A César o que é de César
Emmanuel
Quando o
Senhor nos traçou a obrigação de dar a César o que é de César, como de outras
vezes, imprimia ao ensinamento significação mais profunda.
Habitualmente
recordamos a diretriz, fixando a atenção no imposto amoedado, anotando
mentalmente o brilho pessoal daqueles que exercem o poder representativo da
governança para transviar-nos, quase sempre, no solo arenoso da crítica e da
maldade.
Entretanto,
bastar-nos-á singela reflexão para reconhecermos que César é a legenda que
encerra vastos deveres de nosso espírito, quando encarnado, junto da terra, que
nos localiza o berço.
César exprime
a direção que nos garante a tranquilidade, a justiça que nos angaria respeito,
a organização do trabalho que nos assegura a bênção do pão, a ordem que nos
mantém o ninho doméstico, e, sobretudo, a lei que nos guarda a todos, nos
variados climas do mundo, dentro da dignidade recíproca, na qual o cumprimento
fiel de nosso dever nos confere o direito à verdadeira ascensão.
Não chega,
dessa forma, o simples pagamento do tributo vulgar ao cofre que nos define a
riqueza pública, para que atendamos à recomendação do Senhor, mas, sim, também
o nosso zelo e a nossa abnegação na salvaguarda dos bens que desfrutamos na
experiência comum – seja auxiliando a segurança do próximo, defendendo a
higiene de um logradouro, cooperando na execução dos estatutos que nos governam
ou amparando a educação do povo que nos constitui a família, porque, somente
assim, auxiliando à Terra, entrosá-la-emos no Céu, como província redimida e
generosa a refulgir no Reino do Amor de Deus.
Do livro
Semeador em Tempos Novos
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