quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Conclusão do Capítulo 12 - Dívida agravada

1 - Leia o trecho e responda:
"Quase todos os irmãos que se congregam nesta praça trazem mutilações que a perversidade lhes impôs ou são portadores de sentimentos tigrinos que petições comoventes mal encobrem. E, com semelhantes disposições, não resistem ao impacto da claridade dominante, dosada em fotônios específicos a se caracterizarem por determinado teor eletromagnético, indispensável à garantia de nossa casa.
Muitos de nossos irmãos, aqui desarvorados, clamam, com a boca, que anseiam pelas vantagens da prece, na intimidade do santuário; no entanto, por dentro, lá estimariam tripudiar sobre o nome sublime de nosso Pai Celeste, no culto à ironia e à blasfêmia. Para que não tumultuem a atmosfera divina que nos cabe oferecer à oração pura e reconfortante, recomendam nossos orientadores que a luz permaneça graduada contra distúrbios e prejuízos, facilmente evitáveis."               
1.1 - O que podemos dizer de mais este requisito para entrar na colônia?
O socorro do Alto sempre se faz presente, mas é preciso que o espírito esteja em condições de recebê-lo. No caso do Templo existente em anexo à Mansão Paz, Silas explica que o local é dominado por intensa claridade que provém do teor eletromagnético dos mecanismos de proteção da Casa. Os espíritos encontrados no pátio externo ao Templo identificam-se pela baixa sintonia vibratória que frequentam e habitam regiões de sofrimento do plano espiritual. Psiquicamente enfermos, encontram- -se em tal grau de demência que, se penetrassem no recinto, conforme explicação de Silas, não saberiam respeitar o local e iriam se entregar à ironia e à blasfêmia, imprecando contra Deus. Para que possa obter os benefícios que a oração sincera e sentida proporciona é preciso que o espírito esteja apto a recebê-los, percebendo que o sofrimento a que está entregue é consequência de sua própria semeadura e que a única forma de superação é a aceitação do flagelo sem rebelião e desespero, confiando na Justiça Divina e buscando a renovação necessária ao seu soerguimento.

1.2 - Estão estes espíritos acostumados com a trevas, a presença de luz deverá ser dosada aos poucos?
Os espíritos em questão, como dissemos, encontram-se, psiquicamente, gravemente enfermos, com seus corpos espirituais mutilados pelas perversidades a que se dedicaram e nutrindo sentimentos de natureza inferior, conforme a descrição de André Luiz. Em tais condições, segundo explica Silas, não resistiriam ao impacto da claridade dominante no interior do Templo, o que viria aumentar-lhes o sofrimento. A luz divina não lhes será negada. Porém, será concedida à proporção da melhora de seus estados psíquicos.

1.3 - Será que a emanação deles poderia atrapalhar a emissão de luz na colônia, causando algum tipo de interferência?
Sem dúvida, a presença desses espíritos no ambiente da Instituição iria causar algum prejuízo à psicosfera reinante no local. Com suas vibrações totalmente eivadas de ódio, rancor e desejos de praticar o mal, se admitidos ao seu interior, poderia destruir todo o trabalho até então realizado em favor da recuperações dos que lá são atendidos, levanto a Mansão ao descrédito perante os que nela confiam.

2 - Para impedir o suicídio de Marina, Silas lhe sugeriu fazer uma prece.
2.1 -  Como estas sugestões chegam até a assimilação do nosso cérebro, causando no caso de Marina o impedimento da conclusão do ato?
 Conforme explica Allan Kardec, em "A Gênese", não há espaço vazio no Universo. Onde imaginamos que nada existe, o espaço é ocupado pelo fluido cósmico universal em suas múltiplas variações. Vivemos, pois, mergulhados num mar de fluidos, que funcionam como veículo do pensamento, propagando-o através do espaço. Assim, o pensamento, tanto dos encarnados, como dos desencarnados, toma forma e ganha o espaço, através do fluido universal, que lhe serve de veículo condutor. É dessa maneira que os pensamentos são conduzidos ao seu destino. O nosso perispírito é constituído de matéria idêntica a dos fluidos espirituais, de onde o espírito retira seus elementos constitutivos. Sendo da mesma natureza dos fluidos espirituais, o perispírito não permanece encerrado no corpo físico, irradiando ao seu redor e o envolvendo numa espécie de atmosfera fluídica. É dessa maneira que os nossos pensamentos e os pensamentos dos espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, recebendo e emitindo vibrações, numa troca constante de energias. Assimilado pelo perispírito, este os repassa, por intermédio do sistema nervoso, que lhes serve de fio condutor, ao organismo físico, que tem no cérebro o seu órgão destinado a esta função.

2.2 -  Por que os demais suicídios que são cometidos todos os dias no mundo todo não seriam pelo menos em grande parte evitados? O que fez o caso de Marina merecer atenção especial?
 A questão 459 do Livro dos Espíritos informa que os espíritos nos influem muito mais do que imaginamos e que, em geral, são eles que nos dirigem. Em muitos casos, os benfeitores espirituais atuam decisivamente no sentido de evitar que o suicídio se efetive e o conseguem. Porém, é preciso entender que o espírito tem livre-arbítrio e nem sempre é receptivo às sugestões que o plano espiritual tenta inspirar. Marina recebeu um atenção especial dos benfeitores por intercessão de sua mãe, que, em desespero, o auxílio de Silas, a quem conhecia.

2.3 -  O que facilitou a assimilação da mensagem enviada por Silas para Marina?
 O principal fator que contribuiu para que a mensagem de Silas fosse assimilada por Marina foi a sua própria ascendência espiritual em relação a ela. Falando-lhe com voz segura, como relata André Luiz, sugeriu-lhe que, antes de perpetrar o ato que a levaria à morte física, ela fizesse uma prece. Dedicando-se a uma prece sincera e sentida, Marina mudou completamente a atmosfera espiritual em torno de si, tornando-se mais receptiva às sugestões que lhe eram intuídas por Silas.

3 -  Gostaria que vocês comentassem sobre a parte da história de Marina onde recusou ajudar a irmã Zilda, onde acabou recebendo a mesma tarefa posteriormente mas com um adicional de cometimentos que foi gerado pelo ato suicida. O que vocês acham desta parte que narra mais um episódio da reencarnação?
 No livro "O Céu e o Inferno", Allan Kardec faz um importante estudo sobre as penas futuras, no qual expõe a visão do Espiritismo acerca do futuro da alma. Explica o Codificador que o arrependimento, a expiação e a reparação constituem as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta cometida e sua consequências. A reparação, prossegue Kardec, "consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má-vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contato com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito". Isto explica as reencarnações de Marina e Zilda no mesmo ambiente familiar, nas posições de mãe e filha.
 Tendo levado Zilda, em existência pretérita, à prática de leviandades que a conduziram a um estado de demência após a sua desencarnação, Marina reencarnou como sua irmã mais velha, com o propósito de tutelá-la naquela jornada reparatória. Sucumbindo aos sentidos materiais, proporcionou nova queda moral da irmã, que se deixou levar ao suicídio. Sendo a reparação uma condição necessária para apagar os efeitos das faltas do passado, a misericórdia divina favoreceu-lhes com nova oportunidade de reajuste, vindo Zilda com graves enfermidades no corpo material, que a impedem de exercer plenamente suas faculdades físicas e intelectuais. Marina, que contribuiu para que Zilda contraísse os graves débitos que estão a exigir reparação, reencarnou como sua mãe, a quem incumbe auxiliar a vencer a provação, reparando, também, seus equívocos do passado.


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