quarta-feira, 29 de abril de 2015

Conclusão do Capítulo 4 - Alguns recém-desencarnados do livro Ação e reação
                                                                                                                   
1. - Ao produzir-se a desencarnação, cada um de nós penetra na espiritualidade portando a sua bagagem ganhada na sua existência carnal. Muitos poderão ser assistidos pelos anjos das claridades, mas outros ficarão na espera de melhor oportunidade. Quais as condições elementares para ter oportunidade para a ajuda?
R - Pela leitura deste capítulo, vimos que os espíritos que foram assistidos eram "credores de imediata assistência, de vez que não se achavam em desesperação, nem se haviam comprometido de todo com as forças dominantes nas trevas."  Conforme lembrado durante o estudo, o próprio André Luiz relata nos primeiros capítulos do livro "Nosso Lar", que durante mais ou menos oito anos permaneceu nas regiões de sofrimento, acossado por espíritos inferiores que não lhe deixavam ter paz. Somente  quando elevou seu pensamento  a Deus e, em consequência, o seu padrão vibratório, rogando a ajuda do Alto, é que conseguiu perceber a presença de Clarêncio, o benfeitor que buscava, sem êxito, ajudá-lo. Seu psiquismo ainda se encontrava em grande estado de perturbação, o que o sintonizava com a região habitada por espíritos igualmente perturbados e sofredores. Podemos concluir que é necessário conquistar o merecimento ao socorro, através de uma vivência no mundo físico compatível com as leis divinas e, quando no mundo espiritual, manter-se receptivo à ajuda.

 2. - As emoções dos momentos derradeiros da alma sob a terra lhe imprimem imagens que rivalizam com a realidade. É possível para todos, despertarem para a verdade, no mundo espiritual, sem delonga?
As consequências de uma desencarnação dependem, principalmente, da maneira como o espírito viveu durante a passagem pelo mundo físico. Conforme ensinam os Espíritos, somente aqueles que já se encontram em seu estado definitivo deixam de sofrer perturbação espiritual após a desencarnação. Estes - e o único que conhecemos nesta condição é Jesus - como não mais a  influência da matéria, têm imediata consciência de que deixaram o corpo. Nós outros, ainda em processo de evolução e sob forte impressão da matéria, não temos como fugir de um período de perturbação, que pode ser mais ou menos longo, dependendo do grau de evolução que o espírito já tenha alcançado. Uns compreendem logo a sua nova situação e vão para as regiões do mundo espiritual onde se reúnem aqueles que lhe são afins; outros ficam mesmo vagando pelo espaço, sem sequer perceberem que desencarnaram. O despertamento para a realidade, portanto, varia de espírito para espírito, conforme o seu estado evolutivo.

3. -Quando na Terra, todos sonhamos em paraísos celestiais para os nossos futuros, tendo a seguridade em nossa reta conduta. No entanto, o livro nos fala de choro e ranger de dentes. Como ter a certeza de que a nossa conduta é verdadeiramente reta?
A resposta se encontra na questão 625 do Livro dos Espíritos, em que Kardec pergunta: "Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? Resposta: Jesus". Para termos a certeza de que a nossa conduta é verdadeiramente reta e de que estamos no caminho que nos levará a uma situação espiritual de felicidade, sem choro nem ranger de dentes, devemos seguir o guia e modelo que Deus tem nos oferecido, que é Jesus. Ninguém vai ao Pai senão por ele, como ele próprio nos ensinou. Devemos buscar seguir os seus ensinamentos e o seu exemplo, que estão contidos no seu Evangelho. O Evangelho é, assim, a luz que ilumina o nosso caminho e que nos ensina a não nos deixarmos desviar do rumo certo.

4. -  Os humanos fazemos uso de um idioma e de símbolos para nos comunicar entre nós. A mesma conduta sobrevive em nós no Além, formando o que alguns autores nomeiam como "clichês mentais". Que conclusões tiramos dos exemplos resultantes das experiências de nossos irmãos, inseridas no livro?
Como no caso narrado no capítulo anterior, do desencarnado que assassinara seus irmãos para se apropriar de uma herança, o caso da mulher que abandonara à própria sorte sua genitora, constante no presente capítulo, mostra o peso carregado pelo pensamento, quando a consciência nos condena. Gera os chamados "clichês mentais", que são reflexos da natureza dos nossos pensamentos. Em ambos os casos, vemos o psiquismo desses espíritos cristalizado em torno de um determinado acontecimento do passado, isolando-se do mundo exterior. Passaram a vivenciar os acontecimentos em todos os instantes da nova existência, imobilizando-se em torno deles e passando por profundo desequilíbrio e desarmonia interior.
Segundo o instrutor Áulus, no livro "Nos Domínios da Mediunidade", também de André Luiz, quando isto ocorre, "não se interessando por outro assunto a não ser o da própria dor, da própria ociosidade ou do próprio ódio, a criatura desencarnada, ensimesmando-se, é semelhante ao animal no sono letárgico da hibernação. Isola-se do mundo externo, vibrando tão-somente ao redor do desequilíbrio oculto em que se compraz. Nada mais ouve, nada mais vê e nada mais sente, além da esfera desvairada de si mesma".

5. - Num momento de reflexão, o Instrutor nos diz: "Imaginemos agora o pensamento, força viva e atuante, cuja velocidade supera a da luz. Emitido por nós, volta inevitavelmente a nós mesmos, compelindo-nos a viver, de maneira espontânea, em sua onda de formas criadoras, que naturalmente se nos fixam no espírito quando alimentadas pelo combustível de nosso desejo ou de nossa atenção". A lógica é inegável. Podemos ampliar considerações levando em conta o lido no presente capítulo?
Estudamos em capítulos anteriores, que o pensamento se materializa e ganha o fluido cósmico universal, por meio do qual é levado por ondas magnéticas. Como disse o assistente Silas, é uma força viva e atuante, que volta inevitavelmente a nós. É a lei de causa e efeito, uma das leis cósmicas que regem o Universo e que é o tema principal deste livro. Somos resultados  não só de nossos atos como também de nossos pensamentos. Por isso é importante orar e vigiar, como recomendou Jesus, para que não venhamos a cair na tentação, o que nos trará consequências desagradáveis no futuro. É indispensável, assim, praticarmos pensamentos saudáveis, direcionados para o bem, para que eles retornem a nós de maneira positiva, favoráveis ao nosso progresso espiritual.

6. - Mais adiante, ele mesmo diz: "Daí, a necessidade imperiosa de nos situarmos nos ideais mais nobres e nos propósitos mais puros da vida, porque energias atraem energias da mesma natureza, e, quando estacionários na viciação ou na sombra, as forças mentais que exteriorizamos retornam ao nosso espírito, reanimadas e intensificadas pelos elementos que com elas se harmonizam, engrossando, dessa forma, as grades da prisão em que nos detemos irrefletidamente, convertendo-se-nos a alma num mundo fechado, em que as vozes e os quadros de nossos próprios pensamentos, acrescidos pelas sugestões daqueles que se ajustam ao nosso modo de ser, nos impõem reiteradas alucinações, anulando-nos, de modo temporário, os sentidos sutis". Ante a imensidade destes conceitos, quais as nossas conclusões?
Esta citação de Silas é uma confirmação da anterior, reafirmando que a sintonia vibratória em que nos situamos é definida pela natureza dos ideais para os quais direcionamos a nossa vida.


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