Conclusão do Capítulo 12 - Dívida agravada
1 -
Leia o trecho e responda:
"Quase todos os irmãos que se congregam nesta
praça trazem mutilações que a perversidade lhes impôs ou são portadores de
sentimentos tigrinos que petições comoventes mal encobrem. E, com semelhantes
disposições, não resistem ao impacto da claridade dominante, dosada em fotônios
específicos a se caracterizarem por determinado teor eletromagnético,
indispensável à garantia de nossa casa.
Muitos de nossos irmãos, aqui desarvorados, clamam,
com a boca, que anseiam pelas vantagens da prece, na intimidade do santuário;
no entanto, por dentro, lá estimariam tripudiar sobre o nome sublime de nosso
Pai Celeste, no culto à ironia e à blasfêmia. Para que não tumultuem a
atmosfera divina que nos cabe oferecer à oração pura e reconfortante,
recomendam nossos orientadores que a luz permaneça graduada contra distúrbios e
prejuízos, facilmente evitáveis."
1.1 - O
que podemos dizer de mais este requisito para entrar na colônia?
O socorro do Alto sempre se faz presente, mas é
preciso que o espírito esteja em condições de recebê-lo. No caso do Templo
existente em anexo à Mansão Paz, Silas explica que o local é dominado por
intensa claridade que provém do teor eletromagnético dos mecanismos de proteção
da Casa. Os espíritos encontrados no pátio externo ao Templo identificam-se
pela baixa sintonia vibratória que frequentam e habitam regiões de sofrimento
do plano espiritual. Psiquicamente enfermos, encontram- -se em tal grau de
demência que, se penetrassem no recinto, conforme explicação de Silas, não
saberiam respeitar o local e iriam se entregar à ironia e à blasfêmia,
imprecando contra Deus. Para que possa obter os benefícios que a oração sincera
e sentida proporciona é preciso que o espírito esteja apto a recebê-los,
percebendo que o sofrimento a que está entregue é consequência de sua própria
semeadura e que a única forma de superação é a aceitação do flagelo sem
rebelião e desespero, confiando na Justiça Divina e buscando a renovação
necessária ao seu soerguimento.
1.2 -
Estão estes espíritos acostumados com a trevas, a presença de luz deverá ser
dosada aos poucos?
Os espíritos em questão, como dissemos, encontram-se,
psiquicamente, gravemente enfermos, com seus corpos espirituais mutilados pelas
perversidades a que se dedicaram e nutrindo sentimentos de natureza inferior,
conforme a descrição de André Luiz. Em tais condições, segundo explica Silas,
não resistiriam ao impacto da claridade dominante no interior do Templo, o que
viria aumentar-lhes o sofrimento. A luz divina não lhes será negada. Porém,
será concedida à proporção da melhora de seus estados psíquicos.
1.3 -
Será que a emanação deles poderia atrapalhar a emissão de luz na colônia,
causando algum tipo de interferência?
Sem dúvida, a presença desses espíritos no ambiente da
Instituição iria causar algum prejuízo à psicosfera reinante no local. Com suas
vibrações totalmente eivadas de ódio, rancor e desejos de praticar o mal, se
admitidos ao seu interior, poderia destruir todo o trabalho até então realizado
em favor da recuperações dos que lá são atendidos, levanto a Mansão ao
descrédito perante os que nela confiam.
2 -
Para impedir o suicídio de Marina, Silas lhe sugeriu fazer uma prece.
2.1
- Como estas sugestões chegam até a
assimilação do nosso cérebro, causando no caso de Marina o impedimento da
conclusão do ato?
Conforme
explica Allan Kardec, em "A Gênese", não há espaço vazio no Universo.
Onde imaginamos que nada existe, o espaço é ocupado pelo fluido cósmico
universal em suas múltiplas variações. Vivemos, pois, mergulhados num mar de
fluidos, que funcionam como veículo do pensamento, propagando-o através do
espaço. Assim, o pensamento, tanto dos encarnados, como dos desencarnados, toma
forma e ganha o espaço, através do fluido universal, que lhe serve de veículo
condutor. É dessa maneira que os pensamentos são conduzidos ao seu destino. O
nosso perispírito é constituído de matéria idêntica a dos fluidos espirituais,
de onde o espírito retira seus elementos constitutivos. Sendo da mesma natureza
dos fluidos espirituais, o perispírito não permanece encerrado no corpo físico,
irradiando ao seu redor e o envolvendo numa espécie de atmosfera fluídica. É
dessa maneira que os nossos pensamentos e os pensamentos dos espíritos atuam
sobre os fluidos espirituais, recebendo e emitindo vibrações, numa troca
constante de energias. Assimilado pelo perispírito, este os repassa, por
intermédio do sistema nervoso, que lhes serve de fio condutor, ao organismo
físico, que tem no cérebro o seu órgão destinado a esta função.
2.2
- Por que os demais suicídios que são
cometidos todos os dias no mundo todo não seriam pelo menos em grande parte
evitados? O que fez o caso de Marina merecer atenção especial?
A
questão 459 do Livro dos Espíritos informa que os espíritos nos influem muito
mais do que imaginamos e que, em geral, são eles que nos dirigem. Em muitos
casos, os benfeitores espirituais atuam decisivamente no sentido de evitar que
o suicídio se efetive e o conseguem. Porém, é preciso entender que o espírito
tem livre-arbítrio e nem sempre é receptivo às sugestões que o plano espiritual
tenta inspirar. Marina recebeu um atenção especial dos benfeitores por
intercessão de sua mãe, que, em desespero, o auxílio de Silas, a quem conhecia.
2.3
- O que facilitou a assimilação da
mensagem enviada por Silas para Marina?
O
principal fator que contribuiu para que a mensagem de Silas fosse assimilada
por Marina foi a sua própria ascendência espiritual em relação a ela.
Falando-lhe com voz segura, como relata André Luiz, sugeriu-lhe que, antes de
perpetrar o ato que a levaria à morte física, ela fizesse uma prece.
Dedicando-se a uma prece sincera e sentida, Marina mudou completamente a atmosfera
espiritual em torno de si, tornando-se mais receptiva às sugestões que lhe eram
intuídas por Silas.
3
- Gostaria que vocês comentassem sobre a
parte da história de Marina onde recusou ajudar a irmã Zilda, onde acabou recebendo
a mesma tarefa posteriormente mas com um adicional de cometimentos que foi
gerado pelo ato suicida. O que vocês acham desta parte que narra mais um
episódio da reencarnação?
No livro
"O Céu e o Inferno", Allan Kardec faz um importante estudo sobre as
penas futuras, no qual expõe a visão do Espiritismo acerca do futuro da alma.
Explica o Codificador que o arrependimento, a expiação e a reparação constituem
as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta cometida e sua
consequências. A reparação, prossegue Kardec, "consiste em fazer o bem
àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa
existência, por fraqueza ou má-vontade, achar-se-á numa existência ulterior em
contato com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em condições voluntariamente
escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem
quanto mal lhes tenha feito". Isto explica as reencarnações de Marina e
Zilda no mesmo ambiente familiar, nas posições de mãe e filha.
Tendo levado
Zilda, em existência pretérita, à prática de leviandades que a conduziram a um
estado de demência após a sua desencarnação, Marina reencarnou como sua irmã
mais velha, com o propósito de tutelá-la naquela jornada reparatória.
Sucumbindo aos sentidos materiais, proporcionou nova queda moral da irmã, que
se deixou levar ao suicídio. Sendo a reparação uma condição necessária para
apagar os efeitos das faltas do passado, a misericórdia divina favoreceu-lhes
com nova oportunidade de reajuste, vindo Zilda com graves enfermidades no corpo
material, que a impedem de exercer plenamente suas faculdades físicas e
intelectuais. Marina, que contribuiu para que Zilda contraísse os graves
débitos que estão a exigir reparação, reencarnou como sua mãe, a quem incumbe
auxiliar a vencer a provação, reparando, também, seus equívocos do passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário