quarta-feira, 10 de junho de 2015

Conclusão do Capítulo XII – Item 9

A vingança, fruto do atraso moral do homem, é condenável, pois consiste na manifestação de um coração rancoroso. Este sentimento, contrário à lei de Deus, deixará de existir na Terra quando o homem, usando os recursos do Evangelho e da prece, se esforçar por perdoar as ofensas recebidas.

1 - Por que a vingança é condenável?

Porque, sendo ela a manifestação de um coração ressentido pelo ódio e que guarda mágoa do semelhante, torna-se contrária à Lei de Deus, que é toda de amor.

Jesus nos aconselhou a perdoar setenta vezes sete vezes; prescreveu, também, que devemos amar o nosso inimigo. A vingança é a negação desses ensinamentos.

2 - Como devemos agir, se o sentimento de vingança for mais forte que o desejo de perdoar?

Devemos empreender todo o nosso esforço por desenvolver os sentimentos de fraternidade e tolerância, buscando no Evangelho e na prece o amparo e a inspiração para nos libertarmos do desejo de vingança.

A nobreza da alma, cuja principal característica é perdoar indistintamente as ofensas, é conquista de grande esforço.

3 - Qual a consequência da vingança para quem a pratica?

Aquele que se vinga, além de aumentar seus débitos para com a justiça divina, deixa escapara a oportunidade de se regenerar através do perdão ao agressor, com quem terá, inevitavelmente, de se reconciliar um dia.

O vingador é alguém que carrega um pesado fardo de dores, do qual só se libertará quando iniciar a prática do perdão.

4 – Por que o caluniador é vezes mais culpado do que o que enfrenta o seu inimigo e o insulta em plena face?

Porque “assume aparências hipócritas, ocultando nas profundezas do coração os maus sentimentos que o animam. Toma caminhos escusos, segue na sombra o inimigo, que de nada desconfia, e espera o momento azado para sem perigo feri-lo. Esconde-se do outro, espreitando-o de contínuo, prepara-lhe odiosas armadilhas e, em sendo propícia a ocasião, derrama-lhe no copo o veneno. Quando seu ódio não chega a tais extremos, ataca-o então na honra e nas afeições; não recua diante da calúnia, e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas a todos os ventos, se vão avolumando pelo caminho.”, ou seja, tem todos os conhecimentos de que está errado, porém persiste no erro, prejudicando não só o outro, como a si mesmo.


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