quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

ESTUDANDO A MEDIUNIDADE



“- Indubitavelmente – concordava o Assistente Áulus a mediunidade é problema dos mais sugestivos na atualidade do mundo. Aproxima-se o homem terreno da Era do Espírito, sob a luz da Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria e, decerto, precisa da cooperação, a fim de que se lhe habilite o entendimento.
(...)
Áulus nos acolhera com afabilidade e doçura.
(...)
- Conhecíamos sim – informamos, respeitosos, em dado momento -, alguns aspectos do intercâmbio espiritual; todavia o nosso desejo era amealhar mais amplas noções do assunto, com a simplicidade possível. Em outras ocasiões, estudáramos ao de leve alguns fenômenos de psicografia, incorporação e materialização, no entanto, era isso muito pouco, à face dos múltiplos serviços que a mediunidade encerra em si mesma.
(...)
Para começar, convidou0nos a ouvir um amigo que falaria sobre mediunidade a pequeno grupo de aprendizes encarnados e desencarnados, e em cuja palavra reconhecia oportunidade e valor.
(...)
- Meus amigos – falou com segurança -, dando continuidade aos nossos estudos anteriores, precisamos considerar que a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos.
Não ignoramos que o Universo, a estender-se no Infinito, por milhões e milhões de sóis, é a exteriorização do Pensamento Divino, de cuja essência partilhamos, em nossa condição de raios conscientes da Eterna Sabedoria, dentro do limite de nossa evolução espiritual.
Da superestrutura dos astros à infraestrutura subatômica, tudo está mergulhado na substância viva da Mente de Deus, como os peixes e as plantas d água estão contidos no oceano imenso.
Filhos do Criador, dEle herdamos a faculdade de criar e desenvolver, nutrir e transformar.
Naturalmente circunscritos nas dimensões conceptuais em que nos encontramos, embora na insignificância de nossa posição comparada à glória dos Espíritos que já atingiram a angelitude, podemos arrojar de nós a energia atuante do próprio pensamento, estabelecendo, em torno de nossa individualidade, o ambiente psíquico que nos é particular.
Cada mundo possui o campo de tensão eletromagnética que lhe é próprio, no teor de força gravítica em que se equilibra, e cada alma se envolve no círculo de forças vivas que lhe transpiram do hálito mental, na esfera de criaturas a que se imana, em obediência às suas necessidades de ajuste ou crescimento para a imortalidade.
Cada planeta revoluciona na órbita que lhe é assinalada pelas leis do equilíbrio, sem ultrapassar as linhas de gravitação que lhe dizem respeito, e cada consciência evolve no grupo espiritual a cuja movimentação se subordina.
Somos, pois, vastíssimos conjunto de Inteligências, sintonizadas no mesmo padrão vibratório de percepção, integrando um Todo, constituído de alguns bilhões de seres, que formam por assim dizer a Humanidade Terrestre.
Compondo, assim, apenas humilde família, no infinito concerto da vida cósmica, em que cada mundo guarda somente determinada família da Humanidade Universal, conhecemos, por enquanto, simplesmente as expressões de vida que nos fala mais de perto, limitados ao degrau de conhecimento que já escalamos.
Dependendo dos nossos semelhantes, em nossa trajetória para a vanguarda evolutiva, à maneira dos mundos que se deslocam no Espaço, influenciados pelos astros que os cercam, agimos e reagimos uns sobre os outros, através da energia mental, em que nos renovamos constantemente, criando, alimentando e destruindo formas e situações, paisagens e coisas, na estruturação dos nossos destinos.
Nossa mente é, dessarte, um núcleo de forças inteligentes, gerando plasma sutil que, a exteriorizar-se, incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios.
A ideia é um “ser” organizado por nosso espírito, a que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção.
Do conjunto de nossas ideias resulta a nossa própria existência.
(...)
- Segundo é fácil de concluir, todos os seres vivos respiram na onda de psiquismo dinâmico que lhes é peculiar, dentro das dimensões que lhes são características ou na frequência que lhes é própria. Esse psiquismo independe dos centros nervosos, de vez que, fluindo da mente, é ele que condiciona todos os fenômenos da vida orgânica em si mesma.
Examinando, pois, os valores anímicos como faculdades de comunicação entre os Espíritos, qualquer que seja o plano em que se encontrem, não podemos perder de vista o mundo mental do agente e do recipiente, porquanto, em qualquer posição mediúnica, a inteligência receptiva está sujeita às possibilidades e à colocação dos pensamentos em que vive, e a inteligência emissora jaz submetida aos limites e às interpretações dos pensamentos que é capaz de produzir.
Um hotentote, desencarnado, em se comunicando com um sábio terrestre, ainda jungido ao envoltório físico, não poderá lhe oferecer notícias outras, além dos assuntos triviais em que se lhe desdobraram no mundo as experiências primitivistas, e um sábio, sem o indumento carnal, entrando em relação com o hotentote, ainda colado ao seu habitat africano, não conseguirá facultar-lhe cooperação imediata, senão no trabalho embrionário em que se lhe encravam os interesses mentais, como sejam o auxílio a um rebanho bovino ou a cura dos males do corpo denso. Por isso mesmo, o hotentote não se sentiria feliz na companhia do sábio e o sábio, a seu turno, não se demoraria com o hotentote, por falta desse alimento quase imponderável a que podemos chamar vibrações compensadas.
É da Lei, que nossas maiores alegrias sejam recolhidas ao contato daqueles que, em nos compreendendo, permutam conosco valores mentais de qualidades idênticas aos nossos, assim como as árvores oferecem maior coeficiente de produção se colocadas entre companheiras da mesma espécie, com as quais trocam seus princípios germinativos.
Em mediunidade, portanto, não podemos olvidar o problema da sintonia.
Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o que tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.
Achando-se na mente na base de todas as manifestações mediúnicas, quaisquer que sejam os característicos em que se expressem, é imprescindível enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós, das Esferas Mais Altas, através dos gênios da sabedoria e do amor que supervisionam nossas experiências.
Procederam acertadamente aqueles que compararam nosso mundo mental a um espelho.
Refletimos as imagens que nos cercam e arremessamos na direção dos outros as imagens que criamos.
E, como não podemos fugir ao imperativo da atração, somente retrataremos a claridade e a beleza, se instalarmos a beleza e a claridade no espelho de nossa vida íntima.
Os reflexos mentais, segundo a sua natureza, favorecem-nos a estagnação ou nos impulsionam a jornada para frente, porque cada criatura humana vive no céu ou no inferno que edificou para si mesma, nas reentrâncias do coração e da consciência, independentemente do corpo físico, porque, observando a vida em sua essência de eternidade gloriosa, a morte vale apenas como transição entre dois tipos da mesma experiência, no hoje imperecível.
Vemos a mediunidade em todos os tempos e em todos os lugares da massa humana.
Missões santificantes e guerras destruidoras, tarefas nobres e obsessões pérfidas, guardam origem nos reflexos da mente individual ou coletiva, combinados com as forças sublimadas ou degradantes dos pensamentos de que se nutrem.
Saibamos, assim, cultivar a educação, aprimorando-nos cada dia.
Médiuns somos todos nós, nas linhas de atividade em que nos situamos.
A força psíquica, nesse ou naquele teor de expressão, é peculiar a todos os seres, mas não existe aperfeiçoamento mediúnico sem acrisolamento da individualidade.
É contraproducente intensificar a movimentação da energia sem disciplinar-lhes os impulsos.
É perigoso possuir sem saber usar.
O espelho sepultado na lama não reflete o esplendor do sol.
O algo agitado não retrata a imagem da estrela que jaz no infinito.
Elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores se nos propomos recolher a mensagem das Grandes Almas.
Mediunidade não basta por si só.
É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer da qualidade de nosso trabalho e ajuizar de nossa direção.
(...)”

Questões iniciais para o estudo:
01 a)  Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “A mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos.

01 b) Qual a definição de mente? O que é? Qual sua importância na comunicabilidade entre os Espíritos?

02 a) Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “A ideia é um ser organizado por nosso espírito, a que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção. Do conjunto de nossas ideias resulta a nossa própria existência".

02 b) O Que é o pensamento? Qual sua relação com o campo mental? E qual sua relação com a comunicabilidade entre Espíritos?

03) O que é “vibrações compensadas? E qual sua correlação com a comunicabilidade entre Espíritos?

04) Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “Saibamos, assim, cultivar a educação, aprimorando-nos cada dia. Médiuns somos todos nós, nas linhas de atividade em que nos situamos

05) Comentar e desenvolver sobre a assertiva: “Elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem conduzido (...) A mediunidade não basta por si só.

Referência bibliográfica:

O Livro dos Médiuns ( item 159,  Caps. XIX, item 223 – perguntas: 6a a 8a , 15a , item  224 1o parág. , item 225 ,  XX, XXI)

A Gênese(cap. XIV, item 14)

O Livro dos Espíritos

Estudando a Mediunidade – Martins Peralva

Mediunidade – J.Herculano Pires

Médiuns e Mediunidades - Divaldo P. Franco por Vianna de Carvalho

Apostila e Estudo sobre Mediunidade – http://www.cvdee.org.br/est_mediun.asp

Texto: Pensamentos(FCX por Emmanuel. In: Pensamento e Vida, cap.I)



LUIZ, André (Espírito). Nos domínios da mediunidade. 4ª impr. Rio de Janeiro: FEB, 2010.




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