ESTUDANDO
A MEDIUNIDADE
“-
Indubitavelmente – concordava o Assistente Áulus – a
mediunidade é problema dos mais sugestivos na atualidade do mundo.
Aproxima-se o homem terreno da Era do Espírito, sob a luz da Religião Cósmica
do Amor e da Sabedoria e, decerto, precisa da cooperação, a
fim de que se lhe habilite o entendimento.
(...)
Áulus
nos acolhera com afabilidade e doçura.
(...)
-
Conhecíamos sim – informamos, respeitosos, em dado momento -, alguns aspectos
do intercâmbio espiritual; todavia o nosso desejo era amealhar
mais amplas noções do assunto, com a simplicidade possível. Em
outras ocasiões, estudáramos ao de leve alguns fenômenos
de psicografia, incorporação e materialização, no
entanto, era isso muito pouco, à face dos múltiplos serviços que
a mediunidade encerra em si mesma.
(...)
Para
começar,
convidou0nos a ouvir um amigo que falaria sobre mediunidade a pequeno grupo de
aprendizes encarnados e desencarnados, e em cuja palavra reconhecia
oportunidade e valor.
(...)
- Meus
amigos – falou com segurança -, dando continuidade aos nossos estudos anteriores,
precisamos considerar que a mente permanece na base de todos os fenômenos
mediúnicos.
Não
ignoramos que o Universo, a estender-se no Infinito, por milhões e
milhões de sóis, é a
exteriorização do Pensamento Divino, de cuja essência
partilhamos, em nossa condição de raios conscientes da Eterna Sabedoria, dentro do
limite de nossa evolução espiritual.
Da
superestrutura dos astros à infraestrutura subatômica,
tudo está
mergulhado na substância viva da Mente de Deus, como os peixes e as
plantas d água estão
contidos no oceano imenso.
Filhos
do Criador, dEle herdamos a faculdade de criar e desenvolver, nutrir e
transformar.
Naturalmente
circunscritos nas dimensões conceptuais em que nos encontramos, embora na
insignificância de nossa posição
comparada à glória dos
Espíritos
que já
atingiram a angelitude, podemos arrojar de nós a energia atuante do próprio
pensamento, estabelecendo, em torno de nossa individualidade, o ambiente
psíquico que nos é particular.
Cada
mundo possui o campo de tensão eletromagnética que lhe é próprio, no teor de força gravítica em
que se equilibra, e cada alma se envolve no círculo de forças
vivas que lhe transpiram do “hálito” mental, na esfera de criaturas a que se imana, em
obediência às suas necessidades de ajuste ou crescimento para a imortalidade.
Cada
planeta revoluciona na órbita que lhe é assinalada pelas leis do equilíbrio,
sem ultrapassar as linhas de gravitação que
lhe dizem respeito, e cada consciência evolve no grupo espiritual a cuja movimentação se
subordina.
Somos,
pois, vastíssimos conjunto de Inteligências, sintonizadas no mesmo padrão
vibratório de
percepção,
integrando um Todo, constituído de alguns bilhões de
seres, que formam por assim dizer a Humanidade Terrestre.
Compondo,
assim, apenas humilde família, no infinito concerto da vida cósmica, em que
cada mundo guarda somente determinada família da Humanidade Universal,
conhecemos, por enquanto, simplesmente as expressões de
vida que nos fala mais de perto, limitados ao degrau de conhecimento que já escalamos.
Dependendo
dos nossos semelhantes, em nossa trajetória para a vanguarda evolutiva, à
maneira dos mundos que se deslocam no Espaço,
influenciados pelos astros que os cercam, agimos e reagimos uns sobre os
outros, através da energia mental, em que nos renovamos
constantemente, criando, alimentando e destruindo formas e situações,
paisagens e coisas, na estruturação dos
nossos destinos.
Nossa
mente é, dessarte, um núcleo de forças
inteligentes, gerando plasma sutil que, a exteriorizar-se, incessantemente de
nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob
o comando de nossos próprios desígnios.
A ideia
é um “ser” organizado por nosso espírito, a que o pensamento dá forma e ao qual
a vontade imprime movimento e direção.
Do
conjunto de nossas ideias resulta a nossa própria existência.
(...)
-
Segundo é fácil de concluir, todos os seres vivos respiram na onda de psiquismo
dinâmico
que lhes é
peculiar, dentro das dimensões que lhes são
características
ou na frequência que lhes é própria. Esse psiquismo independe dos centros
nervosos, de vez que, fluindo da mente, é ele que condiciona todos os fenômenos
da vida orgânica em si mesma.
Examinando,
pois, os valores anímicos como faculdades de comunicação entre
os Espíritos,
qualquer que seja o plano em que se encontrem, não
podemos perder de vista o mundo mental do agente e do recipiente, porquanto, em
qualquer posição mediúnica, a inteligência receptiva está sujeita às possibilidades e à colocação dos
pensamentos em que vive, e a inteligência emissora jaz submetida aos limites e
às interpretações dos pensamentos que é capaz
de produzir.
Um
hotentote, desencarnado, em se comunicando com um sábio terrestre, ainda
jungido ao envoltório físico, não poderá lhe oferecer notícias outras, além dos assuntos triviais em que se lhe
desdobraram no mundo as experiências primitivistas, e um sábio, sem o indumento
carnal, entrando em relação com o hotentote, ainda colado ao seu “habitat” africano,
não
conseguirá
facultar-lhe cooperação imediata, senão no
trabalho embrionário em que se lhe encravam os interesses mentais, como
sejam o auxílio a um rebanho bovino ou a cura dos males do corpo
denso. Por isso mesmo, o hotentote não se
sentiria feliz na companhia do sábio e o sábio, a seu turno, não se
demoraria com o hotentote, por falta desse alimento quase imponderável a
que podemos chamar “vibrações compensadas”.
É da
Lei, que nossas maiores alegrias sejam recolhidas ao contato daqueles que, em
nos compreendendo, permutam conosco valores mentais de qualidades idênticas aos
nossos, assim como as árvores oferecem maior coeficiente de produção se
colocadas entre companheiras da mesma espécie, com as quais trocam seus princípios
germinativos.
Em
mediunidade, portanto, não podemos olvidar o problema da sintonia.
Atraímos
os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos; e se
é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o que tem, é
indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.
Achando-se
na mente na base de todas as manifestações mediúnicas,
quaisquer que sejam os característicos em que se expressem, é
imprescindível
enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos
que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós, das Esferas Mais Altas,
através dos gênios da sabedoria e do amor que supervisionam nossas
experiências.
Procederam
acertadamente aqueles que compararam nosso mundo mental a um espelho.
Refletimos
as imagens que nos cercam e arremessamos na direção dos
outros as imagens que criamos.
E, como
não
podemos fugir ao imperativo da atração,
somente retrataremos a claridade e a beleza, se instalarmos a beleza e a
claridade no espelho de nossa vida íntima.
Os
reflexos mentais, segundo a sua natureza, favorecem-nos a estagnação ou
nos impulsionam a jornada para frente, porque cada criatura humana vive no céu ou no
inferno que edificou para si mesma, nas reentrâncias
do coração e da
consciência,
independentemente do corpo físico, porque, observando a vida em sua essência de
eternidade gloriosa, a morte vale apenas como transição entre
dois tipos da mesma experiência, no “hoje
imperecível”.
Vemos a
mediunidade em todos os tempos e em todos os lugares da massa humana.
Missões
santificantes e guerras destruidoras, tarefas nobres e obsessões pérfidas,
guardam origem nos reflexos da mente individual ou coletiva, combinados com as
forças
sublimadas ou degradantes dos pensamentos de que se nutrem.
Saibamos,
assim, cultivar a educação, aprimorando-nos cada dia.
Médiuns
somos todos nós, nas linhas de atividade em que nos situamos.
A força psíquica,
nesse ou naquele teor de expressão, é
peculiar a todos os seres, mas não
existe aperfeiçoamento mediúnico sem acrisolamento da
individualidade.
É
contraproducente intensificar a movimentação da
energia sem disciplinar-lhes os impulsos.
É
perigoso possuir sem saber usar.
O
espelho sepultado na lama não reflete o esplendor do sol.
O algo
agitado não retrata a imagem da estrela que jaz no infinito.
Elevemos
nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem conduzido e apuremos
a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores se nos propomos
recolher a mensagem das Grandes Almas.
Mediunidade
não basta
por si só.
É
imprescindível saber
que tipo de onda mental assimilamos para conhecer da qualidade de nosso
trabalho e ajuizar de nossa direção.
(...)”
Questões iniciais para o estudo:
01
a) Comentar e desenvolver sobre a
assertiva: “A mente permanece na base de todos os fenômenos
mediúnicos”.
01 b)
Qual a definição de mente? O que é? Qual sua importância na
comunicabilidade entre os Espíritos?
02 a)
Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “A ideia é um ser organizado por
nosso espírito, a que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime
movimento e direção. Do conjunto de nossas ideias resulta a nossa
própria existência".
02 b) O
Que é o pensamento? Qual sua relação com o
campo mental? E qual sua relação com a comunicabilidade entre Espíritos?
03) O
que é “vibrações compensadas”? E
qual sua correlação com a comunicabilidade entre Espíritos?
04)
Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “Saibamos, assim, cultivar a educação,
aprimorando-nos cada dia. Médiuns somos todos nós, nas linhas de atividade em que nos situamos”
05)
Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “Elevemos nosso padrão de
conhecimento pelo estudo bem conduzido (...) A mediunidade não basta
por si só.”
Referência bibliográfica:
O Livro
dos Médiuns ( item 159, Caps. XIX, item
223 – perguntas: 6a a 8a , 15a , item
224 1o parág. , item 225 , XX,
XXI)
A
Gênese(cap. XIV, item 14)
O Livro
dos Espíritos
Estudando
a Mediunidade – Martins Peralva
Mediunidade
– J.Herculano Pires
Médiuns
e Mediunidades - Divaldo P. Franco por Vianna de Carvalho
Apostila
e Estudo sobre Mediunidade – http://www.cvdee.org.br/est_mediun.asp
Texto:
Pensamentos(FCX por Emmanuel. In: Pensamento e Vida, cap.I)
LUIZ,
André (Espírito). Nos domínios da
mediunidade. 4ª impr. Rio de Janeiro: FEB, 2010.
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