Capítulo 15 -
Forças Viciadas
Caía a noite...
Após o dia quente, a multidão desfilava na via
pública, evidentemente buscando o ar fresco. Dirigíamo-nos a outro templo
espírita, em companhia de Áulus, segundo o nosso plano de trabalho, quando
tivemos nossa atenção voltada para enorme gritaria. Dois guardas arrastavam, de
restaurante barato, um homem maduro em deploráveis condições de embriaguez. O
mísero esperneava e proferia palavras rudes, protestando...
— Observem o nosso infeliz irmão! — determinou o
orientador.
E porque não havia muito tempo entre a porta ruidosa e
o carro policial, pusemo-nos em observação. Achava-se o pobre amigo abraçado
por uma entidade da sombra, qual se um polvo estranho o absorvesse. Num átimo,
reparamos que a bebedeira alcançava os dois, porquanto se justapunham
completamente um ao outro, exibindo as mesmas perturbações.
Em breves instantes, o veículo buzinou com pressa e
não nos foi possível dilatar anotações.
— O quadro daria ensejo a valiosos apontamentos...
Ante a alegação de Hilário, o Assistente considerou
que dispúnhamos de tempo bastante para a colheita de alguns registros
interessantes e convidou-nos a entrar. A casa de pasto regurgitava...
Muita alegria, muita gente. Lá dentro, certo
recolheríamos material adequado a expressivas lições. Transpusemos a entrada.
As emanações do ambiente produziam em nós indefinível mal-estar. Junto de
fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam
expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda
aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e
alimento. Outras aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes.
Indicando-as, informou o orientador:
— Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do
vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física,
que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados
nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar.
— Mas por que mergulhar, dessa forma, em prazeres
dessa espécie?
— Hilário — disse o Assistente, bondoso —, o que a
vida começou, a morte continua... Esses nossos companheiros situaram a mente
nos apetites mais baixos do mundo, alimentando-se com um tipo de emoções que os
localiza na vizinhança da animalidade. Não obstante haverem frequentado
santuários religiosos, não se preocuparam em atender aos princípios da fé que
abraçaram, acreditando que a existência devia ser para eles o culto de
satisfações menos dignas, com a exaltação dos mais astuciosos e dos mais
fortes. O chamamento da morte encontrou-os na esfera de impressões delituosas e
escuras e, como é da Lei que cada alma receba da vida de conformidade com
aquilo que dá, não encontram interesse senão nos lugares onde podem nutrir as
ilusões que lhes são peculiares, porquanto, na posição em que se veem, temem a
verdade e abominam-na, procedendo como a coruja que foge à luz.
Meu colega fez um gesto de piedade e indagou:
— Entretanto, como se transformarão?
— Chegará o dia em que a própria Natureza lhes
esvaziará o cálice — respondeu Áulus, convicto. — Há mil processos de reajuste,
no Universo Infinito em que se cumprem os Desígnios do Senhor, chamem-se eles
aflição, desencanto, cansaço, tédio, sofrimento, cárcere...
— Contudo — ponderei —, tudo indica que esses
Espíritos infortunados não se enfastiarão tão cedo da loucura em que se
comprazem...
— Concordo plenamente — redarguiu o instrutor —,
todavia, quando não se fatiguem, a Lei poderá conduzi-los a prisão
regeneradora.
— Como?
A pergunta de Hilário ecoou, cristalina, e o
Assistente deu-se pressa em explicar:
— Há dolorosas reencarnações que significam tremenda
luta expiatória para as almas necrosadas no vício. Temos, por exemplo, o
mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o
idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos embora,
mas necessários, e que podem funcionar, em benefício da mente desequilibrada,
desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes, semelhantes
processos de cura prodigalizam bons resultados pelas provações obrigatórias que
oferecem...
— No entanto — comentei —, e se os nossos irmãos
encarnados, visivelmente confiados à devassidão, resolvessem reconsiderar o
próprio caminho?... se voltassem à regularidade, através da renovação mental
com alicerces no bem?...
— Ah! Isso seria ganhar tempo, recuperando a si mesmos
e amparando com segurança os amigos desencarnados... Usando a alavanca da
vontade, atingimos a realização de verdadeiros milagres... Entretanto, para
isso, precisariam despender esforço heróico.
Observando os beberrões, cujas taças eram partilhadas
pelos sócios que lhes eram invisíveis, Hilário recordou:
— Ontem, visitamos um templo, em que desencarnados
sofredores se exprimiam por intermédio de criaturas necessitadas de auxílio, e
ali estudamos algo sobre mediunidade... Aqui, vemos entidades viciosas
valendo-se de pessoas que com elas se afinam numa perfeita comunhão de forças
superiores... Aqui, tanto quanto lá, seria lícito ver a mediunidade em ação?
— Sem qualquer dúvida — confirmou o orientador —;
recursos psíquicos, nesse ou naquele grau de desenvolvimento, são peculiares a
todos, tanto quanto o poder de locomoção ou a faculdade de respirar,
constituindo forças que o Espírito encarnado ou desencarnado pode empregar no
bem ou no mal de si mesmo. Ser médium não quer dizer que a alma esteja
agraciada por privilégios ou conquistas feitas. Muitas vezes, é possível encontrar
pessoas altamente favorecidas com o dom da mediunidade, mas dominadas,
subjugadas por entidades sombrias ou delinquentes, com as quais se afinam de
modo perfeito, servindo ao escândalo e à perturbação, em vez de cooperarem na
extensão do bem. Por isso é que não basta a mediunidade para a concretização
dos serviços que nos competem. Precisamos da Doutrina do Espiritismo, do
Cristianismo Puro, a fim de controlar a energia medianímica, de maneira a
mobilizá-la em favor da sublimação espiritual na fé religiosa, tanto quanto
disciplinamos a eletricidade, a benefício do conforto na Civilização.
Nisso, Áulus relanceou o olhar pelos aposentos
reservados mais próximos, qual se já os conhecesse, e, fixando certa porta,
convidou-nos a atravessá-la.
Seguimo-lo, ombro a ombro. Em mesa lautamente provida
com fino conhaque, um rapaz, fumando com volúpia e sob o domínio de uma
entidade digna de compaixão pelo aspecto repelente em que se mostrava,
escrevia, escrevia, escrevia...
— Estudemos — recomendou o orientador.
O cérebro do moço embebia-se em substância escura e
pastosa que escorria das mãos do triste companheiro que o enlaçava. Via-se-lhes
a absoluta associação na autoria dos caracteres escritos. A dupla em trabalho
não nos registrou a presença.
— Neste instante — anunciou Áulus, atencioso —, nosso
irmão desconhecido é hábil médium psicógrafo. Tem as células do pensamento
integralmente controladas pelo infeliz cultivador de crueldade sob a nossa
vista. Imanta-se-lhe à imaginação e lhe assimila as ideias, atendendo-lhe aos
propósitos escusos, através dos princípios da indução magnética, de vez que o
rapaz, desejando produzir páginas escabrosas, encontrou quem lhe fortaleça a
mente e o ajude nesse mister.
Imprimindo à voz significativa expressão, ajuntou:
— Encontramos sempre o que procuramos ser.
Finda a breve pausa que nos compeliu à reflexão,
Hilário recomeçou:
— Todavia, será ele um médium na acepção real do
termo? Será peça ativa em agrupamento espírita comum?
— Não. Não está sob qualquer disciplina
espiritualizante. É um moço de inteligência vivaz, sem maior experiência da
vida, manejado por entidades perturbadoras.
Após inclinar-se alguns momentos sobre os dois, o
instrutor elucidou com benevolência:
— Entre as excitações do álcool e do fumo que
saboreiam juntos, pretendem provocar uma reportagem perniciosa, envolvendo uma
família em duras aflições. Houve um homicídio, a cuja margem aparece a
influência de certa jovem, aliada às múltiplas causas em que se formou o
deplorável acontecimento, O rapaz que observamos, amigo de operoso lidador da
imprensa, é de si mesmo dado à malícia e, com a antena mental ligada para os
ângulos mais desagradáveis do problema, ao atender um pedido de colaboração do
cronista que lhe é companheiro, encontrou, no caso de que hoje se encarrega, o
concurso de ferrenho e viciado perseguidor da menina em foco, interessado em
exagerar-lhe a participação na ocorrência, com o fim de martelar-lhe a mente
apreensiva e arrojá-la aos abusos da mocidade...
— Mas como? — indagou Hilário, espantadiço.
— O jornalista, de posse do comentário calunioso, será
o veículo de informações tendenciosas ao público. A moça ver-se-á, de um
instante para outro, exposta às mais desapiedadas apreciações, e decerto se
perturbará, sobremaneira, de vez que não se acumpliciou com o mal, na forma em
que se lhe define a colaboração no crime, O obsessor, usando calculadamente o
rapaz com quem se afina, pretende alcançar o noticiário de sensação, para
deprimir a vida moral dela e, com isso, amolecer-lhe o caráter, trazendo-a, se
possível, ao charco vicioso em que ele jaz.
— E conseguirá? — insistiu meu colega, assombrado.
— Quem sabe?
E, algo triste, o orientador acrescentou:
— Naturalmente a jovem teria escolhido o gênero de
provações que atravessa, dispondo-se a lutar, com valor, contra as tentações.
— E se não puder combater com a força precisa?
— Será mais justo dizer ―se não quiser‖, porque a Lei
não nos confia problemas de trabalho superiores à nossa capacidade de solução.
Assim, pois, caso não delibere guerrear a influência destrutiva, demorar-se-á
por muito tempo nas perturbações a que já se encontra ligada em princípio.
— Tudo isso por quê?
A pergunta de Hilário pairou no ar por aflitiva
interrogação, todavia, Áulus asserenou-nos o ânimo, elucidando:
— Indiscutivelmente, a jovem e o infeliz que a
persegue estão unidos um ao outro, desde muito tempo... Terão estado juntos nas
regiões inferiores da vida espiritual, antes da reencarnação com que a menina
presentemente vem sendo beneficiada. Reencontrando-a na experiência física, de
cujas vantagens ainda não partilha, o desventurado companheiro tenta
incliná-la, de novo, à desordem emotiva, com o objetivo de explorá-la em
atuação vampirizante.
Áulus fez ligeiro intervalo, sorriu melancólico e acentuou:
— Entretanto, falar nisso seria abrir as páginas
comoventes de enorme romance, desviando-nos do fim que nos propomos atingir.
Detenhamo-nos na mediunidade.
Buscando aliviar a atmosfera de indagações que Hilário
sempre condensava em torno de si mesmo, ponderei:
— O quadro sob nossa análise induz à meditação nos
fenômenos gerais de intercâmbio em que a Humanidade total se envolve sem
perceber...
— Ah! sim! — concordou o orientador —faculdades
medianímicas e cooperação do mundo espiritual surgem por toda parte. Onde há
pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação.
E toda associação é interdependência e influenciação recíproca. Daí concluímos
quanto à necessidade de vida nobre, a fim de atrairmos pensamentos que nos
enobreçam. Trabalho digno, bondade, compreensão fraterna, serviço aos
semelhantes, respeito à Natureza e oração constituem os meios mais puros de
assimilar os princípios superiores da vida, porque damos e recebemos, em
espírito, no plano das ideias, segundo leis universais que não conseguiremos
iludir.
Em silencioso gesto com que nos recordava o dever a
cumprir, o Assistente convidou-nos à retirada.
Retomamos a via pública. Mal recomeçávamos a avançar,
quando passou por nós uma ambulância, em marcha vagarosa, sirenando forte para
abrir caminho. A frente, ao lado do condutor, sentava-se um homem de grisalhos
cabelos a lhe emoldurarem a fisionomia simpática e preocupada. Junto dele,
porém, abraçando-o com naturalidade e doçura, uma entidade em roupagem lirial
lhe envolvia a cabeça em suaves e calmantes irradiações de prateada luz.
— Oh! — inquiriu Hilário, curioso — quem será aquele
homem tão bem acompanhado?
Áulus sorriu e esclareceu:
— Nem tudo é energia viciada no caminho comum. Deve
ser um médico em alguma tarefa salvacionista.
— Mas, é espírita? — Com todo o respeito que devemos
ao Espiritismo, é imperioso lembrar que a Bênção do Senhor pode descer sobre
qualquer expressão religiosa — afirmou o orientador com expressivo olhar de
tolerância.
— Deve ser, antes de tudo, um profissional humanitário
e generoso que por seus hábitos de ajudar ao próximo se fez credor do auxílio
que recebe. Não lhe bastariam os títulos de espírita e de médico para reter a
influência benéfica de que se faz acompanhar. Para acomodar-se tão
harmoniosamente com a entidade que o assiste, precisa possuir uma boa
consciência e um coração que irradie paz e fraternidade.
— Contudo, podemos qualificá-lo como médium? —
perguntou meu companheiro algo desapontado.
— Como não? — respondeu Áulus, convicto. — É médium de
abençoados valores humanos, mormente no socorro aos enfermos, no qual incorpora
as correntes mentais dos gênios do bem, consagrados ao amor pelos sofredores da
Terra.
E, com significativa inflexão de voz, acrescentou:
— Como vemos, influências do bem ou do mal, na esfera
evolutiva em que nos achamos, se estendem por todos os lados e por todos os
lados registramos a presença de faculdades medianímicas, que as assimilam,
segundo a direção feliz ou infeliz, correta ou indigna em que cada mente se
localiza. Estudando, assim, a mediunidade, nos santuários do Espiritismo com
Jesus, observamos uma força realmente peculiar a todos os seres, de utilidade
geral, se sob uma orientação capaz de discipliná-la e conduzi-la para o máximo
aproveitamento no bem. Recordemos a eletricidade que, pouco a pouco, vai
transformando a face do mundo. Não basta ser dono de poderosa cachoeira, com o
potencial de milhões de cavalos-vapor. É preciso instalar, junto dela, a
inteligência da usina para controlar-lhe os recursos, dinamizá-los e
distribuí-los, conforme as necessidades de cada um... Sem isso, a queda d’água
será sempre um quadro vivo de beleza fenomênica, com irremediável desperdício.
O tempo, contudo, não nos permitia maior delonga na
conversação e rumamos, desse modo, para um agrupamento em que os nossos estudos
da véspera encontrariam o necessário prosseguimento.
QUESTÕES PARA
ESTUDO
1 -
Faça a comparação entre os dois quadros: o do jovem jornalista e o do médico,
explicando acerca da mediunidade existente entre ambos.
2 -
Como podemos definir o caso de nosso infeliz irmão? Ele se encontra obsediado
porque está embriagado, ou está embriagado porque está obsediado? Conforme
mencionado no texto: "Achava-se o pobre amigo abraçado por uma entidade da
sombra, qual se um polvo estranho o absorvesse. Num átimo, reparamos que a
bebedeira alcançava os dois, porquanto
se justapunham completamente um ao outro, exibindo as mesmas
perturbações.", por que o obsessor também sente os efeitos do álcool em
excesso, mesmo desencarnado? Quais os efeitos dos vícios para o espírito?
3 - De
acordo com esta passagem: "Junto de fumantes e bebedores inveterados,
criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas
sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos
pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras
aspiravam ao hálito de alcoólatras impenitentes.", o que dizer das famosas
danceterias com que nós mesmos e nossos filhos frequentam? Muitos fumantes
reclamam quererem se livrar do vício, porém dizem ser muito difícil, qual o
primeiro passo para se livrar do vício e como podemos ajudar um amigo viciado?
4 -
Muitos dos espíritos que se apegam ao vício material, quando desencarnados
continuam tendo as mesmas necessidades, e por isso se abraçam literalmente a
amigos ainda encarnados e que possuem ao mesmo vício para poderem se satisfazerem
de seus desejos em comum. Muitos destes espíritos se apegam tão cegamente que
demoram por séculos para se regenerarem. Através da passagem a seguir elucide o
que é a "prisão regeneratória":
"Há
dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas
necrosadas no vício. Temos, por exemplo, o mongolismo, a hidrocefalia, a
paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença
e muitos outros recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem
funcionar, em benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase
infantil. Na maioria das vezes, semelhantes processos de cura, prodigalizam
bons resultados pelas provações obrigatórias que oferecem..."
5 -
Costumamos ouvir por aí que a mediunidade é um dom, porém é mais válido dizer
que a mediunidade é uma tarefa árdua e séria na qual o espírito encarnado se
compromete servir como ferramenta para
o plano espiritual
em prol de
caridade e benevolência. No caso
do escritor, porque ele permitiu que um obsessor se aproximasse e se tornasse
companheiro profissional? O que cabe a moça fazer para livrar-se das vibrações
e intenções negativas da dupla? Através destas passagens, elucide sua resposta:
"Indiscutivelmente,
a jovem e o infeliz que a persegue estão unidos um ao outro, desde muito
tempo... Terão estado juntos nas regiões inferiores da vida espiritual, antes
da reencarnação com que a menina presentemente vem sendo
beneficiada. Reencontrando-a na experiência física, de cujas vantagens
ainda não partilha, o desventurado companheiro tenta incliná-la, de novo, à
desordem emotiva, com o objetivo de explora-la em atuação vampirizante."
6 -
"À frente, ao lado do condutor,
sentava-se um homem de grisalhos cabelos a lhe emoldurarem a fisionomia simpática
e preocupada. Junto dele, porém, abraçando-o com naturalidade e doçura,
uma entidade em roupagem lirial lhe envolvia a cabeça em suaves e calmantes irradiações de prateada
luz.".
"...
Aqui, tanto quanto lá, seria lícito ver a mediunidade em ação?
- Sem qualquer
dúvida - confirmou o orientador -; recursos psíquicos nesse ou
naquele grau de
desenvolvimento, são peculiares a
todos, tanto quanto o poder de locomoção
ou a faculdade
de respirar, constituindo
forças que o Espírito encarnado
ou desencarnado pode empregar no bem ou no mal de si mesmo. Ser médium
não quer dizer que a alma seja agraciada por privilégios ou conquistas feitas.
Muitas vezes, é possível encontrar pessoas altamente favorecidas com o dom da
mediunidade, mas dominadas, subjugadas por entidades sombrias ou delinquentes,
com as quais se afinam de modo perfeito, servindo ao escândalo e à perturbação,
em vez de cooperarem na extensão do bem. Por isso é que não basta à mediunidade
para a concretização dos serviços que nos competem. Precisamos da Doutrina do
Espiritismo, do Cristianismo Puro, a fim de controlar a energia medianímica, de
maneira a mobilizá-la em favor da sublimação espiritual na fé religiosa, tanto
quanto disciplinamos a eletricidade,
a benefício do
conforto da civilização."
."...
faculdades medianímicas e cooperação do mundo espiritual surgem por toda parte.
Onde há pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe
associação. E toda associação é interdependência e influenciação
reciproca..."
Como
explica-nos muito bem as passagens, neste mundo nem tudo são forças viciadas,
há também aqueles espíritos que procuram evoluir espiritualmente servindo no
caminho do bem, como no caso do médico.
Como podemos nos proteger das obsessões?
7 -
Comente as seguintes assertivas:
a) " -
Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com
tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles
nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis
costumes por que se deixam influenciar.(...)
- Hilário -
(...) - o que a vida começou, a morte
continua... Esses nossos companheiros situaram a mente nos apetites mais baixos
do mundo, alimentando-se com um tipo de emoções que os localiza na vizinhança
da animalidade. Não obstante haverem frequentado santuários religiosos,
não se
preocuparam em atender
aos princípios da
fé que abraçaram, acreditando que a existência devia
ser para eles o culto de satisfações menos dignas, com a exaltação dos mais
astuciosos e dos mais fortes. O chamamento da morte encontrou-os na esfera de
impressões delituosas e escuras e, como é da Lei que cada alma receba da vida
de conformidade com aquilo que dá, não encontram interesse senão nos lugares
onde podem nutrir as ilusões que lhes são peculiares, porquanto, na posição em
que se veem, temem a verdade e abominam-na, procedendo como a coruja que foge à
luz."
b) "-
No entanto - comentei -, e se os nosso irmão encarnados resolvessem
reconsiderar o próprio caminho?!... se voltassem à regularidade, através da
renovação mental com alicerces no bem?!...
- AH! isso
seria ganhar tempo, recuperando a si mesmos e amparando com segurança os amigos
desencarnados... Usando a alavanca da vontade, atingimos a realização de
verdadeiros milagres... Entretanto, para isso, precisariam despender esforço
heroico."
c)
"E se não puder combater com a força
precisa?
- Será mais
justo dizer "se não quiser", porque a Lei não nos confia problemas de
trabalho superiores à nossa capacidade de solução.(...)"
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