AOS QUASE SUICIDAS
Emmanuel
Sim. É a dor
fulminativa, a dor largamente suportada, aquela que se te acumulou no coração,
qual represa de fogo e fel, e aquela outra que sempre temeste e que chegou, por
fim, à maneira de tempestade, arrasando-te as forças. São elas, essas agonias
indizíveis, para as quais os dicionários humanos não te fornecem palavras
adequadas à necessária definição, que, muitas vezes, te fazem desejar a morte,
antes do momento em que a morte aparece a cada criatura terrestre, à feição de
anjo libertador.
Ainda assim,
compreendendo-te os ápices de angústia, em nome de todos aqueles que te amam,
aquém das fronteiras de cinza, dos quais te despediste na grande separação,
rogamos-te paciência e coragem.
Ergue-te,
acima dos escombros das próprias ilusões, e contempla os caminhos novos que a
Infinita Bondade de Deus te reserva.
Se amarguras
te azedaram os sonhos, espera pelo tempo cujos filtros não funcionam debalde;
se desenganos te buscaram, observa que ensinamentos te trazem; se dificuldades
repontaram da estrada, estuda com elas qual a melhor solução aos teus problemas
de paz e segurança; se provações surgiram, atribulando-te as horas, enumera as
lições de que se façam portadoras, em teu benefício; se prejuízos te
dilapidaram a existência, recorda que o trabalho nunca nos cerra as portas; e
se alguém te deixou a alma vazia de afeição, pensa no amor infinito que
sustenta o Universo, na certeza de que outras almas te virão ao encontro,
abençoando-te o dom de amar e de servir.
Nunca
esmoreças, ante as dificuldades que te surjam no caminho para a vanguarda.
Quando
estiveres a ponto de ceder à pior rendição de todas - aquela de recusar o dom
da vida - detém-te a refletir em Deus que te criou para a Sabedoria e para o
Amor. E Ele, cujo poder arranca a erva da semente sepultada no chão para o
esplendor solar, te arrebatará igualmente a qualquer tribulação, a fim de que
sobrepaires, além de todos os fracassos e de todas as crises, de modo a que
brilhes e avances para a frente, aprendendo e trabalhando, servindo e amando,
em plenitude de vida imperecível.
Do livro
"Mais Perto”
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