Conclusão do Capítulo 4 - Alguns recém-desencarnados
do livro Ação e reação
1. - Ao
produzir-se a desencarnação, cada um de nós penetra na espiritualidade portando
a sua bagagem ganhada na sua existência carnal. Muitos poderão ser assistidos
pelos anjos das claridades, mas outros ficarão na espera de melhor
oportunidade. Quais as condições elementares para ter oportunidade para a
ajuda?
R - Pela leitura deste capítulo, vimos que os
espíritos que foram assistidos eram "credores de imediata assistência, de
vez que não se achavam em desesperação, nem se haviam comprometido de todo com
as forças dominantes nas trevas."
Conforme lembrado durante o estudo, o próprio André Luiz relata nos
primeiros capítulos do livro "Nosso Lar", que durante mais ou menos
oito anos permaneceu nas regiões de sofrimento, acossado por espíritos
inferiores que não lhe deixavam ter paz. Somente quando elevou seu pensamento a Deus e, em consequência, o seu padrão
vibratório, rogando a ajuda do Alto, é que conseguiu perceber a presença de
Clarêncio, o benfeitor que buscava, sem êxito, ajudá-lo. Seu psiquismo ainda se
encontrava em grande estado de perturbação, o que o sintonizava com a região
habitada por espíritos igualmente perturbados e sofredores. Podemos concluir
que é necessário conquistar o merecimento ao socorro, através de uma vivência
no mundo físico compatível com as leis divinas e, quando no mundo espiritual, manter-se
receptivo à ajuda.
2. - As emoções dos momentos derradeiros da
alma sob a terra lhe imprimem imagens que rivalizam com a realidade. É possível
para todos, despertarem para a verdade, no mundo espiritual, sem delonga?
As consequências de uma desencarnação dependem,
principalmente, da maneira como o espírito viveu durante a passagem pelo mundo
físico. Conforme ensinam os Espíritos, somente aqueles que já se encontram em
seu estado definitivo deixam de sofrer perturbação espiritual após a desencarnação.
Estes - e o único que conhecemos nesta condição é Jesus - como não mais a influência da matéria, têm imediata
consciência de que deixaram o corpo. Nós outros, ainda em processo de evolução
e sob forte impressão da matéria, não temos como fugir de um período de
perturbação, que pode ser mais ou menos longo, dependendo do grau de evolução
que o espírito já tenha alcançado. Uns compreendem logo a sua nova situação e
vão para as regiões do mundo espiritual onde se reúnem aqueles que lhe são
afins; outros ficam mesmo vagando pelo espaço, sem sequer perceberem que
desencarnaram. O despertamento para a realidade, portanto, varia de espírito
para espírito, conforme o seu estado evolutivo.
3. -Quando na
Terra, todos sonhamos em paraísos celestiais para os nossos futuros, tendo a
seguridade em nossa reta conduta. No entanto, o livro nos fala de choro e
ranger de dentes. Como ter a certeza de que a nossa conduta é verdadeiramente
reta?
A resposta se encontra na questão 625 do Livro dos
Espíritos, em que Kardec pergunta: "Qual o tipo mais perfeito que Deus tem
oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? Resposta: Jesus".
Para termos a certeza de que a nossa conduta é verdadeiramente reta e de que
estamos no caminho que nos levará a uma situação espiritual de felicidade, sem
choro nem ranger de dentes, devemos seguir o guia e modelo que Deus tem nos
oferecido, que é Jesus. Ninguém vai ao Pai senão por ele, como ele próprio nos
ensinou. Devemos buscar seguir os seus ensinamentos e o seu exemplo, que estão contidos
no seu Evangelho. O Evangelho é, assim, a luz que ilumina o nosso caminho e que
nos ensina a não nos deixarmos desviar do rumo certo.
4. - Os humanos fazemos uso de um idioma e de
símbolos para nos comunicar entre nós. A mesma conduta sobrevive em nós no
Além, formando o que alguns autores nomeiam como "clichês mentais".
Que conclusões tiramos dos exemplos resultantes das experiências de nossos
irmãos, inseridas no livro?
Como no caso narrado no capítulo anterior, do
desencarnado que assassinara seus irmãos para se apropriar de uma herança, o
caso da mulher que abandonara à própria sorte sua genitora, constante no
presente capítulo, mostra o peso carregado pelo pensamento, quando a
consciência nos condena. Gera os chamados "clichês mentais", que são
reflexos da natureza dos nossos pensamentos. Em ambos os casos, vemos o
psiquismo desses espíritos cristalizado em torno de um determinado
acontecimento do passado, isolando-se do mundo exterior. Passaram a vivenciar
os acontecimentos em todos os instantes da nova existência, imobilizando-se em
torno deles e passando por profundo desequilíbrio e desarmonia interior.
Segundo o instrutor Áulus, no livro "Nos Domínios
da Mediunidade", também de André Luiz, quando isto ocorre, "não se
interessando por outro assunto a não ser o da própria dor, da própria
ociosidade ou do próprio ódio, a criatura desencarnada, ensimesmando-se, é
semelhante ao animal no sono letárgico da hibernação. Isola-se do mundo
externo, vibrando tão-somente ao redor do desequilíbrio oculto em que se
compraz. Nada mais ouve, nada mais vê e nada mais sente, além da esfera
desvairada de si mesma".
5. - Num
momento de reflexão, o Instrutor nos diz: "Imaginemos agora o pensamento,
força viva e atuante, cuja velocidade supera a da luz. Emitido por nós, volta
inevitavelmente a nós mesmos, compelindo-nos a viver, de maneira espontânea, em
sua onda de formas criadoras, que naturalmente se nos fixam no espírito quando
alimentadas pelo combustível de nosso desejo ou de nossa atenção". A
lógica é inegável. Podemos ampliar considerações levando em conta o lido no
presente capítulo?
Estudamos em capítulos anteriores, que o pensamento se
materializa e ganha o fluido cósmico universal, por meio do qual é levado por
ondas magnéticas. Como disse o assistente Silas, é uma força viva e atuante,
que volta inevitavelmente a nós. É a lei de causa e efeito, uma das leis
cósmicas que regem o Universo e que é o tema principal deste livro. Somos
resultados não só de nossos atos como
também de nossos pensamentos. Por isso é importante orar e vigiar, como
recomendou Jesus, para que não venhamos a cair na tentação, o que nos trará
consequências desagradáveis no futuro. É indispensável, assim, praticarmos
pensamentos saudáveis, direcionados para o bem, para que eles retornem a nós de
maneira positiva, favoráveis ao nosso progresso espiritual.
6. - Mais
adiante, ele mesmo diz: "Daí, a necessidade imperiosa de nos situarmos nos
ideais mais nobres e nos propósitos mais puros da vida, porque energias atraem
energias da mesma natureza, e, quando estacionários na viciação ou na sombra,
as forças mentais que exteriorizamos retornam ao nosso espírito, reanimadas e
intensificadas pelos elementos que com elas se harmonizam, engrossando, dessa
forma, as grades da prisão em que nos detemos irrefletidamente,
convertendo-se-nos a alma num mundo fechado, em que as vozes e os quadros de
nossos próprios pensamentos, acrescidos pelas sugestões daqueles que se ajustam
ao nosso modo de ser, nos impõem reiteradas alucinações, anulando-nos, de modo
temporário, os sentidos sutis". Ante a imensidade destes conceitos, quais
as nossas conclusões?
Esta citação de Silas é uma confirmação da anterior,
reafirmando que a sintonia vibratória em que nos situamos é definida pela
natureza dos ideais para os quais direcionamos a nossa vida.
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