Conclusão
do Capítulo 10 - Entendimento
1. Qual o
objetivo de Silas na dedicação ao trabalho a que se dispunha na
espiritualidade?
O trabalho de socorro a enfermos ao qual o
assistente Silas se dedicava no mundo espiritual visava credenciá-lo à
reconquista da oportunidade de servir como médico na futura reencarnação.
Conforme vimos no capítulo anterior, Silas abdicou dos deveres que abraçara em
sua última passagem pela Terra, na carreira médica, que nunca exerceu
efetivamente. Para se fazer merecedor de nova chance, dedicava-se a ajudar
espontaneamente os sofredores das esferas inferiores, recuperando-se da queda
moral que experimentara e amealhando valores morais que aumentarão a simpatia
da Bênção Divina em favor da nova empreitada. Através da sua dedicação estava
criando condições de ser ajudado futuramente, através da sustentação dos amigos
desencarnados que o amparariam do Plano Espiritual.
2. Qual a
relação deste trabalho com a Lei da Ação e Reação?
Sabemos que a remição do espírito somente se
completa com a reparação do mal. Não basta o arrependimento, que é importante,
mas que é apenas o primeiro passo para a retificação, nem a expiação, que é o
passo seguinte. É indispensável que se repare o mal ocasionado a terceiros.
Silas iniciara, já no plano espiritual, a preparação para que, ao retornar à
carne, encontre um ambiente favorável às provações retificadores por que
passará. Além disso, através do trabalho
e do estudo, estava aperfeiçoando seus talentos para o exercício futuro da
medicina, que irão aflorar, na nova existência física, sob a forma de
tendências inatas.
3. Como poderíamos caracterizar o passe
ministrado a Laudemira por Silas?
Com relação ao tipos de passe utilizados pelos
Espíritos, temos que admitir que, como encarnados, a nossa capacidade de
compreensão ainda é bastante limitada. O que nos é dado saber é que a técnica
do passe pode ser dividida em duas maneiras:
a) pela simples imposição das mãos e b) pela movimentação das mãos.
Porém, quanto à natureza dos recursos utilizados pelo plano espiritual na
aplicação do passe, nada sabemos. As obras de André Luiz nos trazem inúmeros
exemplos, mencionando "passe longitudinal", "passe de longo
curso", "passe rotatório", etc., sempre se referindo a passes
aplicados diretamente pelos espíritos. Os espíritos encarregados desse trabalho
observam pelo ângulo do plano espiritual, vendo o funcionamento dos órgãos
enfermos, o que para nós, encarnados, é impossível. No caso em questão, o que
podemos saber é o que consta da narrativa de André Luiz, dando notícia de que o
passe foi aplicado através de "operações magnéticas excitantes sobre o
colo uterino. Substância leitosa, qual neblina leve, irradiava-se-lhe das mãos,
espalhando-se sobre todos os escaninhos do aparelho genital."
3.a. Qual processo de resgate a que Laudemira estava
sendo submetida?
Em
passagem remota pela Terra, Laudemira manteve um comportamento leviano,
inteiramente voltado ao gozo das riquezas materiais. Provocou a morte do
marido, que lhe opunha entrave aos seus desvarios. Frequentando o ambiente da
nobreza cujo acesso lhe fora permitido, ligou-se a aventuras amorosas que
provocaram a destruição de famílias elevadas e dignas. Reencarnara para resgatar
o mal que ocasionara a tantos, com a tarefa de receber, como filhos, cinco de
seus antigos cúmplices, a fim de reerguer-lhes os sentimentos através da
abençoada missão de mãe, transformando-os em homens de bem. Se obtiver êxito em
seu desempenho, estará se libertando das nódoas do passado que impedem que
brilhem a sua luz.
4. Por que ela sempre retornava para a zona de
sombra da qual havia saído?
A
reencarnação e a desencarnação são fenômenos puramente biológicos, que em nada
modificam as qualidades morais do espírito. O espírito continua o mesmo, tanto
numa, como noutra circunstância, com suas conquistas e suas imperfeições,
acumuladas ao longo da caminhada evolutiva. Assim é que Laudemira mantinha seu
psiquismo atrelado a valores morais inferiores, que predominam nos espíritos
que vibram nas regiões de sombra, com os quais tinha afinidade. Como disse o
assistente Silas, "entrava pela porta do túmulo e saía pela porta do
berço, transportando consigo desajustes interiores que não podia sanar de momento
para outro". Sua queda moral fora tão grande que era impossível uma
transformação repentina. A misericórdia divina, sempre presente, permitia que
resgatasse os débitos contraídos aos poucos, nas sucessivas reencarnações, em
que se via diante de antigos adversários. No entanto, como não conseguia
superar a aversão instintiva que se manifestava na presença desses desafetos do
passado, aos quais, para fins de retificação, passou a dever trabalho e
obediência, contraíra novas dívidas, o que fazia com que continuasse ligada a
espíritos inferiores.
5. O que o instrutor quis dizer com: "Vocês
não ignoram que o Criador atende à criatura por intermédio das próprias
criaturas"?
Silas
quis demonstrar que a misericórdia divina se manifesta por intermédio de suas
próprias criaturas. São os benfeitores do plano espiritual, que nunca faltam,
mesmo àqueles que, como Laudemira, ainda se encontram entregues a sentimentos
inferiores. Mesmo frequentando uma faixa vibratória de baixa evolução,
Laudemira não deixava de contar com o auxílio dos amigos espirituais, que
procuravam a influenciar visando pôr um freio em seus desatinos.
6. Como Silas
definiu o Inferno para o qual voltava Laudemira?
Assim
como o céu, o inferno é também um estado de consciência. Em sentido figurado,
para melhor ser compreendido, Silas o definiu como "uma construção indigna
e calamitosa, no terreno da vida, que é Criação de Deus" e que, tendo sido
por nós mesmos edificada pelo mau uso da nossa razão e do nosso conhecimento, a
nós cabe "a obrigação de destruí-lo para edificar o Paraíso no lugar que
ele ocupa indebitamente". Quis o Assistente demonstrar que, do mesmo modo
que criamos um inferno em nossa consciência, dele somente nos livraremos quando
o substituirmos pelo céu dos deveres da Lei de Deus cumpridos, o que somente
conseguiremos com a nossa transformação moral.
7. Por que as
diferenças nos tempos de preparo para a reencarnação de Clarindo, Leonel e
Antônio Olímpio? Qual o papel que Alzira desempenhará neste resgate?
R - O
tempo de preparo para uma reencarnação é o necessário para que o espírito
reformule seus pensamentos e seus sentimentos, situando-os no campo do bem.
Para que consiga satisfazer os objetivos da nova reencarnação, o espírito
precisa afeiçoar sua mente às novas ideias, retornando com o psiquismo
modificado, de modo a favorecer as novas tarefas. Dos três, Antônio Olímpio era
o mais comprometido com a Lei. Fora a causa da queda de Leonel e Clarindo.
Consequentemente, seria o menos favorecido no processo retificador, dele sendo exigida
uma maior quota de sacrifícios. Assim, ressurgiria na vida física com a mente
ainda trazendo as marcas da angústia e do arrependimento e com a tarefa de
receber as vítimas de outrora como filho, para auxiliá-los em seus reajustes.
Alzira, que já alcançara uma maior evolução,
tendo aprendido a praticar o verdadeiro amor e o perdão, retornaria para
propiciar a Leonel e a Clarindo o ventre materno indispensável às suas voltas e
servir como companheira de Antônio Olímpio. Conquistara perante a Lei o poder
de ajudar a todos, contribuindo para a formação da organização familiar que
serviria como o vaso purificador dos três.
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