PUREZA DE CORAÇÃO
Emmanuel
Não te prendas
tão-somente aos imperativos da pureza exterior.
Aparência,
muita vez, é contraste e ilusão.
Há pessoas que
trajam linho alvo, carregando lodo na consciência.
Há sacerdotes
envergando hábitos irrepreensíveis trazendo consigo impiedade e negação.
Há juízes de
mãos corretamente lavadas, cujo espírito é um espinheiro de venalidade cruel.
Há tribunos de
frases perfeitas na sagração do bem, cujos sentimentos se nutrem com as
venenosas raízes do mal.
Há crentes que
reverenciam a caridade nos templos em que se aproximam das bênçãos do Céu, mal
dissimulando o chavascal de ódio e exclusivismo em que se comprazem.
Não basta a
feição externa da vida para que os problemas do mundo se resolvam.
A beleza
vitoriosa, no campo físico, quase sempre pode ser simplesmente máscara que o
tempo arrebata e consome.
A
impecabilidade do traje, em muitas ocasiões, pode reduzir-se a dourado
esconderijo dos interesses inferiores.
Lembremo-nos
de que o Senhor se referia à pureza de coração e procuremos cultivá-la conosco,
em primeiro lugar.
O coração
limpo clareia os olhos e os ouvidos que, inspirados nele, não conseguem ver e
ouvir senão o bem por onde caminham.
Do coração
puro sobe a Luz Celeste ao cérebro que raciona, sublimando no espírito os
pensamentos que arroja de si mesmo, na modelagem do destino que lhe cabe
realizar.
Esforcemo-nos
por encontrar a “parte melhor” onde estivermos.
O Sopro Divino
alenta na Criação todas as cousas as criaturas.
Não vale
reprovar, criticar, condenar ou destruir.
Em todos os
lugares, surpreenderemos o apelo do Todo-Misericordioso, induzindo-nos a
cooperar na exaltação de seu Amor Infinito.
Busquemos
auxiliar a todos, totalizando em nossa fraternidade, os velhos e os jovens, os
bons e os menos bons, os felizes e os infelizes, os sábios e os ignorantes, os
ricos de Luz e os podre de entendimento, e, nessa faina bendita de louvar o
bem, lavaremos o tecido sutil de nossas almas para que o nosso coração se faça
puro, nele erguendo o santuário em que contemplaremos, um dia, em Espírito e
Verdade, a Divina Presença de Deus.
Livro Refúgio
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