quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Conclusão do Capítulo 10 - Entendimento
1.  Qual o objetivo de Silas na dedicação ao trabalho a que se dispunha na espiritualidade?
  O trabalho de socorro a enfermos ao qual o assistente Silas se dedicava no mundo espiritual visava credenciá-lo à reconquista da oportunidade de servir como médico na futura reencarnação. Conforme vimos no capítulo anterior, Silas abdicou dos deveres que abraçara em sua última passagem pela Terra, na carreira médica, que nunca exerceu efetivamente. Para se fazer merecedor de nova chance, dedicava-se a ajudar espontaneamente os sofredores das esferas inferiores, recuperando-se da queda moral que experimentara e amealhando valores morais que aumentarão a simpatia da Bênção Divina em favor da nova empreitada. Através da sua dedicação estava criando condições de ser ajudado futuramente, através da sustentação dos amigos desencarnados que o amparariam do Plano Espiritual.                                                                                                                                                                                                                  
2.  Qual a relação deste trabalho com a Lei da Ação e Reação?
 Sabemos que a remição do espírito somente se completa com a reparação do mal. Não basta o arrependimento, que é importante, mas que é apenas o primeiro passo para a retificação, nem a expiação, que é o passo seguinte. É indispensável que se repare o mal ocasionado a terceiros. Silas iniciara, já no plano espiritual, a preparação para que, ao retornar à carne, encontre um ambiente favorável às provações retificadores por que passará.  Além disso, através do trabalho e do estudo, estava aperfeiçoando seus talentos para o exercício futuro da medicina, que irão aflorar, na nova existência física, sob a forma de tendências inatas.      
 3.  Como poderíamos caracterizar o passe ministrado a Laudemira por Silas?
 Com relação ao tipos de passe utilizados pelos Espíritos, temos que admitir que, como encarnados, a nossa capacidade de compreensão ainda é bastante limitada. O que nos é dado saber é que a técnica do passe pode ser dividida em duas maneiras:  a) pela simples imposição das mãos e b) pela movimentação das mãos. Porém, quanto à natureza dos recursos utilizados pelo plano espiritual na aplicação do passe, nada sabemos. As obras de André Luiz nos trazem inúmeros exemplos, mencionando "passe longitudinal", "passe de longo curso", "passe rotatório", etc., sempre se referindo a passes aplicados diretamente pelos espíritos. Os espíritos encarregados desse trabalho observam pelo ângulo do plano espiritual, vendo o funcionamento dos órgãos enfermos, o que para nós, encarnados, é impossível. No caso em questão, o que podemos saber é o que consta da narrativa de André Luiz, dando notícia de que o passe foi aplicado através de "operações magnéticas excitantes sobre o colo uterino. Substância leitosa, qual neblina leve, irradiava-se-lhe das mãos, espalhando-se sobre todos os escaninhos do aparelho genital."
3.a. Qual processo de resgate a que Laudemira estava sendo submetida?
Em passagem remota pela Terra, Laudemira manteve um comportamento leviano, inteiramente voltado ao gozo das riquezas materiais. Provocou a morte do marido, que lhe opunha entrave aos seus desvarios. Frequentando o ambiente da nobreza cujo acesso lhe fora permitido, ligou-se a aventuras amorosas que provocaram a destruição de famílias elevadas e dignas. Reencarnara para resgatar o mal que ocasionara a tantos, com a tarefa de receber, como filhos, cinco de seus antigos cúmplices, a fim de reerguer-lhes os sentimentos através da abençoada missão de mãe, transformando-os em homens de bem. Se obtiver êxito em seu desempenho, estará se libertando das nódoas do passado que impedem que brilhem a sua luz.
 4.  Por que ela sempre retornava para a zona de sombra da qual havia saído?
A reencarnação e a desencarnação são fenômenos puramente biológicos, que em nada modificam as qualidades morais do espírito. O espírito continua o mesmo, tanto numa, como noutra circunstância, com suas conquistas e suas imperfeições, acumuladas ao longo da caminhada evolutiva. Assim é que Laudemira mantinha seu psiquismo atrelado a valores morais inferiores, que predominam nos espíritos que vibram nas regiões de sombra, com os quais tinha afinidade. Como disse o assistente Silas, "entrava pela porta do túmulo e saía pela porta do berço, transportando consigo desajustes interiores que não podia sanar de momento para outro". Sua queda moral fora tão grande que era impossível uma transformação repentina. A misericórdia divina, sempre presente, permitia que resgatasse os débitos contraídos aos poucos, nas sucessivas reencarnações, em que se via diante de antigos adversários. No entanto, como não conseguia superar a aversão instintiva que se manifestava na presença desses desafetos do passado, aos quais, para fins de retificação, passou a dever trabalho e obediência, contraíra novas dívidas, o que fazia com que continuasse ligada a espíritos inferiores.
 5.  O que o instrutor quis dizer com: "Vocês não ignoram que o Criador atende à criatura por intermédio das próprias criaturas"?
Silas quis demonstrar que a misericórdia divina se manifesta por intermédio de suas próprias criaturas. São os benfeitores do plano espiritual, que nunca faltam, mesmo àqueles que, como Laudemira, ainda se encontram entregues a sentimentos inferiores. Mesmo frequentando uma faixa vibratória de baixa evolução, Laudemira não deixava de contar com o auxílio dos amigos espirituais, que procuravam a influenciar visando pôr um freio em seus desatinos.

6.  Como Silas definiu o Inferno para o qual voltava Laudemira?
Assim como o céu, o inferno é também um estado de consciência. Em sentido figurado, para melhor ser compreendido, Silas o definiu como "uma construção indigna e calamitosa, no terreno da vida, que é Criação de Deus" e que, tendo sido por nós mesmos edificada pelo mau uso da nossa razão e do nosso conhecimento, a nós cabe "a obrigação de destruí-lo para edificar o Paraíso no lugar que ele ocupa indebitamente". Quis o Assistente demonstrar que, do mesmo modo que criamos um inferno em nossa consciência, dele somente nos livraremos quando o substituirmos pelo céu dos deveres da Lei de Deus cumpridos, o que somente conseguiremos com a nossa transformação moral.

7.  Por que as diferenças nos tempos de preparo para a reencarnação de Clarindo, Leonel e Antônio Olímpio? Qual o papel que Alzira desempenhará neste resgate?
R - O tempo de preparo para uma reencarnação é o necessário para que o espírito reformule seus pensamentos e seus sentimentos, situando-os no campo do bem. Para que consiga satisfazer os objetivos da nova reencarnação, o espírito precisa afeiçoar sua mente às novas ideias, retornando com o psiquismo modificado, de modo a favorecer as novas tarefas. Dos três, Antônio Olímpio era o mais comprometido com a Lei. Fora a causa da queda de Leonel e Clarindo. Consequentemente, seria o menos favorecido no processo retificador, dele sendo exigida uma maior quota de sacrifícios. Assim, ressurgiria na vida física com a mente ainda trazendo as marcas da angústia e do arrependimento e com a tarefa de receber as vítimas de outrora como filho, para auxiliá-los em seus reajustes.
 Alzira, que já alcançara uma maior evolução, tendo aprendido a praticar o verdadeiro amor e o perdão, retornaria para propiciar a Leonel e a Clarindo o ventre materno indispensável às suas voltas e servir como companheira de Antônio Olímpio. Conquistara perante a Lei o poder de ajudar a todos, contribuindo para a formação da organização familiar que serviria como o vaso purificador dos três.


Nenhum comentário:

Postar um comentário