terça-feira, 2 de maio de 2017

Estudo do livro Nosso Lar


RECEBENDO ASSISTÊNCIA


O estudo do capítulo 4 tem como informações gerais:
1)   Personagem: André Luiz, Lísias
2)   Resumo geral: Lísias, o visitador dos serviços de saúde, assiste a André, aproveitando para esclarecê-lo a respeito da humildade e do auxílio que recebemos do Alto.
3)   Tema: existência dos espíritos

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“RECEBENDO ASSISTÊNCIA
- É você o tutelado de Clarêncio?
A pergunta vinha de um jovem de singular e doce expressão.
Grande bolsa pendente da mão, como quem conduzia apetrechos de assistência, endereçava-me ele sorriso acolhedor. Ao meu sinal afirmativo, mostrou-se à vontade e, maneiras fraternas, acentuou:
- Sou Lísias, seu irmão. Meu diretor, o assistente Henrique de Luna, designou-me para servi-lo, enquanto precisar tratamento.
- É enfermeiro? - indaguei.
- Sou visitador dos serviços de saúde. Nessa qualidade, não só coopero na enfermagem, como também assinalo necessidades de socorro, ou providências que se refiram a enfermos recém-chegados.”

Da mesma maneira que há diversas moradas na casa do nosso Pai, existem diversos espíritos por toda orbe universal.
Para esclarecer melhor a respeito do assunto: espírito, as perguntas de 21 a 29 do livro dos Espíritos traz a seguinte explicação:

Espírito e Matéria
21. A matéria existe de toda a eternidade como Deus, ou foi criada por ele, num certo tempo?
“Só Deus o sabe. Todavia, há uma coisa que vossa razão vos deve indicar: é que Deus, modelo de amor e de caridade, nunca esteve inativo. Por mais distante que possais imaginar o início de sua ação, podeis concebê-lo um segundo na ociosidade?”

22. Geralmente, define-se como matéria, o que tem extensão, o que pode impressionar nossos sentidos, o que é impenetrável; estas definições são exatas?
“Do vosso ponto de vista isto é exato, porque não falais senão do que conheceis; mas a matéria existe em estados que vos são desconhecidos; ela pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que nenhuma impressão cause nos vossos sentidos; entretanto, é sempre matéria; mas para vós, não o seria.”

a) Que definição podeis dar da matéria?
“A matéria é o elo que acorrenta o espírito; é o instrumento que lhe serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, ele exerce sua ação.”
Desse ponto de vista, pode-se dizer que a matéria é o agente, o intermediário com o auxílio do qual e sobre o qual o espírito age.

23) Que é o espírito?
“O princípio inteligente do Universo.”

a) Qual a natureza íntima do espírito?
“Não é fácil analisar o espírito com a vossa linguagem. Para vós, nada é, porque o espírito não é uma coisa palpável; mas, para nós, é alguma coisa. Sabei-o bem, o nada é coisa alguma; o nada não existe.”

24) Espírito é sinônimo de inteligência?
“A inteligência é um atributo essencial do espírito; porém, uma e outro se confundem num princípio comum, de sorte que, para vós, são a mesma coisa.”

25) O espírito é independente da matéria, ou é apenas uma propriedade dela, como as cores são propriedades da luz, e o som uma propriedade do ar?
“São distintos uma e outro; porém, é necessária a união do espírito e da matéria para intelectualizar a matéria.”

a) Esta união é igualmente necessária para a manifestação do espírito? (Entendemos, aqui, por espírito o princípio da inteligência, abstração feita das individualidades designadas por esse nome.)
“Ela é necessária a vós, porque não estais organizados para perceber o espírito sem a matéria; vossos sentidos não foram feitos para isso.”

26) Pode-se conceber o espírito sem a matéria e a matéria sem o espírito?
“Pode-se, sem dúvida, pelo pensamento.”

27) Haveria, assim, dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?
“Sim, e acima de tudo isso Deus, o criador, o pai de todas as coisas; estas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Porém, ao elemento material é preciso acrescentar o fluido universal que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria, propriamente dita, muito grosseira para que o espírito possa exercer uma ação sobre ela. Embora, sob um certo ponto de vista, se possa identificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais; se ele fosse positivamente matéria, não haveria razão para que o espírito também não o fosse. Ele está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria, suscetível, por suas inúmeras combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas das quais conheceis apenas uma parte insuficiente. Este fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se serve, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as propriedades que a gravidade lhe dá.”

a) Este fluido seria aquele que designamos sob o nome de eletricidade?
“Dissemos que ele é suscetível de inumeráveis combinações; o que chamais fluido elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal, que não é, propriamente falando, senão uma matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar como independente.”

28. Visto que o espírito, ele próprio, é alguma coisa, não seria mais exato e menos sujeito a confusão designar estes dois elementos gerais pelas palavras: matéria inerte e matéria inteligente?
“As palavras pouco nos importam; cabe a vós formular vossa linguagem de maneira a vos entenderdes. Vossas discussões provêm, quase sempre, de não vos entenderdes sobre as palavras, porque vossa linguagem é incompleta para as coisas que não impressionam os vossos sentidos.”
Um fato patente domina todas as hipóteses: vemos matéria que não é inteligente; vemos um princípio inteligente independente da matéria. A origem e a conexão destas duas coisas nos são desconhecidas. Se possuem ou não uma fonte comum, se há pontos de contato necessários; se a inteligência tem sua existência própria, ou se é uma propriedade, um efeito; se é mesmo, conforme a opinião de alguns, uma emanação da Divindade, é o que ignoramos; elas se nos apresentam distintas, é por isso que as admitimos formando dois princípios constitutivos do Universo. Vemos, acima de tudo isso, uma inteligência que domina todas as outras, que as governa todas, que delas se distingue por atributos essenciais: é essa inteligência suprema que chamamos Deus.”  


“Notando-me a surpresa, explicou:
- Nas minhas condições há numerosos servidores em "Nosso Lar". O amigo ingressou agora na colônia e, naturalmente, ignora a amplitude dos nossos trabalhos. Para fazer uma ideia, basta lembrar que apenas aqui, na seção em que se encontra, existem mais de mil doentes espirituais, e note que este é um dos menores edifícios do nosso parque hospitalar.
- Tudo isso é maravilhoso! - exclamei.”

Além da existência dos espíritos, os mesmos não ficam sem realizar quaisquer trabalhos e atividades; todavia, todas direcionadas para o bem do próximo.
À vista disso, é preciso desenvolver mais informações a respeito do que envolve o espírito e o Livro dos Espíritos, através das perguntas 76 a 83 oferece as seguintes aclarações:

Origem e Natureza dos Espíritos
76. Que definição se pode dar dos Espíritos?
“Pode-se dizer que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo fora do mundo material.”
Nota: A palavra Espírito é empregada, aqui, para designar as individualidades dos seres extracorpóreos e não mais o elemento inteligente universal.

77. Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou seriam, apenas emanações ou porções da Divindade e chamados, por essa razão, de filhos de Deus?
“Meu Deus! São obra sua, exatamente como um homem que fabrica uma máquina; essa máquina é obra do homem e não ele próprio. Sabes que, quando o homem faz uma coisa bela, útil, ele a chama de sua filha, sua criação. Pois bem! O mesmo se dá com relação a Deus: somos seus filhos, visto que somos sua obra.”

78. Os Espíritos tiveram um início, ou existem, como Deus, de toda eternidade?
“Se os Espíritos não tivessem tido início, seriam iguais a Deus, ao passo que são sua criação e estão submetidos à sua vontade. Deus existe de toda eternidade, isto é incontestável; nada sabemos, porém, sobre quando e como nos criou.
Podes dizer que não tivemos início, se entendes com isso que Deus, sendo eterno, deve ter criado ininterruptamente; mas, quando e como cada um de nós foi feito, repito-te, ninguém o sabe: aí é que está o mistério.”

79. Visto que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material, poder-se-ia dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento material?
 “É evidente; os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material; a época e o modo dessa
formação é que são desconhecidos.”

80. A criação dos Espíritos é permanente, ou só ocorreu na origem dos tempos?
“Ela é permanente; quer dizer: Deus nunca deixou de criar.”

81. Os Espíritos se formam espontaneamente, ou procedem uns dos outros?
“Deus os cria, como todas as outras criaturas, pela sua vontade; mas, ainda uma vez, sua origem é um mistério.”

82. É correto dizer que os Espíritos são imateriais?
“Como se pode definir uma coisa, quando faltam termos de comparação e com uma linguagem ineficiente? Um cego de nascença pode definir a luz? Imaterial não é bem a palavra; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender bem que o Espírito, sendo uma criação, deve ser alguma coisa; é matéria quintenssenciada, porém, sem analogia para vós, e tão etérea que não pode ser percebida pelos vossos sentidos.”
Dizemos que os Espíritos são imateriais, porque sua essência difere de tudo o que conhecemos sob o nome de matéria. Um povo de cegos não teria, absolutamente, termos para exprimir a luz e seus efeitos. O cego de nascença acredita ter todas as percepções através da audição, do olfato, do paladar e do tato; não compreende as ideias que o sentido que lhe falta lhe proporcionaria. Do mesmo modo, somos verdadeiros cegos, com relação à essência dos seres sobre-humanos. Podemos defini-los apenas através de comparações, sempre imperfeitas, ou por um esforço de nossa imaginação.

83. Os Espíritos têm um fim? Compreende-se que o princípio de onde emanam seja eterno, mas o que perguntamos é se suas individualidades têm um termo e se num dado tempo, mais ou menos longo, o elemento do qual são formados não se dissemina e não retorna à massa como acontece com os corpos materiais? É difícil compreender que uma coisa que teve começo possa não ter fim.
“Há muitas coisas que não compreendeis, porque vossa inteligência é limitada; e isto não é motivo para rejeitá-las. O filho não compreende tudo o que seu pai compreende, nem o ignorante tudo o que o sábio compreende. Dizemos que a existência dos Espíritos não tem fim; é tudo o que podemos dizer, agora.”

 “Adivinhando que minhas observações iam descambar para o elogio espontâneo, Lísias levantou-se da poltrona a que se recolhera e começou a auscultar-me, atento, impedindo-me o agradecimento verbal.
- A zona dos seus intestinos apresenta lesões sérias com vestígios muito exatos do câncer; a região do fígado revela dilacerações; a dos rins demonstra característicos de esgotamento prematuro.”

O enfermeiro ao dar assistência ao paciente identificou diversos ferimentos no corpo. Desta maneira, pode-se verificar que o corpo espiritual é um presente divino que deve ser cuidado, pois é uma máquina que serve para evolução espiritual do ser criado pelo Pai Celestial.
Para este trecho, o próprio André Luiz tem uma mensagem:

Cultivar a higiene pessoal, sustentando o instrumento físico qual se ele fosse viver eternamente, preservando-se, assim, contra o suicídio indireto.
O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne.
Precatar-se contra tóxicos, narcóticos, alcoólicos, e contra o uso demasiado de drogas que viciem a composição fisiológica natural do organismo.
Existem venenos que agem gota a gota.
Conduzir-se de modo a não exceder-se em atitudes superiores à própria resistência, nem confiar-se a intempestivas manifestações emocionais, que criam calamitosas depressões.
O abuso das energias corpóreas também provoca suicídio lento.
Distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de resguardá-la contra os desvios suscetíveis de corrompê-la.
O sexo é uma fonte de bênçãos renovadoras do corpo e da alma.
Fugir de alimentar-se em excesso e evitar a ingestão sistemática de condimentos e excitantes, buscando tomar as refeições com calma e serenidade.
Grande número de criaturas humanas deixa prematuramente o Plano Terrestre pelos erros do estômago.
Sempre que lhe seja possível, respirar o ar livre, tomar banhos de água pura e receber o sol farto, vestindo-se com decência e limpeza, sem, contudo, prender-se à adoração do próprio corpo.
Critério e moderação garantem o equilíbrio e o bem-estar.
Por motivo algum, desprezar o vaso corpóreo de que dispõe, por mais torturado que ele seja.
Na Terra, cada Espírito recebe o corpo de que precisa.
"Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." - Paulo. (I Coríntios, 6:20.)”
VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita. Pelo Espírito André Luiz. FEB. Download do livro em http://www.febnet.org.br.

 “Sorrindo, bondoso, acrescentou:
- Sabe o irmão o que significa isso?
- Sim - repliquei , o médico esclareceu ontem, explicando que devo esses distúrbios a mim mesmo...”

Quando se planta se colhe; e, foi isso o que aconteceu com André Luiz. Ele não usou, não cuidou de si mesmo; então, o corpo sentiu o descuido.
E o mesmo apresenta o seguinte esclarecimento:
“Corpo Físico
"E senhor das experiências adquiridas que lhe despontam do ser, em forma de tendências e impulsos, recebe o Espírito um corpo inteiramente novo, em olvido temporário, mas não absoluto, das experiências pregressas, corpo com o qual será defrontado pelas circunstâncias favoráveis ou não do caminho que deve percorrer..." Paternidade e maternidade, raça e pátria, lar e sistema consanguíneo são conjugados com previdente sabedoria para que não faltem ao reencarnante todas as possibilidades necessárias ao êxito no empreendimento que se inicia.
E senhor das experiências adquiridas que lhe despontam do ser, em forma de tendências e impulsos, recebe o Espírito um corpo inteiramente novo, em olvido temporário, mas não absoluto, das experiências pregressas, corpo com o qual será defrontado pelas circunstâncias favoráveis ou não do caminho que deve percorrer, para prosseguir na obra digna em que se haja empenhado ou para retificar as lições em que haja falido.
Nessas diretrizes, nem sempre estará integrado normalmente na posição em que a vida mental e o campo somático se mostrem em sinergia ideal.
Às vezes, deve sofrer mutilações e enfermidades benéficas, inibições e dificuldades orgânicas de caráter inevitável, porque, de aprendizado a aprendizado e de tarefa a tarefa, quanto o aluno de estágio a estágio para as grandes metas educativas, é que se levantará, vitorioso, para a ascensão à Imortalidade Celeste.”
Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=3687

 “Reconhecendo o acanhamento da confissão reticenciosa, apressou-se a consolar:
- Na turma de oitenta enfermos a que devo assistência diária, cinquenta e sete se encontram nas suas condições. E talvez ignore que existem, por aqui, os mutilados. Já pensou nisso? Sabe que o homem imprevidente, que gastou os olhos no mal, aqui comparece de órbitas vazias? Que o malfeitor, interessado em utilizar o dom da locomoção fácil nos atos criminosos, experimenta a desolação da paralisia, quando não é recolhido absolutamente sem pernas? Que os pobres obsidiados nas aberrações sexuais costumam chegar em extrema loucura?”


Há quem pense que está imune a todo e qualquer problema, a toda e qualquer tristeza; que o próximo é quem precisa sofrer; e, que nada vai acontecer consigo. Lamentável pensamento, pois o homem, de acordo com as suas escolhas durante o percurso carnal, realiza escolhas que danificam a sua máquina corporal.
Emmanuel clarifica:

Corpo
Abstendo-nos de qualquer digressão científica, porquanto os livros técnicos de educação usual são suficientemente esclarecedores no que reporta aos aspectos exteriores do corpo humano, lembremo-nos de que o Espírito, inquilino da casa física, lhe preside à formação e à sustentação, consciente ou inconscientemente, desde a hora primeira da organização fetal, não obstante quase sempre sob os cuidados protetores de Mensageiros da Providência Divina.
Trazendo consigo mesmo a soma dos reflexos bons e menos bons de que é portador, segundo a colheita de méritos e prejuízos que semeou para si mesmo no solo do tempo, o Espírito incorpora aos moldes reduzidos do próprio ser as células do equipamento humano, associando-as à própria vida, desde a vesícula germinal.
Amparado no colo materno, estrutura-se-lhe o corpo mediante as células referidas, que, em se multiplicando ao redor da matriz espiritual, como a limalha de ferro sobre o ímã, formam, a principio, os folhetos blastodérmicos de que se derivam o tubo intestinal, o tubo nervoso, o tecido cutâneo, os ossos, os músculos, os vasos.
Em breve, atendendo ao desenvolvimento espontâneo, acha-se o Espírito materializado na arena física, manifestando-se pelo veículo carnal que o exprime. Esse veículo, constituído por bilhões de células ou individuações microscópicas, que se ajustam aos tecidos sutis da alma, partilhando-lhes a natureza eletromagnética, lembra uma oficina complexa, formada de bilhões de motores infinitesimais, movidos por oscilações eletromagnéticas, em comprimento de onda específica, emitindo irradiações próprias e assimilando-as irradiações do plano em que se encontram, tudo sob o comando de um único diretor: a mente.
Desde a fase embrionária do instrumento em que se manifestará no mundo, o Espírito nele plasma os reflexos que lhe são próprios.
Criaturas existem tão conturbadas além-túmulo com os problemas decorrentes do suicídio e do homicídio, da delinquência e da viciação, que, trazidas ao renascimento, demonstram, de imediato, os mais dolorosos desequilíbrios, pela disfunção vibratória que os cataloga nos quadros da patologia celular.
As enfermidades congênitas nada mais são que reflexos da posição infeliz a que nos conduzimos no pretérito próximo, reclamando-nos a internação na esfera física, às vezes por prazo curto, para tratamento da desarmonia interior em que fomos comprometidos.
Surgem, porém, outras cambiantes dos reflexos do passado na existência do corpo, da culpa disfarçada e dos remorsos ocultos. São plantações de tempo certo que a lei de ação e reação governa, vigilante, com segurança e precisão.
É por isso que, muitas vezes, consoante os programas traçados antes do berço, na pauta da dívida e do resgate, a criatura é visitada por estranhas provações, em plena prosperidade material, ou por desastres fisiológicos de comovente expressão, quando mais irradiante se lhe mostra a saúde.
Contudo, é imperioso lembrar que reflexos geram reflexos e que não há pagamento sem justos atenuantes, quando o devedor se revela amigo da solução dos próprios débitos.
A prática do bem, simples e infatigável pode modificar a rota do destino, de vez que o pensamento claro e correto, com ação edificante, interfere nas funções celulares, tanto quanto nos eventos humanos, atraindo em nosso favor, por nosso reflexo melhorado e mais nobre, amparo, luz e apoio, segundo a lei do auxílio.”
Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=6464

 “Identificando-me a perplexidade natural, prosseguiu:
- "Nosso Lar" não é estância de espíritos propriamente vitoriosos, se conferirmos ao termo sua razoável acepção. Somos felizes, porque temos trabalho; e a alegria habita cada recanto da colônia, porque o Senhor não nos retirou o pão abençoado do serviço.”
           
  A cultura religiosa fez com que o espírito encarnado quando desencarnasse iria ou para o inferno ou para o céu, ou seja, que só existissem somente dois tipos de localização para se morar.
Tanto o livro Nosso Lar quanto o Livro dos Espíritos apresentam moradas diversas da que se ouve ou se tem conhecimento.
Ademais, convém salientar que aquele que vai para o inferno, vive sofrendo por toda a maldade e erros cometidos durante a vida na carne e é cobrado por um ser monstruoso que o maltrata com um tridente e o coloca num caldeirão fervente; e, aquele que é direcionado para o céu, vive num paraíso, usufruindo de todo o deleite por ter sido e feito o bem a todos.
Nos primeiros capítulos do livro Nosso Lar, há a apresentação de um lugar de sofrimento, denominado como Umbral; que, de certa forma acaba, quase, igualando-se ao inferno criado pelos encarnados.
Além de mostrar um local lindo e maravilhoso, comparado ao céu, revela a existência de amparo fraternal e, no caso destes dois parágrafos, a felicidade por trabalharem, por serem uteis; que a conquista do “pão abençoado” deve ser realizada através do fruto do trabalho individual, que, na realidade, é o estudo e o trabalho de crescimento espiritual.
Pode-se confirmar esta explanação através da seguinte leitura extraída do livro o Céu e o Inferno:

“11. Todas as religiões admitiram igualmente o princípio da felicidade ou infelicidade da alma após a morte, ou, por outra, as penas e gozos futuros, que se resumem na doutrina do Céu e do inferno encontrada em toda parte.
No que elas diferem essencialmente, é quanto à natureza dessas penas e gozos, principalmente sobre as condições determinantes de umas e de outras.
Daí os pontos de fé contraditórios dando origem a cultos diferentes, e os deveres impostos por estes, consecutivamente, para honrar a Deus e alcançar por esse meio o Céu, evitando o inferno.”

 “Aproveitando a pausa mais longa, exclamei sensibilizado:
- Continue, meu amigo, esclareça-me. Sinto-me aliviado e tranquilo. Não será esta região um departamento celestial dos eleitos?”

Para elucidar a respeito destes parágrafos, o livro O Céu e O Inferno apresenta a seguinte explicação

“15. Todas as inteligências concorrem, pois, para a obra geral, qualquer que seja o grau atingido, e cada uma na medida das suas forças, seja no estado de encarnação ou no de espírito. Por toda parte a atividade, desde a base ao ápice da escala, instruindo-se, coadjuvando-se em mútuo apoio, dando-se as mãos para alcançarem o zênite.
Assim se estabelece a solidariedade entre o mundo espiritual e o corporal, ou, em outros termos, entre os homens e os Espíritos, entre os Espíritos libertos e os cativos. Assim se perpetuam e consolidam, pela purificação e continuidade de relações, as verdadeiras simpatias e nobres afeições.
Por toda parte, a vida e o movimento: nenhum canto do infinito despovoado, nenhuma região que não seja incessantemente percorrida por legiões inumeráveis de Espíritos radiantes, invisíveis aos sentidos grosseiros dos encarnados, mas cuja vista deslumbra de alegria e admiração as almas libertas da matéria. Por toda parte, enfim, há uma felicidade relativa a todos os progressos, a todos os deveres cumpridos, trazendo cada um consigo os elementos de sua felicidade, decorrente da categoria em que se coloca pelo seu adiantamento.
Das qualidades do indivíduo depende-lhe a felicidade, e não do estado material do meio em que se encontra, podendo a felicidade, portanto, existir em qualquer parte onde haja Espíritos capazes de a gozar. Nenhum lugar lhe é circunscrito e assinalado no universo. Onde quer que se encontrem, os Espíritos podem contemplar a majestade divina, porque Deus está em toda parte.”
           
 “Lísias sorriu e explicou:
- Recordemos o antigo ensinamento que se refere a muitos chamados e poucos escolhidos na Terra.”

O livro O evangelho segundo o espiritismo tem uma aclaração a respeito do “antigo ensinamento”:

Parábola do banquete de núpcias
1. Jesus, falando ainda em parábolas, lhes disse: .O reino dos céus é semelhante a um rei que, desejando fazer as núpcias de seu filho, enviou seus servidores para chamar aqueles que tinham sido convidados para as núpcias; mas eles se recusaram a ir. O rei ainda enviou outros servidores com ordem de dizer de sua parte aos convidados: Preparei meu banquete, fiz matar meus bois e tudo o que havia feito engordar; tudo está pronto, vinde às bodas. Eles, porém, desprezaram o convite, e se foram; um à casa de campo, e outro para o seu negócio. Os outros se apoderaram dos seus servidores e os mataram, após lhes terem feito muitos ultrajes. O rei, sabendo disso, encheu-se de cólera, e, enviando seus soldados, exterminou os assassinos e queimou a cidade deles.
Então o rei disse aos seus servidores: O banquete das núpcias está pronto, mas os que para ele foram chamados não eram dignos dele. Ide, pois, às encruzilhadas, e chamai para as núpcias todos aqueles que encontrardes.  Seus servidores, então, foram para as ruas, e trouxeram todos os que iam encontrando, bons e maus; e a sala do banquete das núpcias ficou cheia de pessoas que se sentaram à mesa.
Em seguida, o rei entrou para ver os que estavam à mesa; percebendo um homem que não estava vestido com a roupa nupcial, disse-lhe: .Meu amigo, como entraste aqui sem ter a roupa nupcial?. Mas o homem permaneceu calado. Então o rei disse à sua gente: .Atai suas mãos e seus pés e lançai-o nas trevas exteriores: lá haverá pranto e ranger de dentes; pois muitos são os chamados e poucos os escolhidos.. (Mateus, XXII: 1 a 14.)

2. O incrédulo sorri diante desta parábola, que lhe parece de uma ingenuidade pueril, porquanto não compreende que se possa opor tanta dificuldade para assistir a uma festa, e ainda menos que os convidados levem sua resistência a ponto de massacrar os enviados do dono da casa. .As parábolas, diz o incrédulo, são, sem dúvida, alegorias, mas, ainda assim, é preciso que elas não passem dos limites do verossímil..
Pode-se dizer o mesmo de todas as alegorias, das fábulas mais engenhosas, se não as despojarmos da sua aparência para buscarmos o seu sentido oculto. Jesus tirava suas parábolas dos fatos e usos mais comuns da vida, os quais adaptava aos costumes e ao caráter do povo a quem falava. A maior parte delas tem por objetivo fazer penetrar no povo a ideia da vida espiritual; muitas vezes o seu sentido parece incompreensível para os que não se colocam sob esse ponto de vista para interpretá-las.
Nessa parábola, Jesus compara o reino dos céus, onde tudo é alegria e felicidade, a uma festa de núpcias. Para os primeiros convidados, Ele faz alusão aos hebreus, que foram os primeiros a quem Deus chamou para o conhecimento da sua lei. Os enviados do rei são os profetas, que vieram convidá-los a seguir o caminho da verdadeira felicidade; mas suas palavras foram pouco ouvidas, suas advertências, desprezadas; muitos foram mesmo massacrados, como os servidores da parábola. Os convidados que não foram ao banquete, alegando a atenção que tinham que dar aos seus campos ou aos seus negócios, simbolizam as pessoas mundanas, que, absorvidas pelas coisas terrestres, são indiferentes para as coisas celestes.
Era uma crença, entre os judeus daquela época, que a sua nação devia adquirir a supremacia sobre todas as outras. Pois Deus não havia prometido a Abraão que sua posteridade cobriria toda a Terra? Mas sempre prendendo-se à forma, e desprezando a essência do ensino divino, eles acreditavam em uma dominação efetiva e material.
Antes da vinda do Cristo, à exceção dos hebreus, todos os povos eram idólatras e politeístas, isto é, adoravam ídolos e tinham muitos deuses. Se alguns homens, superiores ao comum, conheceram a idéia da unidade divina, essa idéia permaneceu no estado de sistema pessoal e não foi aceita em parte alguma como verdade fundamental, a não ser por alguns iniciados que escondiam seus conhecimentos sob uma forma misteriosa, incompreensível para o povo.
Os hebreus foram os primeiros que, publicamente, praticaram o monoteísmo, aceitaram a unidade divina; foi a eles que Deus transmitiu sua lei, inicialmente por Moisés, depois por Jesus. Foi desse pequeno foco que partiu a luz que devia se espalhar pelo mundo inteiro, triunfar do paganismo, e dar a Abraão uma posteridade espiritual .tão numerosa quanto as estrelas do firmamento. Os judeus, porém, mesmo abandonando inteiramente a idolatria, negligenciaram a lei moral para se ligarem à prática mais fácil das formas exteriores. O mal chegou ao seu grau máximo; a nação escravizada era dilacerada pelas facções, dividida pelas seitas; a incredulidade havia penetrado até no santuário. É então que aparece Jesus, enviado para fazer com que se lembrassem de obedecer a lei, e abrir-lhes os novos horizontes da vida futura. Primeiros convidados para o grande banquete da fé universal, eles repeliram a palavra do celeste Messias, e o fizeram matar. Foi assim que perderam o fruto que poderiam ter colhido da sua iniciativa.
Seria injusto, entretanto, acusar o povo inteiro por esse estado de coisas; a responsabilidade pertence principalmente aos fariseus e aos saduceus, que perderam a nação, pelo orgulho e o fanatismo de uns, e pela incredulidade de outros. São eles, principalmente, que Jesus associa aos convidados que se recusaram a comparecer ao banquete de núpcias. Depois, Ele acrescenta: .O rei, vendo tudo isso, mandou convidar todos aqueles que se encontravam nas encruzilhadas, bons e maus.. Jesus quis dizer desse modo que a palavra ia ser pregada a todos os outros povos, pagãos e idólatras e que se eles a aceitassem seriam admitidos no banquete em lugar dos primeiros convidados.
Entretanto, não é suficiente ser convidado; não basta levar o nome de cristão, nem de se sentar à mesa para participar do banquete celestial; é preciso, antes de tudo, e como condição expressa, estar vestido com a roupa nupcial, isto é, ter pureza de coração e praticar a lei segundo o espírito; ora, essa lei está inteiramente contida nestas palavras: Fora da caridade não há salvação. Mas, entre todos aqueles que ouvem a palavra divina, poucos são os que as guardam e as colocam em prática! Poucos se tornam dignos de entrar no reino dos céus! Eis por que Jesus disse: Haverá muitos chamados e poucos escolhidos.”

 “E vagueando o olhar no horizonte longínquo, como a fixar experiências de si mesmo no painel das recordações mais íntimas, acentuou:
- As religiões, no planeta, convocam as criaturas ao banquete celestial. Em sã consciência, ninguém que se tenha aproximado, um dia, da noção de Deus, pode alegar ignorância nesse particular. Incontável é o número dos chamados, meu amigo; mas, onde os que atendem ao chamado? Com raras exceções, a massa humana prefere aceder a outro gênero de convites. Gasta-se a possibilidade nos desvios do bem, agrava-se o capricho de cada um, elimina-se o corpo físico a golpes de irreflexão. Resultado: milhares de criaturas retiram-se diariamente da esfera da carne em doloroso estado de incompreensão. Multidões sem conto erram em todas as direções nos círculos imediatos à crosta planetária, constituídas de loucos, doentes e ignorantes.”

É do conhecimento de todos os seres criados por Deus, que Ele não só está conosco; como também, coloca ao nosso lado, irmãos especiais e esclarecidos no que tange ao saber espiritual. Além disso, em todo e qualquer momento, Ele bate a porta do coração de seus filhos acordando-os para a realidade espiritual com referência ao amor ao próximo. Ele sempre, através das situações, apresenta ocorrências a fim de que seus filhos consigam sair do cenário de angústia, de sofrimento, de erro, levando-os não para o paraíso, mas para uma localização e condição de paz, tranquilidade e amor. Na realidade, há sempre um chamado a fim de que todos cheguem a caminhar em Sua direção. Apesar disso, muitos permanecem ignorantes em não quererem aprender a enxergá-Lo.
Emmanuel, no livro Instrumentos do Tempo, acrescenta com esta abençoada mensagem:

Chamados e Escolhidos
Estejamos convencidos de que ainda nos achamos a longa distância do convívio com os eleitos da Vida Celeste; entretanto, pelo chamamento da fé viva que hoje nos trás ao conhecimento superior, guardemos a certeza de que já somos os escolhidos:
- para a regeneração de nós mesmos;
- para o cultivo sistemático e intensivo do bem;
- para o esquecimento de todas as faltas do próximo, de modo a recapitular com rigor as nossas próprias imperfeições redimindo-as;
- para o perdão incondicional, em todas as circunstâncias da vida;
- para a atividade infatigável na confraternização verdadeira;
- para auxiliar os que erram;
- para ensinar aos mais ignorantes que nós; 
- para suportar o sacrifício no amparo aos que sofrem, sem a graça da fé renovadora que já nos robustece o espírito;
- para servir além de nossas próprias obrigações, sem direito à recompensa;
- para compreender os nossos irmãos de jornada evolutiva, sem exigir que nos entendam;
- para apagar as fogueiras do ódio e da incompreensão, ao preço de nossa própria renúncia;
- para estender a caridade sem ruído, como quem sabe que ajudar aos outros é enriquecer a própria existência;
- para persistir nas boas obras sem reclamações e sem desfalecimentos, em todos os ângulos do caminho;
- para negar a nossa antiga vaidade e tomar, sobre os próprios ombros, cada dia, a cruz abençoada e redentora de nossos deveres, marchando, com humildade e alegria, ao encontro da vida sublime...
A indicação honrosa nos felicita.
Nossa presença nos estudos do Evangelho expressa o apelo que flui do Céu no rumo de nossas consciências. Chamados para a luz e escolhidos para o trabalho.
Eis a nossa posição real nas benções do “hoje”. E se quisermos aceitar a escolha com que fomos distinguidos, estejamos certos igualmente de que em breve, “amanhã”, comungaremos felizes com o nosso Mestre e Senhor.”

”Notando-me a admiração, interrogou:
- Acreditaria, porventura, que a morte do corpo nos conduziria a planos de milagres? Somos compelidos a trabalho áspero, a serviços pesados e não basta isso. Se temos débitos no planeta, por mais alto que ascendamos, é imprescindível voltar, para retificar, lavando o rosto no suor do mundo, desatando algemas de ódio e substituindo-as por laços sagrados de amor. Não seria justo impor a outrem a tarefa de mondar o campo que semeamos de espinhos, com as próprias mãos.”

Trabalho: eis a palavra mestra destes parágrafos; contudo este trabalho não é uma atividade desagradável e sem objetivo. Todos os encarnados e desencarnados têm como função primordial de evolução espiritual realizar ofícios de construção no amor para seu próprio progresso e dos outros.
O livro o Céu e o Inferno apresenta uma pequena complementação na compreensão da tarefa de todos os seres criados:

“13. As atribuições dos Espíritos são proporcionadas ao seu progresso, às luzes que possuem, às suas capacidades, experiência e grau de confiança inspirada ao Senhor soberano.
Nem favores, nem privilégios que não sejam o prêmio ao mérito; tudo é medido e pesado na balança da estrita justiça.
As missões mais importantes são confiadas somente àqueles que Deus julga capazes de as cumprir e incapazes de desfalecimento ou comprometimento. E enquanto que os mais dignos compõem o supremo conselho, sob as vistas de Deus, a chefes superiores é cometida a direção de turbilhões planetários, e a outros conferida a de mundos especiais. Vêm, depois, pela ordem de adiantamento e subordinação hierárquica, as atribuições mais restritas dos prepostos ao progresso dos povos, à proteção das famílias e indivíduos, ao impulso de cada ramo de progresso, às diversas operações da natureza até os mais ínfimos pormenores da Criação. Neste vasto e harmônico conjunto há ocupações para todas as capacidades, aptidões e esforços; ocupações aceitas com júbilo, solicitadas com ardor, por serem um meio de adiantamento para os Espíritos que ao progresso aspiram.
14. Ao lado das grandes missões confiadas aos Espíritos superiores, há outras de importância relativa em todos os graus, concedidas a Espíritos de todas as categorias, podendo afirmar-se que cada encarnado tem a sua, isto é, deveres a preencher a bem dos seus semelhantes, desde o chefe de família, a quem incumbe o progresso dos filhos, até o homem de gênio que lança às sociedades novos germens de progresso. É nessas missões secundárias que se verificam desfalecimentos, prevaricações e renúncias que prejudicam o indivíduo sem afetar o todo.
15. Todas as inteligências concorrem, pois, para a obra geral, qualquer que seja o grau atingido, e cada uma na medida das suas forças, seja no estado de encarnação ou no de espírito. Por toda parte a atividade, desde a base ao ápice da escala, instruindo-se, coadjuvando-se em mútuo apoio, dando-se as mãos para alcançarem o zênite.
Assim se estabelece a solidariedade entre o mundo espiritual e o corporal, ou, em outros termos, entre os homens e os Espíritos, entre os Espíritos libertos e os cativos. Assim se perpetuam e consolidam, pela purificação e continuidade de relações, as verdadeiras simpatias e nobres afeições.
Por toda parte, a vida e o movimento: nenhum canto do infinito despovoado, nenhuma região que não seja incessantemente percorrida por legiões inumeráveis de Espíritos radiantes, invisíveis aos sentidos grosseiros dos encarnados, mas cuja vista deslumbra de alegria e admiração as almas libertas da matéria. Por toda parte, enfim, há uma felicidade relativa a todos os progressos, a todos os deveres cumpridos, trazendo cada um consigo os elementos de sua felicidade, decorrente da categoria em que se coloca pelo seu adiantamento.
Das qualidades do indivíduo depende-lhe a felicidade, e não do estado material do meio em que se encontra, podendo a felicidade, portanto, existir em qualquer parte onde haja Espíritos capazes de a gozar. Nenhum lugar lhe é circunscrito e assinalado no universo.
Onde quer que se encontrem, os Espíritos podem contemplar a majestade divina, porque Deus está em toda parte.
16. Entretanto, a felicidade não é pessoal: se a possuíssemos somente em nós mesmos, sem poder reparti-la com outrem, ela seria tristemente egoísta. Também a encontramos na comunhão de ideias que une os seres simpáticos. Os Espíritos felizes, atraindo-se pela similitude de ideias, gostos e sentimentos, formam vastos agrupamentos ou famílias homogêneas, no seio das quais cada individualidade irradia as qualidades próprias e satura-se dos eflúvios serenos e benéficos emanados do conjunto.
Os membros deste, ora se dispersam para se darem à sua missão, ora se reúnem em dado ponto do Espaço a fim de se prestarem contas do trabalho realizado, ora se congregam em torno dum Espírito mais elevado para receberem instruções e conselhos.
17. Posto que os Espíritos estejam por toda parte, os mundos são de preferência os seus centros de atração, em virtude da analogia existente entre eles e os que os habitam. Em torno dos mundos adiantados abundam Espíritos superiores, como em torno dos atrasados pululam Espíritos inferiores. Cada globo tem, de alguma sorte, sua população própria de Espíritos encarnados e desencarnados, alimentada em sua maioria pela encarnação e desencarnação dos mesmos. Esta população é mais estável nos mundos inferiores, pelo apego dos Espíritos à matéria, e mais flutuante nos superiores.
Destes últimos, porém, verdadeiros focos de luz e felicidade, Espíritos se destacam para mundos inferiores a fim de neles semearem os germens do progresso, levar-lhes consolação e esperança, levantar os ânimos abatidos pelas provações da vida. Por vezes também se encarnam para cumprir com mais eficácia a sua missão”.

”Abanando a cabeça, acrescentava:
- Caso dos muitos chamados, meu caro. O Senhor não esquece homem algum; todavia, raríssimos homens o recordam.”

A reencarnação é dada ao espírito errante a fim dele se aprimorar nas práticas do bem e para que isso ocorra é necessário que ele não tenha conhecimento dos erros pretéritos. Isso não é uma dádiva; e, sim, uma maneira de auxiliá-lo a não cometer falhas prejudicando não só o seu caminhar como a do próximo.
Um abençoado esclarecimento é realizado no livro o Céu e o Inferno:

“A morte do corpo não é mais que a ruptura dos laços que os retinham cativos.
6. Os Espíritos são criados simples e ignorantes, mas dotados de aptidão para tudo conhecerem e para progredirem, em virtude do seu livre-arbítrio. Pelo progresso adquirem novos conhecimentos, novas faculdades, novas percepções e, conseguintemente, novos gozos desconhecidos dos Espíritos inferiores; eles veem, ouvem, sentem e compreendem o que os Espíritos atrasados não podem ver, sentir, ouvir ou compreender.
A felicidade está na razão direta do progresso realizado, de sorte que, de dois Espíritos, um pode não ser tão feliz quanto outro, unicamente por não possuir o mesmo adiantamento intelectual e moral, sem que por isso precisem estar, cada qual, em lugar distinto. Ainda que juntos, pode um estar em trevas, enquanto tudo resplandece para o outro, tal como um cego e um vidente que se dão as mãos: este percebe a luz da qual aquele não recebe a mínima impressão.
Sendo a felicidade dos Espíritos inerente às suas qualidades, haurem-na eles em toda parte em que se encontram, seja à superfície da Terra, no meio dos encarnados, ou no Espaço.
Uma comparação vulgar fará compreender melhor esta situação. Se se encontrarem em um concerto dois homens, um, bom músico, de ouvido educado, e outro, desconhecedor da música, de sentido auditivo pouco delicado, o primeiro experimentará sensação de felicidade, enquanto o segundo permanecerá insensível, porque um compreende e percebe o que nenhuma impressão produz no outro. Assim sucede quanto a todos os gozos dos Espíritos, que estão na razão da sua sensibilidade.
O mundo espiritual tem esplendores por toda parte, harmonias e sensações que os Espíritos inferiores, submetidos à influência da matéria, não entreveem sequer, e que somente são acessíveis aos Espíritos purificados.
7. O progresso nos Espíritos é o fruto do próprio trabalho; mas, como são livres, trabalham no seu adiantamento com maior ou menor atividade, com mais ou menos negligência, segundo sua vontade, acelerando ou retardando o progresso e, por conseguinte, a própria felicidade. Enquanto uns avançam rapidamente, entorpecem-se outros, quais poltrões nas fileiras inferiores. São eles, pois, os próprios autores da sua situação, feliz ou desgraçada, conforme esta frase do Cristo: “A cada um segundo as suas obras.” (Romanos, 2:6.)
Todo Espírito que se atrasa não pode queixar-se senão de si mesmo, assim como o que se adianta tem o mérito exclusivo do seu esforço, dando por isso maior apreço à felicidade conquistada.
A suprema felicidade só é compartilhada pelos Espíritos perfeitos, ou, por outra, pelos puros Espíritos, que não a conseguem senão depois de haverem progredido em inteligência e moralidade.
O progresso intelectual e o progresso moral raramente marcham juntos, mas o que o Espírito não consegue em dado tempo, alcança em outro, de modo que os dois progressos acabam por atingir o mesmo nível.
Eis por que se veem muitas vezes homens inteligentes e instruídos pouco adiantados moralmente, e vice-versa.
8. A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito: ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si. A vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades.
A bondade, a maldade, a doçura, a violência, a benevolência, a caridade, o egoísmo, a avareza, o orgulho, a humildade, a sinceridade, a franqueza, a lealdade, a má-fé, a hipocrisia, em uma palavra, tudo o que constitui o homem de bem ou o perverso tem por móvel, por alvo e por estímulo as relações do homem com os seus semelhantes.
Para o homem que vivesse isolado não haveria vícios nem virtudes; preservando-se do mal pelo isolamento, o bem de si mesmo se anularia.
9. Uma só existência corporal é manifestamente insuficiente para o Espírito adquirir todo o bem que lhe falta e eliminar o mal que lhe sobra.
Como poderia o selvagem, por exemplo, em uma só encarnação nivelar-se moral e intelectualmente ao mais adiantado europeu? É materialmente impossível. Deve ele, pois, ficar eternamente na ignorância e barbaria, privado dos gozos que só o desenvolvimento das faculdades pode proporcionar-lhe?
O simples bom senso repele tal suposição, que seria não somente a negação da justiça e bondade divinas, mas das próprias leis evolutivas e progressivas da natureza. Mas Deus, que é soberanamente justo e bom, concede ao Espírito tantas encarnações quantas as necessárias para atingir seu objetivo — a perfeição.
Para cada nova existência entra o Espírito com o cabedal adquirido nas anteriores em aptidões, conhecimentos intuitivos, inteligência e moralidade. Cada existência é assim um passo avante no caminho do progresso.
A encarnação é inerente à inferioridade dos Espíritos, deixando de ser necessária desde que estes, transpondo-lhe os limites, ficam aptos para progredir no estado espiritual, ou nas existências corporais de mundos superiores, que nada têm da materialidade terrestre. Da parte destes a encarnação é voluntária, tendo por fim exercer sobre os encarnados uma ação mais direta e tendente ao cumprimento da missão que lhes compete junto dos mesmos. Desse modo aceitam abnegadamente as vicissitudes e sofrimentos da encarnação.
10. No intervalo das existências corporais o Espírito torna a entrar no mundo espiritual, onde é feliz ou desgraçado segundo o bem ou o mal que fez.
Uma vez que o estado espiritual é o estado definitivo do Espírito e o corpo espiritual não morre, deve ser esse também o seu estado normal.
O estado corporal é transitório e passageiro. É no estado espiritual sobretudo que o Espírito colhe os frutos do progresso realizado pelo trabalho da encarnação; é também nesse estado que se prepara para novas lutas e toma as resoluções que há de pôr em prática na sua volta à humanidade.
O Espírito progride igualmente na erraticidade, adquirindo conhecimentos especiais que não poderia obter na Terra, e modificando as suas ideias. O estado corporal e o espiritual constituem a fonte de dois gêneros de progresso, pelos quais o Espírito tem de passar alternadamente, nas existências peculiares a cada um dos dois mundos.
11. A reencarnação pode dar-se na Terra ou em outros mundos. Há entre os mundos alguns mais adiantados onde a existência se exerce em condições menos penosas que na Terra, física e moralmente, mas onde também só são admitidos Espíritos chegados a um grau de perfeição relativo ao estado desses mundos.
A vida nos mundos superiores já é uma recompensa, visto nos acharmos isentos, aí, dos males e vicissitudes terrenos. Os corpos menos materiais, quase fluídicos, não sujeitos aí às moléstias, às enfermidades, tampouco têm as mesmas necessidades. Excluídos os Espíritos maus, gozam os homens de plena paz, sem outra preocupação além da do adiantamento pelo trabalho intelectual.
Reina lá a verdadeira fraternidade, porque não há egoísmo; a verdadeira igualdade, porque não há orgulho, e a verdadeira liberdade por não haver desordens a reprimir, nem ambiciosos que procurem oprimir o fraco.
Comparados à Terra, esses mundos são verdadeiros paraísos, quais pousos ao longo do caminho do progresso conducente ao estado definitivo. Sendo a Terra um mundo inferior destinado à purificação dos
Espíritos imperfeitos, está nisso a razão do mal que aí predomina, até que praza a Deus fazer dela morada de Espíritos mais adiantados. Assim é que o Espírito, progredindo gradualmente à medida que se desenvolve, chega ao apogeu da felicidade; porém, antes de ter atingido a culminância da perfeição, goza de uma felicidade relativa ao seu progresso. A criança também frui os prazeres da infância, mais tarde os da mocidade, e finalmente os mais sólidos, da madureza.
12. A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste na ociosidade contemplativa, que seria, como temos dito muitas vezes, uma eterna e fastidiosa inutilidade. A vida espiritual em todos os seus graus é, ao contrário, uma constante atividade, mas atividade isenta de fadigas.
A suprema felicidade consiste no gozo de todos os esplendores da Criação, que nenhuma linguagem humana jamais poderia descrever, que a imaginação mais fecunda não poderia conceber. Consiste também na penetração de todas as coisas, na ausência de sofrimentos físicos e morais, numa satisfação íntima, numa serenidade da alma imperturbável, no amor que envolve todos os seres, e portanto na ausência de atrito proveniente do contato com os maus, e, acima de tudo, na contemplação de Deus e na compreensão dos seus mistérios revelados aos mais dignos.
A felicidade também existe nas tarefas cujo encargo nos faz felizes. Os puros Espíritos são os messias ou mensageiros de Deus pela transmissão e execução das suas vontades. Preenchem as grandes missões, presidem à formação dos mundos e à harmonia geral do universo, tarefa gloriosa a que se não chega senão pela perfeição. Os da ordem mais elevada são os únicos a possuírem os segredos de Deus, inspirando-se no seu pensamento, de que são diretos representantes.”

”Acabrunhado com a lembrança dos próprios erros, diante de tão grandes noções de responsabilidade individual, objetei:
- Como fui perverso!”

Nenhum espírito é criado para ser perverso, nem muito menos se torna um. A questão é que cegos e surdos acabam cometendo equívocos prejudiciais a todos, inclusive a si próprios.
E para estes parágrafos nada como reler a mensagem do livro Evangelho segundo o Espiritismo:

“A virtude
8. A virtude, no seu mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, essas são as qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, muitas vezes elas são acompanhadas de pequenas falhas morais que as desmerecem e as enfraquecem. Aquele que faz alarde da sua virtude não é virtuoso, visto que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e que possui o vício mais contrário: o orgulho. A virtude verdadeiramente digna desse nome não gosta de se exibir; temos de descobri-la; ela, porém, oculta-se na sombra e foge da admiração das multidões. São Vicente de Paulo era virtuoso; o digno Cura de Ars era virtuoso, e muitos outros, pouco conhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que eram virtuosos; eles se deixavam levar pela corrente das suas santas-inspirações, e praticavam o bem com um completo desinteresse e um inteiro esquecimento de si mesmos.
É para a virtude, assim compreendida e praticada, que eu vos convido, meus filhos; é para essa virtude, verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita, que vos convido a consagrar-vos; mas afastai de vossos corações todo orgulho, vaidade e amor-próprio, que desvalorizam sempre as mais belas qualidades. Não imiteis esse homem que se apresenta como modelo e gaba as suas próprias qualidades para todos os ouvidos complacentes. Essa virtude que assim se ostenta, muitas vezes esconde uma infinidade de pequenas torpezas e odiosas fraquezas.
Em princípio, o homem que elogia a si mesmo, que ergue uma estátua à sua própria virtude, aniquila, assim procedendo, todo o mérito efetivo que possa ter. O que direi, porém, daquele cujo único valor é o de parecer o que realmente não é? Devo admitir que o homem que faz o bem, sinta, no fundo do seu coração, uma satisfação íntima; mas, desde que essa satisfação se exteriorize, para receber elogios, ela degenera em amor-próprio.
Oh! vós todos, a quem a fé espírita aqueceu com seus raios, e que sabeis quanto o homem está longe da perfeição, não vos entregueis jamais a semelhante tolice. A virtude é uma graça que desejo a todos os espíritas sinceros, mas eu lhes direi: mais vale menos virtude com modéstia, do que muita com orgulho. É pelo orgulho que as humanidades sucessivas têm se perdido; é pela humildade que um dia elas deverão se redimir. (François-Nicolas- Madeleine. Paris, 1863.)”

”Contudo, antes que me alongasse noutras exclamações, o visitador colocou a destra carinhosa em meus lábios, murmurando:
- Cale-se! meditemos no trabalho a fazer. No arrependimento verdadeiro é preciso saber falar, para construir de novo.”

Há momentos em que é preciso calar-se e ouvir a voz interior. Palavras, nestes períodos, são vocábulos vãos desnecessários.
Emmanuel chama a atenção de todos:

“Dominar e Falar
Dominas o fogo, escravizando-o à lida caseira.
Burilas a pedra, arrancando-lhe obras-primas.
Conquistas os metais, neles plasmando complicadas expressões de serviço.
Amansas os animais ferozes, deles fazendo cooperadores na economia doméstica.
Disciplinas o vapor e o combustível, anulando as distâncias.
Diriges tratores pesados, transfigurando a face da gleba.
Submetes a eletricidade e glorificas a civilização.
Retiras o veneno de serpentes temíveis, fabricando remédios.
Senhoreias a energia nuclear e começas a alterar, com ela, a fisionomia do mundo.
Controlas a velocidade e inicias vigorosa excursão para 
além do planeta.
Entretanto, ai de nós! Todos trazemos leve músculo selvagem, muito distante da educação.
Com ele, forjamos guerras.
Libertamos instintos inferiores.
Destruímos lares.
Empestamos vidas alheias.
Envilecemos o caminhos dos outros.
Corrompemos o próximo.
Revolvemos o lixo moral da Terra.
Veiculamos o pessimismo.
Criamos infinitos problemas.
Injuriamos.
Criticamos.
Caluniamos.
Deprimimos.
Esse 
órgão minúsculo é a língua-lâmina pequenina, embainhada na boca.
Instrumento sublime, feito para louvar e instruir, ajudar e incentivar o bem, quantas vezes nos valemos dela para censurar e vergastar, perturbar e ferir!...
Governemo-la, pois, transformando-a em leme de paz e 
amor, no barco de nossas vidas!
E alicerçados nas lições do Evangelho, roguemos a Deus nos inspire sempre a dizer isso ou aquilo com o próprio Jesus desejaria ter dito.”

”Em seguida, aplicou-me passes magnéticos, atenciosamente. Fazendo os curativos na zona intestinal, esclareceu:
- Não observa o tratamento especializado da zona cancerosa? Pois note bem: toda medicina honesta é serviço de amor, atividade de socorro justo; mas o trabalho de cura é peculiar a cada espírito. Meu irmão será tratado carinhosamente, sentir-se-á forte como nos tempos mais belos da sua juventude terrena, trabalhará muito e, creio, será um dos melhores colaboradores em "Nosso Lar"; entretanto, a causa dos seus males persistirá em si mesmo, até que se desfaça dos germes de perversão da saúde divina, que agregou ao seu corpo sutil pelo descuido moral e pelo desejo de gozar mais que os outros. A carne terrestre, onde abusamos, é também o campo bendito onde conseguimos realizar frutuosos labores de cura radical, quando permanecemos atentos ao dever justo.”

O ser espiritual pode procurar todo tipo de cura na medicina seja ela carnal ou espiritual, porém só conseguirá a devida cura se arregaçar as “mangas” e labutar pelo seu melhoramento íntimo.
Não adianta palavras nem ações, se elas não forem ditas e realizadas com o coração repleto de pensamentos e atitudes benéficas de amor ao próximo e a si mesmo.
O próprio André Luiz, no livro Buscas e Acharás, deixa a seguinte reflexão a respeito:

“Tratamento e Destino
Que o destino pode ser tratado, não há dúvida. E com palavras resumidas, ser-nos-á possível encontrar a chave de semelhante providência, nos exemplos simples da vida.
No processo curativo, o campo doente para mostrar-se recuperado solicita a renovação das células.
Na higiene, o foco enfermiço deve ser extinto, em auxílio à saúde geral.
Na área das construções, esse ou aquele trecho comprometido reclama completo refazimento.
Em agricultura, o escalracho será erradicado para que a lavoura nobre venha a surgir.
Igualmente na vida, êxito e melhoria nascem de 
comportamento e rumo, tanto quanto rumo e comportamento para o bem e para a felicidade dependem de nossos pensamentos.
Pensamentos positivos em 
matéria de consciência tranquila, limpeza de intenções, reajuste de maneiras e supressão de hábitos inferiores são suportes indispensáveis para a edificação de vida melhor.
Pense e fará o que pensa.
Faça e você será aquilo que faz.”

”Meditei os conceitos, ponderei a bondade divina e, na exaltação da sensibilidade, chorei copiosamente.
Lísias, contudo, terminou o tratamento do dia, com serenidade, e falou:
- Quando as lágrimas não se originam da revolta, sempre constituem remédio depurador. Chore, meu amigo. Desabafe o coração. E abençoemos aquelas beneméritas organizações microscópicas que são as células de carne na Terra. Tão humildes e tão preciosas, tão detestadas e tão sublimes pelo espírito de serviço. Sem elas, que nos oferecem templo à retificação, quantos milênios gastaríamos na ignorância?
Assim falando, afagou-me carinhosamente a fronte abatida e despediu-se com um ósculo de amor.”

Nunca é tarde demais para as mudanças, nem para lamentar e refletir a respeito das más escolhas; e, sempre, há um ombro amigo ao lado de quem sofre, ou melhor, de quem, realmente, sofre, lamenta e tem consciência do tempo perdido com atitudes desnecessárias ao progresso espiritual.
Meimei auxilia a todos com a seguinte missiva:
“O Sustento do Corpo e do Espírito
Certo aprendiz, em conversa com o professor, queixou-se de grande incapacidade para reter as lições.
Sentia-se sonolento, desmemoriado ...
Ao cabo de alguns instantes de leitura, esquecia de todo os textos mais importantes, ainda mesmo os que se referissem às suas mais prementes necessidades.
Que fazer para evitar a perturbação?
Travou-se então entre os dois o seguinte diálogo:
- Meu filho, quando tens sede, foges do copo d’água?
- Impossível. Morreria torturado.
- Quando nu, abandonas a veste?
- De modo algum. Não dispenso o agasalho.
- Esqueces de levar o alimento à boca, ao te apresentarem a refeição?
- Nunca. Como poderia andar sem comer?
- Pois também não podes viver sem educação – concluiu o orientador. – Lembra-te dessa verdade e estarás acordado para os ensinamentos de nossos mestres.
O mentor do grupo esboçou silencioso gesto de 
bom humor e salientou:
- Nossa alma precisa estudar e conhecer, tanto quanto nosso corpo necessita de respirar e nutrir-se.”
Disponível em http://www.caminhosluz.com.br/detalhe.asp?txt=4134


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DÊNIS, Leon. Depois da morte. 3.ed. Rio de Janeiro: CELD, 2011.
FRANCO, Divaldo P. O homem integral. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 3.ed. Rio de Janeiro: Leal, 1996.
KARDEC, Allan. A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro da 5. ed. francesa. 48. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.
______. O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo. Trad. de Manuel Justiniano Quintão. 57. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.
______. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro da 3. ed. francesa rev., corrig. e modif. pelo autor em 1866. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.
______. O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita. Trad. de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.
VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo espírito André Luiz. Brasília: FEB, 2011.
XAVIER, Francisco Cândido. Amigo. Pelo espírito Emmanuel. Editora Clarim, 1973.
______. Buscas e acharás. Pelo espírito Emmanuel. 1.e.d. 6 imp. Brasília: Ideal, 2013.
______. Fonte viva. Pelo espírito Emmanuel. 1.e.d. 6 imp. Brasília: FEB, 2013.
______. Instrumento do tempo. Pelo espírito Emmanuel. 1.e.d. 6 imp. Brasília: FEB, 2013.
______. Pensamento e vida. Pelo espírito Emmanuel. Brasília: FEB, 1958.
______. Segue-me. Pelo espírito Emmanuel. Editora Clarim, 1973.


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