Conclusão do Capítulo
XII – Item 9
A vingança, fruto do
atraso moral do homem, é condenável, pois consiste na manifestação de um
coração rancoroso. Este sentimento, contrário à lei de Deus, deixará de existir
na Terra quando o homem, usando os recursos do Evangelho e da prece, se
esforçar por perdoar as ofensas recebidas.
1 - Por que a
vingança é condenável?
Porque, sendo ela a
manifestação de um coração ressentido pelo ódio e que guarda mágoa do
semelhante, torna-se contrária à Lei de Deus, que é toda de amor.
Jesus nos aconselhou
a perdoar setenta vezes sete vezes; prescreveu, também, que devemos amar o
nosso inimigo. A vingança é a negação desses ensinamentos.
2 - Como devemos
agir, se o sentimento de vingança for mais forte que o desejo de perdoar?
Devemos empreender
todo o nosso esforço por desenvolver os sentimentos de fraternidade e
tolerância, buscando no Evangelho e na prece o amparo e a inspiração para nos
libertarmos do desejo de vingança.
A nobreza da alma,
cuja principal característica é perdoar indistintamente as ofensas, é conquista
de grande esforço.
3 - Qual a consequência
da vingança para quem a pratica?
Aquele que se vinga,
além de aumentar seus débitos para com a justiça divina, deixa escapara a
oportunidade de se regenerar através do perdão ao agressor, com quem terá,
inevitavelmente, de se reconciliar um dia.
O vingador é alguém
que carrega um pesado fardo de dores, do qual só se libertará quando iniciar a
prática do perdão.
4 – Por que o
caluniador é vezes mais culpado do que o que enfrenta o seu inimigo e o insulta
em plena face?
Porque “assume
aparências hipócritas, ocultando nas profundezas do coração os maus sentimentos
que o animam. Toma caminhos escusos, segue na sombra o inimigo, que de nada
desconfia, e espera o momento azado para sem perigo feri-lo. Esconde-se do
outro, espreitando-o de contínuo, prepara-lhe odiosas armadilhas e, em sendo
propícia a ocasião, derrama-lhe no copo o veneno. Quando seu ódio não chega a
tais extremos, ataca-o então na honra e nas afeições; não recua diante da
calúnia, e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas a todos os ventos,
se vão avolumando pelo caminho.”, ou seja, tem todos os conhecimentos de que
está errado, porém persiste no erro, prejudicando não só o outro, como a si
mesmo.
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