Conclusão do Capítulo 9 - Possessão
1) Todo aquele que sofre uma possessão é um médium?
Em
sentido amplo, todos somos médiuns, pois, como definiu Kardec no Livro dos
Médiuns, "todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos
Espíritos é, por esse fato, médium". Esta, portanto, é uma faculdade
inerente ao ser humano, pelo que, podem-se dizer, todos são, mais ou menos,
médiuns. Há pessoas, no entanto, em que esta faculdade se mostra bem
caracterizada e se manifesta de forma mais intensa, produzindo efeitos mais
claramente identificados. São estes que usualmente se denominam médiuns.
A
possessão, como uma influência espiritual negativa mais grave que a obsessão,
manifesta-se quando duas mentes em desequilíbrio se imantam pela força do ódio
recíproco e passam a atuar como se fossem uma só. O transe mediúnico, quando
isto acontece, está caracterizado, como esclarece a André Luiz o instrutor
Áulus.
2) Qualquer encarnado pode sofrer uma possessão?
Assim
como ocorre nos casos de obsessão, qualquer encarnado, desde que permita os
vínculos de sintonia que o liguem ao espírito possessor, pode ser vítima de uma
possessão.
3) Por que a magnetização do encarnado em tratamento
auxilia o possessor?
Conforme
explicou o instrutor Áulus, "salutares e renovadores pensamentos
assimilados pela dupla de sofredores em foco expressam melhoria e recuperação
para ambos, porque, na imantação recíproca em que se veem, as ideias de um
reagem sobre o outro, determinando alterações radicais." Assim, a atuação
magnética aplicada ao encarnado aproveita ao possuidor, operando em ambos os
seus efeitos.
4) Toda mediunidade se aflora sempre para o trabalho?
"Aparelhos
mediúnicos valiosos naturalmente não se improvisam", explicou Áulus. A
mediunidade é resultado de uma construção do espírito imortal ao longo de sua
existência, com esforço e sacrifício. Vindo à carne, o espírito dotado dessa
faculdade tem o livre-arbítrio para decidir o rumo que a ela dará. Uns a
utilizam para satisfazer seu orgulho, sua vaidade ou, até mesmo, suas
necessidades materiais. Outros, mais moralizados, empregam-na no trabalho em
favor do bem e do próximo necessitado. É a chamada "mediunidade com
Jesus". Para tanto, o médium deve se encontrar livre de qualquer vínculo
de compromisso com débitos adquiridos no passado.
5) Como devemos trabalhar a obsessão e a possessão em
médiuns?
Tratando do tema em "A Gênese", Allan Kardec
recomenda que os casos de obsessão devem ser tratados mediante a substituição
do fluido pernicioso, oriundo do obsessor, com que se acha impregnada a vítima,
por fluido sadio, que repelirá o fluido malsão, substituindo-o. É uma ação
idêntica à utilizada pelos médiuns curadores. Além dessa ação magnetizadora,
Kardec recomenda, também, que se atue sobre o obsessor através da doutrinação,
feita com firmeza e autoridade moral, buscando convencê-lo a renunciar aos seus
maus desígnios.
No caso de possessão, o trabalho deve ser no mesmo
sentido, acrescido, em ambas as hipóteses, da transformação moral da vítima e
do recurso da prece, que ajudará a ambos: ao obsessor ou possessor, a
compreender a necessidade de abandonar seus objetivos maléficos; ao obsediado
ou possuído, a proceder a sua reforma íntima.
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