quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Conclusão DO Capítulo 17 - Dívida expirante

1 - Leo, o paciente visitado pelo trio de benfeitores, encontrava-se agonizante, com seu organismo físico de tal modo debilitado que sequer lhe permitia perceber o que se passava à sua volta. No entanto, André Luiz manteve um diálogo com ele, em espírito. Como explicar esse fato, considerando que o enfermo ainda não desencarnara nem se encontrava emancipado pelo sono?
No estado de agonia em que o enfermo se encontrava, os laços fluídicos que o mantinham preso ao organismo físico estavam em processo de afrouxamento. A vida orgânica estava prestes a se extinguir. Ensinam os Espíritos que, na agonia, algumas vezes, o espírito começa a deixar o corpo antes mesmo que se esgote a vida orgânica. "O corpo é a máquina que o coração põe em movimento. Existe, enquanto o coração faz circular nas veias o sangue, para o que não necessita da alma" (questão 156 do Livro dos Espíritos).
Já em parte desprendido da matéria, face à debilidade do organismo físico, o espírito tem as suas faculdades espirituais ampliadas, pois o obstáculo que o impedia de manifestá-las mais livremente perde gradativamente a sua força, tornando-o cada vez mais desimpedido. Com a influência da matéria praticamente aniquilada pela fragilidade do organismo físico, Leo pôde exercer mais amplamente a faculdade de se comunicar pelo pensamento com o plano espiritual, por intermédio de André Luiz.

2 - Em que a compreensão de Leo para com o irmão que o levara àquela situação ajudou a suportar a expiação?
Leo praticou o verdadeiro perdão, que envolve a compreensão para com o ofensor. Não se limitou a relevar o comportamento de seu irmão. Entendeu que ele agira daquela forma porque era um enfermo moral. Como tal, compreendeu que o irmão era mais infeliz que ele, que padecia de enfermidade puramente material, pois, moralmente, demonstrava haver se transformado o suficiente para aceitar o padecimento com resignação e fé na vida futura.

3 - Que lições podemos extrair das seguintes assertivas do Assistente Silas:

3.a- "Eis por que, depois do aprendizado breve ou longo em nosso instituto, somos novamente internados na esfera da carne e, aí, é óbvio que, apesar de protegidos por nossos mentores, deveremos sofrer a aproximação dos antigos comparsas de nossos delitos, para demonstrar aproveitamento e assimilação do amparo recebido."
A vida no mundo espiritual é importante para o progresso do espírito. Mas é na vida corporal que ele deve colocar em prática suas conquistas morais. Silas explica que, embora assistidos por benfeitores espirituais, ao retornarmos ao mundo material, temos que nos submeter à prova da convivência com antigos parceiros de atos delituosos do passado, que poderão tentar nos arrastar para a prática de novos delitos. Este é um dos objetivos da reencarnação: passarmos pelas provas que demonstrarão ou não nosso "aproveitamento e assimilação do amparo recebido".

3.b- "Não obstante recuperado, porém, as reminiscências do crime absorviam-lhe o espírito de tal sorte que, para o retorno à marcha evolutiva normal, implorou o regresso à carne, a fim de experimentar a mesma vergonha, a mesma penúria e as mesmas provas por ele infligidas ao irmão indefeso, pacificando, desse modo, a consciência intranquila."      
O arrependimento, conquanto concorra para a melhoria do espírito, não basta por si só. Quando sincero, faz com que o espírito sinta a necessidade de sofrer o mesmo mal que causou, para que sua consciência se liberte do sentimento de culpa. Leo, recuperado moralmente graças à assistência recebida na Mansão Paz, compreendeu a necessidade de passar pela expiação que o libertaria das malhas a que se aprisionara pelo crime cometido na experiência física passada e, por isso, rogou nova encarnação a fim de experimentar sofrimento idêntico ao que ocasionou.

4 - Jesus ensinou que "todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão". Na última encarnação, Leo assassinara o irmão a golpes de faca. Como considerar cumprido o resgate, se não passou por semelhante situação?
O resgate através da expiação se dá pelos efeitos que repercutem naquele que provocou a ação da lei de causa e efeito. Não importa o ato que venha dar causa ao resultado. Leo, na encarnação em que se comprometera, provocou a desencarnação de seu irmão devido à hemorragia originada pela perfuração do tórax, devido às facadas por ele desferidas. Na existência física atual, pereceu pelo mesmo mal, embora a causa que o gerou tenha sido diferente. Se o resgate tivesse que se dar nas mesmas circunstâncias, ou seja, através de homicídio a facadas, seríamos forçados a admitir que alguém reencarnaria com esta tarefa, o que viria contraria os objetivos da reencarnação, que é fazer o espírito chegar à perfeição.  

5 - Como podemos reconhecer que um débito contraído no passado esteja sendo liquidado na atual encarnação?
Conforme esclarece o instrutor Silas, "quando a nossa dor não gera novas dores e nossa aflição não cria aflições naqueles que nos rodeiam, nossa dívida está em processo de encerramento. ... Quando o enfermo sabe acatar os Celestes Desígnios, entre a conformação e a humildade, traz consigo o sinal da dívida expirante...".



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