quinta-feira, 6 de março de 2014

Livro em estudo: Nos domínios da mediunidade
Tema: Capítulo III - Equipagem Mediúnica

Trechos do Capítulo

"Conheçamos nossa equipagem mediúnica - disse o orientador
E, detendo-se ao pé do companheiro encarnado que regia os trabalhos, acrescentou:
_Este é o nosso irmão Raul Silva, que dirige o núcleo com sincera devoção à fraternidade. Correto no desempenho dos seus deveres e ardoroso na fé, consegue equilibrar o grupo na onda de compreensão e boa-vontade que lhe é característica. Pelo amor com que se desincumbe da tarefa, é instrumento fiel dos instrutores desencarnados, que lhe identificam na mente um espelho cristalino, retratando-lhe as instruções.
Logo após, caminhou na direção de uma senhora muito jovem e, designando-a, explicou:
_Eis nossa irmã Eugênia, médium de grande docilidade, que promete brilhante futuro na expansão do bem. Excelente órgão de transmissão, coopera com eficiência na ajuda aos desencarnados em desequilíbrio. Intuição clara, aliada à distinção moral, tem a vantagem de conservar-se consciente, nos serviços de intercâmbio, beneficiando-nos a ação.
Quase rente, parou à esquerda de um rapaz de seus trinta anos presumíveis e informou:
_Aqui temos nosso amigo Anélio Araújo. Vem conquistando gradativo progresso na clarividência, na clariaudiência e na psicografia.
Em seguida, abeirou-se de um cavalheiro simpático e notificou:
_Este é o nosso colaborador Antônio Castro, moço bem intencionado e senhor de valiosas possibilidades em nossas atividades de permuta. Sonâmbulo, no entanto, é de uma passividade que nos requer grande vigilância. Desdobra-se com facilidade, levando a efeito preciosas tarefas de cooperação conosco, mas ainda necessita de maiores estudos e mais amplas experiências para expressar-se com segurança, acerca das próprias observações. Por vezes, comporta-se, fora da matéria densa, à maneira de uma criança, comprometendo-nos a ação. Quando empresta o veículo à entidades dementes ou sofredoras, reclama-nos cautela, porquanto quase sempre deixa o corpo à mercê dos comunicantes, quando lhe compete o dever de ajudar-nos na contenção deles, a fim de que o nosso tentame de fraternidade não lhe traga prejuízo à organização física. Será, porém, valioso auxiliar em nossos estudos.
Movimentando-se algo mais, o Assistente estacou diante de respeitável senhora, que se mantinha em fervorosa prece, e exclamou:
_Apresento-lhes agora nossa irmã Celina, devotada companheira de nosso ministério espiritual. Já atravessou meio século de existência física. conquistando significativas vitórias em suas batalhas morais. Viúva, há quase vinte anos, dedicou-se aos filhos com admirável denodo, varando estradas espinhosas e dias escuros de renunciação. Suportou heroicamente o assédio de compactas legiôes de ignorância e miséria que lhe rodeavam o esposo, com quem se consorciara em tarefa de sacrifício. Conheceu, de perto, a perseguição de gênios infernais, a quem não se rendeu e, lutando, por muitos naos, para atender de modo irrepreensível às obrigações que o mundo lhe assinalava, acrisolou as faculdades medianímicas, aperfeiçoando-as nas chamas do sofrimento moral, como se aprimoram as peças de ferro sob a ação do fogo e da bigorna. Ela não é simples instrumentos de fenômenos psíquicos. É abnegada servidora na construção de valores do espírito. A clarividência e a clariaudiência, a incorporação sonâmbúlica e o desdobramento da personalidade são estados em que ingressa, na mesma espontaneidade com que respira, guardando noção de suas responsabilidades e representando, por isso, valiosa colaboradora de nossas realizações. Diligente e humilde, encontrou na plantação do amor fraterno a sua maior alegria e, repartindo o tempo entre as obrigações e os estudos edificantes, transformou-se num acumulador espiritual de energias benéficas, assimilando elevadas correntes mentais, com o que se faz menos acessível às forças da sombra.
Realmente, ao lado da irmã sob nossa vista, fruíamos deliciosa sensação de paz e reconforto.
[....]
Logo após, nosso orientador convocou-nos a exame detido, junto ao campo encefálico da irmã Celina, acentuando:
_Em todos os processo medianímicos, não podemos esquecer a máquina cerebral como órgão de manifestação da mente.(...)
[....]
_Não podemos realizar qualquer estudo de faculdades medianímicas, sem o estudo da personalidade. Considero assim, de extrema importância a apreciação dos centros cerebrais, que representam bases de operação do pensamento e da vontade, que influem de modo compreensível em todos os fenômenos mediúnicos, desde a intuição pura à materialização objetiva. Esses recursos, que merecem a defesa e o auxílio das entidades sábias e benevolentes, em suas tarefas de amor e sacrifício junto dos homens, quando os medianeiros se sustentam no ideal superior da bondade e do serviço ao próximo, em muitas ocasiões podem ser ocupados por entidades inferiores ou animalizadas, em lastimáveis processos de obsessão.
_Mas - interpôs Hilário, judicioso -, diante de um campo cerebral tão iluminado quanto o de nossa irmã Celina, será lícito aceitar a possiblidade de invasão dele por parte de Inteligências menos evoluídas?
_Não podemos olvidar - considerou o assistente - que Celina se encontra encarnada numa prova de longo curso e que, nos encargos de aprendiz, ainda se encontra muito longe de terminar a missão.
Meditou um momento e filosofou bem-humorado:
_Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho.
[...]
E sorrindo:
_Ainda não chegamos à vitória suprema sobre nós mesmos. Achamo-nos na condição do solo terrestre, que não prescinde do arado protetor ou da enxada prestimosa, a fim de produzir. Sem os instrumentos do trabalho e da luta, aperfeiçoando-nos as possibilidades, estaríamos permanentemente ameaçados pela erva daninha que mais se alastra e se afirma, tanto quanto melhor é a qualidade do trato da terra em abandono.
Fitando-nos, de frente, como a recordar o peso das responsabilidades de que nos investíamos, completou:
_Nossas realizações espirituais do presente são pequeninas réstias de claridade sobre as pirâmides de sombra do nosso passado. É imprescindível muita cautela com a sementeira do bem para que a ventania do mal não as arrase. É por isso que a tarefa mediúnica, examinada como instrumentação para a obra das Inteligências superiores, não é tão fácil de ser conduzida a bom termo, de vez que, contra o canal ainda frágil que se oferece à passagem da luz, acometem as ondas pesadas de treva da ignorância, a se agitarem, compactas, ao nosso derredor.
Calou-se o Assistente.
Dir-se-ia que ele também agora se ligava ao campo magnético dos amigos em silêncio, para o trabalho da reunião prestes a começar."


Refletindo com perguntas

1 - O Assistente Áulus começa a apresentação da equipe mediúnica pelo dirigente das atividades, Raul Silva, enfatizando-lhe as qualidades positivas.
a) Qual a importância da figura do dirigente para o grupo mediúnico?
b) Qual a influência que as características do dirigente (positivas ou negativas) imprimirá, tanto ao grupo, quanto às atividades do Centro Espírita?

2 - O que seria um "médium de grande docilidade", como no caso de Eugênia?

3 - Qual a vantagem do médium conservar-se consciente em uma atividade mediúnica, especialmente a psicofonia?

4 - Áulus se refere ao médium Antonio Castro como necessitado de "maiores estudos".
a) Qual a importância do estudo para o médium?
b) O que nós poderíamos considerar como sendo essencial para um médium estudar?

5 - Comente se seguintes afirmações:

a)  "Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho."

b) "Ainda não chegamos à vitória suprema sobre nós mesmos. Achamo-nos na condição do solo terrestre, que não prescinde do arado protetor ou da enxada prestimosa, a fim de produzir. Sem os instrumentos do trabalho e da luta, aperfeiçoando-nos as possibilidades, estaríamos permanentemente ameaçados pela erva daninha que mais se alastra e se afirma, tanto quanto melhor é a qualidade do trato da terra em abandono."

c) "Nossas realizações espirituais do presente são pequeninas réstias de claridade sobre as pirâmides de sombra do nosso passado. É imprescindível muita cautela com a sementeira do bem para que a ventania do mal não as arrase. É por isso que a tarefa mediúnica, examinada como instrumentação para a obra das Inteligências superiores, não é tão fácil de ser conduzida a bom termo, de vez que, contra o canal ainda frágil que se oferece à passagem da luz, acometem as ondas pesadas de treva da ignorância, a se agitarem, compactas, ao nosso derredor."

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
 - Estudando a Mediunidade - Martins Peralva- Ed. FEB
Capítulos 6 - Irmão Raul Silva e 7 - Médiuns



As perguntas foram retiradas do site www.cvdee.org.br.

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