte aos convidados: Preparei meu banquete, fiz matar meus bois e tudo o
que havia feito engordar; tudo está pronto, vinde às bodas. Eles, porém,
desprezaram o convite, e se foram; um à casa de campo, e outro para o seu
negócio. Os outros se apoderaram dos seus servidores e os mataram, após lhes terem
feito muitos ultrajes. O rei, sabendo disso, encheu-se de cólera, e, enviando
seus soldados, exterminou os assassinos e queimou a cidade deles.
Então o rei disse aos seus servidores: O banquete das núpcias está
pronto, mas os que para ele foram chamados não eram dignos dele. Ide, pois, às
encruzilhadas, e chamai para as núpcias todos aqueles que encontrardes. Seus servidores, então, foram para as ruas, e
trouxeram todos os que iam encontrando, bons e maus; e a sala do banquete das
núpcias ficou cheia de pessoas que se sentaram à mesa.
Em seguida, o rei entrou para ver os que estavam à mesa; percebendo
um homem que não estava vestido com a roupa nupcial, disse-lhe: .Meu amigo,
como entraste aqui sem ter a roupa nupcial?. Mas o homem permaneceu calado.
Então o rei disse à sua gente: .Atai suas mãos e seus pés e lançai-o nas trevas
exteriores: lá haverá pranto e ranger de dentes; pois muitos são os chamados e
poucos os escolhidos.. (Mateus, XXII: 1 a 14.)
2. O incrédulo sorri diante desta parábola, que lhe parece de uma
ingenuidade pueril, porquanto não compreende que se possa opor tanta
dificuldade para assistir a uma festa, e ainda menos que os convidados levem
sua resistência a ponto de massacrar os enviados do dono da casa. .As parábolas,
diz o incrédulo, são, sem dúvida, alegorias, mas, ainda assim, é preciso que
elas não passem dos limites do verossímil..
Pode-se dizer o mesmo de todas as alegorias, das fábulas mais
engenhosas, se não as despojarmos da sua aparência para buscarmos o seu sentido
oculto. Jesus tirava suas parábolas dos fatos e usos mais comuns da vida, os
quais adaptava aos costumes e ao caráter do povo a quem falava. A maior parte
delas tem por objetivo fazer penetrar no povo a ideia da vida espiritual;
muitas vezes o seu sentido parece incompreensível para os que não se colocam
sob esse ponto de vista para interpretá-las.
Nessa parábola, Jesus compara o reino dos céus, onde tudo é alegria
e felicidade, a uma festa de núpcias. Para os primeiros convidados, Ele faz
alusão aos hebreus, que foram os primeiros a quem Deus chamou para o
conhecimento da sua lei. Os enviados do rei são os profetas, que vieram convidá-los
a seguir o caminho da verdadeira felicidade; mas suas palavras foram pouco
ouvidas, suas advertências, desprezadas; muitos foram mesmo massacrados, como
os servidores da parábola. Os convidados que não foram ao banquete, alegando a
atenção que tinham que dar aos seus campos ou aos seus negócios, simbolizam as
pessoas mundanas, que, absorvidas pelas coisas terrestres, são indiferentes
para as coisas celestes.
Era uma crença, entre os judeus daquela época, que a sua nação
devia adquirir a supremacia sobre todas as outras. Pois Deus não havia
prometido a Abraão que sua posteridade cobriria toda a Terra? Mas sempre
prendendo-se à forma, e desprezando a essência do ensino divino, eles
acreditavam em uma dominação efetiva e material.
Antes da vinda do Cristo, à exceção dos hebreus, todos os povos
eram idólatras e politeístas, isto é, adoravam ídolos e tinham muitos deuses.
Se alguns homens, superiores ao comum, conheceram a idéia da unidade divina, essa
idéia permaneceu no estado de sistema pessoal e não foi aceita em parte alguma
como verdade fundamental, a não ser por alguns iniciados que escondiam seus
conhecimentos sob uma forma misteriosa, incompreensível para o povo.
Os hebreus foram os primeiros que, publicamente, praticaram o
monoteísmo, aceitaram a unidade divina; foi a eles que Deus transmitiu sua lei,
inicialmente por Moisés, depois por Jesus. Foi desse pequeno foco que partiu a
luz que devia se espalhar pelo mundo inteiro, triunfar do paganismo, e dar a
Abraão uma posteridade espiritual .tão numerosa quanto as estrelas do
firmamento. Os judeus, porém, mesmo abandonando inteiramente a idolatria,
negligenciaram a lei moral para se ligarem à prática mais fácil das formas
exteriores. O mal chegou ao seu grau máximo; a nação escravizada era dilacerada
pelas facções, dividida pelas seitas; a incredulidade havia penetrado até no
santuário. É então que aparece Jesus, enviado para fazer com que se lembrassem de
obedecer a lei, e abrir-lhes os novos horizontes da vida futura. Primeiros
convidados para o grande banquete da fé universal, eles repeliram a palavra do
celeste Messias, e o fizeram matar. Foi assim que perderam o fruto que poderiam
ter colhido da sua iniciativa.
Seria injusto, entretanto, acusar o povo inteiro por esse estado de
coisas; a responsabilidade pertence principalmente aos fariseus e aos saduceus,
que perderam a nação, pelo orgulho e o fanatismo de uns, e pela incredulidade de
outros. São eles, principalmente, que Jesus associa aos convidados que se
recusaram a comparecer ao banquete de núpcias. Depois, Ele acrescenta: .O rei,
vendo tudo isso, mandou convidar todos aqueles que se encontravam nas encruzilhadas,
bons e maus.. Jesus quis dizer desse modo que a palavra ia ser pregada a todos
os outros povos, pagãos e idólatras e que se eles a aceitassem seriam admitidos
no banquete em lugar dos primeiros convidados.
Entretanto, não é suficiente ser convidado; não basta levar o nome
de cristão, nem de se sentar à mesa para participar do banquete celestial; é
preciso, antes de tudo, e como condição expressa, estar vestido com a roupa
nupcial, isto é, ter pureza de coração e praticar a lei segundo o espírito;
ora, essa lei está inteiramente contida nestas palavras: Fora da caridade não
há salvação. Mas, entre todos aqueles que ouvem a palavra divina, poucos são os
que as guardam e as colocam em prática! Poucos se tornam dignos de entrar no reino
dos céus! Eis por que Jesus disse: Haverá muitos chamados e poucos escolhidos.”
“E vagueando o olhar no horizonte longínquo,
como a fixar experiências de si mesmo no painel das recordações mais íntimas,
acentuou:
- As religiões, no
planeta, convocam as criaturas ao banquete celestial. Em sã consciência,
ninguém que se tenha aproximado, um dia, da noção de Deus, pode alegar
ignorância nesse particular. Incontável é o número dos chamados, meu amigo;
mas, onde os que atendem ao chamado? Com raras exceções, a massa humana prefere
aceder a outro gênero de convites. Gasta-se a possibilidade nos desvios do bem,
agrava-se o capricho de cada um, elimina-se o corpo físico a golpes de
irreflexão. Resultado: milhares de criaturas retiram-se diariamente da esfera
da carne em doloroso estado de incompreensão. Multidões sem conto erram em
todas as direções nos círculos imediatos à crosta planetária, constituídas de
loucos, doentes e ignorantes.”
É do conhecimento de
todos os seres criados por Deus, que Ele não só está conosco; como também,
coloca ao nosso lado, irmãos especiais e esclarecidos no que tange ao saber
espiritual. Além disso, em todo e qualquer momento, Ele bate a porta do coração
de seus filhos acordando-os para a realidade espiritual com referência ao amor
ao próximo. Ele sempre, através das situações, apresenta ocorrências a fim de
que seus filhos consigam sair do cenário de angústia, de sofrimento, de erro,
levando-os não para o paraíso, mas para uma localização e condição de paz,
tranquilidade e amor. Na realidade, há sempre um chamado a fim de que todos cheguem
a caminhar em Sua direção. Apesar disso, muitos permanecem ignorantes em não
quererem aprender a enxergá-Lo.
Emmanuel, no livro
Instrumentos do Tempo, acrescenta com esta abençoada mensagem:
“Chamados e Escolhidos
Estejamos convencidos de que ainda nos achamos a longa distância do
convívio com os eleitos da Vida Celeste; entretanto, pelo chamamento da fé viva
que hoje nos trás ao conhecimento superior, guardemos a certeza de que já somos
os escolhidos:
- para a regeneração de nós mesmos;
- para o cultivo sistemático e intensivo do bem;
- para o esquecimento de todas as faltas do próximo, de modo a
recapitular com rigor as nossas próprias imperfeições redimindo-as;
- para o perdão incondicional, em todas as circunstâncias da vida;
- para a atividade infatigável na confraternização verdadeira;
- para auxiliar os que erram;
- para ensinar aos mais ignorantes que nós;
- para suportar o sacrifício no amparo aos que sofrem, sem a graça
da fé renovadora que já nos robustece o espírito;
- para servir além de nossas próprias obrigações, sem direito à recompensa;
- para compreender os nossos irmãos de jornada evolutiva, sem exigir
que nos entendam;
- para apagar as fogueiras do ódio e da incompreensão, ao preço de nossa própria renúncia;
- para apagar as fogueiras do ódio e da incompreensão, ao preço de nossa própria renúncia;
- para estender a caridade sem ruído, como quem sabe que ajudar aos
outros é enriquecer a própria existência;
- para persistir nas boas obras sem reclamações e sem
desfalecimentos, em todos os ângulos do caminho;
- para negar a nossa antiga vaidade e tomar, sobre os próprios
ombros, cada dia, a cruz abençoada e redentora de nossos deveres, marchando,
com humildade e alegria, ao encontro da vida sublime...
A indicação honrosa nos felicita.
Nossa presença nos estudos do Evangelho expressa o apelo que flui
do Céu no rumo de nossas consciências. Chamados para a luz e escolhidos para o
trabalho.
Eis a nossa posição real nas benções do “hoje”. E se quisermos
aceitar a escolha com que fomos distinguidos, estejamos certos igualmente de
que em breve, “amanhã”, comungaremos felizes com o nosso Mestre e Senhor.”
”Notando-me a
admiração, interrogou:
- Acreditaria,
porventura, que a morte do corpo nos conduziria a planos de milagres? Somos
compelidos a trabalho áspero, a serviços pesados e não basta isso. Se temos
débitos no planeta, por mais alto que ascendamos, é imprescindível voltar, para
retificar, lavando o rosto no suor do mundo, desatando algemas de ódio e
substituindo-as por laços sagrados de amor. Não seria justo impor a outrem a
tarefa de mondar o campo que semeamos de espinhos, com as próprias mãos.”
Trabalho: eis a
palavra mestra destes parágrafos; contudo este trabalho não é uma atividade
desagradável e sem objetivo. Todos os encarnados e desencarnados têm como
função primordial de evolução espiritual realizar ofícios de construção no amor
para seu próprio progresso e dos outros.
O livro o Céu e o
Inferno apresenta uma pequena complementação na compreensão da tarefa de todos
os seres criados:
“13. As atribuições
dos Espíritos são proporcionadas ao seu progresso, às luzes que possuem, às
suas capacidades, experiência e grau de confiança inspirada ao Senhor soberano.
Nem favores, nem
privilégios que não sejam o prêmio ao mérito; tudo é medido e pesado na balança
da estrita justiça.
As missões mais
importantes são confiadas somente àqueles que Deus julga capazes de as cumprir e
incapazes de desfalecimento ou comprometimento. E enquanto que os mais dignos
compõem o supremo conselho, sob as vistas de Deus, a chefes superiores é
cometida a direção de turbilhões planetários, e a outros conferida a de mundos
especiais. Vêm, depois, pela ordem de adiantamento e subordinação hierárquica, as
atribuições mais restritas dos prepostos ao progresso dos povos, à proteção das
famílias e indivíduos, ao impulso de cada ramo de progresso, às diversas
operações da natureza até os mais ínfimos pormenores da Criação. Neste vasto e
harmônico conjunto há ocupações para todas as capacidades, aptidões e esforços;
ocupações aceitas com júbilo, solicitadas com ardor, por serem um meio de
adiantamento para os Espíritos que ao progresso aspiram.
14. Ao lado das
grandes missões confiadas aos Espíritos superiores, há outras de importância
relativa em todos os graus, concedidas a Espíritos de todas as categorias,
podendo afirmar-se que cada encarnado tem a sua, isto é, deveres a preencher a
bem dos seus semelhantes, desde o chefe de família, a quem incumbe o progresso
dos filhos, até o homem de gênio que lança às sociedades novos germens de
progresso. É nessas missões secundárias que se verificam desfalecimentos,
prevaricações e renúncias que prejudicam o indivíduo sem afetar o todo.
15. Todas as
inteligências concorrem, pois, para a obra geral, qualquer que seja o grau
atingido, e cada uma na medida das suas forças, seja no estado de encarnação ou
no de espírito. Por toda parte a atividade, desde a base ao ápice da escala,
instruindo-se, coadjuvando-se em mútuo apoio, dando-se as mãos para alcançarem
o zênite.
Assim se estabelece
a solidariedade entre o mundo espiritual e o corporal, ou, em outros termos,
entre os homens e os Espíritos, entre os Espíritos libertos e os cativos. Assim
se perpetuam e consolidam, pela purificação e continuidade de relações, as
verdadeiras simpatias e nobres afeições.
Por toda parte, a
vida e o movimento: nenhum canto do infinito despovoado, nenhuma região que não
seja incessantemente percorrida por legiões inumeráveis de Espíritos radiantes,
invisíveis aos sentidos grosseiros dos encarnados, mas cuja vista deslumbra de
alegria e admiração as almas libertas da matéria. Por toda parte, enfim, há uma
felicidade relativa a todos os progressos, a todos os deveres cumpridos,
trazendo cada um consigo os elementos de sua felicidade, decorrente da
categoria em que se coloca pelo seu adiantamento.
Das qualidades do
indivíduo depende-lhe a felicidade, e não do estado material do meio em que se
encontra, podendo a felicidade, portanto, existir em qualquer parte onde haja
Espíritos capazes de a gozar. Nenhum lugar lhe é circunscrito e assinalado no
universo.
Onde quer que se
encontrem, os Espíritos podem contemplar a majestade divina, porque Deus está
em toda parte.
16. Entretanto, a
felicidade não é pessoal: se a possuíssemos somente em nós mesmos, sem poder
reparti-la com outrem, ela seria tristemente egoísta. Também a encontramos na
comunhão de ideias que une os seres simpáticos. Os Espíritos felizes,
atraindo-se pela similitude de ideias, gostos e sentimentos, formam vastos
agrupamentos ou famílias homogêneas, no seio das quais cada individualidade
irradia as qualidades próprias e satura-se dos eflúvios serenos e benéficos
emanados do conjunto.
Os membros deste,
ora se dispersam para se darem à sua missão, ora se reúnem em dado ponto do
Espaço a fim de se prestarem contas do trabalho realizado, ora se congregam em
torno dum Espírito mais elevado para receberem instruções e conselhos.
17. Posto que os
Espíritos estejam por toda parte, os mundos são de preferência os seus centros
de atração, em virtude da analogia existente entre eles e os que os habitam. Em
torno dos mundos adiantados abundam Espíritos superiores, como em torno dos
atrasados pululam Espíritos inferiores. Cada globo tem, de alguma sorte, sua
população própria de Espíritos encarnados e desencarnados, alimentada em sua maioria
pela encarnação e desencarnação dos mesmos. Esta população é mais estável nos
mundos inferiores, pelo apego dos Espíritos à matéria, e mais flutuante nos
superiores.
Destes últimos,
porém, verdadeiros focos de luz e felicidade, Espíritos se destacam para mundos
inferiores a fim de neles semearem os germens do progresso, levar-lhes
consolação e esperança, levantar os ânimos abatidos pelas provações da vida.
Por vezes também se encarnam para cumprir com mais eficácia a sua missão”.
”Abanando a cabeça,
acrescentava:
- Caso dos muitos
chamados, meu caro. O Senhor não esquece homem algum; todavia, raríssimos homens
o recordam.”
A reencarnação é
dada ao espírito errante a fim dele se aprimorar nas práticas do bem e para que
isso ocorra é necessário que ele não tenha conhecimento dos erros pretéritos.
Isso não é uma dádiva; e, sim, uma maneira de auxiliá-lo a não cometer falhas
prejudicando não só o seu caminhar como a do próximo.
Um abençoado
esclarecimento é realizado no livro o Céu e o Inferno:
“A morte do corpo
não é mais que a ruptura dos laços que os retinham cativos.
6. Os Espíritos são
criados simples e ignorantes, mas dotados de aptidão para tudo conhecerem e
para progredirem, em virtude do seu livre-arbítrio. Pelo progresso adquirem
novos conhecimentos, novas faculdades, novas percepções e, conseguintemente,
novos gozos desconhecidos dos Espíritos inferiores; eles veem, ouvem, sentem e
compreendem o que os Espíritos atrasados não podem ver, sentir, ouvir ou
compreender.
A felicidade está na
razão direta do progresso realizado, de sorte que, de dois Espíritos, um pode
não ser tão feliz quanto outro, unicamente por não possuir o mesmo adiantamento
intelectual e moral, sem que por isso precisem estar, cada qual, em lugar
distinto. Ainda que juntos,
pode um estar em trevas, enquanto tudo resplandece para o outro, tal como um
cego e um vidente que se dão as mãos: este percebe a luz da qual aquele não
recebe a mínima impressão.
Sendo a felicidade
dos Espíritos inerente às suas qualidades, haurem-na eles em toda parte em que
se encontram, seja à superfície da Terra, no meio dos encarnados, ou no Espaço.
Uma comparação
vulgar fará compreender melhor esta situação. Se se encontrarem em um concerto
dois homens, um, bom músico, de ouvido educado, e outro, desconhecedor da
música, de sentido auditivo pouco delicado, o primeiro experimentará sensação
de felicidade, enquanto o segundo permanecerá insensível, porque um compreende
e percebe o que nenhuma impressão produz no outro. Assim sucede quanto a todos
os gozos dos Espíritos, que estão na razão da sua sensibilidade.
O mundo espiritual
tem esplendores por toda parte, harmonias e sensações que os Espíritos
inferiores, submetidos à influência da matéria, não entreveem sequer, e que
somente são acessíveis aos Espíritos purificados.
7. O progresso nos
Espíritos é o fruto do próprio trabalho; mas, como são livres, trabalham no seu
adiantamento com maior ou menor atividade, com mais ou menos negligência,
segundo sua vontade, acelerando ou retardando o progresso e, por conseguinte, a
própria felicidade. Enquanto uns avançam rapidamente, entorpecem-se outros,
quais poltrões nas fileiras inferiores. São eles, pois, os próprios autores da
sua situação, feliz ou desgraçada, conforme esta frase do Cristo: “A cada um segundo
as suas obras.” (Romanos, 2:6.)
Todo Espírito que se
atrasa não pode queixar-se senão de si mesmo, assim como o que se adianta tem o
mérito exclusivo do seu esforço, dando por isso maior apreço à felicidade
conquistada.
A suprema felicidade
só é compartilhada pelos Espíritos perfeitos, ou, por outra, pelos puros
Espíritos, que não a conseguem senão depois de haverem progredido em
inteligência e moralidade.
O progresso
intelectual e o progresso moral raramente marcham juntos, mas o que o Espírito
não consegue em dado tempo, alcança em outro, de modo que os dois progressos
acabam por atingir o mesmo nível.
Eis por que se veem
muitas vezes homens inteligentes e instruídos pouco adiantados moralmente, e
vice-versa.
8. A encarnação é
necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito: ao progresso
intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela
necessidade recíproca dos homens entre si. A vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades.
A bondade, a
maldade, a doçura, a violência, a benevolência, a caridade, o egoísmo, a
avareza, o orgulho, a humildade, a sinceridade, a franqueza, a lealdade, a
má-fé, a hipocrisia, em uma palavra, tudo o que constitui o homem de bem ou o
perverso tem por móvel, por alvo e por estímulo as relações do homem com os
seus semelhantes.
Para o homem que
vivesse isolado não haveria vícios nem virtudes; preservando-se do mal pelo
isolamento, o bem de si mesmo se anularia.
9. Uma só existência
corporal é manifestamente insuficiente para o Espírito adquirir todo o bem que
lhe falta e eliminar o mal que lhe sobra.
Como poderia o
selvagem, por exemplo, em uma só encarnação nivelar-se moral e intelectualmente
ao mais adiantado europeu? É materialmente impossível. Deve ele, pois, ficar
eternamente na ignorância e barbaria, privado dos gozos que só o
desenvolvimento das faculdades pode proporcionar-lhe?
O simples bom senso
repele tal suposição, que seria não somente a negação da justiça e bondade
divinas, mas das próprias leis evolutivas e progressivas da natureza. Mas Deus,
que é soberanamente justo e bom, concede ao Espírito tantas encarnações quantas
as necessárias para atingir seu objetivo — a perfeição.
Para cada nova
existência entra o Espírito com o cabedal adquirido nas anteriores em aptidões,
conhecimentos intuitivos, inteligência e moralidade. Cada existência é assim um
passo avante no caminho do progresso.
A encarnação é
inerente à inferioridade dos Espíritos, deixando de ser necessária desde que
estes, transpondo-lhe os limites, ficam aptos para progredir no estado
espiritual, ou nas existências corporais de mundos superiores, que nada têm da
materialidade terrestre. Da parte destes a encarnação é voluntária, tendo por
fim exercer sobre os encarnados uma ação mais direta e tendente ao cumprimento
da missão que lhes compete junto dos mesmos. Desse modo aceitam abnegadamente
as vicissitudes e sofrimentos da encarnação.
10. No intervalo das
existências corporais o Espírito torna a entrar no mundo espiritual, onde é
feliz ou desgraçado segundo o bem ou o mal que fez.
Uma vez que o estado
espiritual é o estado definitivo do Espírito e o corpo espiritual não morre,
deve ser esse também o seu estado normal.
O estado corporal é
transitório e passageiro. É no estado espiritual sobretudo que o Espírito colhe
os frutos do progresso realizado pelo trabalho da encarnação; é também nesse
estado que se prepara para novas lutas e toma as resoluções que há de pôr em
prática na sua volta à humanidade.
O Espírito progride
igualmente na erraticidade, adquirindo conhecimentos especiais que não poderia
obter na Terra, e modificando as suas ideias. O estado corporal e o espiritual
constituem a fonte de dois gêneros de progresso, pelos quais o Espírito tem de
passar alternadamente, nas existências peculiares a cada um dos dois mundos.
11. A reencarnação
pode dar-se na Terra ou em outros mundos. Há entre os mundos alguns mais adiantados
onde a existência se exerce em condições menos penosas que na Terra, física e
moralmente, mas onde também só são admitidos Espíritos chegados a um grau de
perfeição relativo ao estado desses mundos.
A vida nos mundos
superiores já é uma recompensa, visto nos acharmos isentos, aí, dos males e
vicissitudes terrenos. Os corpos menos materiais, quase fluídicos, não sujeitos
aí às moléstias, às enfermidades, tampouco têm as mesmas necessidades.
Excluídos os Espíritos maus, gozam os homens de plena paz, sem outra
preocupação além da do adiantamento pelo trabalho intelectual.
Reina lá a
verdadeira fraternidade, porque não há egoísmo; a verdadeira igualdade, porque
não há orgulho, e a verdadeira liberdade por não haver desordens a reprimir,
nem ambiciosos que procurem oprimir o fraco.
Comparados à Terra,
esses mundos são verdadeiros paraísos, quais pousos ao longo do caminho do
progresso conducente ao estado definitivo. Sendo a Terra um mundo inferior
destinado à purificação dos
Espíritos
imperfeitos, está nisso a razão do mal que aí predomina, até que praza a Deus
fazer dela morada de Espíritos mais adiantados. Assim é que o Espírito,
progredindo gradualmente à medida que se desenvolve, chega ao apogeu da
felicidade; porém, antes de ter atingido a culminância da perfeição, goza de
uma felicidade relativa ao seu progresso. A criança também frui os prazeres da
infância, mais tarde os da mocidade, e finalmente os mais sólidos, da madureza.
12. A felicidade dos
Espíritos bem-aventurados não consiste na ociosidade contemplativa, que seria,
como temos dito muitas vezes, uma eterna e fastidiosa inutilidade. A vida
espiritual em todos os seus graus é, ao contrário, uma constante atividade, mas
atividade isenta de fadigas.
A suprema felicidade
consiste no gozo de todos os esplendores da Criação, que nenhuma linguagem
humana jamais poderia descrever, que a imaginação mais fecunda não poderia
conceber. Consiste também na penetração de todas as coisas, na ausência de
sofrimentos físicos e morais, numa satisfação íntima, numa serenidade da alma
imperturbável, no amor que envolve todos os seres, e portanto na ausência de
atrito proveniente do contato com os maus, e, acima de tudo, na contemplação de
Deus e na compreensão dos seus mistérios revelados aos mais dignos.
A felicidade também
existe nas tarefas cujo encargo nos faz felizes. Os puros Espíritos são os
messias ou mensageiros de Deus pela transmissão e execução das suas vontades.
Preenchem as grandes missões, presidem à formação dos mundos e à harmonia geral
do universo, tarefa gloriosa a que se não chega senão pela perfeição. Os da
ordem mais elevada são os únicos a possuírem os segredos de Deus, inspirando-se
no seu pensamento, de que são diretos representantes.”
”Acabrunhado com a
lembrança dos próprios erros, diante de tão grandes noções de responsabilidade
individual, objetei:
- Como fui perverso!”
Nenhum espírito é
criado para ser perverso, nem muito menos se torna um. A questão é que cegos e
surdos acabam cometendo equívocos prejudiciais a todos, inclusive a si próprios.
E para estes
parágrafos nada como reler a mensagem do livro Evangelho segundo o Espiritismo:
“A virtude
8. A virtude, no seu
mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o
homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, essas são as
qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, muitas vezes elas são acompanhadas
de pequenas falhas morais que as desmerecem e as enfraquecem. Aquele que faz
alarde da sua virtude não é virtuoso, visto que lhe falta a qualidade principal:
a modéstia, e que possui o vício mais contrário: o orgulho. A virtude
verdadeiramente digna desse nome não gosta de se exibir; temos de descobri-la;
ela, porém, oculta-se na sombra e foge da admiração das multidões. São Vicente de
Paulo era virtuoso; o digno Cura de Ars era virtuoso, e muitos outros, pouco
conhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem
ignoravam que eram virtuosos; eles se deixavam levar pela corrente das suas santas-inspirações,
e praticavam o bem com um completo desinteresse e um inteiro esquecimento de si
mesmos.
É para a virtude,
assim compreendida e praticada, que eu vos convido, meus filhos; é para essa
virtude, verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita, que vos convido a
consagrar-vos; mas afastai de vossos corações todo orgulho, vaidade e
amor-próprio, que desvalorizam sempre as mais belas qualidades. Não imiteis
esse homem que se apresenta como modelo e gaba as suas próprias qualidades para
todos os ouvidos complacentes. Essa virtude que assim se ostenta, muitas vezes
esconde uma infinidade de pequenas torpezas e odiosas fraquezas.
Em princípio, o
homem que elogia a si mesmo, que ergue uma estátua à sua própria virtude,
aniquila, assim procedendo, todo o mérito efetivo que possa ter. O que direi, porém,
daquele cujo único valor é o de parecer o que realmente não é? Devo admitir que
o homem que faz o bem, sinta, no fundo do seu coração, uma satisfação íntima;
mas, desde que essa satisfação se exteriorize, para receber elogios, ela
degenera em amor-próprio.
Oh! vós todos, a
quem a fé espírita aqueceu com seus raios, e que sabeis quanto o homem está
longe da perfeição, não vos entregueis jamais a semelhante tolice. A virtude é
uma graça que desejo a todos os espíritas sinceros, mas eu lhes direi: mais
vale menos virtude com modéstia, do que muita com orgulho. É pelo orgulho que
as humanidades sucessivas têm se perdido; é pela humildade que um dia elas
deverão se redimir. (François-Nicolas- Madeleine. Paris, 1863.)”
”Contudo, antes que
me alongasse noutras exclamações, o visitador colocou a destra carinhosa em
meus lábios, murmurando:
- Cale-se! meditemos
no trabalho a fazer. No arrependimento verdadeiro é preciso saber falar, para
construir de novo.”
Há momentos em que é
preciso calar-se e ouvir a voz interior. Palavras, nestes períodos, são
vocábulos vãos desnecessários.
Emmanuel chama a
atenção de todos:
“Dominar e Falar
Dominas o fogo, escravizando-o à lida caseira.
Burilas a pedra, arrancando-lhe obras-primas.
Conquistas os metais, neles plasmando complicadas expressões de
serviço.
Amansas os animais ferozes, deles fazendo cooperadores na economia doméstica.
Disciplinas o vapor e o combustível, anulando as distâncias.
Disciplinas o vapor e o combustível, anulando as distâncias.
Diriges tratores pesados, transfigurando a face da gleba.
Submetes a eletricidade e glorificas a civilização.
Retiras o veneno de serpentes temíveis, fabricando remédios.
Senhoreias a energia nuclear e começas a alterar, com ela, a
fisionomia do mundo.
Controlas a velocidade e inicias vigorosa excursão para além do planeta.
Controlas a velocidade e inicias vigorosa excursão para além do planeta.
Entretanto, ai de nós! Todos trazemos leve músculo selvagem, muito
distante da educação.
Com ele, forjamos guerras.
Com ele, forjamos guerras.
Empestamos vidas alheias.
Envilecemos o caminhos dos outros.
Corrompemos o próximo.
Revolvemos o lixo moral da Terra.
Veiculamos o pessimismo.
Criamos infinitos problemas.
Injuriamos.
Criticamos.
Caluniamos.
Deprimimos.
Esse órgão minúsculo é a língua-lâmina pequenina, embainhada na boca.
Criticamos.
Caluniamos.
Deprimimos.
Esse órgão minúsculo é a língua-lâmina pequenina, embainhada na boca.
Instrumento sublime, feito para louvar e instruir, ajudar e incentivar o bem, quantas vezes nos valemos dela para censurar e vergastar, perturbar e ferir!...
Governemo-la, pois, transformando-a em leme de paz e amor, no barco de nossas vidas!
Governemo-la, pois, transformando-a em leme de paz e amor, no barco de nossas vidas!
E alicerçados nas lições do Evangelho, roguemos a Deus nos inspire
sempre a dizer isso ou aquilo com o próprio Jesus desejaria ter dito.”
Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=5335
”Em seguida,
aplicou-me passes magnéticos, atenciosamente. Fazendo os curativos na zona
intestinal, esclareceu:
- Não observa o
tratamento especializado da zona cancerosa? Pois note bem: toda medicina
honesta é serviço de amor, atividade de socorro justo; mas o trabalho de cura é
peculiar a cada espírito. Meu irmão será tratado carinhosamente, sentir-se-á
forte como nos tempos mais belos da sua juventude terrena, trabalhará muito e,
creio, será um dos melhores colaboradores em "Nosso Lar"; entretanto,
a causa dos seus males persistirá em si mesmo, até que se desfaça dos germes de
perversão da saúde divina, que agregou ao seu corpo sutil pelo descuido moral e
pelo desejo de gozar mais que os outros. A carne terrestre, onde abusamos, é
também o campo bendito onde conseguimos realizar frutuosos labores de cura
radical, quando permanecemos atentos ao dever justo.”
O ser espiritual
pode procurar todo tipo de cura na medicina seja ela carnal ou espiritual,
porém só conseguirá a devida cura se arregaçar as “mangas” e labutar pelo seu
melhoramento íntimo.
Não adianta palavras
nem ações, se elas não forem ditas e realizadas com o coração repleto de
pensamentos e atitudes benéficas de amor ao próximo e a si mesmo.
O próprio André
Luiz, no livro Buscas e Acharás, deixa a seguinte reflexão a respeito:
“Tratamento e
Destino
Que o destino pode ser tratado, não há dúvida. E com
palavras resumidas, ser-nos-á possível encontrar a chave de semelhante providência, nos exemplos simples da vida.
No processo curativo, o campo doente para mostrar-se recuperado
solicita a renovação das células.
Na higiene, o foco enfermiço deve ser extinto, em auxílio à saúde geral.
Na área das construções, esse ou aquele trecho comprometido reclama
completo refazimento.
Em agricultura, o escalracho será erradicado para que a lavoura
nobre venha a surgir.
Igualmente na vida, êxito e melhoria nascem de comportamento e rumo, tanto quanto rumo e comportamento para o bem e para a felicidade dependem de nossos pensamentos.
Pensamentos positivos em matéria de consciência tranquila, limpeza de intenções, reajuste de maneiras e supressão de hábitos inferiores são suportes indispensáveis para a edificação de vida melhor.
Igualmente na vida, êxito e melhoria nascem de comportamento e rumo, tanto quanto rumo e comportamento para o bem e para a felicidade dependem de nossos pensamentos.
Pensamentos positivos em matéria de consciência tranquila, limpeza de intenções, reajuste de maneiras e supressão de hábitos inferiores são suportes indispensáveis para a edificação de vida melhor.
Pense e fará o que pensa.
Faça e você será aquilo que faz.”
”Meditei os
conceitos, ponderei a bondade divina e, na exaltação da sensibilidade, chorei
copiosamente.
Lísias, contudo,
terminou o tratamento do dia, com serenidade, e falou:
- Quando as lágrimas
não se originam da revolta, sempre constituem remédio depurador. Chore, meu
amigo. Desabafe o coração. E abençoemos aquelas beneméritas organizações
microscópicas que são as células de carne na Terra. Tão humildes e tão
preciosas, tão detestadas e tão sublimes pelo espírito de serviço. Sem elas,
que nos oferecem templo à retificação, quantos milênios gastaríamos na
ignorância?
Assim falando,
afagou-me carinhosamente a fronte abatida e despediu-se com um ósculo de amor.”
Nunca é tarde demais
para as mudanças, nem para lamentar e refletir a respeito das más escolhas; e,
sempre, há um ombro amigo ao lado de quem sofre, ou melhor, de quem, realmente,
sofre, lamenta e tem consciência do tempo perdido com atitudes desnecessárias
ao progresso espiritual.
Meimei auxilia a
todos com a seguinte missiva:
“O Sustento do Corpo
e do Espírito
Certo aprendiz, em conversa com o professor, queixou-se de grande
incapacidade para reter as lições.
Sentia-se sonolento, desmemoriado ...
Ao cabo de alguns instantes de leitura, esquecia de todo os textos mais
importantes, ainda mesmo os que se referissem às suas mais prementes
necessidades.
Que fazer para evitar a perturbação?
Que fazer para evitar a perturbação?
Travou-se então entre os dois o seguinte diálogo:
- Meu filho, quando tens sede, foges do copo d’água?
- Impossível. Morreria torturado.
- Quando nu, abandonas a veste?
- De modo algum. Não dispenso o agasalho.
- Esqueces de levar o alimento à boca, ao te apresentarem a
refeição?
- Nunca. Como poderia andar sem comer?
- Pois também não podes viver sem educação – concluiu o orientador. – Lembra-te dessa verdade e estarás acordado para os ensinamentos de
nossos mestres.
O mentor do grupo esboçou silencioso gesto de bom humor e salientou:
O mentor do grupo esboçou silencioso gesto de bom humor e salientou:
- Nossa alma precisa estudar e conhecer, tanto quanto nosso corpo necessita de
respirar e nutrir-se.”
Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=4134
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
DÊNIS, Leon. Depois
da morte. 3.ed. Rio de Janeiro: CELD, 2011.
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