8. Nos últimos tempos, diz o Senhor, difundirei
do meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e filhas profetizarão; vossos
jovens terão visões e vossos velhos, sonhos. Nesses dias, difundirei do meu
Espírito sobre os meus servidores e servidoras, e eles profetizarão. (Atos,
cap. II, vv. 17 e 18.) (1)
(1)
Confrontando o v. 18 de Atos, cap. II com o correspondente de Joel, II, 29,
notamos que, na transcrição da profecia para o Novo Testamento, há uma
diferença: Pela profecia, trata-se de servos e servas (escravos e escravas) dos
homens e não de Deus, como se acha na transcrição. Eis o texto dos versículos, nas duas traduções mais
modernas e fiéis: a Brasileira e a do Esperanto, as quais estão de acordo também com a Inglesa:
Joel, II, 29:
"Também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu
Espírito"- Atos,, II, 18: "E, sobre os meus servos e sobre as minhas
servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão."
Na tradução em
Esperanto ainda está mais claro que se trata até dos escravos e escravas dos
homens, e não de servos de Deus. Ei-la: "Joel, II, 29: Ec sur la sklavojn
kaj sur la sklavinoju Mi en tiutempo el versos Mian Spiriton!" - Atos, II,
18: "Kaj eê sur Miajn sklavojn kaj Miajn sklavinojn en tiutempo Mi
elversos Mian spiriton, kaj ili profetos."
Até os
escravos e escravas (dos homens) receberão o Espírito, não somente os servos e
servas de Deus (sacerdotes e sacerdotisas). A profecia em sua forma original
está-se cumprindo em nossos dias porque a mediunidade brota em todas as
classes, até nas pessoas mais humildes e obscuras, e não somente, como faz
supor o texto de Atos, entre os sacerdotes (servos de Deus). - Nota da Editora
da FEB, em 1947.
9. PREFÁCIO. Quis o Senhor que a luz se
fizesse para todos os homens e que em toda a parte penetrasse a voz dos
Espíritos, a fim de que cada um pudesse obter a prova da imortalidade. Com esse
objetivo é que os Espíritos se manifestam hoje em todos os pontos da Terra e a
mediunidade se revela em pessoas de todas as idades e de todas as condições,
nos homens como nas mulheres, nas crianças como nos velhos. É um dos sinais de
que chegaram os tempos preditos.
Para conhecer
as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da Natureza material,
outorgou Deus ao homem a vista corpórea, os sentidos e instrumentos especiais.
Com o telescópio, ele mergulha o olhar nas profundezas do espaço, e, com o
microscópio, descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar no mundo
invisível, deu-lhe a mediunidade.
Os médiuns são
os intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os ensinos dos Espíritos;
ou, melhor, são os órgãos materiais de que se servem os Espíritos
para se expressarem aos homens por maneira inteligível. Santa é
a missão que desempenham, visto ter por fim rasgar os horizontes da vida
eterna.
Os Espíritos
vêm instruir o homem sobre seus destinos, a fim de o reconduzirem à senda do
bem, e não para o pouparem ao trabalho material que lhe cumpre executar neste
mundo, tendo por meta o seu adiantamento, nem para lhe favorecerem a ambição e
a cupidez. Aí têm os médiuns o de que devem compenetrar-se bem, para não
fazerem mau uso de suas faculdades. Aquele que, médium, compreende a gravidade
do mandato de que se acha investido, religiosamente o desempenha. Sua
consciência lhe profligaria, como ato sacrílego, utilizar por divertimento e
distração, para si ou para os outros, faculdades que lhe
são concedidas para fins sobremaneira sérios e que o põem em comunicação com os
seres de além-túmulo.
Como
intérpretes do ensino dos Espíritos, têm os médiuns de desempenhar importante
papel na transformação moral que se opera. Os serviços que podem prestar
guardam proporção com a boa diretriz que imprimam às suas faculdades, porquanto
os que enveredam por mau caminho são mais nocivos do que úteis à causa do
Espiritismo. Pela má impressão que produzem, mais de uma conversão retardam.
Terão, por isso mesmo, de dar contas do uso que hajam feito de um dom que lhes
foi concedido para o bem de seus semelhantes.
O médium que
queira gozar sempre da assistência dos bons Espíritos tem de trabalhar por
melhorar-se. O que deseja que a sua faculdade se desenvolva e engrandeça tem de
se engrandecer moralmente e de se abster de tudo o que possa concorrer para
desviá-la do seu fim providencial.
Se, às vezes,
os Espíritos bons se servem de médiuns imperfeitos, é para dar bons conselhos,
com os quais procuram fazê-los retomar a estrada do bem. Se, porém, topam com
corações endurecidos e se suas advertências não são escutadas, afastam-se,
ficando livre o campo aos maus. (Cap. XXIV, n° 11 e 12.)
Prova a
experiência que, da parte dos que não aproveitam os conselhos que recebem dos
bons Espíritos, as comunicações, depois de terem revelado certo brilho durante
algum tempo, degeneram pouco a pouco e acabam caindo no erro, na vertigem, ou
no ridículo, sinal incontestável do afastamento dos bons Espíritos.
Conseguir a
assistência destes, afastar os Espíritos levianos e mentirosos tal deve ser a
meta para onde convirjam os esforços constantes de todos os médiuns sérios. Sem
isso, a mediunidade se torna uma faculdade estéril, capaz mesmo de redundar em
prejuízo daquele que a possua, pois pode degenerar em perigosa obsessão.
O médium que
compreende o seu dever, longe de se orgulhar de uma faculdade que não lhe
pertence, visto que lhe pode ser retirada, atribui a Deus as boas coisas que
obtém. Se as suas comunicações receberem elogios, não se envaidecerá com isso,
porque as sabe independentes do seu mérito pessoal; agradece a Deus o haver
consentido que por seu intermédio bons Espíritos se manifestassem. Se dão lugar
à crítica, não se ofende, porque não obra do seu próprio Espírito. Ao
contrário, reconhece no seu íntimo que não foi um instrumento bom e que não
dispõe de todas as qualidades necessárias a obstar a imiscuência dos Espíritos
maus. Cuida, então, de adquirir essas qualidades e suplica, por meio da prece,
as forças que lhe faltam.
10. Prece. - Deus
onipotente, permite que os bons Espíritos me assistam na comunicação que
solicito. Preserva-me da presunção de me julgar resguardado dos Espíritos maus;
do orgulho que me induza em erro sobre o valor do que obtenha; de todo
sentimento oposto à caridade para com outros médiuns. Se cair em erro, inspira
a alguém a ideia de me advertir disso e a mim a
humildade que me faça aceitar reconhecido a crítica e tomar como endereçados a
mim mesmo, e não aos outros, os conselhos que os bons Espíritos me queiram
ditar.
Se for tentado
a cometer abuso, no que quer que seja, ou a me envaidecer da faculdade que te
aprouve conceder-me, peço que ma retires, de preferência a consentires seja ela
desviada do seu objetivo providencial, que é o bem de todos e o meu próprio
avanço moral.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Por
que têm os médiuns de desempenhar
importante papel na transformação moral que se opera?
2 - O que deve fazer o médium que queira gozar sempre da
assistência dos bons Espíritos?
3 - Extraia do texto acima a frase ou
parágrafo que mais gostou e justifique.
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