Capítulo
17 - Dívida expirante
Era agora num hospital, em triste pavilhão de
indigentes, a nova lição que Silas nos
reservava.
Ganhando o interior, diversos companheiros
acolheram-nos, gentis. E, após saudações amigas, um deles, o atendente Lago, avançou para o mentor de
nossos estudos, cientificando:
- Assistente, o nosso Leo parece gastar os derradeiros
recursos da resistência...
Silas agradeceu a informação e explicou que vínhamos
justamente para colaborar no descanso de que se fazia credor.
E atravessando longa fila de leitos pobres, nos quais
enfermos jaziam padecentes, ao pé de alguns desencarnados em trabalho
assistencial, estacamos junto de um doente esquálido e angustiado.
A mortiça claridade de pequena lâmpada, destinada à
vigília da noite, vimos Leo, que uma tuberculose pulmonar arrastava ao cepo da
morte.
Não obstante a dispneia, Mostrava o olhar calmo e
lúcido, revelando perfeita conformação aos padecimentos que o conduziam ao
termo da experiência.
Recomendou-nos Silas observar-lhe o corpo, entretanto,
não havia muita particularidade a destacar, porquanto os pulmões quase
destruídos, através de sucessivas formações cavitárias, haviam provocado
tamanho abatimento orgânico, que o vaso físico sob nossos olhos não era mais
que um trapo de carne, agora aberto à multiplicação de bacilos vorazes, aliados
a exércitos microbianos de variada espécie, a se apinharem, dominadores, na
intimidade dos tecidos, assim como inimigos implacáveis a se lhe apoderarem dos
restos, senhoreando todos os postos-chaves da defensiva.
Achava-se Leo, desse modo, no veículo denso, à maneira
de um homem irremediavelmente condenado à expulsão da sua própria casa.
Todos os sintomas da morte patenteavam-se,
iniludíveis.
O coração fatigado assemelhava-se a motor exausto,
incapaz de liquidar os problemas da circulação sanguínea, e todos os
implementos da aparelhagem respiratória esmoreciam, desnorteados, sob
inexorável asfixia.
Leo, moribundo, era um viajante habilitado à grande
romagem, tão-somente à espera do sinal de partida.
Ainda assim, estava sereno e portava-se com bravura.
Tão acentuada se lhe evidenciava a acuidade mental,
que quase nos percebia a presença.
Silas, que lhe acariciava a fronte com a destra
generosa, disse-nos, atencioso:
- Já que vieram para anotar um processo de divida
expirante, podem algo perguntar ao companheiro, cuja memória se revela, tanto
quanto possível, consciente e vigilante.
- Ouvir-nos-á, porém? - inquiriu Hilário, entre
surpreso e compungido.
- Não com os tímpanos da carne, contudo,
assinalar-nos-á qualquer indagação em espírito - esclareceu o Assistente,
afetuoso.
Dominado de intensa simpatia, inclinei-me sobre o
irmão em rude prova, atraído pela fé que lhe abrilhantava as pupilas e,
abraçando-o, indaguei, em voz alta:
- Leo amigo, reconhece-se você no limiar da vida
verdadeira? Sabe que deixará o corpo em breves horas?
O interpelado, crendo raciocinar por si mesmo,
registrou-me a inquirição, palavra por palavra, qual se lhe fossem transmitidas
ao cérebro por fios invisíveis. E, como
se conversasse a sós consigo, falou findo:
- Oh! sim, a morte!... Sei que, provavelmente esta
noite, chegarei ao justo fim...
Desdobrando o nosso diálogo, acrescentei:
- Não tem receio?
- Nada posso temer... - refletiu muito calmo.
E, movendo os olhos com esforço, buscou fitar na alva
parede da enfermaria uma pequena escultura do Cristo crucificado, refletindo de
si para consigo:
- Nada posso recear, em companhia do Cristo, meu
Salvador... Ele também foi vilipendiado e esquecido...
Terá vomitado sangue na cruz do martírio, Ele que era
puro, varado pelas chagas da ingratidão... Por que não me resignar à cruz do
meu leito, suportando, sem reclamar, as golfadas de sangue que de quando em
quando me anunciam a morte, eu que sou pecador necessitado da complacência
divina?!...
- Você é católico romano?
- Sim...
Meditei na sublimidade do sentimento cristão, vivo e
sincero, seja qual for a escola religiosa em que se exprima, e prossegui,
afagando-lhe o peito opresso:
- Nesta hora de tanta significação para o seu caminho,
sinto a ausência de seus familiares humanos...
- Ah! meus familiares... meus afetos. . . - respondeu,
falando mentalmente - meus pais teriam sido no mundo os meus únicos amigos...
No entanto, demandaram o túmulo, quando eu
era simplesmente um jovem enfermo... Separado de minha mãe, vi-me entregue aos
desajustes orgânicos... Logo após, meu irmão Henrique não hesitou em
declarar-me incapaz... Por direito à herança, cabiam-lhe grandes bens, contudo,
prevalecendo-se do meu infortúnio o mano obteve da Justiça, com meu próprio
assentimento, a documentação com que se fazia meu tutor...
Bastou, porém, a consecução dessa medida, para que se
transformasse para mim num verdugo cruel... Apossou-se-me de todos os
recursos... Internou-me num hospício, em que amarguei longos anos de
isolamento... Sofri muito... Alimentei-me com o pão recheado de fel, destinado
pelo mundo aos que lhe penetram as portas como réprobos do berço, porque o
desequilíbrio mental me perseguia desde a idade mais tenra... Quando algo
melhorado, fui constrangido a deixar o manicômio. Recorri-lhe à porta, mas
expulsou-me sem compaixão... Fiquei apavorado, vencido... Õ meu Deus, como
escarnecer assim de um irmão doente e infeliz?
Debalde impetrei socorro à Justiça. Legalmente,
Henrique era o único senhor dos haveres de nossa casa...
Envergonhado, busquei outros climas... Tentei o
trabalho digno, mas apenas obtive, em meu favor, a profissão de vigia noturno,
passando a rondar vasto edifício comercial, amparado por um homem caridoso,
condoído de minha fome... O frio da noite, porém, encontrava-me ao desabrigo e,
a breve tempo, adquiri uma febre insidiosa que passou a devorar-me
devagarinho... Não sei quanto tempo estive, assim, chumbado a indefinível
desânimo...
Certa feita, caí fatigado sobre a poça de sangue que
se me derramava da boca e criaturas piedosas me angariaram o leito em que me
refugio...
- E que opinião mantém você, acerca de Henrique?
Lembra-se dele com mágoa?
Qual se mergulhasse a memória em ondas de
enternecimento e saudade, Leo deixou que as lágrimas se lhe entornassem dos
olhos, em dolorosa quietude mental.
Em seguida, monologou por dentro; - Pobre Henrique!... Não deverei, antes,
lastimá-lo?
Acaso, não deverá ele igualmente morrer? de que lhe
terá valido a apropriação indébita se será também um dia alijado do corpo? por
que me reportaria a perdão, se ele é mais infeliz que eu mesmo?
E, tornando a pousar os olhos na figura do
Cristo, continuou
- Jesus, escarnecido e espancado, esqueceu ofensas e
deserções... Içado à cruz, não clamou contra os amigos que o haviam lançado à
humilhação e ao sofrimento...
Não teve uma palavra de censura para os truculentos
algozes... Ao invés de incriminá-los, pedira ao Pai Celeste amorosa proteção
para todos... E Jesus foi o Embaixador de Deus entre os homens...
Com que direito julgarei, assim, meu próprio irmão, se
eu, alma necessitada de luz, não posso penetrar os Divinos Juízos da
Providência?
Aquietara-se Leo em pranto, buscando internar a mente
no templo de amor da prece.
A humildade a que se recolhia tocava-me o coração.
Ergui-me de olhos úmidos.
Para sondar-lhe a grandeza d’alma, não seria preciso
alongar o interrogatório.
Hilário, que se mostrava comovido até às lágrimas, desistiu
de qualquer consulta, apenas inquirindo ao Assistente se o agonizante estava te
encarnado sob os auspícios da Mansão, ao que Silas informou, prestativo:
- Sim, Leo vive tutelado por nossa casa. Aliás, temos
algumas centenas de criaturas que, não obstante materializadas na carne,
permanecem ligadas à nossa instituição pelas raízes dos débitos a que se
prendem, geralmente todas elas em estágios difíceis de regeneração, porque delinquentes
em reajuste. Renascem no mundo sob a guarda de nosso estabelecimento
socorrista, mas naturalmente ainda enleadas, de certo modo, aos parceiros do
pretérito, com cuja influência tomam contato, consolidando as qualidades morais
de que necessitam, através dos conflitos
interiores que podemos classificar como sendo a forja da tentação.
- Como é belo apreciar o amor paternal de Deus que a
tudo atende no lugar próprio!... - clamou Hilário.
- Sem dúvida - considerou Silas, sensatamente -, a Lei
de Deus determina o progresso e a dignidade para todos. Sabem vocês que, via de
regra, os desencarnados que se asilam na Mansão constituem grande ajuntamento
de criminosos e viciados...
E, modificando a inflexão de voz, acrescentou:
- como eu mesmo. Ali recebemos atenção e carinho,
assistência e bondade, reeducando-nos, às vezes, por muitos anos... Contudo, é
imperioso observar que, recolhendo a generosidade dos benfeitores e instrutores
que nos garantem aquele pouso de amor, apenas acumulamos débitos com a proteção
imerecida, compromissos esses que precisamos resgatar, igualmente em serviço ao
próximo. Todavia, a fim de que nos habilitemos para as tarefas do bem genuíno,
é imprescindível purgar a nossa condição inferior, agravada na culpa, porquanto
o conhecimento elevado, adquirido em nossa organização, vale mais como teoria nobilitante, que nos
cabe substancializar na prática correspondente, para que se incorpore, em
definitivo, ao nosso patrimônio moral. Eis por que, depois do aprendizado breve
ou longo em nosso instituto, somos novamente internados na esfera da carne e,
aí, é óbvio que, apesar de protegidos por nossos mentores, deveremos sofrer a
aproximação dos antigos comparsas de nossos delitos, para demonstrar
aproveitamento e assimilação do amparo recebido.
Ao nosso lado, porém, Leo contava os derradeiros
minutos no veículo denso e notamos que o Assistente não desejava ausentar-se do
caso dele, para que lhe guardássemos a lição.
Talvez por isso mesmo, Silas ministrou-lhe energias
novas ao peito exausto, através de passes balsamizantes, falando-nos em
seguida:
- Vocês ouviram as alegações mentais do companheiro
que se despede...
Hilário, que ardia de curiosidade, tanto quanto eu
faminto de novas elucidações, indagou, reverente:
- Em que ponto será lícito considerar a presente
desencarnação de Leo como débito expirante?
Nosso interlocutor fixou expressivo gesto e informou:
- Decerto, não me reportarei à conta integral de nosso
amigo, perante a Lei. Não disponho pessoalmente de recursos informativos para
relacionar-lhe as dívidas e créditos no tempo. Referir-me-ei, por isso,
tão-somente à culpa que o atormentava, quando ingressou em nossa casa, segundo
os apontamentos que lá poderemos compulsar.
O agonizante agora, de nervos asserenados pelo socorro
magnético, parecia quase ouvir-nos.
Sustentando-lhe a fronte suarenta, Silas,
atencioso, prosseguiu, depois de leve
pausa:
- Leo enfileirou mentalmente para nós as amargas
recordações dos dias recentes que tem vivido, detendo-se particularmente na
enfermidade que o martiriza desde o berço, nos tormentos do hospício e na
dureza de um irmão que o sentenciou à extrema penúria... Vejamos porém, a razão
das dores com que pune a si mesmo e porque mereceu a felicidade de ressarcir
para sempre o débito particular, agora na pauta de nosso estudo... Em
princípios do século passado, era ele filho dileto de abastados fidalgos
citadinos que, desencarnados muito cedo,
lhe confiaram o próprio irmão doente, o jovem Fernando, cuja existência
fora marcada por incurável idiotia.
Ernesto, no entanto - pois era esse o nome de nosso
Leo, na existência última -, tão logo se viu sem a presença dos genitores,
deu-se pressa em alijar o irmão do seu convívio, cioso do governo total sobre a
avantajada fortuna de que ambos se faziam herdeiros. Além disso, moço habituado
aos saraus do seu tempo, estimava as recepções esmeradas, nas quais o palacete
da família descerrava as portas brasonadas às relações elegantes, e, orgulhoso
da paisagem doméstica, envergonhava-se de ombrear com o irmão, por ele proibido
de comparecer aos seus ágapes sociais. Todavia, porque Fernando, mentecapto,
não lhe atendesse às ordens, em razão da incapacidade de apreendê-las,
providenciou gradeada prisão, ao fundo da residência, onde o rapaz enfermo foi
excluído da comunidade familiar. Encarcerado e sozinho, desfrutando apenas a
intimidade de alguns escravos, Fernando passou a viver engaiolado, qual se fora
infeliz animal. Enquanto isso, Ernesto, casado, dava largas aos caprichos da
mulher, em extensas viagens de recreio, nas quais desperdiçava seus bens, em
jogatinas e extravagâncias. Depois de algum tempo, esgotado nas finanças de que
podia dispor, apenas conseguiria reequilibrar-se por morte do mano
irresponsável; no entanto, o jovem mentalmente enfermo dava mostras de grande
fortaleza física, não obstante certa bronquite crônica que muito o incomodava.
Observando-lhe o desequilíbrio respiratório, Ernesto planejou levá-lo a
moléstia mais grave, na esperança de remetê-lo com rapidez ao sepulcro,
recomendando aos servos que o libertassem, todas as noites, num grande pátio,
em que Fernando repousasse ao relento. O moço, porém, denotava enorme
resistência e, embora sofresse consecutivas crises de sua moléstia, assim
exposto à intempérie, durante quase dois anos superou valorosamente a provação
a que fora submetido. Entrementes, padecia Ernesto O cerco de angústia
econômica sempre mais grave, que somente o quinhão amoedado de Fernando,
entregue ao comando de velhos amigos, conforme a vontade paterna, poderia
solucionar. Em razão disso, envilecido pela fome de ouro, certa noite liberou
dois escravos delinquentes, algemados em
seu domicílio, sob a condição de se exilarem para terras distantes e, após
vê-lo a partir, sob o nevoeiro da madrugada, buscou o leito do irmão, enterrando-lhe
um punhal no peito inerme... Na manhã seguinte, ante o choro dos servos, a lhe
mostrarem o cadáver, fê-los admitir que os cativos fujões teriam sido os
autores do crime e, inocentando-se com astúcia, entrou na posse dos bens que
pertenciam ao morto, com plena aprovação dos magistrados terrestres. Foi assim
que, apesar de regalada existência na carne, ao aportar no além-túmulo
atravessou extensa faixa de expiações. Fernando, o irmão desditoso, com
absoluta magnanimidade esqueceu-lhe as ofensas; no entanto, vergastado pelos
remorsos, Ernesto entrou em comunhão com impassíveis agentes da sombra, que o
fizeram presa de inomináveis torturas, por se recusar a segui-los nas práticas
infernais. Conservando no imo d’alma a lembrança da vítima, através da percussão
mental do arrependimento sobre os centros perispiríticos, enlouqueceu de dor, vagueando
por vários lustros, em tenebrosas paisagens,
até que, recolhido à nossa instituição, foi convenientemente tratado
para o reajuste preciso. Não obstante recuperado, porém, as reminiscências do
crime absorviam-lhe o espírito de tal sorte que, para o retorno à marcha
evolutiva normal, implorou o regresso à carne, a fim de experimentar a mesma
vergonha, a mesma penúria e as mesmas provas por ele infligidas ao irmão indefeso,
pacificando, desse modo, a consciência intranquila. Amparado em seus propósitos
de resgate por eminentes instrutores, tornou ao campo físico, carreando na
própria alma os desequilíbrios que assimilou além do sepulcro, com os quais
renasceu alienado mental, como O próprio Fernando no passado recente, tendo
amargado, na posição de Leo, todos os infortúnios por ele impostos ao irmão
debilitado e infeliz. Ressurgiu, dessa forma, na esfera carnal, desditoso e
doente. Cedo conheceu a orfandade, foi colhido de surpresa pela secura e
vilania de um irmão insensato que o filhou no ambiente sombrio de um manicômio
e, para não faltar particularidade alguma ao quadro expiatório, padeceu como
guarda-noturno o frio e os temporais a que expusera a vítima indefesa...
Entretanto, pela humildade e paciência com que tem sabido aceitar os golpes
reparadores, conquistou a felicidade de encerrar em definitivo o débito a que
nos reportamos.
Porque emudecesse o orientador, preocupado em atender
ao agonizante, então banhado pelo suor característico da morte, Hilário
indagou:
- Assistente, como entender que o nosso companheiro
está liquidando a dívida a que se refere?
- Pois não veem? - observou Silas, admirado.
E, indicando a grande hemoptise que começava, ajuntou:
- Qual Fernando, que desencarnou com o tórax perfurado
por lâmina assassina, Leo igualmente se despede do corpo com os pulmões em
frangalhos. Contudo, pelo procedimento correto que adotou perante a Lei, atravessa
o mesmo suplício, mas no leito, sem escândalos destrutivos, embora esteja
vertendo o próprio sangue pela boca, tal
qual sucedeu ao mano espezinhado e vencido. Cumpre-se o aresto da justiça,
apenas com a diferença de que, em vez do gládio de ferro, temos aqui batalhões
de bacilos assassinos...
Talvez porque nos visse o assombro, ante a lição, ocupado embora na assistência ao moribundo,
rematou com grave tom de voz:
- Quando a nossa dor não gera novas dores e nossa
aflição não cria aflições naqueles que nos rodeiam, nossa dívida está em processo de encerramento.
Muitas vezes, o leito de angústia entre os homens é o altar bendito em que
conseguimos extinguir compromissos ominosos, pagando nossas contas, sem que o
nosso resgate a ninguém mais prejudique. Quando o enfermo sabe acatar os
Celestes Desígnios, entre a conformação e a humildade, traz consigo o sinal da
dívida expirante...
Silas, contudo, não pôde continuar.
Leo, em oração, debatia-se nos estertores da morte.
O Assistente enlaçou-o, com carinhoso enternecimento e
exorou o Amparo Divino, como se o doente desventurado lhe fosse um filho do
coração.
Envolvido nas irradiações suaves da prece, Leo
adormeceu, diante de nossas lágrimas.
Porque perguntássemos quanto ao motivo pelo qual não o
arrebataríamos, de imediato, ao vaso cadavérico, para transportá-lo conosco à
Mansão, o Assistente informou-nos, conciso:
- Não dispomos de autoridade para desligá-lo do corpo.
Semelhante responsabilidade não nos compete.
E, comunicando aos vigilantes que missionários da
libertação viriam, em breves horas, em socorro do companheiro que descansava,
meditativo e emocionado propôs-nos regressar à Mansão.
QUESTÕES
PARA ESTUDO
1 - Leo, o paciente visitado pelo trio de benfeitores,
encontrava-se agonizante, com seu organismo físico de tal modo debilitado que
sequer o permitia perceber o que se passava à sua volta. No entanto, André Luiz
manteve um diálogo com ele, em espírito. Como explicar esse fato, considerando
que e enfermo ainda não desencarnara nem se encontrava emancipado pelo sono?
2 - Em que a compreensão de Leo para com o irmão que o
levara àquela situação ajudou a suportar a expiação?
3 - Que lições podemos extrair das seguintes
assertivas do Assistente Silas:
3.a- "Eis
por que, depois do aprendizado breve ou longo em nosso instituto, somos
novamente internados na esfera da carne e, aí, é óbvio que, apesar de
protegidos por nossos mentores, deveremos sofrer a aproximação dos antigos
comparsas de nossos delitos, para demonstrar aproveitamento e assimilação do
amparo recebido."
3.b- "Não
obstante recuperado, porém, as reminiscências do crime absorviam-lhe o espírito
de tal sorte que, para o retorno à marcha evolutiva normal, implorou o regresso
à carne, a fim de experimentar a mesma vergonha, a mesma penúria e as mesmas
provas por ele infligidas ao irmão indefeso, pacificando, desse modo, a
consciência intranquila."
4 - Jesus ensinou que "todos os que lançarem mão
da espada, à espada morrerão". Na última encarnação, Leo assassinara o
irmão a golpes de faca. Como considerar cumprido o resgate, se não passou por
semelhante situação?
5 - Como podemos reconhecer que um débito contraído no
passado esteja sendo liquidado na atual encarnação?
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