SÉTIMA PARTE
A CONQUISTA DO SELF
A Conquista do Self
Todos
necessitamos de viajar para dentro, a fim de nos descobrirmos, desidentificando-nos
daquilo que nos oculta aos outros e a nós próprios.
Retraídos,
em atitude defensiva, por falso apoio de raciocínios incompletos, preferimos
não permitir que pessoa alguma volte a magoar-nos, como outras já o fizeram no
passado.
Colecionamos,
desse modo, ressentimentos e temores que nos levam a um comportamento de auto
piedade, marchando para um estado patológico de autodestruição.
Um
enfrentamento consciente com nossas mágoas irá demonstrar-nos que elas não são
verdadeiras, nem têm sentido, sendo fruto da imaturidade e da presunção do ego
que se atribui merecimentos que não tem.
Normalmente,
o que consideramos desrespeito dos outros em relação a nós, resulta de nossa
óptica equivocada ao observar os fatos, de precipitação ou mesmo de certo grau
de paranoia.
Constituído
por estímulos, o nosso relacionamento é malsucedido, porque não sabemos
produzir o encontro, quando nos acercamos de alguém.
Evitando
abrir-nos à relação, permanecemos suspeitosos e a nossa estimulação é negativa,
provocando uma resposta de rejeição.
Em
processo de mudanças constantes, as pessoas são imprevisíveis, o que é muito
bom, pois que esse fenômeno proporciona novos descobrimentos e correções de
conceitos.
Quando
nos apresentamos a alguém com sinceridade, esse alguém se nos desvela com
fidelidade. Um estímulo revigorante e dignificador provoca uma correspondência
equivalente.
Ao nos
darmos a alguém, conhecido ou não, ofertamos uma parte, algo valioso de nós.
Se a
outra pessoa não souber responder, não há problema para nós, porque
verdadeiramente somos o que expressamos, de que nos não podemos arrepender, nem
nos devemos sentir magoados.
Aceitar
o mau humor alheio é sintonizar com ele, permitir que nos digam e imponham como
devemos agir e nos comportar.
A nossa
contribuição à sociedade é preservar-lhe a saúde na forma do inter-relacionamento
pessoal, educando os rudes e medicando os enfermos, os antissociais.
A mágoa
é consequência da imaturidade psicológica e a atitude retraída, desconfiada,
resulta de predominância da nossa natureza animal sobre a natureza espiritual.
A
conquista do self com todos os seus atributos e possibilidades constitui a meta
primordial da existência terrena, em cuja busca devemos investir todo o potencial
humano, emocional, moral, intelectual.
Considerando-nos
em constante processo de crescimento, que decorre das experiências vividas e
dos conhecimentos hauridos, a nossa busca do ser espiritual que somos,
torna-se-nos imprescindível.
A
vigilância em torno das armadilhas do ego, hábil disfarçador de propósitos,
constitui-nos um motivo para superá-lo, a fim de fruirmos felicidade real.
Nesse
sentido, a desidentificação dos apegos e paixões surge como passo decisivo no
programa de libertação. Para o desiderato, o amor-próprio deve ser revisto, a
fim de ser substituído pelo auto amor profundo, sem resquícios egoísticos,
geradores do personalismo doentio que nos leva a conflitos perfeitamente evitáveis.
A
reencarnação tem como objetivo a autoconquista, que propicia a realização
intelecto-moral recomendada por Allan Kardec como indispensável à sabedoria,
que sintetiza a aquisição do conhecimento com o amor.
Quando
essa meta não é alcançada, reencarna-se o ser e desencarna para retornar, em
verdadeira roda de samsara, até quando as Leis estabelecem expiações
lenificadoras que interrompem o círculo vicioso, para fomentar o progresso.
Surge o
imperativo da dor em lugar do amor, expressão inevitável para o progresso
constante dos Estatutos Divinos.
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