Conclusão do Capítulo
13 - Pensamento e Mediunidade
1)
André Luiz narra que Dona Celina encontrava-se extática. O que é o êxtase?
Quais as principais características deste fenômeno?
O êxtase é o
estado de emancipação da alma pelo qual a independência entre esta e o corpo
físico se manifesta de forma mais acentuada. É um sonambulismo mais
aprofundado, que permite ao espírito maior independência em relação ao corpo
físico. Neste estado, o espírito pode penetrar mundos desconhecidos, entrando
em relação com desencarnados que habitam esses mundos.
No estado de êxtase o aniquilamento do corpo é
quase completo, praticamente apenas conservando a vida orgânica. A alma mantém-se ligada por um fio tênue, que
com um esforço a mais poderia ser rompido irremediavelmente. Todos os pensamentos terrenos do extático
desaparecem, passando a ter uma real noção da sua realidade espiritual, da sua
própria essência imaterial. Conforme for mais ou menos elevado, é também mais
ou menos apto a conhecer e a compreender as coisas. Sendo um espírito algo
evoluído, que se dedica à prática do bem, pode ver os mundos superiores e
compreender a felicidade dos que os habitam. Vemos um exemplo neste capítulo,
em que André Luiz relata haver notado no rosto da médium "uma ventura misteriosa
e ignorada na Terra".
Para um aprofundamento do estudo deste
fenômeno, recomendamos o capítulo VIII da parte 2ª do Livro dos Espíritos, em
particular as questões 439 a 446.
2) O
instrutor que transmitia mediunicamente a mensagem final da reunião não se encontrava
no local. Como é possível ao espírito se comunicar sem estar próximo ao
médium?
A comunicação
mediúnica, excetuando-se os casos em que o médium permanece em estado de
inconsciência, dá-se pela ligação mente a mente estabelecida entre comunicante
e médium. Esta ligação se estabelece pela sintonia vibratória entre ambos,
resultante da identidade de pensamentos e propósitos. Não há necessidade de o
espírito comunicante estar ao lado do médium. A receptividade mental é que vai
propiciar o êxito da comunicação. É a capacidade que o médium tem de, por meio
da mente, receber o pensamento do espírito comunicante. A mente funciona como
uma espécie de antena receptora e transmissora de pensamentos.
3) Qual
a influência do pensamento numa manifestação mediúnica?
Temos visto em
estudos anteriores que a sintonia é fator de grande relevância numa comunicação
mediúnica. Em geral, sendo a comunicação intuitiva, um espírito não pode se
comunicar senão através de um médium com quem mantenha relativa identidade de
pensamento e que possa assimilar suas ideias.
Daí a importância do pensamento na comunicabilidade com os espíritos.
Pela natureza de seus pensamentos e pela sintonia vibratória por ele gerada é
que o médium vai estabelecer a conexão mental com os desencarnados. A natureza
da comunicação é compatível com o grau de evolução moral e intelectual do
espírito, que, por sua vez, reflete estes mesmos atributos do médium.
4) O
Instrutor ensina que o pensamento imprime existência ao objeto idealizado. Como
se dá isso?
Como explica
Allan Kardec em "A Gênese", no capítulo XIV, "sendo os fluidos o
veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles
nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. "Pelo pensamento,
podemos imprimir aos fluidos uma ou outra direção, como que materializando as
ideias Mergulhando no fluido cósmico universal, o pensamento é transportado a
distâncias ilimitadas, chegando às mentes de encarnados e desencarnados a quem
o dirigimos. Algumas vezes, esse processo resulta de uma intenção; noutras, são
produto de um pensamento inconsciente. Basta que pensemos numa determinada
coisa, para que a ideia ganhe existência e se propague.
5)
Interpretemos os seguintes trechos da mensagem do Instrutor:
a -
"Nossa alma vive onde se lhe situa o coração."
Jesus nos
advertiu que "onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu
coração". Nesse sentido também o
ensinamento do Instrutor, mostrando que o nosso coração é o guia da alma, ou
seja, somos o resultado dos nossos pensamentos e dos nossos sentimentos.
Caminhamos no sentido das nossas próprias criações mentais. Em se tratando de
mediunidade, a coisa não é diferente. Assim como na vida física a posição do
campo mental é fator decisivo para estabelecer a nossa destinação, na relação
mediúnica estaremos sempre sintonizados com o padrão compatível com o que a
nossa mente produz. Por isso a importância do pensamento na produção do
fenômeno mediúnico.
b -
"Não vale encarnar-se ou desencarnar-se simplesmente. Todos os dias, as
formas se fazem e
se
desfazem."
A lição é no
sentido de demonstrar que a reencarnação é um fenômeno meramente físico, que
por si só não é bastante para a evolução do espírito. O que realmente
impulsiona o progresso espiritual é a nossa renovação interior. Para operá-la,
é preciso que tenhamos o que o Instrutor chamou de "noção da
eternidade", isto é, conscientizarmo-nos de que somos espíritos imortais e
que as ocorrências terrenas são passageiras. O que guardaremos para sempre é o
nosso patrimônio moral, que as traças e a ferrugem não consomem nem os ladrões
roubam e que é conquistado com a glória do bem.
c -
"A obsessão é sinistro conúbio da mente com o desequilíbrio comum às
trevas."
Para se
instalar o processo obsessivo, é indispensável uma combinação de fluidos
vibratórios entre as mentes envolvidas, possibilitando a sintonia. A mente do
obsediado, estando em desequilíbrio, sintoniza-se com a do obsessor, também em
estado de desequilíbrio, permitindo que este a influencie negativamente.
d -
"Satisfazer-se alguém com o rótulo, em matéria religiosa, sem qualquer
esforço de sublimação interior, é tão perigoso para a alma quanto deter uma
designação honorífica entre os homens com menosprezo pela responsabilidade que
ela impõe."
Não basta a
rotulação religiosa para sublimar o espírito. Na vida espiritual, as ações
exteriores pouca influência exercem na evolução do espírito. O que realmente
conta é a sua transformação moral, a sua valorização interior, através do
aperfeiçoamento moral. Da mesma forma, nenhum valor têm os títulos honoríficos
dados pelos homens, se não estiverem acompanhados da devida valorização moral e
do seu uso em favor do próximo. Diz o Instrutor que tanto um quanto outro são
fatores de perigo para o espírito, pelo poder de levá-lo a uma ilusão que,
certamente, ao desencarnar, vai se desfazer e causar-lhe sofrimento.
6) Qual
o principal ensinamento da mensagem do Instrutor?
Rica em
ensinamentos, podemos apontar como o principal deles o alerta que o Instrutor
nos faz para a necessidade de nosso aprimoramento moral ou, em outras palavras,
a nossa reforma interior. Sem ela, em nada aproveita a reencarnação.
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