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Tomadas mentais
O Capítulo nº 4 do
livro ora em estudo apresenta problemas de suma importância para todos os que
nos achamos empenhados no esforço de auto renovação com o Mestre.
Analisando aquele
magistral capítulo, melhor se consolidou velha impressão de que, em vários
casos, nem sempre o obsessor é o desencarnado, mas sim o encarnado.
Existem inúmeros
casos em que o Espírito luta, titanicamente, para desvencilhar-se da prisão mental
que o encarnado estabelece em torno dele, conservando-o cativo e subjugado a
pensamentos dolorosos e enfermiços.
Para maior
facilidade, estudemos o assunto à luz do diagrama seguinte:
· PRISÕES MENTAIS = Pessoas,
situações, coisas.
· FRUTOS DA DOUTRINAÇÃO
= Desligamento de “tomadas mentais”, através dos princípios libertadores que
doutrinadores distribuem da esfera do pensamento.
· CONSOLIDAÇÃO DO
EQUILÍBRIO = Estudo + meditação = renovação + trabalho = libertação.
· DESPEJO = Ausência
de afinidade, em virtude de o encarnado modificar os centros mentais.
Como sabemos, a
influenciação dos Espíritos, sobre os encarnados, se exerce pela sintonia.
Pessoa cujos
pensamentos, palavras e ações determinam um padrão vibratório inferiorizado,
estará, a qualquer tempo, a mercê das entidades perturbadas e perturbadoras.
Em síntese: o efeito
das obsessões se faz sentir, invariavelmente, através de um traço de união
entre nós e os Espíritos. Entre a mente encarnada e a desencarnada.
Vinculamo-nos aos
Espíritos pela fusão magnética, o que implica em reconhecermos o acentuado
coeficiente de responsabilidade que nos cabe, por permitirmos que a nossa casa
mental» seja ocupada por hóspedes, menos esclarecidos.
Existindo afinidade,
haverá, logicamente, fusão magnética.
A reciprocidade
vibratória ergue uma ponte entre a nossa e a mente dos desencarnados.
Quando deixar de
existir esta compensação vibratória», em virtude do esclarecimento nosso ou do
desencarnado, a quem muitas vezes impropriamente denominamos de «perseguidor»,
haverá, então, o despejo» do «hóspede» inoportuno, à maneira do senhorio que
manda embora o inquilino que lhe não pagou os aluguéis combinados.
Despejado, o
Espírito irá em busca de outra casa mental», se as bênçãos do esclarecimento
não repercutirem no seu mundo interior.
Figuremos um ferro
elétrico, de passar roupa.
Quando desejamos que
o ferro se aqueça, que a temperatura se eleve, ligamos o fio condutor de
eletricidade à respectiva tomada; concluída a tarefa, desligamos o fio e o
ferro vai perdendo o calor e volta à temperatura normal.
O ferro de engomar,
somos nós.
A eletricidade, é a
projeção mental do desencarnado.
O fio condutor, são
as duas mentes irmanadas, vinculadas, justapostas.
Raciocinando desta
forma, somos compelidos a crer que o estudo e a meditação serão forças valiosas
no processo de nossa renovação espiritual.
Modificado o centro
mental, nossa alma pode agir com mais desenvoltura.
Substituidos os
pensamentos enfermiços ou malévolos por ideais enobrecedores, o encetamento de
atividades edificantes ser-nos-á penhor de integral e definitiva libertação do
incômodo jugo das entidades menos esclarecidas.
O estudo, a
meditação e o trabalho no Bem serão, assim, os nobres instrumentos com que
desligaremos as «tomadas mentais», efetuando, por conseguinte, o «despejo» dos
desencarnados.
Para isso, poderá
exercer decisiva e salutar influência a palavra esclarecida dos doutrinadores
encarnados, que projetará para as nossas mentes necessitadas os princípios
libertadores a que alude o Assistente Áulus.
Inúmeras curas de
obsessões têm-se verificado com o simples comparecimento dos interessados a
reuniões de estudo.
Em tais reuniões não
somente se beneficiam os encarnados; os seus acompanhantes compartilham,
também, do abençoado ensejo de reeducação.
Naturalmente que há
obsessões cujas raízes se aprofundam na noite escura e tormentosa dos séculos e
milênios, quê pedem assistência direta e específica. Ninguém contestará esta
verdade, acreditamos.
As obsessões podem
cessar, entre outros, por um dos seguintes motivos:
a) — Pelo
esclarecimento do encarnado, que despejará de sua casa mental» o hóspede
invisível.
b) — Pelo
esclarecimento do desencarnado, que se libertará da prisão mental que o
encarnado lhe vinha impondo.
c) — Pela melhoria
de ambos.
Catalogamos, apenas,
os motivos que apresentam conexão com as considerações ora formuladas.
No atual estágio
evolutivo do homem, em que o comando da nossa própria mente ainda é problema
dos mais árduos e difíceis, costumamos, pela invigilância, construir, para nós
mesmos, perigosos cárceres mentais, representados por pessoas que prezamos,
situações que nos agradam e coisas que nos deliciam os sentidos.
Há, por exemplo, os
que se apegam de tal maneira a situações transitórias, em nome de um amor
falsamente concebido, que sobrevindo inevitavelmente a desencarnação, para um
ou para ambos, a prisão mental se prolongará por muito tempo.
Conhecemos o caso de
uma senhora que permaneceu em sua residência durante mais de um ano, após a
desencarnação.
Observada por um
médium vidente que transitava diariamente pela porta de sua antiga residência,
afirmou estar absolutamente certa de que tinha morrido, acrescentando, então: —
“Oh! meu amigo, como está sendo difícil deixar
a casinha, esta varanda tão gostosa, os familiares, os objetos”!
E por muito tempo,
ainda, o nosso companheiro a viu na varanda,calmamente sentada numa cadeira de
balanço.
Tal vida, tal morte
— diziam os antigos.
E nós repetimos, com
os instrutores espirituais, que diariamente desencarnam milhares de pessoas,
porém só algumas se libertam...
O Espiritismo
Cristão oferece-nos, exuberantemente, os meios de destruirmos esses grilhões.
Será pelo estudo
doutrinário e pelo trabalho evangélico, que superaremos esse e outros
obstáculos.
Será pelo cultivo da
fraternidade e dos sentimentos superiores que marcharemos, com segurança, para
o Tabor de nossa redenção, onde o Senhor da Galileia nos aguarda.
Sem a renovação
moral e espiritual, o problema da nossa libertação será muito difícil.
Sem que o verbo dos
instrutores espirituais e a palavra dos pregadores e doutrinadores esclarecidos
encontrem ressonância em nosso mundo íntimo, muito reduzidas ficarão as
probabilidades dos grupos mediúnicos, mesmo os bem orientados, que trabalharem
a nosso favor, isto porque muito dependerá do nosso coração e da nossa boa
vontade afeiçoar-nos ou não aos princípios libertadores da Boa Nova, trazida ao
Mundo pelo Divino Amigo, e pelo Espiritismo restaurada na plenitude de sua
pureza e sublimidade.
O assistente Áulus,
respondendo a uma indagação de Hilário, o simpático companheiro de André Luiz,
explica que os encarnados que não prestam atenção aos ensinamentos ouvidos, nos
variados setores da fé, nos círculos espíritas, católicos ou protestantes,
“passam pelos santuários da fé na condição de urnas cerradas. Impermeáveis ao
bom aviso, continuam inacessíveis à mudança necessária.
“A palavra
desempenha significativo papel nas construções do espírito. Um pormenor que não
pode deixar de ser referido neste livro, é o que se reporta à ação das
entidades interessadas em que os encarnados não ouçam os ensinamentos
veiculados pelos doutrinadores, nas reuniões.
Envolvem os ouvintes
em fluidos entorpecedores, conduzindo-os ao sono provocado “para que se lhes
adie a renovação.
Esta notícia explica
o motivo por que muita gente dorme, pesadamente, nas sessões espíritas.
Temos ouvido,
frequentes vezes, exclamações semelhantes a esta: (Não sei o que tinha hoje! os
olhos estavam pesados e as pálpebras pareciam de chumbo.
Excetuando-se os
poucos casos de esgotamento físico, em virtude de noites perdidas ou de excesso
de trabalho, podemos guardar a certeza de que os acompanhantes desencarnados
estão operando, magneticamente, no sentido de que tais pessoas, adormecendo,
nada vejam, nem ouçam. E nada ouvindo, nem vendo, ficarão, longo tempo, à mercê
de sua incômoda e vampirizante influenciação...
Este capítulo faz
referência aos Capítulos 4 e 5 do livro
Nos domínios da Mediunidade pelo espírito André Luis e psicografia de Francisco
Cândido Xavier.
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