quarta-feira, 9 de setembro de 2015


Conclusão do Capítulo 16 - Débito aliviado
1.  De que maneira os débitos podem ser aliviados perante a Justiça Divina?  Explique.
Questão 1004 do Livro dos Espíritos: Em que se baseia a duração dos sofrimentos do culpado? Resposta: No tempo necessário a que se melhore. Sendo o estado de sofrimento ou de felicidade proporcional ao grau de purificação do espírito, a duração e a natureza de seus sofrimentos dependem do tempo que ele gaste em melhorar-se. À medida que progride e que os sentimentos se lhe depuram, seus sofrimentos diminuem e mudam de natureza.

Tendo as penas futuras a função pedagógica de reeducar o espírito conforme as Leis Naturais, a sua eternidade contrariaria frontalmente os atributos de justiça e bondade da Divindade. Se o objetivo das penas é contribuir para a reeducação do espírito, cessada a causa, impõe-se a cessação do efeito. Assim, Deus, que é infinitamente bom e justo, faz com que a duração e a natureza dos sofrimentos não ultrapassem o tempo necessário para cumprirem a sua finalidade, que é a depuração do espírito.

2.  Neste parágrafo: "- Dois de nossos médicos o vêm assistindo atenciosamente, quando se encontra ausente do vaso físico por influência do sono."  Como se processam os tratamentos médicos de ordem espiritual, durante o sono físico?
O tratamento espiritual durante o sono físico é realizado nos momentos em que o espírito encontra-se desdobrado de seu corpo material. Os médicos espirituais atuam sobre o perispírito do paciente, através do magnetismo. A cura se dá pela transfusão de de substância fluídica doada ao enfermo, que fornece princípios reparadores ao organismo físico, mediante a substituição de moléculas malsãs por moléculas sadias. O poder curativo está na razão direta da pureza da substância transfundida. Restaurado o perispírito, este reage sobre o organismo físico, possibilitando a cura da enfermidade. Este fenômeno se explica pelo fato de serem o corpo carnal e o perispírito constituídos de elementos extraídos do fluido cósmico universal, do qual são simples transformações e de onde também são tirados os fluidos curadores.


3.  Comente o seguinte parágrafo: 
"Era curioso pensar que nós mesmos, no primeiro encontro fortuito, nos sentíamos prontos a partilhar-lhe as tarefas, tão somente atraídos por sua irradiante bondade. A abnegação, em toda a parte, é sempre uma estrela sublime.  Basta mostrar-se para que todos gravitemos em torno de sua luz."  O que despertou em André Luiz e Hilário o desejo de ajudar Adelino?
Allan Kardec, em "A Gênese", explica que os fluidos são o veículo do pensamento, podendo este modificar-lhes as propriedades, impregnando-os de qualidades boas ou más. Deste modo, os fluidos que evolvem os espíritos maus ou que estes projetam são viciados, ao passo que aqueles que recebem a influência dos bons espíritos são tão puros quanto o comporta o seu grau de perfeição moral. Assim se explicam os efeitos que se produzem nos lugares onde nos situamos. Somos um foco de irradiação de pensamentos, daí a causa da satisfação que se experimenta quando nos encontramos com pessoas animadas de pensamentos bons e benévolos, envolvidas por uma atmosfera moral sadia. Os fluidos do local ficam impregnados por vibrações saudáveis, positivas, causando-nos uma boa sensação, onde se respira à vontade.

Foi o que ocorreu durante a visita de André Luiz e Hilário a Adelino. Adelino era um trabalhador dedicado à causa do bem, portador de uma fé inabalável. Dedicava-se ao auxílio fraternal dos necessitados que procuravam amparo no centro em que trabalhava, sempre disposto a tirar de si para dar os mais infortunados. Como descreveu o Autor, era "cercado pelas vibrações radiantes dos seus pensamentos, centralizados no santo objetivo do bem...". Afigurava-se "vestido de luz". A atmosfera espiritual em torno de si, portanto, era das mais saudáveis, provocando nos benfeitores espirituais uma reação de simpatia, que lhes despertou o desejo de ajudá-lo.

4.  De que maneira o remorso e o arrependimento podem nos fazer mal?  Não são esses sentimentos necessários à renovação do espírito endividado?
Segundo explica Allan Kardec, no livro "O Céu e o Inferno", o arrependimento, juntamente com a expiação e a reparação, é uma das três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. Desse modo, o arrependimento nunca pode nos fazer mal.

5.  O que o Assistente quis dizer quando afirma: "pelos valores que entesoura, devotado ao bem alheio, resgata o pretérito com o alívio possível, ganhando tempo e adquirindo novas bênçãos.  Ajudando aos outros, desbasta, dia a dia, o montante dos seus débitos, de vez que a Misericórdia do Pai Celestial permite que os nossos credores atenuem o rigor da cobrança, sempre que nos vejam oferecendo ao próximo necessitado aquilo que lhes devemos..."  Por que Adelino estaria ganhando tempo?
 Por força da lei de causa e efeito, quando o espírito adota práticas que violam as Leis Naturais, provoca uma desarmonia no Universo, não admitida pela Natureza, que reage a fim de corrigi-la. Esta reação se dá através de um magnetismo que ainda não compreendemos inteiramente e pode se dar por intermédio de enfermidades, de sofrimentos morais, de acidentes violentos ou de outras maneiras, sempre atendendo à natureza da falta cometida. O espírito, entretanto, pode atenuar as consequências do seu ato, desde que se transforme moralmente, passando a colocar em prática as leis divinas, que podem ser resumidas em "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", conforme nos ensinou Jesus. Praticando a lei de justiça, de amor e de caridade, o espírito pode modificar determinadas situações a que estaria predestinado por seu comportamento equivocado,  atenuando, pela prática cristã, as dores e os sofrimentos por que teria de passar para se reequilibrar perante a Lei Maior.
 No caso de Adelino, conforme relata André Luiz, cometeu ele inúmeros equívocos em sua última passagem terrena, enredando-se em bárbaro crime de homicídio contra seu pai, mediante incêndio provocado com o fim de levá-lo à morte. Criou em seu perispírito matrizes de violência, que ficaram nele gravadas e, cedo ou tarde, haveriam de produzir um efeito da mesma natureza da falta cometida. Entretanto, como transformou-se moralmente, dispondo-se a trabalhar pelo próximo na reencarnação seguinte, o rigor da lei de causa e efeito foi atenuado, embora esta não tenha deixado de se fazer cumprir. Com isso, abreviou o tempo de expiação, liberando-se do resgate e podendo retomar o caminho da evolução mais rapidamente, daí a afirmação do Assistente no sentido de que estaria ganhando tempo. Como explicou Silas: "Como é fácil reconhecer, nosso irmão, através da responsabilidade espírita-cristã, corretamente sentida e vivida, conquistou a felicidade de reencontrar os laços do pretérito criminoso para o necessário reajuste, ao passo que, se houvesse desertado da luta pela irreflexão da companheira ou se tivesse cerrado a porta do coração a dois meninos infelizes, teria adiado para futuros séculos o nobre trabalho que está fazendo agora...".

6.  Por que Adelino nasceu com o problema da eczema na pele?
Conforme vimos em respostas anteriores, Adelino expiava antigo crime, em que provocara a morte do pai, queimado em incêndio por ele planejado. Sofria na própria pele, através da enfermidade que desde cedo lhe acometia, a mesma dor que ocasionara ao pai com seu tresloucado ato. Desencarnado, o pai passou a persegui-lo, sugestionando-lhe a mesma sensação de ser queimado, que acabou sendo gravada em seu perispírito e projetando-se no novo corpo em que reencarnou. No entanto, pelos méritos adquiridos, a enfermidade não tomou proporções que o impeçam de trabalhar, atenuada que foi pela sua opção pelo trabalho no bem.

7.  O que mais lhe chamou atenção neste capítulo?
A grande lição do capítulo, ao nosso ver, é a demonstração de que a misericórdia divina sempre se faz presente, por mais grave que seja o equívoco cometido pelo espírito, dando-nos a oportunidade do reajuste através do trabalho, do amor e não somente pela via da dor. Adelino, embora padecendo de dolorosa enfermidade, teve a expiação atenuada, face à transformação moral a que se submeteu na vida espiritual.   



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