Capítulo 2
Espiritismo
e Mediunidade
Que devemos buscar na Mediunidade?
Como devemos considerar os Médiuns?
Que nos podem oferecer o Espiritismo e o Mediunismo?
Essas três singelas perguntas constituem o esboço do
presente capítulo.
Em que pese ao extraordinário progresso do
Espiritismo, neste seu primeiro século de existência codificada, qualquer
observador notará que os seus variegados ângulos ainda não foram integralmente
apreendidos, inclusive por companheiros a ele já filiados.
Muitas criaturas, almas generosas e simples, ainda não
sabem o que devem e podem buscar na mediunidade.
Outras, guardam um conceito errôneo e perigoso, com
relação aos médiuns, situando-os, indevidamente, na posição de santos ou
iluminados.
Em resumo, ainda não sabemos, evidentemente, o que o
Espiritismo e a prática mediúnica nos podem oferecer.
Há quem deseje, irrefletidamente, buscar nos serviços
de intercâmbio entre os dois planos a satisfação de seus interesses imediatistas,
relacionados com a vida terrena, como existem os que, endeusando os médiuns,
ameaçam-lhes a estabilidade espiritual, com sérios riscos para o Homem e para a
Causa.
O Espiritismo não responde por isso.
Nem os Espíritos Superiores.
Nem os Espíritos mais esclarecidos.
Allan Kardec foi, no dizer de Flammarion, “o bom senso
encarnado”, O Espiritismo, cuja codificação no plano físico coube ao sábio
francês, teria de ser, também, a Doutrina do bom-senso e da lógica, do
equilíbrio e da sensatez.
Ele permanecerá como imponente marco de luz, por
muitos séculos, aclarando o entendimento de quantos lhe busquem por manancial
de esclarecimento e consolação.
Ao invés de cogitar apenas dos problemas materiais,
para cuja solução existem, no mundo, numerosas instituições especializadas,
cogita o Espiritismo de fixar o roteiro do nosso reajustamento para a Vida
Superior.
Reajustamento assim especificado:
a) - Moral
b)— Espiritual
c) — Intelectual
E na definição de André Luiz, “revelação divina para
renovação fundamental dos homens”.
Quem se alista nas fileiras do Espiritismo é
compelido, naturalmente, a iniciar o processo de sua própria transformação
moral.
Não quer mais ser violento ou grosseiro, maledicente
ou ingrato, leviano ou infiel.
Deseja, embora tateante, em vista das solicitações
inferiores que decorrem, inevitavelmente, do nosso aprisionamento às formas
primitivistas evolucionais, subir, devagarinho, os penosos degraus do
aperfeiçoamento espiritual, integrando-se, para isso, no trabalho em favor de
si mesmo e dos outros.
O Espírita esclarecido considerará o médium como1 um
companheiro comum, portador das mesmas responsabilidades e fraquezas que
igualmente nos afligem.
Alma humana, falível e pecadora, necessitada de compreensão.
Não o tomará por adivinho, oráculo ou revelador de
notícias inadequadas.
Assim sendo, ajudá-lo-á no desempenho dos seus
deveres, evitando o elogio que inutiliza as mais belas florações mediúnicas,
para estimulá-lo e ampará-lo com a palavra amiga e sincera.
Todo Espírita ganharia muito se lesse, meditando, o
capítulo História de um Médium, do livro “Novas Mensagens”, do Espírito de
Humberto de Campos.
Como descansariam os médiuns do assédio impiedoso que
lhes movem alguns companheiros, deixando-os, assim, livres e desimpedidos para
a realização de suas nobres tarefas?
O Espiritista sincero irá compreendendo, pouco a
pouco, que o Espiritismo e o Mediunismo lhe podem oferecer ensejo para o
sublime “reencontro com o pensamento puro do Cristo, auxiliando-nos a
compreensão para mais amplo discernimento da verdade”.
E, através dessa compreensão, saberá reverenciar “o
Espiritismo e a Mediunidade como dois altares vivos no templo da fé, através
dos quais contemplaremos, de mais alto, a esfera das cogitações propriamente
terrestres, compreendendo, por fim, que a glória reservada ao espírito humano é
sublime e infinita, no Reino Divino do Universo”.
Com esta superior noção das finalidades da Doutrina
Espírita, não mais se farão ouvir, proferidas por companheiros nossos, as três
perguntas com que abrimos o presente capítulo:
Que devemos buscar na mediunidade?
Como devemos considerar os médiuns?
Que nos podem oferecer o Espiritismo e o Mediunismo?
Este capítulo faz referência ao Capítulo 1 (Estudando a mediunidade) do livro Nos domínios da Mediunidade pelo espírito André Luís e psicografia de Francisco Cândido Xavier
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