REPREENSÃO
Emmanuel
A repreensão, sem
dúvida, pertence à economia do nosso progresso espiritual, entretanto, antes de
expedi-la, com a palavra, convirá sempre ponderar o porquê, o como e o modo,
através dos quais devemos concretizá-la.
O lavrador, para
salvar a erva tenra, que amanhã será o orgulho do seu pomar, emprega cuidado e
carinho para não lhe ferir o embrião, em lhe subtraindo o verme devorador.
O artista, para
retirar a obra prima do mármore, não martela o bloco de pedra
indiscriminadamente e, sim, burila-o cauteloso, antes de apressar-se.
O cirurgião, que
atende ao enfermo, propicia-lhe anestésico e repouso, extraindo-lhe o problema
orgânico, sem desafiar-lhe a reação das células vivas que, em desespero,
poderiam estragar-lhe a atuação.
Usemos a repreensão
a benefício do progresso de todos, mas, sem olvidar as nossas necessidades e
deficiências, para que a compaixão fraternal seja óleo de estímulo em nossas
frases.
Jesus, o Grande
Médico, o Excelso Educador, sempre fez diferença entre o mal e a vítima.
Cura a moléstia, sem
humilhar aqueles que se faziam hospedeiros dela e reprova o erro, sem esquecer
o amparo imprescindível aos que se faziam desviados, que Ele tratava por
doentes da alma.
Auxiliemos noventa e
nove vezes e repreendamos uma vez, em cada centena de particularidades do nosso
trabalho.
Quem efetivamente
auxilia, adverte com proveito real.
A educação exige
piedade, apoio fraterno e constante recapitulação de ensinamentos para que se
evidencie no campo da vida.
E, ainda nesse
capítulo, não podemos esquecer a lição do Mestre, quando nos recomenda: Deixai
crescer juntos o trigo e o joio, porque o Divino Cultivador fará a justa
seleção, no dia da ceifa.
Semelhante assertiva
não nos induz ao relaxamento, à indiferença ou à inércia, mas, define o
imperativo de nossas responsabilidades, uns à frente dos outros, para que
sejamos, de fato, irmãos e amigos, com interesses mútuos, e não perseguidores
cordiais que desorganizam as possibilidades de crescimento do progresso e
perturbam o esquema de aperfeiçoamento que a Sabedoria Divina traçou, em favor
de nosso engrandecimento comum.
Do livro “Visão
Nova”
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