Capítulo XIII -
Itens 7 e 8
Convidar os pobres e
os estropiados
Dar sem esperar retribuição
Disse também àquele
que o convidara: Quando derdes um jantar ou uma ceia, não convideis nem os
vossos amigos, nem os vossos irmãos, nem os vossos parentes, nem os vossos
vizinhos que forem ricos, para que em seguida não vos convidem a seu turno e
assim retribuam o que de vós receberam. - Quando derdes um festim, convidai
para ele os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos. - E sereis ditosos por
não terem eles meios de vo-lo retribuir, pois isso será retribuído na
ressurreição dos justos.
Um dos que se
achavam à mesa, ouvindo essas palavras, disse-lhe: Feliz do que comer do pão no
reino de Deus! (S. LUCAS, cap.
XIV, vv. 12 a 15.)
"Quando derdes um festim, disse Jesus, não convideis para ele
os vossos amigos, mas os pobres e os estropiados." Estas palavras,
absurdas, se tomadas ao pé da letra, são sublimes, se lhes buscarmos o
espírito. Não é possível que Jesus haja pretendido que, em vez de seus amigos,
alguém reúna à sua mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre
figurada e, para os homens incapazes de apanhar os delicados matizes do
pensamento, precisava servir-se de imagens fortes, que produzissem o efeito de
um colorido vivo. O âmago do seu pensamento se revela nesta proposição: "E
sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir." Quer dizer
que não se deve fazer o bem tendo em vista uma retribuição, mas tão-só pelo
prazer de o praticar. Usando de uma comparação vibrante, disse: Convidai para
os vossos festins os pobres, pois sabeis que eles nada vos podem retribuir. Por
festins deveis entender, não os repastos propriamente ditos, mas a participação
na abundância de que desfrutais.
Todavia, aquela advertência também pode ser aplicada em sentido
mais literal. Quantos não convidam para suas mesas apenas os que podem, como
eles dizem, fazer-lhes honra, ou, a seu turno, convidá-los! Outros, ao
contrário, encontram satisfação em receber os parentes e amigos menos felizes.
Ora, quem não os conta entre os seus? Dessa forma, grande serviço, às vezes, se
lhes presta, sem que o pareça. Aqueles, sem irem recrutar os cegos e os
estropiados, praticam a máxima de Jesus, se o fazem por benevolência, sem
ostentação, e sabem dissimular o benefício, por meio de uma sincera
cordialidade.
Questões para estudo
1 - Quem são os pobres e estropiados referidos no texto?
2 - Como deve ser a atitude do cristão, quando auxilia o irmão
necessitado?
3 - Como exercitar esta lição em nossa vivência diária?
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