Aflição Vazia
Emmanuel
Ante as dificuldades
do cotidiano, exerçamos a paciência, não apenas em auxílio aos outros, mas
igualmente a favor de nós mesmos.
Desejamos
referir-nos, sobretudo, ao sofrimento inútil da tensão mental que nos inclina à
enfermidade e nos aniquila valiosas oportunidades de serviço.
No passado e no
presente, instrutores do espírito e médicos do corpo combatem a ansiedade como
sendo um dos piores corrosivos da alma. De nossa parte, é justo colaboremos com
eles, a benefício próprio, imunizando-nos contra essa nuvem da imaginação que
nos atormenta sem proveito, ameaçando-nos a organização emotiva.
Aceitemos a hora
difícil com a paz do aluno honesto, que deu o melhor de si, no estudo da lição,
de modo a comparecer diante da prova, evidenciando consciência tranquila.
Se o nosso caminho
tem as marcas do dever cumprido, a inquietação nos visita a casa íntima na
condição do malfeitor decidido a subvertê-la ou dilapidá-la; e assim como é
forçoso defender a atmosfera do lar contra a invasão de agentes destrutivos, é
indispensável policiar o âmbito de nossos pensamentos, assegurando-lhes a
serenidade necessária...
Tensão à face de
possíveis acontecimentos lamentáveis é facilitar-lhes a eclosão, de vez que a ideia voltada para o mal é contribuição para
que o mal aconteça; e tensão à frente de sucessos menos felizes é dificultar a
ação regenerativa do bem, necessário ao reajuste das energias que desastres ou
erros hajam desperdiçado.
Analisemos
desapaixonadamente os prejuízos que as nossas preocupações injustificáveis
causam aos outros e a nós mesmos, e evitemos semelhante desgaste empregando em
trabalho nobilitante os minutos ou as horas que, muita vez, inadvertidamente,
reservamos à aflição vazia.
Lembremo-nos de que
as Leis Divinas, através dos processos de ação visível e invisível da natureza,
a todos nos tratam em bases de equilíbrio, entregando-nos a elas, entre as
necessidade do aperfeiçoamento e os desafios do progresso, com a lógica de quem
sabe que tensão não substitui esforço construtivo, ante os problemas naturais do
caminho. E façamos isso, não apenas por amor aos que nos cercam, mas também a
fim de proteger-nos contra a hora da ansiedade que nasce e cresce de nossa
invigilância para asfixiar-nos a alma ou arrasar-nos o tempo sem qualquer razão
de ser.
Do livro: Encontro
Marcado
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