DUELOS
Emmanuel
Realmente, a
civilização baniu o duelo das praças públicas e não mais vemos espadas
desembainhadas, suscitando aflição, ferimento e morte.
Os códigos
evoluídos reprimem hoje, nos povos mais cultos, semelhantes manifestações da
animalidade e selvageria.
Entretanto, se
as lâminas repousam ensarilhadas, não ocorre o mesmo com os dardos envenenados
da vida mental.
Muitas vezes,
arremessamos raios de perturbação e indisciplina, angústia e destruição para
todos os ângulos da estrada em que a nossa vida se movimenta.
São os
pensamentos desvairados do psiquismo deprimente.
Não raro,
arrojamo-los, sem piedade, para quantos nos desatendem ao egoísmo.
Enviamo-los
aos parentes que não se afinam com as nossas maneiras e concepções.
Projetamo-los
sobre aqueles com quem não edificamos ainda os alicerces da simpatia.
Detonamo-los
contra as pessoas que não nos aceitam os padrões de vivência e trabalho.
E, nessa
provocação permanente, perante as inteligências desiguais que nos cercam,
improvisamos e permutamos males e enfermidades, problemas e obstáculos que,
indubitavelmente, se voltam depois contra nós.
Em razão
disso, a vida na Terra ainda se encontra muito distante do roteiro de harmonia
e de amor que o Céu espera de nossa conduta vulgar.
De quando a
quando, guerras civis e internacionais são as crises nevrálgicas dos nossos
duelos cronificados do pensamento intemperante e insubmisso.
Mas, assim
como as convenções impuseram o repouso da espada entre amigos, na obra da
civilização, o Evangelho consolidará o serviço legítimo da educação espiritual,
em cuja grandeza aprendemos a ver circunstâncias e pessoas, no lugar que lhes
compete, encontrando a verdadeira felicidade no dever de servir com Aquele que,
pelo Reino do Amor, não hesitou em aceitar o sacrifício e a cruz por normas de
aquisição da paz inextinguível.
Do livro
“Canais da Vida”
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