quarta-feira, 23 de julho de 2014

Conclusão do Capítulo 13 - Pensamento e Mediunidade

1) André Luiz narra que Dona Celina encontrava-se extática. O que é o êxtase? Quais as principais características deste fenômeno?
O êxtase é o estado de emancipação da alma pelo qual a independência entre esta e o corpo físico se manifesta de forma mais acentuada. É um sonambulismo mais aprofundado, que permite ao espírito maior independência em relação ao corpo físico. Neste estado, o espírito pode penetrar mundos desconhecidos, entrando em relação com desencarnados que habitam esses mundos.
 No estado de êxtase o aniquilamento do corpo é quase completo, praticamente apenas conservando a vida orgânica.  A alma mantém-se ligada por um fio tênue, que com um esforço a mais poderia ser rompido irremediavelmente.  Todos os pensamentos terrenos do extático desaparecem, passando a ter uma real noção da sua realidade espiritual, da sua própria essência imaterial. Conforme for mais ou menos elevado, é também mais ou menos apto a conhecer e a compreender as coisas. Sendo um espírito algo evoluído, que se dedica à prática do bem, pode ver os mundos superiores e compreender a felicidade dos que os habitam. Vemos um exemplo neste capítulo, em que André Luiz relata haver notado no rosto da médium "uma ventura misteriosa e ignorada na Terra".
 Para um aprofundamento do estudo deste fenômeno, recomendamos o capítulo VIII da parte 2ª do Livro dos Espíritos, em particular as questões 439 a 446.

2) O instrutor que transmitia mediunicamente a mensagem final da reunião não se  encontrava  no local. Como é possível ao espírito se comunicar sem estar próximo ao médium?
A comunicação mediúnica, excetuando-se os casos em que o médium permanece em estado de inconsciência, dá-se pela ligação mente a mente estabelecida entre comunicante e médium. Esta ligação se estabelece pela sintonia vibratória entre ambos, resultante da identidade de pensamentos e propósitos. Não há necessidade de o espírito comunicante estar ao lado do médium. A receptividade mental é que vai propiciar o êxito da comunicação. É a capacidade que o médium tem de, por meio da mente, receber o pensamento do espírito comunicante. A mente funciona como uma espécie de antena receptora e transmissora de pensamentos.                                                                                                                               


3) Qual a influência do pensamento numa manifestação mediúnica?
Temos visto em estudos anteriores que a sintonia é fator de grande relevância numa comunicação mediúnica. Em geral, sendo a comunicação intuitiva, um espírito não pode se comunicar senão através de um médium com quem mantenha relativa identidade de pensamento e que possa assimilar suas ideias.  Daí a importância do pensamento na comunicabilidade com os espíritos. Pela natureza de seus pensamentos e pela sintonia vibratória por ele gerada é que o médium vai estabelecer a conexão mental com os desencarnados. A natureza da comunicação é compatível com o grau de evolução moral e intelectual do espírito, que, por sua vez, reflete estes mesmos atributos do médium. 

4) O Instrutor ensina que o pensamento imprime existência ao objeto idealizado. Como se dá isso?             
Como explica Allan Kardec em "A Gênese", no capítulo XIV, "sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. "Pelo pensamento, podemos imprimir aos fluidos uma ou outra direção, como que materializando as ideias Mergulhando no fluido cósmico universal, o pensamento é transportado a distâncias ilimitadas, chegando às mentes de encarnados e desencarnados a quem o dirigimos. Algumas vezes, esse processo resulta de uma intenção; noutras, são produto de um pensamento inconsciente. Basta que pensemos numa determinada coisa, para que a ideia ganhe existência e se propague.                              


5) Interpretemos os seguintes trechos da mensagem do Instrutor:

a - "Nossa alma vive onde se lhe situa o coração."
Jesus nos advertiu que "onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração".  Nesse sentido também o ensinamento do Instrutor, mostrando que o nosso coração é o guia da alma, ou seja, somos o resultado dos nossos pensamentos e dos nossos sentimentos. Caminhamos no sentido das nossas próprias criações mentais. Em se tratando de mediunidade, a coisa não é diferente. Assim como na vida física a posição do campo mental é fator decisivo para estabelecer a nossa destinação, na relação mediúnica estaremos sempre sintonizados com o padrão compatível com o que a nossa mente produz. Por isso a importância do pensamento na produção do fenômeno mediúnico.

b - "Não vale encarnar-se ou desencarnar-se simplesmente. Todos os dias, as formas se fazem e
se desfazem."
A lição é no sentido de demonstrar que a reencarnação é um fenômeno meramente físico, que por si só não é bastante para a evolução do espírito. O que realmente impulsiona o progresso espiritual é a nossa renovação interior. Para operá-la, é preciso que tenhamos o que o Instrutor chamou de "noção da eternidade", isto é, conscientizarmo-nos de que somos espíritos imortais e que as ocorrências terrenas são passageiras. O que guardaremos para sempre é o nosso patrimônio moral, que as traças e a ferrugem não consomem nem os ladrões roubam e que é conquistado com a glória do bem.

c - "A obsessão é sinistro conúbio da mente com o desequilíbrio comum às trevas."
Para se instalar o processo obsessivo, é indispensável uma combinação de fluidos vibratórios entre as mentes envolvidas, possibilitando a sintonia. A mente do obsediado, estando em desequilíbrio, sintoniza-se com a do obsessor, também em estado de desequilíbrio, permitindo que este a influencie negativamente.

d - "Satisfazer-se alguém com o rótulo, em matéria religiosa, sem qualquer esforço de sublimação interior, é tão perigoso para a alma quanto deter uma designação honorífica entre os homens com menosprezo pela responsabilidade que ela impõe."     
Não basta a rotulação religiosa para sublimar o espírito. Na vida espiritual, as ações exteriores pouca influência exercem na evolução do espírito. O que realmente conta é a sua transformação moral, a sua valorização interior, através do aperfeiçoamento moral. Da mesma forma, nenhum valor têm os títulos honoríficos dados pelos homens, se não estiverem acompanhados da devida valorização moral e do seu uso em favor do próximo. Diz o Instrutor que tanto um quanto outro são fatores de perigo para o espírito, pelo poder de levá-lo a uma ilusão que, certamente, ao desencarnar, vai se desfazer e causar-lhe sofrimento.

6) Qual o principal ensinamento da mensagem do Instrutor?
Rica em ensinamentos, podemos apontar como o principal deles o alerta que o Instrutor nos faz para a necessidade de nosso aprimoramento moral ou, em outras palavras, a nossa reforma interior. Sem ela, em nada aproveita a reencarnação.


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