Conclusão do Capítulo 15 - Forças Viciadas
1 - Faça a
comparação entre os dois quadros: o do jovem jornalista e o do médico,
explicando acerca da mediunidade existente entre ambos.
São duas realidades inteiramente opostas: o jovem
jornalista, com sua dedicação ao consumo desregrado de alcoólicos e a escrever
maledicências a cerca de terceiros, sintonizava-se com espírito de baixo nível
vibratório, que o obsediava fortemente, incentivando a exacerbação dessas práticas nocivas; o médico, embora André Luiz não conhecesse detalhes de
sua vida comportamental, demonstrava sintonia com entidade elevada, que se dedica
à prática do bem. No capítulo, não se tem notícia de serem portadores de uma
mediunidade mais ostensiva. Entretanto, ambos recebiam a inspiração do plano
espiritual que mereciam e que buscavam pelo seu psiquismo, ainda que de modo
inconsciente. Um, estava inspirado pelo plano espiritual inferior; outro, por
espíritos de nível mais elevado. Cada um
recebendo conforme suas obras.
2 - Como
podemos definir o caso de nosso infeliz irmão? Ele se encontra obsediado porque
está embriagado ou está embriagado porque está obsediado? Conforme mencionado
no texto: "Achava-se o pobre amigo abraçado por uma entidade da sombra,
qual se um polvo estranho o absorvesse. Num átimo, reparamos que a bebedeira
alcançava os dois, porquanto se justapunham completamente um ao outro, exibindo
as mesmas perturbações.". Por que o obsessor também sente os efeitos do
álcool em excesso, mesmo desencarnado? Quais os efeitos dos vícios para o
espírito?
O Espiritismo nos ensina que, aquele que se deixa
levar pelo vício do alcoolismo, perde a consciência e o domínio de suas ações.
Torna-se presa fácil de espíritos ainda muito atrasados em sua evolução,
viciados, que dele se utilizam como instrumento de satisfação de seus desejos.
Como são atrasados espiritualmente, ainda sentem necessidade, mesmo fora da
matéria, de consumir a bebida. Não podendo fazê-lo sem o concurso do corpo
físico, utilizam-se do encarnado como instrumento para alcançar seus objetivos,
num processo de vampirização.
Ensina-nos, ainda, que o processo de alcoolização
causa danos não apenas no corpo físico atual como, também, no corpo perispiritual,
gravando-o com lesões que serão levadas após a desencarnação. Os centros
perispirituais ligados às funções hepáticas e digestivas são gravemente
atingidos, restando danificados. Em
consequência, futuramente, com o perispírito lesionado, vai ser plasmado um
corpo físico que irá apresentar lesões patológicas nesses organismos.
Para limpar o perispírito desses gravames, serão
necessárias outras encarnações, em corpo doente, que funcionará como um
exaustor a expelir as moléculas perispirituais enfermas.
3 - De acordo
com esta passagem: "Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas
desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as
baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões
que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam ao
hálito de alcoólatras impenitentes.", o que dizer das famosas danceterias
com que nós mesmos e nossos filhos frequentam? Muitos fumantes reclamam
quererem se livrar do vício, porém dizem ser muito difícil, qual o primeiro
passo para se livrar do vício e como podemos ajudar um amigo viciado?
Todo ambiente onde impere o desregramento
comportamental é nocivo. De toda sorte, qualquer que seja a atmosfera
espiritual reinante, o espírito terá sempre o seu livre-arbítrio para agir e
pensar e, por isto, responderá perante a lei de causa e efeito. É claro que,
num planeta onde reencarnam espíritos ainda muito infantis e imperfeitos, a
atmosfera espiritual exerce forte influência sobre esses espíritos. Um espírito
elevado que, circunstancialmente, viesse frequentar um local semelhante a esse
onde ocorreram os fatos narrados por André Luiz, não se deixaria contaminar
pelo ambiente.
Como, porém, a quase totalidade da humanidade
encarnada não se enquadra nesta classificação e, até, desconhece a ocorrência
de influência espiritual, o mais prudente é que se abstenha de ir a esses
locais.
Quanto à
questão da libertação de um vício, é realmente um processo demorado e penoso.
Aliás, um dos objetivos da reencarnação é justamente impulsionarmos a nossa
evolução espiritual, para cujo êxito a
libertação dos vícios
é um requisito fundamental. No
caso específica da viciação no tabagismo ou nos alcoólicos, o primeiro e
indispensável passo é que a pessoa
envolvida nesse problema se conscientize da necessidade de se liberar do vício.
Sem que ela tome uma decisão neste sentido, nada há a fazer. E é nesse sentido
que mais podemos ajudar.
4 - Muitos dos
espíritos que se apegam ao vício material, quando desencarnados continuam tendo
as mesmas necessidades, e por isso se abraçam literalmente a amigos ainda
encarnados e que possuem ao mesmo vício para poderem se satisfazerem de seus
desejos em comum. Muitos destes espíritos se apegam tão cegamente que demoram
por séculos para se regenerarem. Através da passagem a seguir elucide o que é a
"prisão regeneratória":
"Há dolorosas reencarnações que significam
tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. Temos,
por exemplo, o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a
epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros
recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcionar, em
benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na
maioria das vezes, semelhantes processos de cura, prodigalizam bons resultados
pelas provações obrigatórias que oferecem..."
A "prisão regeneradora" a que se referiu o
instrutor Áulus são os sofrimentos que o espírito recalcitrante tem de suportar
nas reencarnações expiatórias, como consequência da incidência da lei de causa
e efeito. A misericórdia divina concede ao espírito inúmeras chances para
reencontrar o equilíbrio, através do fenômeno da reencarnação. No entanto,
muitos, pode-se mesmo dizer a maioria, retornam à carne e dela saem com
as mesmas imperfeições
e os mesmos vícios. São existências que resultam
pouco úteis. Mas os desígnios de Deus têm que ser cumpridos. E a esses
espíritos persistentes no vício, que se negam a aceitar a regeneração, serão,
um dia, chamados à "prisão regeneradora" por meio de uma experiência
física dolorosa. São os exemplos citados pelo Instrutor de mongolismo,
hidrocefalia, paralisia e outros.
Não se trata de punição, mas, sim, de um remédio
amargo, porém necessário. A reencarnação é o instrumento pedagógico de que Deus
se utiliza para impulsionar o espírito à evolução.
5 - Costumamos
ouvir por aí que a mediunidade é um dom, porém é mais válido dizer que a
mediunidade é uma tarefa árdua e séria na qual o espírito encarnado se compromete
servir como ferramenta para
o plano espiritual
em prol de
caridade e benevolência. No caso
do escritor, porque ele permitiu que um obsessor se aproximasse e se tornasse
companheiro profissional? O que cabe a moça fazer para livrar-se das vibrações
e intenções negativas da dupla? Através destas passagens, elucide sua resposta:
"Indiscutivelmente, a jovem e o infeliz que a
persegue estão unidos um ao outro, desde muito tempo... Terão estado juntos nas
regiões inferiores da vida espiritual, antes da reencarnação com que a menina
presentemente vem sendo beneficiada. Reencontrando-a na experiência
física, de cujas vantagens ainda não partilha, o desventurado companheiro tenta
incliná-la, de novo, à desordem emotiva, com o objetivo de explora-la em
atuação vampirizante."
Temos visto no estudo dessa obra o papel importante
que a qualidade da sintonia entre os dois planos exerce na produção da
manifestação mediúnica. Alimentando ideias da mesma natureza, dois ou mais
espíritos, encarnados ou desencarnados, imantam-se pelo pensamento,
vinculando-se magneticamente uns aos outros. Dessa maneira, situam-se numa
mesma faixa vibratória, numa troca permanente de pensamentos, um influenciando
o outro. Com sua antena mental ligada na maledicência, o escritor atraiu para
junto de si o espírito obsessor, desafeto da moça que seria vítima da infâmia jornalística que redigia,
que o influenciava, visando provocar um fato que a fragilizasse moralmente, com
o que a traria para "o charco vicioso" em que se situava.
6 - "À frente, ao lado do condutor, sentava-se um
homem de grisalhos cabelos a lhe emoldurarem
a fisionomia simpática
e preocupada. Junto dele, porém, abraçando-o com naturalidade e doçura,
uma entidade em roupagem lirial lhe envolvia a cabeça em suaves e calmantes irradiações de prateada
luz.".
"... Aqui, tanto quanto lá, seria lícito ver a
mediunidade em ação?
- Sem qualquer dúvida - confirmou o orientador -;
recursos psíquicos nesse ou naquele
grau de desenvolvimento, são peculiares a todos, tanto quanto o poder
de locomoção ou a
faculdade de respirar,
constituindo forças que
o Espírito encarnado
ou desencarnado pode empregar no bem ou no mal de si mesmo. Ser médium
não quer dizer que a alma seja agraciada por privilégios ou conquistas feitas.
Muitas vezes, é possível encontrar pessoas altamente favorecidas com o dom da
mediunidade, mas dominadas, subjugadas por entidades sombrias ou delinquentes,
com as quais se afinam de modo perfeito, servindo ao escândalo e à perturbação,
em vez de cooperarem na extensão do bem. Por isso é que não basta à mediunidade
para a concretização dos serviços que nos competem. Precisamos da Doutrina do
Espiritismo, do Cristianismo Puro, a fim de controlar a energia medianímica, de
maneira a mobilizá-la em favor da sublimação espiritual na fé religiosa, tanto
quanto disciplinamos a eletricidade,
a benefício do
conforto da civilização."
."... faculdades medianímicas e cooperação do
mundo espiritual surgem por toda parte. Onde há pensamento, há correntes
mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é
interdependência e influenciação reciproca..."
Como
explica-nos muito bem as passagens, neste mundo nem tudo são forças viciadas,
há também aqueles espíritos que procuram evoluir espiritualmente servindo no
caminho do bem, como no caso do médico.
Como podemos nos proteger das obsessões?
Os fluidos espirituais se combinam pela semelhança de
suas naturezas. Os semelhantes se agregam; os diferentes se repelem mutuamente,
pois há incompatibilidade entre fluidos de naturezas distintas. A terapia
espírita para evitar a instalação de um processo obsessivo recomenda impregnar
a atmosfera espiritual à nossa volta de fluidos sadios, onde atuam os espíritos
bons. Para tanto, devemos procurar cumprir as leis morais trazidas pelo Cristo
e que o Espiritismo veio relembrar e explicar, principalmente a lei de adoração
a Deus e a de justiça, de amor e de caridade. Sintonizando-nos com o bem,
estaremos nos rodeando de fluidos de natureza salutar, que repeliram os maus
fluidos, onde transitam os espíritos atrasados, que com eles se identificam.
Sendo o pensamento o veículo de ação sobre os fluidos, temos em nós mesmos o
remédio para evitarmos as más influências espirituais.
7 - Comente as
seguintes assertivas:
a) " -
Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com
tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles
nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis
costumes por que se deixam influenciar.(...)
- Hilário -
(...) - o que a vida começou, a morte
continua... Esses nossos companheiros situaram a mente nos apetites mais baixos
do mundo, alimentando-se com um tipo de emoções que os localiza na vizinhança
da animalidade. Não obstante haverem frequentado santuários religiosos,
não se
preocuparam em atender
aos princípios da
fé que abraçaram, acreditando que a existência devia
ser para eles o culto de satisfações menos dignas, com a exaltação dos mais
astuciosos e dos mais fortes. O chamamento da morte encontrou-os na esfera de
impressões delituosas e escuras e, como é da Lei que cada alma receba da vida
de conformidade com aquilo que dá, não encontram interesse senão nos lugares
onde podem nutrir as ilusões que lhes são peculiares, porquanto, na posição em
que se veem, temem a verdade e abominam-na, procedendo como a coruja que foge à
luz."
"O que a vida começou, a morte continua...".
Esta frase de Áulus é incisiva e não deixa margem a dúvidas. A morte do corpo
físico tão somente promove a desencarnação do espírito, que muda de dimensão. A
sua natureza moral, o seu psiquismo, no entanto, não sofrem quaisquer
modificações. Suas conquistas, seus
vícios, suas imperfeições permanecem intocados, até que o espírito, usando de
seu livre-arbítrio, decida-se por sua renovação. Aqueles espíritos encontrados
no restaurante visitado por André Luiz e seus companheiros mantinham, mesmo
após a desencarnação, os mesmos hábitos viciosos cultivados durante a vida
física. Seu psiquismo continuava com os mesmos valores. Não conseguiram se
despojar de seus vícios, que eram a única
coisa lhes trazia
alguma satisfação. Por isso, ali
se encontravam, comprazendo-se com o consumo desregrado de álcool por parte dos
encarnados presentes. A sintonia mental comum a todos os juntava pela
afinidade.
b) "- No entanto - comentei -, e se os
nosso irmão encarnados resolvessem reconsiderar o próprio caminho?!... se
voltassem à regularidade, através da renovação mental com alicerces no bem?!...
- AH! isso seria ganhar tempo, recuperando a si mesmos
e amparando com segurança os amigos desencarnados... Usando a alavanca da
vontade, atingimos a realização de verdadeiros milagres... Entretanto, para
isso, precisariam despender esforço heroico."
A cura dos nossos males, sejam físicos ou morais,
encontra-se dentro nós próprios. O espírito traz no seu íntimo todas as
potencialidades da Divindade. Por isso se diz criado à imagem e semelhança de
Deus. Entretanto, nem todos sabem disso e, mesmo os que o sabem, defrontam-se
com grandes dificuldades para potencializar esses atributos. Ocaso dos
espíritos encontrados naquele restaurante é um exemplo claro disso. Ao invés de
assumirem a potência divina que trazem em si, preferem a porta fácil dos falsos
prazeres do vício. Se optassem pela reforma interior, não apenas se adiantariam
na evolução como influenciariam positivamente os desencarnados que os acercavam,
arrastando-os para o caminho da transformação moral.
c) "E se não puder combater com a força precisa?
- Será mais justo dizer "se não quiser",
porque a Lei não nos confia problemas de trabalho superiores à nossa capacidade
de solução.(...)"
Áulus ensina que não há justificativa para a
permanência no erro. Somente ao espírito, usando seu livre-arbítrio, cabe a
decisão pelo processo de reajuste. E não há fardo superior às nossas forças.
Ninguém pode se esquivar do cumprimento da Lei, pois Deus não exige de nós nada
superior às nossas forças, à nossa capacidade de cumprimento. Como ensinou
Jesus, "porque o meu jugo é suave e leve o meu fardo".