Cocaína
É uma substância extraída de uma planta existente na
América do Sul, popularmente conhecida como coca (Erythroxylon coca).
Pode ser consumida na forma de um pó (cloridrato de
cocaína), aspirado ou dissolvido em água e injetado na corrente sanguínea, ou
sob a forma de uma base, que é fumada, o crack. Existe ainda a pasta de coca,
um produto menos purificado, que também pode ser fumado, conhecido como merla.
Mecanismo
de ação no SNC
Seu mecanismo de ação no SNC é muito semelhante ao das
anfetaminas, mas a cocaína atua ainda sobre um terceiro neurotransmissor, a
serotonina, além da noradrenalina e da dopamina.
A cocaína apresenta também propriedades de anestésico
local que independem de sua atuação no cérebro.
Essa era no passado uma das indicações de uso médico
da substância, hoje obsoleta.
Seus efeitos têm início rápido e duração breve. No
entanto, são mais intensos e fugazes quando a via de utilização é a intravenosa
ou quando o indivíduo utiliza o crack.
Efeitos
do uso da cocaína:
sensação
intensa de euforia e poder;
estado
de excitação;
hiperatividade;
insônia;
falta
de apetite;
perda
da sensação de cansaço.
Tolerância
e abstinência
Apesar de não serem descritas nem tolerância, nem
síndrome de abstinência inequívoca, observa-se frequentemente o aumento
progressivo das doses consumidas.
Particularmente no caso do crack, os indivíduos
desenvolvem dependência severa rapidamente, muitas vezes em poucos meses ou
mesmo algumas semanas de uso.
Com doses maiores, observam-se outros efeitos como
irritabilidade, agressividade e até delírios e alucinações, que caracterizam um
verdadeiro estado psicótico, a psicose cocaínica. Também podem ser observados
aumento da temperatura e convulsões, frequentemente de difícil tratamento, que
podem levar à morte se esses sintomas forem prolongados. Ocorrem ainda
dilatação pupilar, elevação da pressão arterial e taquicardia (os efeitos podem
levar até a parada cardíaca por fibrilação ventricular, uma das possíveis
causas de morte por superdosagem).
Fator
de risco de infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC)
Mais recentemente e de modo cada vez mais frequente,
têm-se verificado alterações persistentes na circulação cerebral em indivíduos
dependentes de cocaína. Existem evidências de que a cocaína seja um fator de risco
para o desenvolvimento de infartos do miocárdio e acidentes vasculares
cerebrais – (AVCs) em indivíduos relativamente jovens. Um processo de
degeneração irreversível da musculatura (rabdomíolise) em usuários crônicos de
cocaína também já foi descrito.
Curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de
Escolas Públicas. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Ministério da
Educação – 6.e.d., atual – Brasília : Ministério da Justiça, 2014.
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