quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Conclusão do Capítulo 9 - A HISTÓRIA DE SILAS

1) Comentar sobre a máxima: "ajudai aos vossos inimigos". 
 R - "Ajudai aos vossos inimigos" é um desdobramento da máxima deixada por Jesus: "Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam...". Os obsessores a quem o assistente Silas se dirigia tinham o coração, endurecido, cheio de ódio e de desejo de vingança. Falar em amor, naquele momento, resultaria inútil e frustraria a tentativa de operar uma mudança em seus sentimentos. Habilmente, Silas falou em "ajudar os inimigos", tocando diretamente no desejo dos obsessores de cobrarem do obsedado. Como explicou Silas, esta máxima deveria ser entendida como uma ação no sentido de ajudar os inimigos para que eles possam pagar as dívidas, restaurando o equilíbrio da vida e beneficiando ambas as partes com a paz.

2) Faça um paralelo, respectivamente, entre as ações e as reações comentadas no capítulo, em especial sobre a história de Silas.
 R - A história de Silas nos dá um exemplo bastante significativo da atuação da lei de ação e reação. Em sua última existência terrena, Silas foi o causador do drama que culminou no homicídio praticado por seu pai, eliminando a esposa da vida física, via envenenamento e desencarnando em seguida, após terrível sofrimento que não conseguiu suportar, condenado por sua consciência e acicatado pelo remorso. Silas, por sua vez, também não conseguiu desembaraçar-se da condenação que lhe impunha a consciência, padecendo sob o martírio de tardio arrependimento. Num resultado lógico da incidência da lei de ação e reação, que, neste caso, incidiu naquela mesma encarnação, veio a falecer do mesmo modo que a madrasta, através do envenenamento involuntário de que foi vítima. A madrasta, por sua vez, também não era inocente, até porque não existe vítimas inocentes. Trazia em si as marcas da traição ao marido, que deu ensejo à reação deste, envenenando-a. A atuação da lei de causa e efeito é conduzida por um magnetismo automático, que ainda não estamos capacitados para compreender em toda a sua inteireza, mas que, por ser determinação divina, não deixa de se fazer valer. Com seu procedimento, Silas causou um desequilíbrio na vida cósmica, que deve se pautar pelo amor e pela justiça. Não admitindo desequilíbrio no Cosmo, a Natureza reagiu, recompondo o equilíbrio por meio do dispositivo mecânico da lei de ação e reação.

3) O que dizer da morte corpórea de Silas ser muito parecida com a da madrasta?
 R - Como dissemos acima, a morte de Silas por envenenamento, de modo idêntico ao que pereceu a vítima de sua trama, foi resultado do mecanismo da lei de ação e reação por ele acionado, ao executar o plano levado a efeito para se apoderar sozinho dos bens deixados pelo pai. Ensinam os Espíritos, que cada um é punido naquilo em que errou e Silas recebeu a reação de seu ato criminoso.

4) Silas cometeu grandes erros em sua existência passada. No entanto, ocupa um cargo de responsabilidade dentro da Mansão. O que isso significa?
R - Certamente, Silas não chegou a este posto por acaso nem sem merecimento. Se ocupa o cargo de assistente naquela casa de recuperação, é porque progrediu na erraticidade. Conscientizou-se dos equívocos cometidos em sua última passagem terrena e manifestou sincero arrependimento, demonstrando o desejo de transformação. Buscou, assim, o seu melhoramento, merecendo dos dirigentes espirituais a oportunidade de iniciar o processo de recuperação ainda no mundo espiritual, através do trabalho em favor dos sofredores que eram recebidos naquela Instituição.

5) Explique por que Aída não renascerá em um corpo sadio.                                                                                                                                                   
R - Ao contrário de Silas, Aída não iniciara o seu processo de transformação. Encontrava-se psiquicamente ligada às regiões das trevas, conforme relato de Silas, adquirindo psicoses que lesionaram seu períspirito e que se refletirão mais tarde no novo corpo em que retornará à carne, em forma de estranhas enfermidades mentais. Como parte da reparação do erro do passado, Silas renascerá num corpo sadio, na qualidade de seu irmão consanguíneo, no mesmo lar, a quem servirá como enfermeiro, médico, companheiro e amigo, auxiliando-a a também resgatar o débito contraído.

6) Poderíamos afirmar, pelo relato, que Silas sofria sério processo obsessivo?
Não podemos concluir do relato de Silas que ele tivesse agido sob a influência de algum espírito obsessor. Conforme ele conta ao iniciar o relato de sua história, encontrava-se seduzido pelo dinheiro e governado pela paixão da posse e pelo apego aos bens materiais. Eram, portanto, imperfeições geradas por ele próprio, provavelmente trazidas de outras passagens, sem a interferência de espírito obsessor. Para acumular fortuna, enveredou pelo crime, utilizando o livre-arbítrio de que todos somos dotados. Porém, é claro que, quando escolhemos percorrer este caminho, estamos nos sintonizando e, em consequência, atraindo para nossa companhia espíritos de baixo nível evolutivo, que igualmente nutrem paixões de natureza inferior e que irão potencializar as nossas imperfeições. A influência desses espíritos, explorando os nossos vícios e imperfeições, sem dúvida, irá dificultar a nossa mudança, pois tudo farão para permaneçamos no erro com o qual têm afinidade e dos quais se utilizam para satisfazer seus desejos de vingança.

                                                              QUESTÕES COMPLEMENTARES

a) A lei de ação e reação é "inevitável". De uma forma semelhante iremos vivenciar fatos e situações pelas quais fizemos outrem o fazer, incluindo aqui também a situação narrada de morte semelhante?
 R - Sem dúvida, o dispositivo da lei de ação e reação é inevitável, pois ela atua mecanicamente como uma forma de restabelecer o equilíbrio que deve reinar no Cosmo e que foi quebrado pela ação do espírito contrariando as Leis Naturais. A morte da mesma maneira com que se provocou a de outro foi ensinada por Jesus, quando advertiu Pedro, que reagira à sua prisão puxando a espada e ferindo um dos servos do sumo sacerdote que o prendia: "embainha a tua espada, porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.”.

b) Os erros e equívocos passados podem ser utilizados para nossa própria evolução? O exemplo de Silas é algo assim: ele cometeu erros, deles tomou consciência, o que gerou o arrependimento e o consequente trabalho em busca de seu melhoramento. E seu próprio erro foi colocado a serviço da "recuperação “dos obsessores de Luís.
 O erro pode servir como um instrumento para o despertamento do espírito. A consciência, onde encontram-se escritas as Leis de Deus, é quem nos aponta o erro, bastando que estejamos dispostos a aceitar o seu julgamento, fazendo daí o ponto de partida para o arrependimento, a expiação e a reparação que nos recolocará no caminho da evolução.

c) Quando Silas comenta sobre os planos de futura reencarnação, podemos inserir aí a questão da escolha das provas?
Vemos pelo relato de Silas que a sua reencarnação dar-se-á obedecendo a uma programação previamente elaborada, na qual está previsto o seu retorno ao mesmo lar das personagens que participaram do drama do passado. Silas, como vimos, evoluiu na erraticidade e, assim, credenciou-se, com o mérito adquirido pelo trabalho, a escolher as provas às quais se submeterá no retorno ao mundo físico.

d) Fiquei pensando aqui: Silas teve o mesmo motivo de desencarne que Aída, então qual o motivo dos diferentes projetos para a reencarnação: onde Silas nascerá são e Aída com problemas de saúde? Não seria natural que ambos tivessem o mesmo problema de saúde, já que as "mortes" foram semelhantes?
R - Respondido na questão número 5 acima.

e) nesta questão ainda fiquei refletindo sobre o que podemos chamar ou inferir das consequências de mortes por homicídios cometidos por terceiros ou por nós mesmos (suicídio) sobre nosso períspirito?                                                                                       

As reações em nosso períspirito são provocadas por nossas ações, pelos nossos sentimentos e pelos nossos pensamentos. A morte por homicídio não nos causa lesão perispiritual, posto que quem causou um desequilíbrio à Lei foi o homicida. Aquele que padece por homicídio, ao contrário, está purgando seu períspirito dos gravames que nele imprimiu por equívocos do passado. É o reequilíbrio do Lei. Na hipótese de suicídio é diferente. O suicida, este sim, grava em seu períspirito as matrizes da grave violação praticada contra as Leis Naturais, ao se furtar de passar pela prova ou expiação da vida física. No futuro, em próxima reencarnação, sofrerá no corpo físico os reflexos do períspirito danificado pelo ato do suicídio.

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