segunda-feira, 17 de agosto de 2015

SOCORRO  E  BENEVOLÊNCIA

Emmanuel
Socorro e benevolência!...
Curioso examinar como é fácil seguir o caminho da caridade até o meio;  tão fácil que o princípio dele é acessível a qualquer um.  Isso, porque, se o início das boas obras pode realizar-se através de impressões externas, a complementação deve ser feita no cerne da vida íntima.
Mobilizaremos recursos materiais, diminuindo o infortúnio de companheiros que a penúria vergasta;  no entanto, a fim de aprendermos as lições da bondade, é forçoso lhes saibamos doar, tanto quanto possível, esforço e presença pessoal, na solução dos problemas que lhes digam respeito.
Partilharemos dissabores e aflições dos vizinhos, especialmente quando a própria tranquilidade nos permita articular bons conselhos, mas, para que o nosso testemunho de fraternidade seja completo, cabe-nos regozijar-nos sinceramente quando se mostram felizes, sem qualquer necessidade de nosso auxílio.
Estimaremos a prestação de gentileza às pessoas que se nos façam atraentes pela humildade que evidenciem;  contudo, é forçoso sustentar o mesmo concurso afetivo junto daqueles que a revolta e a obsessão nos apresentem como sendo criaturas menos simpáticas.
Alegrar-nos-emos com as tarefas da assistência social quando vantagens diversas nos assegurem a euforia de corpo e alma;  entretanto, para demonstrarmos compreensão de solidariedade real, é preciso saber olvidar enxaqueca e desgosto, a fim de sorrir encorajando os irmãos em lidas expiatórias.
Caridade, indiscutivelmente, é a senda do amor;  contudo, para alcançar a vitória espiritual a que ela nos guia, é necessário trilhá-la dos júbilos do começo às dificuldades do fim.

Do livro “Encontro marcado”


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