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Pontualidade
Transcrevamos,
literalmente, as palavras iniciais do capítulo “Assimilação de correntes
mentais”, da pág. 41 de «Nos Domínios da Mediunidade»:
«Faltavam
apenas dois minutos para as vinte horas, quando o dirigente espiritual mais
responsável deu entrada no pequeno recinto. »
Eis aí uma
observação de capital importância para os que dirigem ou compõem, na qualidade
de médiuns ou colaboradores, núcleos de trabalhos práticos de Espiritismo.
Pontualidade!
Hora certa
para início das tarefas, sem esquecimento da preparação que nos compete,
enquanto aguardamos o momento dos santos labores do mediunismo com Jesus!
Notemos que
somente dois minutos antes o dirigente espiritual deu entrada no recinto.
Imaginemos,
agora, que aquele elevado instrutor se defrontasse, como às vezes acontece, com
um agrupamento heterogêneo, de encarnados barulhentos e irresponsáveis, cada um
a comentar a seu modo e a ressaltar, muita vez maliciosamente, os
acontecimentos do dia, de nenhum interesse para os trabalhos da noite.
Imaginemos a
posição do devotado benfeitor que, após concluir, noutros setores, encargos
respeitáveis, comparece, nobre e digno, para os serviços preparados, e encontra
companheiros negligentes e descuidados, ruidosos e inconvenientes, a comentarem
assuntos de natureza exclusivamente material; uns médiuns chegando agora,
outros mais tarde; o dirigente descontrolado, a censurar uns e outros,
contribuindo, mais ainda, para a desarmonia psíquica do ambiente.
Será que
entidades tão venerandas, com tamanhos afazeres a realizar, investidas de tão
santas responsabilidades e compreensão dos deveres, continuarão, numa
verdadeira «pregação no deserto», assistindo núcleos que funcionam na base da
negligência e da irresponsabilidade?
Temos nossas
dúvidas a este respeito.
É-nos
impossível crer que Espíritos realmente superiores compartilhem da indisciplina
que é própria a nós outros, cooperadores encarnados, de modo geral.
Há grupos que
têm o início dos seus trabalhos marcado para as vinte horas, porém, por este ou
aquele motivo, tais serviços vão começar lá para as vinte e trinta horas e, às
vezes, até mais tarde...
Será que os
Bons Espíritos, cujos instantes, na Espiritualidade, são contados e aplicados
na execução de programas enobrecedores, não somente a benefício dos outros, mas
de si mesmos, uma vez que estão sujeitos, igualmente, a programas de
aprendizado, recebendo instruções em setores especializados, será que Espíritos
desse quilate suportarão, indefinidamente, a ausência de responsabilidade que
ainda se verifica em muitos núcleos, onde a compreensão mais elevada do serviço
de intercâmbio construtivo entre os dois planos ainda não se fez de todo?
Que eles
suportem algum tempo, acreditamos; mas, indefinidamente, não podemos crer.
O fato de o
irmão Clementino ter chegado às vinte horas menos dois minutos, mostra-nos,
claramente, como o problema da pontualidade é levado a sério no Espaço, o que,
aliás, é muito lógico e racional, uma vez que entre os encarnados responsáveis
existem o gosto e o cultivo da pontualidade.
Um núcleo
espírita, de trabalhos mediúnicos ou doutrinários, que inicia os serviços hoje
às vinte horas, na próxima semana às vinte e trinta e, assim, sucessivamente,
sem o mais elementar senso de pontualidade, não pode, evidentemente, esperar a
assistência de Espíritos superiores, mas, sim, de Espíritos dotados de ideias e
programas» equivalentes aos dos próprios componentes de tais núcleos.
Colocamos a
palavra programa entre aspas, porque existem programas de todo o tipo,
inclusive para destruir.
Quando
penetrarmos num centro espírita, deixemos do lado de fora a desídia e a
irresponsabilidade.
Um templo
espírita é um santuário de prece e de trabalho. O recinto, onde se realizam
serviços mediúnicos, é o altar desse santuário. Ao ocuparmos o lugar que nos é
reservado, iniciemos logo a preparação que nos compete, através do silêncio e
da meditação superior, da prece sincera e da concentração, a fim de que,
alimentando as nossas mentes de forças superiores, criemos para os
trabalhadores do Espaço o clima de harmonia que eles esperam, desejam e
precisam.
Se desejamos
valorizar o nosso trabalho, devemos honrá-lo pelo respeito pela sinceridade de propósitos, atraindo,
assim, as atenções e o amparo de entidades respeitáveis.
Se,
entretanto, desejamos conduzir os serviços mediúnicos com aquele espírito de
frivolidade que caracterizou a observação dos fenômenos nos aristocráticos
salões da França do século 19, continuemos a realizá-los sem método e sem
espírito de misericórdia, sem caridade e sem elevação de propósitos, ficando,
entretanto, certos de uma coisa: as entidades da sombra comandarão tais
serviços...
Este
capítulo faz referência ao Capítulo 5 (Assimilação de correntes mentais)
do livro Nos domínios da Mediunidade pelo espírito André Luis e psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
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