quarta-feira, 30 de julho de 2014

Conclusão do Capítulo 15 - Forças Viciadas

1 - Faça a comparação entre os dois quadros: o do jovem jornalista e o do médico, explicando acerca da mediunidade existente entre ambos.
São duas realidades inteiramente opostas: o jovem jornalista, com sua dedicação ao consumo desregrado de alcoólicos e a escrever maledicências a cerca de terceiros, sintonizava-se com espírito de baixo nível vibratório, que o obsediava fortemente, incentivando a exacerbação dessas  práticas nocivas; o médico,  embora André Luiz não conhecesse detalhes de sua vida comportamental, demonstrava sintonia com entidade elevada, que se dedica à prática do bem. No capítulo, não se tem notícia de serem portadores de uma mediunidade mais ostensiva. Entretanto, ambos recebiam a inspiração do plano espiritual que mereciam e que buscavam pelo seu psiquismo, ainda que de modo inconsciente. Um, estava inspirado pelo plano espiritual inferior; outro, por espíritos de nível mais elevado.  Cada um recebendo conforme suas obras.


2 - Como podemos definir o caso de nosso infeliz irmão? Ele se encontra obsediado porque está embriagado ou está embriagado porque está obsediado? Conforme mencionado no texto: "Achava-se o pobre amigo abraçado por uma entidade da sombra, qual se um polvo estranho o absorvesse. Num átimo, reparamos que a bebedeira alcançava os dois, porquanto se justapunham completamente um ao outro, exibindo as mesmas perturbações.". Por que o obsessor também sente os efeitos do álcool em excesso, mesmo desencarnado? Quais os efeitos dos vícios para o espírito?
O Espiritismo nos ensina que, aquele que se deixa levar pelo vício do alcoolismo, perde a consciência e o domínio de suas ações. Torna-se presa fácil de espíritos ainda muito atrasados em sua evolução, viciados, que dele se utilizam como instrumento de satisfação de seus desejos. Como são atrasados espiritualmente, ainda sentem necessidade, mesmo fora da matéria, de consumir a bebida. Não podendo fazê-lo sem o concurso do corpo físico, utilizam-se do encarnado como instrumento para alcançar seus objetivos, num processo de vampirização.
Ensina-nos, ainda, que o processo de alcoolização causa danos não apenas no corpo físico atual como, também, no corpo perispiritual, gravando-o com lesões que serão levadas após a desencarnação. Os centros perispirituais ligados às funções hepáticas e digestivas são gravemente atingidos, restando danificados.  Em consequência, futuramente, com o perispírito lesionado, vai ser plasmado um corpo físico que irá apresentar lesões patológicas nesses organismos.
Para limpar o perispírito desses gravames, serão necessárias outras encarnações, em corpo doente, que funcionará como um exaustor a expelir as moléculas perispirituais enfermas.

3 - De acordo com esta passagem: "Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam ao hálito de alcoólatras impenitentes.", o que dizer das famosas danceterias com que nós mesmos e nossos filhos frequentam? Muitos fumantes reclamam quererem se livrar do vício, porém dizem ser muito difícil, qual o primeiro passo para se livrar do vício e como podemos ajudar um amigo viciado?
Todo ambiente onde impere o desregramento comportamental é nocivo. De toda sorte, qualquer que seja a atmosfera espiritual reinante, o espírito terá sempre o seu livre-arbítrio para agir e pensar e, por isto, responderá perante a lei de causa e efeito. É claro que, num planeta onde reencarnam espíritos ainda muito infantis e imperfeitos, a atmosfera espiritual exerce forte influência sobre esses espíritos. Um espírito elevado que, circunstancialmente, viesse frequentar um local semelhante a esse onde ocorreram os fatos narrados por André Luiz, não se deixaria contaminar pelo ambiente.
Como, porém, a quase totalidade da humanidade encarnada não se enquadra nesta classificação e, até, desconhece a ocorrência de influência espiritual, o mais prudente é que se abstenha de ir a esses locais.
 Quanto à questão da libertação de um vício, é realmente um processo demorado e penoso. Aliás, um dos objetivos da reencarnação é justamente impulsionarmos a nossa evolução espiritual, para cujo êxito a  libertação  dos  vícios  é  um requisito fundamental. No caso específica da viciação no tabagismo ou nos alcoólicos, o primeiro e indispensável  passo é que a pessoa envolvida nesse problema se conscientize da necessidade de se liberar do vício. Sem que ela tome uma decisão neste sentido, nada há a fazer. E é nesse sentido que mais podemos ajudar.

4 - Muitos dos espíritos que se apegam ao vício material, quando desencarnados continuam tendo as mesmas necessidades, e por isso se abraçam literalmente a amigos ainda encarnados e que possuem ao mesmo vício para poderem se satisfazerem de seus desejos em comum. Muitos destes espíritos se apegam tão cegamente que demoram por séculos para se regenerarem. Através da passagem a seguir elucide o que é a "prisão regeneratória":
"Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício.  Temos,  por exemplo, o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcionar, em benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes, semelhantes processos de cura, prodigalizam bons resultados pelas provações obrigatórias que oferecem..."
A "prisão regeneradora" a que se referiu o instrutor Áulus são os sofrimentos que o espírito recalcitrante tem de suportar nas reencarnações expiatórias, como consequência da incidência da lei de causa e efeito. A misericórdia divina concede ao espírito inúmeras chances para reencontrar o equilíbrio, através do fenômeno da reencarnação. No entanto, muitos, pode-se mesmo dizer a maioria, retornam à carne e dela saem  com  as  mesmas  imperfeições  e  os  mesmos vícios. São existências que resultam pouco úteis. Mas os desígnios de Deus têm que ser cumpridos. E a esses espíritos persistentes no vício, que se negam a aceitar a regeneração, serão, um dia, chamados à "prisão regeneradora" por meio de uma experiência física dolorosa. São os exemplos citados pelo Instrutor de mongolismo, hidrocefalia, paralisia e outros.
Não se trata de punição, mas, sim, de um remédio amargo, porém necessário. A reencarnação é o instrumento pedagógico de que Deus se utiliza para impulsionar o espírito à evolução.

5 - Costumamos ouvir por aí que a mediunidade é um dom, porém é mais válido dizer que a mediunidade é uma tarefa árdua e séria na qual o espírito encarnado se compromete servir como  ferramenta  para  o  plano  espiritual  em  prol  de  caridade  e benevolência. No caso do escritor, porque ele permitiu que um obsessor se aproximasse e se tornasse companheiro profissional? O que cabe a moça fazer para livrar-se das vibrações e intenções negativas da dupla? Através destas passagens, elucide sua resposta:
"Indiscutivelmente, a jovem e o infeliz que a persegue estão unidos um ao outro, desde muito tempo... Terão estado juntos nas regiões inferiores da vida espiritual, antes da reencarnação com que a menina presentemente vem  sendo  beneficiada. Reencontrando-a na experiência física, de cujas vantagens ainda não partilha, o desventurado companheiro tenta incliná-la, de novo, à desordem emotiva, com o objetivo de explora-la em atuação vampirizante."
Temos visto no estudo dessa obra o papel importante que a qualidade da sintonia entre os dois planos exerce na produção da manifestação mediúnica. Alimentando ideias da mesma natureza, dois ou mais espíritos, encarnados ou desencarnados, imantam-se pelo pensamento, vinculando-se magneticamente uns aos outros. Dessa maneira, situam-se numa mesma faixa vibratória, numa troca permanente de pensamentos, um influenciando o outro. Com sua antena mental ligada na maledicência, o escritor atraiu para junto de si o espírito obsessor, desafeto da moça que seria  vítima da infâmia jornalística que redigia, que o influenciava, visando provocar um fato que a fragilizasse moralmente, com o que a traria para "o charco vicioso" em que se situava.

6 - "À frente, ao lado do condutor, sentava-se um homem de grisalhos cabelos a lhe emoldurarem  a  fisionomia  simpática  e preocupada. Junto dele, porém, abraçando-o com naturalidade e doçura, uma entidade em roupagem lirial lhe envolvia a cabeça  em suaves e calmantes irradiações de prateada luz.".
"... Aqui, tanto quanto lá, seria lícito ver a mediunidade em ação?
- Sem qualquer dúvida - confirmou o orientador -; recursos psíquicos nesse  ou  naquele  grau  de  desenvolvimento,  são peculiares a todos, tanto quanto o poder de locomoção  ou  a  faculdade  de  respirar,  constituindo  forças  que  o  Espírito  encarnado  ou desencarnado pode empregar no bem ou no mal de si mesmo. Ser médium não quer dizer que a alma seja agraciada por privilégios ou conquistas feitas. Muitas vezes, é possível encontrar pessoas altamente favorecidas com o dom da mediunidade, mas dominadas, subjugadas por entidades sombrias ou delinquentes, com as quais se afinam de modo perfeito, servindo ao escândalo e à perturbação, em vez de cooperarem na extensão do bem. Por isso é que não basta à mediunidade para a concretização dos serviços que nos competem. Precisamos da Doutrina do Espiritismo, do Cristianismo Puro, a fim de controlar a energia medianímica, de maneira a mobilizá-la em favor da sublimação espiritual na fé religiosa, tanto quanto disciplinamos a eletricidade,  a  benefício  do  conforto da civilização."                                                                                                          
."... faculdades medianímicas e cooperação do mundo espiritual surgem por toda parte. Onde há pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e influenciação reciproca..."
Como explica-nos muito bem as passagens, neste mundo nem tudo são forças viciadas, há também aqueles espíritos que procuram evoluir espiritualmente servindo no caminho do bem, como no caso do médico.  Como podemos nos proteger das obsessões?
Os fluidos espirituais se combinam pela semelhança de suas naturezas. Os semelhantes se agregam; os diferentes se repelem mutuamente, pois há incompatibilidade entre fluidos de naturezas distintas. A terapia espírita para evitar a instalação de um processo obsessivo recomenda impregnar a atmosfera espiritual à nossa volta de fluidos sadios, onde atuam os espíritos bons. Para tanto, devemos procurar cumprir as leis morais trazidas pelo Cristo e que o Espiritismo veio relembrar e explicar, principalmente a lei de adoração a Deus e a de justiça, de amor e de caridade. Sintonizando-nos com o bem, estaremos nos rodeando de fluidos de natureza salutar, que repeliram os maus fluidos, onde transitam os espíritos atrasados, que com eles se identificam. Sendo o pensamento o veículo de ação sobre os fluidos, temos em nós mesmos o remédio para evitarmos as más influências espirituais.

7 - Comente as seguintes assertivas:
a)  " - Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar.(...)
-  Hilário - (...)  - o que a vida começou, a morte continua... Esses nossos companheiros situaram a mente nos apetites mais baixos do mundo, alimentando-se com um tipo de emoções que os localiza na vizinhança da animalidade. Não obstante haverem frequentado santuários religiosos, não  se  preocuparam  em  atender  aos  princípios  da  fé  que  abraçaram, acreditando que a existência devia ser para eles o culto de satisfações menos dignas, com a exaltação dos mais astuciosos e dos mais fortes. O chamamento da morte encontrou-os na esfera de impressões delituosas e escuras e, como é da Lei que cada alma receba da vida de conformidade com aquilo que dá, não encontram interesse senão nos lugares onde podem nutrir as ilusões que lhes são peculiares, porquanto, na posição em que se veem, temem a verdade e abominam-na, procedendo como a coruja que foge à luz."
"O que a vida começou, a morte continua...". Esta frase de Áulus é incisiva e não deixa margem a dúvidas. A morte do corpo físico tão somente promove a desencarnação do espírito, que muda de dimensão. A sua natureza moral, o seu psiquismo, no entanto, não sofrem quaisquer modificações.  Suas conquistas, seus vícios, suas imperfeições permanecem intocados, até que o espírito, usando de seu livre-arbítrio, decida-se por sua renovação. Aqueles espíritos encontrados no restaurante visitado por André Luiz e seus companheiros mantinham, mesmo após a desencarnação, os mesmos hábitos viciosos cultivados durante a vida física. Seu psiquismo continuava com os mesmos valores. Não conseguiram se despojar de seus vícios, que eram a única  coisa  lhes  trazia  alguma satisfação.  Por isso, ali se encontravam, comprazendo-se com o consumo desregrado de álcool por parte dos encarnados presentes. A sintonia mental comum a todos os juntava pela afinidade.

b) "- No entanto - comentei -, e se os nosso irmão encarnados resolvessem reconsiderar o próprio caminho?!... se voltassem à regularidade, através da renovação mental com alicerces no bem?!...
- AH! isso seria ganhar tempo, recuperando a si mesmos e amparando com segurança os amigos desencarnados... Usando a alavanca da vontade, atingimos a realização de verdadeiros milagres... Entretanto, para isso, precisariam despender esforço heroico."
A cura dos nossos males, sejam físicos ou morais, encontra-se dentro nós próprios. O espírito traz no seu íntimo todas as potencialidades da Divindade. Por isso se diz criado à imagem e semelhança de Deus. Entretanto, nem todos sabem disso e, mesmo os que o sabem, defrontam-se com grandes dificuldades para potencializar esses atributos. Ocaso dos espíritos encontrados naquele restaurante é um exemplo claro disso. Ao invés de assumirem a potência divina que trazem em si, preferem a porta fácil dos falsos prazeres do vício. Se optassem pela reforma interior, não apenas se adiantariam na evolução como influenciariam positivamente os desencarnados que os acercavam, arrastando-os para o caminho da transformação moral.

c) "E se não puder combater com a força precisa?
- Será mais justo dizer "se não quiser", porque a Lei não nos confia problemas de trabalho superiores à nossa capacidade de solução.(...)"
Áulus ensina que não há justificativa para a permanência no erro. Somente ao espírito, usando seu livre-arbítrio, cabe a decisão pelo processo de reajuste. E não há fardo superior às nossas forças. Ninguém pode se esquivar do cumprimento da Lei, pois Deus não exige de nós nada superior às nossas forças, à nossa capacidade de cumprimento. Como ensinou Jesus, "porque o meu jugo é suave e leve o meu fardo".


Um comentário:

  1. Deus a abençoe na continuidade de seus estudos e na contribuição que vc oferece aos que precisam e querem estudar
    Estudei por aqui o capítulo Forças viciadas. Grata

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