Capítulo 4
Vibrações compensadas
O
capítulo nº 1, do livro que estamos estudando, possibilitou-nos a organização
de três gráficos, dois deles já expostos e analisados, com a possível
simplicidade, nos capítulos precedentes.
Apresentamos,
pois, o terceiro, mediante o qual tentaremos apreciar o problema da «sintonia»,
da “ressonância”, ou das «vibrações compensadas».
Sintonia
significa, em definição mais ampla, entendimento, harmonia, compreensão,
ressonância ou equivalência.
Quando
dizemos que «Fulano sintoniza com Beltrano», referimo-nos, sem dúvida, ao
perfeito entendimento entre ambos existente.
Sintonia
é, portanto, um fenômeno de harmonia psíquica, funcionando, naturalmente, à
base de vibrações.
Duas
pessoas sintonizadas estarão, evidentemente, com as mentes perfeitamente
entrosadas, havendo, entre elas, uma ponte magnética a vinculá-las,
imantando-as
profundamente.
Estarão
respirando na mesma faixa, intimamente associadas.
Estudemos
o assunto à luz do seguinte diagrama:
SINTONIA,
RESSONÂNCIA, VIBRAÇÕES COMPENSADAS = {Sábios = {ideais superiores, assuntos
transcendentes = {ciência, filosofia, religião, etc. {Índios = {Objetivos
vulgares, assuntos triviais. = {caça, pesca, lutas, presentes, etc.
{Árvores
= {Maior vitalidade, melhor produção. = {Permuta dos princípios germinativos
quando colocadas entre companheiras da mesma espécie.
Pelo
exame desse gráfico, notaremos que tudo dentro do Universo, por conseguinte
dentro do nosso orbe, funciona e movimenta-se na base da sintonia, ou seja, da
mútua compreensão.
Exemplifiquemos:
o sábio, de modo geral, não se detém, indefinidamente, para trocar ideias sobre
assuntos transcendentes com o homem rude do campo, nada familiarizado com
questões científicas ou artísticas, que demandam longos estudos.
Seria rematada
tolice afirmar-se que o astrônomo, o físico, o jurisconsulto, o matemático, o
biologista ou o cientista consagrado a problemas atômicos possam encontrar, no
índio ou no homem inculto, elemento ideal para as suas tertúlias. Os seus
companheiros de palestras serão, sem dúvida, outros sábios.
A seu
turno, o silvícola das margens de Kuluene preferirá, sem dúvida, entender-se e
confabular com os companheiros de taba que lhe falam da pesca ou da caça, das
próximas incursões ao acampamento inimigo ou de espelhos, facões e ornamentos
que as expedições civilizadoras possam levar-lhe aos domínios.
O
assunto foi aclarado pelo instrutor Albério, no capítulo Estudando a Mediunidade.
Neste
capítulo, procuramos, apenas, torná-lo ainda mais compreensível ao entendimento
geral, extraindo, por fim, as conclusões de ordem moral cabíveis, considerando
a finalidade sobretudo evangélica do presente trabalho.
Esclarece,
o referido instrutor, que as próprias árvores não prescindem do fator sintonia.
Serão
dotadas de maior vitalidade e produzirão mais, se colocadas ao lado de
companheiras da mesma espécie. Exemplo: Plantando-se laranjas entre abacaxis ou
jabuticabas, as laranjeiras produzirão menos do que se a plantação fosse só de
sementes de laranja, formando um laranjal.
A permuta
dos princípios germinativos assegura-lhes robustez e verdor, garantindo-lhes,
consequentemente, frutificação mais abundante.
Como
notamos, o problema da sintonia não está ausente das próprias relações no reino
vegetal.
Uma
árvore precisa de outra ao lado, da mesma espécie, para que ambas, reciprocamente
alimentadas, se cubram de folhas viçosas e flores mais belas e, dentro da
função que lhes é própria, embelezem a Natureza, enriqueçam e nutram o homem.
Acentuando
tal fato, o irmão Albério, prelecionando magistralmente, recorre, com
sabedoria, à mecânica celeste, para demonstrar que idênticos princípios
magnéticos regem também as relações do mundo cósmico, sem dúvida não apenas na
órbita planetária terrestre, mas noutros planos, mais ou menos evolvidos.
Vamos
dar a palavra ao esclarecido mentor:
“Cada
planeta revoluciona na órbita que lhe é assinalada pelas leis do equilíbrio,
sem ultrapassar as linhas de gravitação que lhe dizem respeito.”
Demonstrado,
assim, de forma irretorquível, que em tudo funcionam e operam, invariavelmente,
o fator «Sintonia e o elemento (ressonância), recordemos, ainda com o instrutor
Albério, o aspecto de maior relevância, consubstanciado na interdependência
entre as almas, encarnadas ou desencarnadas, no tocante ao problema evolutivo.
Há
grupos de Espíritos, ou consciências, evoluindo simultaneamente.
Alimentam-se
reciprocamente.
Nutrem-se
mutuamente.
Fortalecem-se
uns aos outros, em verdadeira «compensação vibratória».
Às
vezes, tais Espíritos se veem privados da indescritível felicidade de prosseguirem,
juntos, a mesma marcha, por desídia de alguns.
É que
os preguiçosos vão ficando para trás, à maneira de alunos pouco aplicados, que
perdem de vista, por culpa própria, os estudiosos.
Não
podem acompanhar aqueles que, em virtude de notas distintas e merecidas, nos
exames finais, são naturalmente transferidos para cursos mais adiantados.
Bem
sabemos que a Terra é o Grande Educandário. É bem verdade que, quando há muito
amor no coração dos que progrediram mais rapidamente, embora recebessem as
mesmas aulas e estivessem submetidos à mesma disciplina, o espírito de
abnegação e renúncia fá-los retroceder, em tarefas sacrificiais, a fim de
estenderem as mãos, plenas de luz, às almas queridas que, invigilantes, se
perderam nos escuros labirintos da indolência.
Esperar,
todavia, comodamente, tal amparo, ao preço de tremendos sacrifícios dos
mensageiros do bem, seria reprovável conduta.
A
Doutrina Espírita, exaltando o esforço próprio, dignifica a pessoa humana.
Converte-a num ser responsável e consciente que, esclarecendo-se, deseja e
procura movimentar, sob a égide santa e abençoada do Senhor da Vida, as
próprias energias, os próprios recursos evolutivos latentes no Íntimo de todo
ser humano.
Em
virtude de impositivos superiores, a que não conseguem fugir, muitos instrutores
espirituais se veem compelidos a abandonar, temporariamente ou em definitivo,
os seus tutelados, especialmente os que imprimiram à própria vida, nos labores
renovativos, o selo da irresponsabilidade e da má vontade, em lastimável
desapreço aos talentos que Jesus lhes confiara.
Os
médiuns, portanto, que desejam, sinceramente, enriquecer o coração com os
tesouros da fé, a fim de ampliarem os recursos de servir ao Mestre na Seara do
Bem, não podem nem devem perder de vista o fator «auto aperfeiçoamento».
Não
devem perder de vista os estudos doutrinários, base do seu esclarecimento.
Não
podem, de forma alguma, deixar de nutrir-se com o alimento evangélico,
tornando-se humildes e bons, devotados e convictos, a fixa de que os modestos
encargos mediúnicos de hoje sejam, amanhã, transformados em sublimes e
redentoras tarefas, sob o augusto patrocínio do Divino Mestre, que nos afirmou
ser o pão da vida» e a «luz do mundo».
Abnegação
e perseverança, no trabalho mediúnico, mantêm o servidor em condições de
sintonizar, de modo permanente, com os Espíritos Superiores, permutando, assim,
com as forças do Bem as divinas vibrações do amor e da sabedoria.
Estabelecida,
pois, esta comunhão do medianeiro com os prepostos do Senhor, a prática
mediúnica se constituirá, com reais benefícios para o médium e o agrupamento
onde serve, legítima sementeira de fraternidade e socorro.
Este capítulo faz referência ao Capítulo sobre Raios, Ondas, Médiuns, Mentes do livro Nos domínios da Mediunidade pelo espírito André Luís e psicografia de Francisco Cândido Xavier
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